quarta-feira, 27 de julho de 2011

Novos líderes mundiais!?

Os Estados Unidos estão quebrando? Essa é a grande interrogação que paira hoje sobre toda a economia mundial. Os Estados Unidos foram tão hegemônicos no século XX, a distância do valor de sua economia da dos demais países era (e ainda é) tão grande, que uma coisa como a quebradeira do país seria inconcebível até pouco tempo atrás.
Pois hoje é um dos grandes temores não claramente confessados pelos economistas, investidores, governos e mesmo o público em geral. Nesse emaranhamento econômico em que vivemos, um terremoto econômico-financeiro no hemisfério norte não deixará de nos abalar a todos, a uns mais, a outros menos, mas vai sobrar tsunami para todo mundo. E dessa vez, a Europa, lidando com seus próprios problemas, não pode sequer amortecer o tombo.

Os grandes impérios não caem da noite pro dia e não caem silenciosamente. Sua derrocada arrasta a todas as nações periféricas e geralmente se produz um retrocesso cultural e tecnológico. Foi assim na decadência do império romano. Está sendo assim na decadência do império americano. Sim, porque o que estamos vivendo hoje nada mais é que a derrocada de um império. Tudo se processa muito mais rápido e tem efeitos cada vez mais globais. E não se sabe se isso é melhor ou pior. O que se sabe é que é incontestável a ascensão da China e de outros emergentes tais como a Índia e o Brasil à liderança da economia mundial. É claro que nenhum desses países tem a estrutura e o desenvolvimento social comparável ao europeu-americano. As inovações e os avanços tecnológicos também não são os carros-chefes da economia desses países.Portanto, a se confirmar sua ascensão ao primeiro plano econômico mundial, vamos provavelmente enfrentar uma estagnação, se não um retrocesso, na evolução tecnológica mundial.
O modelo democrático e, principalmente, o modelo do estado do bem-estar social estão fadados a perder também posição de referência e de ideal a ser perseguido por nações desenvolvidas. A China é uma ditadura e deve permanecer assim por muito tempo, pelo menos enquanto perdurar o sucesso da economia. A Índia, maior democracia do mundo, convive com a miséria e a indigência milenares e os aceita do ponto de vista cultural e religioso. Além disso é uma colcha de retalhos étnicos e religiosos, cujo povo se desentende em 22 línguas oficiais (além do inglês) e mais de 1600 outros idiomas não-oficiais.
E o nosso pobre Brasil, o que tem a oferecer de novidade ao mundo? Somos uma democracia imperfeita em função da baixíssima representatividade política e da ausência quase total de identidade partidária. Nosso senso de coletividade, de bem comum, nossa coesão social também são quase nulos. A corrupção endêmica e a privatização do Estado o tornam caro e ineficiente. Somos grandes produtores de alimentos e de "commodities" e é só. Temos uma cultura alegre e musical, mas que está sendo desmanchada pela violência urbana. Não somos grandes produtores de tecnologia, o nível de educação do nosso povo é lamentável, a infraestrutura, que já não cobria boa parte do país, está sucateada e sem possibilidade de recuperação a curto e a médio prazo pois exige investimentos que o Estado perdulário não pode prover.
Assim, com esses três países sendo a opção da vanguarda econômica, a visão de futuro de curto prazo não pode ser muito otimista. Vamos provavelmente viver um retrocesso cultural e tecnológico até que o processo histórico por si só e por meio de mecanismos semelhantes ao da seleção natural, faça surgir uma nova etapa na história humana e novos modelos sociais e econômicos se levantem no horizonte.
Quem viver, verá.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Hora da limpeza

Tivéssemos uma estadista, ao invés de uma aventureira, na presidência da República, estaria na hora de, à maneira de Sebastian Piñera, presidente do Chile, demitir a maioria dos ministros, especialmente aqueles que não foram de escolha própria. Melhor ainda seria fazer uma grande reforma ministerial, diminuindo o número de ministérios para mais ou menos uns 10.
Virão alguns analistas dizer que isso não é possível em nome da tal governabilidade, que Dilma tem que satisfazer os apetites de todos os partidos de sua base, etc., etc., senão não governa.
Isso é um blá-blá-blá sem consistência e sem apoio na realidade. Afinal, na situação presente, existe alguma governabilidade? Como é que se pode gerenciar um ministério que é uma colcha de retalhos sobre a qual só se tem a autoridade formal? Quem realmente manda sobre essas imensas parcelas do poder público são grupos, partidos, oligarquias e facções que representam outros interesses. Representam tudo, menos os interesses da nação, do povo, que teoricamente os teria escolhido como representantes.
Já que governabilidade não há, como ficou demonstrado na fragorosa derrota da votação do código florestal, ou como se demonstra quotidianamente com a confusão ministerial reinante em que um funcionário de escalão inferior faz chantagem com um ministro, denuncia o outro, ameaça a todos, inclusive a presidenta e ela, ou não tem a coragem, ou não tem a possibilidade de dar-lhe um belo pontapé nas ancas. Por quê?
Essa é a estranha pergunta que fica no ar. Por que cargas d’água uma presidenta que passa a imagem de durona, mandona, autoritária, não toma uma posição firme e decidida contra essa gangue e define um novo ministério, no tapa. Lula não faria isso e sabemos todos por quê. Mas, para uma “corajosa” ex-guerilheira que enfrentou a tortura sem denunciar seus companheiros, mentindo habilmente para os seus torturadores enquanto sofria fisica e psicologicamente dores inenarráveis, fazer isso seria uma brincadeira de criança.
Ah, mas e a questão da responsabilidade? Dilma não pode parar o país para fazer uma reforma dessas, diriam outros. Só que não precisa parar mais do que já está parado. Não se consegue avançar em ponto algum, as obras da Copa estão aí esperando, as estradas caindo aos pedaços, os aeroportos transbordando, os portos atulhados e ineficientes, nem mesmo no famigerado PAC, peça chave da propaganda oficial, há alguma coisa andando. O crescimento da economia se deve unica e exclusivamente à iniciativa privada.
Portanto o país não vai parar por causa de uma troca de ministros, que não fazem nada, por outros que se espera possam fazer alguma coisa. E a redução do número de ministérios seria o item mais importante, não só para reduzir o custeio, mas para melhorar a própria governabilidade. Com mais de 40 ministros, talvez a presidenta não saiba nem o nome de todos eles de cor.
Quais seriam os ministérios a se manter? Na minha lista ficariam onze: a Casa Civil, a Casa Militar, a Defesa, Educação e Cultura, Energia, Indústria e Comércio, Infraestrutura e Transportes, Fazenda, Justiça, Relações Exteriores, Meio Ambiente. Ao invés de três porquinhos, teríamos onze apóstolos, sem o Judas. Sem os tais porquinhos, talvez a lama diminua também.
Tenho a certeza que após o berreiro inicial, todos os governistas e apoiadores de nascença acabariam ficando quietinhos procurando se acomodar no novo sistema e descobrir alguma brecha para voltar às velhas práticas. O máximo de revolta que se pode esperar dessa gente será o falar mal da presidenta pelas costas, mas isso já o fazem.
E, se triscarem, dona Dilma, Sibéria neles!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

14 de Julho - Tomada da Bastilha

Não dava para não comentar o 14 de julho. Que sonho, esse de ver um povo se levantar e tomar o destino nas mãos! Claro que durou pouco e a ditadura do terror que veio depois não compensou. Mas o momento, como inspiração poética e utópica foi talvez único na história da humanidade. Nas ruas de Paris, um povo faminto, sem armas, sem quaisquer outros recursos que a indignação e a raiva, enfrenta o establishment representado pela Igreja e pelo Rei e diz: basta!
Quem dera que outros povos também fizessem o mesmo. Aqui no Brasil necessitamos urgentemente desse basta. Há quinhentos anos somos roubados, há quinhentos anos o futuro de nossos filhos é comprometido. Há quinhentos anos essa nação não tem as rédeas do seu destino nas mãos. Há quem diga, estamos numa democracia, portanto...
Mas que democracia é essa em que o povo não decide, nem direta, nem indiretamente? Temos 16 senadores que não foram votados! Estão lá por maracutaias e acordos de suplência. Estão lá porque doaram dinheiro pras campanhas dos titulares em troca da suplência. E os demais, quantos realmente representam os Estados pelos quais foram eleitos? Sarney, por exemplo, representa realmente os interesses do Amapá? Alguém acredita nisso? Collor representa Alagoas?
E a Câmara dos Deputados com seus 500 e tantos membros? Quem se lembra em qual deputado votou nas ultimas eleições?
O sentimento popular no Brasil é que todos os políticos estão lá para roubar e defender seus interesses particulares. O povo e o Estado são desconhecidos um pro outro, tanto há quinhentos anos como hoje.
Sabemos que temos uma obrigação, pagar impostos, e nenhum direito. O resto é cada um pra si e Deus contra. Precisamos de um 14 de julho na Praça dos Três Poderes.

País dinâmico!

Fiquei quinze dias fora do Brasil e quando voltei o novo caso de roubalheira (o do Ministério dos Transportes) já tinha sido publicado, as desculpas esfarrapadas habituais já tinham sido feitas e o ministro já estava defenestrado. Isso mostra como o governo Dilma é "rápido e eficiente". Há uma confusão no Min. da Educação? Dilma entra de sola e manda recolher o kit homofobia. Palocci é descoberto por ter dado consultorias mais que suspeitas? Dilma fica de butuca, chama o Lula, deschama o Lula e quando vê que o caldo vai entornar, manda o ministro para casa (dele). O BNDES vai dar uma mãozinha financeira ao Sr. Abílio Diniz numa fusão nebulosa com o Carrefour e a malta grita? Dilma empunha o tacape e manda o Luciano Coutinho sair de fininho do caso. E assim vai, de "eficiência" em "eficiência" fazendo um governo casuístico, um governo movido a balão de ensaios: joga pra ver se "pega", se não "pegar" pula-se fora e culpa-se alguém. Afinal são mais de 40 ministérios. Há muita gente disposta ao "sacrifício".
Ou há alguém ingênuo o bastante para pensar que o Haddad criou o kit por sua conta sem que a presidenta soubesse de nada; ou o Luciano Coutinho foi à casa do Abílio Diniz oferecer dinheiro do BNDES sem falar com sua chefa; ou ainda que o Palocci tivesse ficado subitamente rico na campanha eleitoral e a cândida candidata nada conseguiu perceber.
O problema da Dilma é que ela quer manipular a patuléia, criar factóides a seu favor, mas não tem o traquejo, nem os anos em cima de caminhão na porta de fábrica que o seu mentor e criador. Aí fica evidente a manipulação. É como assitir a teatro mambembe de marionetes depois de adulto.
Pois bem, o dinamismo do govreno Dilma termina por aí. Temos obras de infraestrutura para a Copa e para as Olimpíadas esperando. Temos urgência em reformar aeroportos, recuperar estradas, modernizar portos. Não se trata de fazer demagogia com uma centena de casinhas populares, não. Trata-se de coisa séria que pode definir o futuro imediato do nosso país. Se perdermos essa janela de oportunidades, quando será que teremos outra?
O governo Dilma não tem o direito de brincar com o Brasil, nem de jogar fora o nosso futuro. Já chegam os 8 anos de lulismo inconsequente e corrupto. Temos que andar pra frente e rápido, sem esse "dinamismo" de teatrinho de fantoches.

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