quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Ocupe Wall Street ou Democracia no século 21

Uma frase atribuida a Khrushchev, nos dá uma interessante definição de democracia. Segundo ele, seria “o governo do povo, para o povo e pelo povo, quer o povo queira, quer o povo não queira”. As democracias ocidentais hoje se transformaram mais ou menos nisso. A opinião, os desejos, a vontade do povo nunca se vê refletida nas ações de governo. O povo nao se reconhece nesses governos que estão sempre muito mais preocupados com a banca e com o “mercado“ do que com o bem estar de um simples cidadão comum. Não estou falando de Brasil, estou falando de America e Europa. Esse distanciamento entre o poder de fato (expresso pela “realpolitik”) e o poder nominal, leva a esse desconforto manifesto em movimentos como os de Ocupe Wall Street. Ninguém sabe contra o que estão protestando, mas todos mais ou menos concordam que protestar é preciso.
Outras manifestações desse alheamento são, a meu ver, a despolitização geral, especialmente incômoda quando se dá entre os jovens, e a vida desmotivada e desiludida dos adultos afundados em depressão e somente preocupados com seus problemas pessoais.
Houve uma época em que o sonho ainda não tinha acabado, em que o cinismo e o ceticismo ainda não haviam se infiltrado na alma das gentes. Era a época, criticada por alguns como romântica, das revoluções na porta de casa, da crença de que cada um de nós como indivíduo era único e fazia a diferença.
Posmodernamente, o sonho desfeito jaz no chão do cinismo cotidiano e o gado humano entra e sai dos metrôs como zumbis, alheios a tudo e a todos, já que não fazem mais diferença alguma.
A fé deu lugar às crendices, o amor, ao sexo descomprometido, a amizade, aos interesses, e os vínculos cederam seu espaço à solidão acompanhada. Não admira que o escapismo proporcionado pelas drogas, legais ou não, seja parte integrante da paisagem cotidiana.
De vez em quando alguém estertora seu desânimo vital e sai atirando nos seus semelhantes a troco de nada como se a dizer, «vocês não acreditavam, mas eu sou capaz de fazer alguma diferença!». Grupos neonazistas se reúnem com a atração da crença de que, dentro do grupo, se pertence a "algo maior". O mesmo racioncínio vale para explicar a proliferação das religiões caça-níqueis televisivas.
Enquanto isso, o "sistema", o "mercado", segue sua espiral de fazer mais lucro a qualquer preço, não se importanto com as pessoas, com as leis (eles fazem as leis) nem com o planeta. Enquanto os bancos submetem populações inteiras ao sacrifício do desemprego e do aumento de impostos, recebem dos governos, de graça, bilhões e bilhões de recursos financeiros que dariam para salvar da fome a África inteira. E as pessoas, apesar dos protestos, não tem chance de mudar coisa alguma. Que democracia é essa em que o poder passa longe de quem deveria ser a sua fonte e o seu objetivo? Essa é a "moderna" democracia ocidental quer o povo queira ou não queira.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Estado privado x nação sem povo

O Brasil nunca foi uma nação de fortes vínculos sociais. Nossa sociedade começou constituída por partes estranhas entre si: representantes da metrópole portuguesa, escravos, e uma classe empobrecida de brancos, mulatos e pardos, pequenos proprietários rurais e pequenos comerciantes urbanos, que não se percebiam como elementos de uma só nação. Ninguém queria trabalhar pois o trabalho estava reservado aos escravos, que o faziam por obrigação e sob o chicote. A organização social era zero, cada um por si. O Estado já estava constituído. Era um Estado importado e imposto de cima para baixo, cuja existência tinha o único propósito de arrecadar toda a riqueza que pudesse e levá-la para a matriz, sem qualquer compromisso com o povo que aqui vivia. Isso perpassou todos os séculos 16,17, 18 e 19.
Com a independência e principalmente depois com a República se poderia esperar que a nação tomasse as rédeas do Estado e o submetesse a estar a serviço do povo e não a ser servido por ele. Infelizmente não foi isso o que aconteceu. As oligarquias locais, que antes davam vênias às cortes portuguesas, tomaram conta do butim e fizeram do Estado uma espécie de fazenda particular. Todos os movimentos com a intenção de fazer do Estado realmente uma coisa pública, fracassaram. Essa oligarquia sempre foi "sábia" como a famosa frase de Antônio Carlos de Andrada: façamos a revolução antes que o povo a faça. Ou seja, mudemos para que tudo fique como está.
Assim chegamos ao século XXI e quem vemos no poder? uma ex-guerrilheira, um ex-metalúrgico! , agarrados a eles, a mesma velha oligarquia, agora representada por Sarney, Collor, Temer e companhia; A mesma oligarquia dos velhos tempos, agora aliada ao PCdoB, PDT, PTB, etc., repartindo privadamente a mesma carcaça do Estado.
Dá para entender porque é que nossos problemas nunca se resolvem. Enquanto não alijarmos essa gente e não tornarmos o Estado brasileiro realmente uma coisa pública, nada vai mudar nesse país.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O câncer da nação

Lula está com câncer. Ponto. Há centenas de outros brasileiros com câncer também exatamente nesse momento e não estão recebendo nem a atenção, nem minimamente o conforto que Lula recebe. Por quê? porque a elas só resta a alternativa do SUS, aquele sistema “quase-perfeito” que Lula lhes deixou. Aquele sistema que Lula queria ensinar ao Obama para que o copiasse. Na rede há muitos comentários desejando que Lula se trate no SUS. Isso tem criado um sentimento de indignação na militância petista. Não entendo porque essa indignação. Lula tornou o SUS e a saúde no Brasil quase perfeitos! Por quê não se trataria lá? Não ia gastar um tostão, nem onerar seu plano de saúde e ainda teria um tratamento muito melhor que o do sírio-libanês, um tratamento quase perfeito. O bom é que nesse tempos de superinformação as coisas acontecem rápido e a velha demagogia agora está sendo pega de calças na mão muito mais cedo. Nosso país também está com câncer! A doença insidiosa que está estrangulando o futuro de milhares de brasileiros, drenando recursos que poderiam ser destinados à saúde e à educação, chama-se CORRUPÇÃO e e´um tipo de câncer social. Instala-se furtivamente sem que o hospedeiro perceba, cresce rápido e espalha-se em metástases por todo o organismo e é muito difícil vencê-lo. Mas esse câncer, sim, tem que ser combatido de imediato, com todas as armas disponíveis, com toda a energia da nação, antes que nos destrua.

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