domingo, 30 de setembro de 2012

Conselhos do ex-ministro

O ex-ministro da Fazenda do governo Sarney, Sr. Bresser Pereira (¹), depois de assinar manifesto de apoio a José Dirceu e repúdio à oposição, escreve à Folha, meio que arrependido, dizendo que leitores e amigos teriam entendido que ele "teria assinado um manifesto de apoio a José Dirceu." !!! Diz que o tal manifesto, que ele assinou, não fazia referência ao nome de Dirceu. Quanta candura! diria o ministro Lewandowski.
O ex-ministro diz ainda que o objetivo do manifesto é expressar a preocupação com a forma como o julgamento do mensalão está sendo tratado pelas elites!  A "zelite" de novo, Sr. Bresser-Pereira? Ah, não, isso já está desgastado e cansativo; até porque as elites estão plenamente satisfeitas com os governos do PT. As elites, quando não estão sentadas no banco dos réus, estão muito felizes. Pergunte à construtora Delta, pergunte ao banqueiros, pergunte aos dirigentes das montadoras de automóveis, pergunte às empresas de telefonia.
Porém a frase mais espantosa nessa carta é quando diz que "no momento em que o esquema de corrupção foi denunciado, cabia perfeitamente a manifestação da opinião pública. Agora, no momento do julgamento, essa manifestação é espúria".
Peralá, o Sr. Bresser-Pereira está dizendo que não pode haver manifestação da opinião pública durante o julgamento? Baseado em que lei? E, então, por que cargas d'água ele se manifestou? Ele pode se manifestar? Manifestos a favor dos réus podem?
Tenha a paciência, Sr. Bresser-Pereira. Fique na sua área que é a economia, apesar de ter sido um fiasco sua passagem pelo ministério da Fazenda. Mesmo assim suas idéias políticas parecem ser ainda piores que as econômicas.

Nota (¹) - Devemos nos lembrar que no período em que foi ministro (1987) lançou o famigerado Plano Bresser, congelando salários e aumentando impostos,  e mesmo assim a inflação fechou o período em 366%! Diante do fracasso o ministro pediu demissão.












sábado, 29 de setembro de 2012

Mais um mito por terra

Lula é um grande mistificador, disso não há dúvida. Como aqueles camelôs que vendem gato por lebre, Lula fala, fala e fala, não importa o quê, não importam as contradições, hoje diz uma coisa, amanhã diz outra, para ele o que importa é continuar falando para que o público engula todas as suas mentiras.
Em 2010, depois de todo aquele estardalhaço do pré-sal, Lula "comandou" a maior capitalização de toda a história do capitalismo. Vangloriou-se disso, como sempre. Só que agora sabemos que tudo não passou de uma mentira bem contada.
Quando foi feito esse aumento de capital, a Petrobrás devia 94 bilhões (34% de seu patrimônio). A capitalização rendeu à Petrobrás 120 bilhões, sendo 40 bilhões provenientes do mercado; e a dívida, ao final, foi reduzida para 57 bilhões. Hoje a Petrobrás deve 133 bilhões, ou seja, a capitalização que tinha por objetivo reduzir o endividamento da estatal, não atingiu o objetivo e, dois anos depois, ela deve 39 bilhões a mais. Isso tudo ocorreu na gestão do Sr. José Sérgio Gabrielli, apaniguado do PT, e de D. Dilma, que era a "presidenta" do Conselho de Administração da estatal. Palocci era um dos membros do Conselho e Erenice Guerra - acreditem - era "membra" do Conselho Fiscal!
Com a chegada da Sra. Graça Foster a verdade veio à tona. Tomara que não seja tarde para a Sra. Foster reverter essa situação. Os acionistas minoritários e o povo brasileiro (acionista majoritário) agradecem. 
Mas  a solução do problema não é simples. Se o governo autorizar o aumento dos preços dos derivados de petróleo haverá imediato aumento da inflação, que já está saindo do controle. Por outro lado, essa é uma decisão que não pode mais ser adiada, sob pena de a Petrobrás ser rebaixada na classificação de risco, o que implicaria em juros ainda maiores na rolagem da dívida.
Mas não é bem isso o que preocupa o governo. É que se houver aumento dos preços dos derivados de petróleo agora, as eleições de Haddad, Patrus e outros petistas vão para o beleléu e isso, Lula, o tutor do governo Dilma não admite.
Sabem o que vai acontecer? Os preços dos derivados de petróleo vão ser reajustados...logo depois das eleições! Quem quer apostar?





quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Candura, não! Cara dura!

Ontem senti vergonha alheia ao assistir ao julgamento do mensalão. Vergonha pelo ministro Ricardo Lewandowski, antes mesmo da intervenção do ministro Barbosa, ao vê-lo descaradamente assumindo o papel de advogado de defesa de um dos réus, o Sr. Emerson Palmieri.
Segundo Lewandowski, Palmieri, coitadinho, só acompanhou Marcos Valério e seu advogado Tolentino a Portugal em visita à Potugal Telecom e mais nada, nem participou da reunião com o presidente da empresa... Poderia ter dito, acompanhou-os com candura, como gosta de se referir às atitudes dos réus.
Me envergonhei pelo ministro porque como cidadão brasileiro e patriota, admirador do Supremo,  não poderia admitir ver um de seus membros se comportar de maneira tão indecorosa.
Não entro no mérito do seu voto. Ele que vote como quiser ou como puder, de acordo com seu conhecimento, convencimento ou consciência. Absolva, condene, isso é uma prerrogativa sua. Mas não precisava expor uma moça que nada tem a ver com a Ação Penal. Como disse o ministro Barbosa, se essa moça fosse de classe social mais elevada, seu nome não teria sido sequer citado naquele contexto.
Não precisava também referir-se ao processo de privatização do governo Fernando Henrique, misturando as bolas, ou seja fazendo o mesmo discurso de Lula e demais mensaleiros que se defendem dizendo que a compra de votos  começou antes, no outro governo. 
Pois bem, se começou antes (o que não descarto) que se abra um processo com relação aos possíveis crimes anteriores (como aliás já está aberto e em curso, no caso do Sr. Eduardo Azeredo) e que os ministros se manifestem sobre esse assunto no bojo dessa nova Ação Penal. Ao tentar misturar os fatos, o ministro Lewandowski não age com candura, nem com ingenuidade, mas com malícia mesmo, fazendo um jogo que deveria ser o jogo dos advogados de defesa dos réus.
Como disse o ministro Ayres Britto: "como não saber", quem estava no processo, "que aquilo tudo era ilegal?" Como não saber, ou suspeitar, que o recebimento de tais quantias em dinheiro vivo não poderia ser legal?
Ora, em um país como o Brasil, em pleno século XXI, é preciso ser muito cândido ou cara-de-pau para se inferir o contrário.
Não se pode supor que um ministro do Supremo Tribunal seja ingênuo e acredite nessa candura toda.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Ponto sem nó

Sarney não dá ponto sem nó. Quando era um dos próceres da ARENA (depois PDS), partido de sustentação da ditadura militar, ao perceber a mudança dos ventos, deixou o partido e criou a Frente Liberal que se aliou ao partido então de oposição, PMDB, saindo daí candidato a vice-presidente na chapa de Tancredo. Chegou à presidência, pela morte de Tancredo, sem um voto sequer.

Passa o tempo e Sarney, que era execrado por Lula, passa a ser um aliado de primeira classe, um sustentáculo do regime lulo-petista, com todas as benesses que isso pôde trazer.

Eis que, Sarney dá outra guinada. A presidenta indicou, a  toque de caixa, o Sr. Teori Zavaski para a vaga do ministro Peluso e a toque de caixa foi agendada a sabatina formal pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Pois a tal sabatina teve que ser interrompida em função do início de sessão do plenário e Sarney posterga a continuação para depois das eleições. Diz fazer isso atendendo a pedido da oposição.

Ótimo, excelente que o faça. Não há necessidade de toda essa correria e a assunção de novo ministro em meio ao julgamento mais importante da história só pode tumultuar o processo, que por si só já é bastante complicado.  Ainda mais quando esse candidato a ministro, em sabatina, recusa-se a expor seu pensamento, sua ideologia.

Eis que Sarney, como presidente do Senado, toma uma atitude sensata e independente em relação ao poder executivo. O que isso quer dizer? Posso até estar cometendo uma injustiça, mas o passado desse senhor nos permite concluir que aí tem coisa! Tem boi na linha! Há mais coisas no ar, além dos aviões de carreira, como dizia o Barão de Itararé.

Quererá isso dizer que Sarney há farejou nova mudança de ventos? Que já pressentiu o fim da linha para o lulo-petismo? E que se prepara, mais uma vez, para sair à frente, liderando outra corrente política, aquela que finalmente vai "salvar" o Brasil e "renovar" a maneira de se fazer política nesse país? Tudo é possível. Nesse estranho país ao sul do equador, tudo é possível!

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O império contra-ataca

O grupo, que impera  atualmente na política brasileira, representado pelos partidos da base aliada, resolveu contra-atacar. Publicou manifesto jogando toda a responsabilidade pela existência do julgamento do Mensalão nas costas da oposição. Isso é golpe, dizem eles.  Comparam a situação atual aos momentos políticos às vésperas do suicídio de Getúlio ou os dias antecedentes do golpe de 64, como se esses momentos fossem realmente comparáveis. Como se, no caso da Ação Penal 470, não houvessem realmente crimes a serem reconhecidos e seus autores punidos conforme a Lei.
Esse documento teria sido revisado por Zé Dirceu, Lula e até mesmo pela presidenta. Que o Zé e Lula estejam envolvidos nisso não é de se espantar. O que espanta é uma pessoa, exercendo o cargo de Chefe de Estado, se prestar a esse papel menor da política partidária, esquecendo-se de suas funções muito mais elevadas e que dizem respeito a todos os brasileiros e não somente aos militantes dessa agremiação partidária que cada vez mais se assemelha a uma organização criminosa, tomando ares agora de agremiação terrorista.
Isso é terrorismo. Dizer que o STF ao cumprir seu papel está ameaçando a democracia é que é uma ameaça, e grave, à democracia.  Comparar o julgamento do mensalão ao tribunal de exceção que em 54 se instalou na "República do Galeão" ao arrepio da lei e das instituições da época é denegrir a Corte Suprema.
O Supremo deveria responder duramente a um manifesto como esse. 

O PT é realmente um partido singular. Não titubeia em achincalhar e passar por cima das instituições quando as instituições não se prestam a seus desígnios ou a eles não são submissas. O PT não admite oposição, não admite contraditório, não admite sequer que seja apenas mais um partido no jogo político. Tenta se confundir com o governo e com o próprio Estado. Com isso expõe o veso totalitário, estalinista. Ao não abrir mão desse totalitarismo básico e estrutural o PT indica que não aceita o jogo democrático e portanto as instituições democráticas tem que exercer sua defesa antes que seja tarde, antes que nos transformemos em uma Venezuela ou coisa pior. Não é justo e correto que o PT faça uso da democracia para permanentemente atentar contra ela.

O presente manifesto pretende ser uma defesa da honra e da dignidade de Lula. Será que querem dizer que a honra e a dignidade de Lula estão ameaçadas pelo julgamento do mensalão? Honra e dignidade, assim como respeito, não se impõem mas se conquistam.
O que realmente pode manchar a honra e a dignidade de Lula é a suspeita de que Lula deveria também estar sentado no banco dos réus, ao lado do Zé.







terça-feira, 18 de setembro de 2012

Quem não deve, não teme

Velho ditado, ouvido muitas vezes na minha infância, indicava qual era o caminho a seguir: o da verdade, da honra, do caráter. E que, se esse caminho não fosse seguido havia muito a temer.
Há muito esse ditado foi esquecido pela sociedade cínica em que vivemos. Mas nada dá maior conforto moral a cada um de nós, do que saber-se inocente, saber que embora não sejamos perfeitos e portanto cometemos erros,  há limites que não ultrapassamos, nem ultrapassaremos. É o limite da ética, que pode ser considerado como o respeito ao direito do outro, que nos define como seres civilizados.
Sem ética, caímos na barbárie, na incivilidade, no vale-tudo. Sem ética é o que vemos acontecer no submundo do crime, nos redutos do tráfico, e ... nas mais altas esferas do poder!
Sem ética as decisões políticas ao invés de focarem o bem comum, passam a dar relevo a interesses particulares. Essa é a razão de termos tantos hospitais sem leitos, sem equipamentos e sem medicamentos.  Essa é a razão de termos tantas escolas caindo aos pedaços, professores mal treinados e mal pagos. Essa é a razão de as nossas estradas serem locais de alto risco de acidentes e mortes. Essa é a razão de a previdência estar sempre deficitária e o valor da aposentadoria ser uma esmola que se dá  a quem contribuiu por mais de 3 décadas de trabalho. Essa á a razão de termos uma das mais altas cargas tributárias do mundo e quase nenhum retorno digno ao contribuinte. Essa é a razão do caos urbano, das cracolândias proliferando livremente, das áreas públicas sendo privatizadas por flanelinhas, dos roubos, assaltos, sequestros e assassinatos, sendo os delinquentes perfeitamente identificados pela polícia.
Tudo começa de cima. Quando altas autoridades de um país acham que podem livremente roubar, mentir, fraudar, corromper ou serem corrompidos, o sinal que dão à sociedade é que acabaram-se as regras, entramos no mundo da barbárie onde quem tem mais força (leia-se dinheiro) é quem manda.
O Supremo Tribunal está com a tarefa patriótica de devolver o temor a quem deve. Só assim se respeitam as leis. Só assim se pode submeter o selvagem ser humano à civilidade.
Quem não deve, não teme. Mas quem deve tem que temer e tremer.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Os chefões do Mensalão

Está claro como água de montanha que os chefões do PT sabiam do esquema de desvio de dinheiro, quer seja para o partido, quer seja para os aliados. Nem importa se esse dinheiro desviado era para compra de votos no Congresso. Com a certeza, que a mais cristalina lógica nos permite, podemos concluir que era para comprar apoio político.
Ninguém dá dinheiro a ninguém de graça. Ainda mais no meio político onde, sabemos, não é bem o meio onde proliferam Madres Terezas.
O Supremo a esta altura já deixou bem claro à nação que houve o esquema de desvio de dinheiro público (peculato), fraude, falsidade ideológica, gestão fraudulenta de instituição financeira, lavagem de dinheiro, etc. Tudo isso comandado e coordenado por um partido político, o partido que estava no poder, que poderia até ser outro, mas era o PT.
O PT meteu os pés pelas mãos. Fez de um projeto de poder um fim em si e desceu todos os degraus da dignidade para enfim se ver aos abraços e beijos com personalidades tais como Fernando Collor (que foi beijado pela Marta na semana passada) e Maluf que foi cortejado recentemente pelo Molusco.
Agora, ao Supremo só cabe prosseguir na sua grande tarefa de restabelecer a honradez e a dignidade da função pública por um julgamento sem contemporização com os crimes não importando o nome ou a posição de quem os cometeu.
O Molusco Desencarnado vai ficar de fora, por enquanto, mas nada impede que o Ministério Público abra outra investigação para deixar em pratos limpos perante a nação qual foi o verdadeiro papel do ex-presidente da República nessa organização criminosa que prosperou dentro do palácio do Planalto.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Lula deve uma explicação

O Molusco Desencarnado desdenhou do Supremo ao dizer que tinha coisas mais importantes para fazer ao invés de assistir ao julgamento do Mensalão (oops, Ação Penal 470!).
Estava tão certo que sua "tese" (a de que não houve mensalão) seria vitoriosa, que não se dava ao "luxo" de perder tempo assistindo a uma coisa cujo resultado já lhe era, de antemão, conhecido.
Pois agora, diante da montanha de dados sendo dissecados em frente às câmeras e gerando novas perguntas, o que o ex-chefe de governo no qual aconteceu essa aberração institucional,  têm a dizer? Lula deve uma explicação, sim, ao país.

Antes, escapava com essa conversa de que tudo não passou de invenção, de armação e de tentativa de golpe contra seu governo. Mas, agora, diante das acusações sendo aceitas pelos ministros do Supremo, chegando mesmo a escandalizar os próprios ministros, não dá mais para usar essa desculpa.
E, então, repito a pergunta, diante do que ficou cabalmente demonstrado perante a mais alta corte de justiça do país sobre fatos que ocorreram dentro de quatro paredes do palácio presidencial, idealizados, coordenados e monitorados por membros da alta cúpula do governo e do partido do presidente, o quê tem ele a dizer à nação? Já disse que não sabia, já disse que teria sido traído e já disse que isso era fantasia da oposição. Qual será a quarta versão agora? 
Ou não dirá nada, porque do mesmo modo como desrespeita as leis e as instituições brasileiras, também não respeita o povo que o elegeu duas vezes. O povo só serve mesmo de massa de manobra para depositar aquele votinho na urna. Depois de eleito, o grupo de amigos passa a ser de outra estirpe.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Sujando o cocho

Nos governos militares a telefonia era estatizada e, devido a isso, portadora de todas as mazelas comuns das estatais: baixa produtividade, atraso tecnológico, ineficiência, alto custo e péssima qualidade de serviços para o cidadão.
Ter um telefone em casa era um privilégio de poucos. Tinha-se que entrar na fila dos famigerados planos de expansão e  esperar por 2 ou 3 anos. Quem tinha pressa e dinheiro podia comprar uma linha no mercado negro por 3 ou 4000 dólares.
Com o advento do governo FHC e as privatizações, tão vituperadas pelo PT e seus asseclas, o telefone se tornou acessível a quase todo mundo. Não foi ainda a solução perfeita, mas era uma solução sujeita a aprimoramento sob a fiscalização do Estado, função que cabia à agência reguladora Anatel.
Aí vieram os governos Lula e a Anatel, assim como todas as demais agências que deviam ser reguladoras, passou a ser um cabide de empregos do Partido.
A "cumpanherada" que nada entende de telefonia, nem quer entender, quer apenas usufruir das benesses concedidas pelo Estado à custa do contribuinte, deixou o barco rolar e o que vemos hoje é uma situação quase tão ruim quanto no tempo da telefonia estatal. Só que agora, há interesse e lucro por trás da ineficiência. E a Anatel finge de surda e muda.
Chovem reclamações por todos os órgãos. Segundo a própria Anatel mais de 40% das reclamações são de cobrança indevida. Estranho observar que os "sistemas" erram só para mais, nunca para menos. E o descaso com que nos tratam, o usuário, o cliente,  é uma tortura que chega a beirar o surreal. A começar pelo atendimento telefônico que é minuciosamente programado para que a gente desista antes mesmo de tentar. Não há possibilidade, jamais, de se resolver um problema na primeira ligação. Vão transferir para outro setor, e outro e mais outro,  enquanto aquela musiquinha enjoativa enche seus ouvidos até você desistir ou a ligação cair.
Não há solução porque se você sair da companhia A para a B só vai mudar o nome do problema.
A solução deveria ser a Anatel cumprir sua obrigação e punir (verdadeiramente) com multas e mais multas e até mesmo suspensão ou cassação do direito de concessão dos serviços. Mas, parece, que a Anatel, assim como a Anac, estão aí mais para defender as companhias que elas deveriam fiscalizar, do que para atender ao direito de quem paga por esses serviços.
Enquanto isso, nos palanques, a "cumpanherada" mete o pau nas privatizações, sujando o cocho em que comem quietos.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Ministros sofrem pressão. De quem?

Ontem assistimos a uma  situação impensável num Estado democrático. Os ministros da mais alta Corte do pais, colegiado que lidera um dos poderes da Republica, ao darem seus votos, aproveitaram a oportunidade para expor o que tem vivido com as pressões e ataques sofridos por... exercerem a sua função constitucional!
Isso é o absurdo dos absurdos! Imagine-se o presidente da Republica sendo constrangido a não exercer corretamente a sua função. Ninguém teria duvidas em classificar isso como tentativa de golpe. No entanto, pessoas ligadas aos criminosos que estão sendo julgados e condenados um a um,  se dão o direito de bombardear os juízes com ameaças e constrangimentos, esquecendo-se que se tratam de membros do poder Judiciário e que essa atitude é também uma atitude golpista, um atentado contra uma das instituições fundamentais da República.
Quem atenta contra qualquer uma delas,  comete um crime contra o país e por tal ato deve ser punido exemplarmente.
Quem afirmou estar sofrendo ataques e pressões não foi um mequetrefe, foram ministros como Joaquim Barbosa, Celso de Mello e o próprio presidente do Supremo, Ayres Britto. Portanto são afirmativas que não podem ser consideradas levianas, como não foi leviana a acusação de Gilmar Mendes quando disse ter sofrido  uma tentativa velada de chantagem partindo do... ex-presidente !
Pelo visto, para essa gente não há limites! Não há nada que respeitem, a não ser  a força da Lei, cujo braço deveria descer implacável sobre todos eles, antes que acabem por destruir a democracia que tanto nos custou conseguir.



domingo, 2 de setembro de 2012

O motivo do ódio


Qual é o motivo do ódio de Lula? Incensado pelos militantes de seu partido como a última encarnação da sabedoria; bafejado pela população de baixa renda que pensa que, com o bolsa-família, seus problemas estarão resolvidos; amado pelos banqueiros e pelas oligarquias aos quais deu, não apenas a segurança de ter a classe trabalhadora e os sindicatos sob controle, mas permitiu e propiciou a essa oligarquia a manutenção de seus privilégios, agora abençoados pelo "líder do povo"; elogiado  por uma boa parte da imprensa domesticada pelo suporte financeiro do governo com doações de dinheiro público. 
O que Lula ainda quer? O que o deixa tão irritado? 
Podemos supor que seja a não-unanimidade. Há uma parcela de brasileiros que insiste em ver a realidade e sabe que o rei está nu. A irritação de Lula aumentou visivelmente agora com os primeiros resultados do Supremo no caso do mensalão. Porque com o veredicto do Supremo e com a exposição das entranhas do seu governo, Lula sabe que, embora pessoalmente  não corra risco, sua mentira será exposta e que, apesar de ter indicado a maioria dos ministros eles não estão sob seu comando, como ele gostaria que estivessem.  
Lula sabe ainda o que a história vai escrever. A partir das condenações  não vai dar mais para falar que tudo  não passa de uma invenção, que teria sido uma tentativa de golpe, etc., etc. 
Lula sabe também que até mesmo a história oficial não poderá ignorar que em seu governo, em suas barbas, dentro do palácio onde se sentava, ocorreu o 
maior escândalo dessa pobre Republica e que deu origem ao maior julgamento da história do Supremo Tribunal. E a história dirá que esse terá sido o maior, o verdadeiramente grande feito de seu governo.

sábado, 1 de setembro de 2012

Os gênios por trás do mensalão.

Mal se começou a computar os votos e já temos um panorama completo dos porões onde atuavam os ratos da República. A situação é pior do que se poderia imaginar. Empresas pretensamente sérias emitindo notas fiscais frias aos borbotões,  documentos sendo fraudados e destruídos às pamparras, contabilidade bancária mais parecida com contabilidade de jogo do bicho (aliás, todos os dois ramos de "negócio" são comandados por banqueiros), empréstimos fictícios, dinheiro vivo sendo distribuido na boca dos caixas e enfiados nos bolsos, nas bolsas, nas cuecas e sabe-se-lá onde mais. 
Tudo isso patrocinado por um banco privado de razoável credibilidade, por um banco estatal vetusto e grave como o Banco do Brasil, por uma empresa de publicidade considerada importante e  ... por várias, muitas, Excelências! Toda essa farra criminosa aconteceu sob as barbas do presidente, que nada viu e de nada soube. Crimes continuados foram articulados entre as quatro paredes do palácio do Planalto, como disse o Procurador-Geral. O palácio de governo se tornou um covil.
As teses da defesa agora vão se desmontando uma a uma. A explicação endossada pelo ex-presidente e seu partido era baseada em três premissas: a) não houve mensalão; b) não era dinheiro público; c) o dinheiro era para pagar despesas de campanha.
Essa explicação justificava inclusive a leniência com os mensaleiros. Afinal, teriam participado de um crime "menor" e para benefício do Partido, em nome do qual tudo se desculpa. Essa era pelo menos a justificativa usada pela militância mais envergonhada.
Agora, com as primeiras condenações já se pode dizer oficialmente que o dinheiro foi usado para corrupção, sim; e era, sim, dinheiro público; houve sim o pagamento regular de aliados; enfim, houve o mensalâo. E foi o maior escândalo como "nunca-antes-neste-paíz" já se tinha visto!
Armar uma quadrilha desse porte, envolvendo banqueiros, altos funcionários públicos, dirigentes de empresa, marqueteiros, vários partidos políticos e uma quantidade enorme de políticos da esfera federal, todos arriscando suas carreiras, suas empresas, suas reputações, não é obra para peixe pequeno. Só poderia ser idealizada e executada por alguém que, além de ter intimidade com o poder (ou ter nas mãos o próprio poder), pudesse avalizar e dar garantia de impunidade.
Portanto não é crível que um peixe miúdo como Delúbio Soares, sozinho, pudesse engendrar um plano criminoso tão complexo e com tantas pontas a amarrar como esse.
Pode ser que se condene, pode ser que não, mas um dia a história será contada com todas as letras e saberemos quais foram os mentores, os gênios por trás dos panos do mensalão.

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