domingo, 28 de julho de 2013

Dilma, a que foi presidenta, sem nunca ter sido

A presidenta Dilma acabou de renunciar. Ao admitir que Lula jamais deixou de ser o presidente a cumprir agora um ilegal e ilegítimo terceiro mandato, Dilma escancarou ao país a verdade nua e crua: ela cumpre apenas o papel que lhe foi designado, é uma testa-de-ferro e pronto. E está entronizada no Planalto apenas para ajudar Lula a "contornar" a lei.

Portanto, toda aquela balela de primeira mulher na presidência, etc., foi apenas uma brincadeira - de mal gosto, diga-se -  pois Lula jamais deixou o cargo. Aliás, para ele essa situação ficou até melhor, pois, livre da maçada do dia-a-dia da administração, pode dirigir como quis os cordões de sua marionete por trás dos bastidores, expondo-a a todos os riscos e evitando as críticas diretamente a si e, ao mesmo tempo, preservando-se para dar o bote posteriormente em 2014.

Plano bem articulado, que não contava porém com o imponderável da silva, como dizia Nelson Rodrigues. E o imponderável surgiu sob a forma da doença, da qual Lula diz que já se livrou, mas que os boatos insistem em dizer que não. Pouco importa porém. O fato é que agora ninguém pode negar que Dilma Vana Roussef jamais foi a presidente, ou presidenta como queira. É por isso que ela corre para o regaço de seu chefe e mentor todas as vezes que tem que enfrentar uma crise ou uma situação mais difícil. Dilma não tem autonomia para tomar decisões.
Vive-se no país uma situação esdrúxula. A presidência da República é ocupada por um fantoche (ou fantocha) e quem realmente  manda fica inimputável, uma vez que não tem a responsabilidade legal sobre suas próprias decisões.
Se fossemos um país sério, uma declaração como esta daria início imediatamente a um processo de impeachment. 
Imaginem, nos Estados Unidos, a Hillary sendo eleita presidente, depois de 2 anos, vir a público declarar que quem continua a exercer a presidência é o Barack Obama. Imaginaram?
Dá para pensar que no dia seguinte tanto a mídia quanto o Congresso e os cidadãos seguissem em frente como se nada tivesse acontecido?
Ainda falta muita caminhada para que possamos vir a ser uma República e para que a noção de cidadania seja parte integrante da nossa identidade.
Enquanto isso, ficam as figuras públicas fazendo esse triste papel, do qual só não se envergonham porque não tem vergonha na cara mesmo e porque não conseguem nem avaliar o ridículo a que se expõem.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

A seita de Dilma

Dilma não entende nada de religião. Apesar de ter estudado no Colégio Sion, deve ter cabulado as aulas para ficar arrumando o seu álbum de figurinhas de Karl Marx e Engels. Não entende nada de religião nenhuma.
OK, isso nada tem a ver com a sua atuação política, ou tem? É obvio que não tem nada a ver; ela pode crer em qualquer religião ou em nenhuma. O que não precisava era fingir, não deveria fingir. 
Isso pega mal. Isso reforça a imagem de que os políticos mentem o tempo todo. Jamais sabemos o que eles verdadeiramente pensam, ou querem, ou são.
Vivemos uma crise de representatividade. O povo se ressente de que aqueles que são eleitos para as funções públicas não os representam. Uma das principais causas dessa falta de representatividade deriva exatamente dessa questão. Quem é essa pessoa que foi conduzida a um cargo público? Que interesses, ou vontades, ela representa?
Por exemplo, suponhamos que Dilma fosse católica apostólica romana praticante. Poderia ela ser favorável ao aborto sem entrar em flagrante contradição com a sua fé? Quem votou nela, sabendo de sua opção religiosa, contaria com a hipótese de ela defender ou atacar a legislação referente a essa matéria?
Mas, não. Dilma não nos diz nada sobre sua fé ou a falta dela (ambos perfeitamente legítimos, repita-se) e, pior, só manda sinais contraditórios. Vai a Aparecida e se persigna do lado contrário. Consultada sobre sua devoção, diz que é  fã (leia-se, devota) de Nossa Senhora, "essa deusa" que simboliza a mulher! 
Tendo a resposta esmiuçada (por pura "sacanagem" da repórter, é claro!),  ainda esclarece que " não é devota de N.S.de Lourdes, ou de Fátima, ou Aparecida. Ela é devota de N.Senhora de Forma Geral".
Agora diante do Papa, volta a nos brindar com um show de malabarismo esotérico mentiroso. Como disse Reynaldo Rocha em excelente artigo publicado por Augusto Nunes(versão integral aqui) : Senti vergonha. Sempre sinto. Dilma confundiu fé com seita, e recepção a um líder religioso com palanque. Ela continua a ver-nos  como uma imensa massa que deve, antes de qualquer outro valor, venerar os bezerros (e novilhas) de ouro. Fez da doce figura de Francisco uma plataforma de ódio. De pedidos de votos. De vergonha."
Como presidente de uma nação plural, Dilma não tinha que se posicionar religiosamente naquele momento. Deveria apenas ter mantido o devido decoro com o cargo que ocupa e respeito à figura do Papa, sem pender para nenhum viés religioso. E muito menos fazer proselitismo para a sua seita política particular.
É isso que dá ter como consultor religioso o Sr. Gilberto de Carvalho.


quarta-feira, 24 de julho de 2013

Preconceitos de unhas afiadas

Agora que as atenções já se desviaram do caso Rosemary e os protestos de rua amainaram, o Desencarnado resolveu abrir de novo o "falador" e vem despejar mais dejetos nos nossos ouvidos com aquela voz de coruja empalhada e agourenta.
Mais uma vez ele ameaça! Vai colocar as unhas de fora novamente, como se algum dia, as tivesse recolhido. Em primeiro lugar confessa que a Dilma não é a Dilma. A Dilma é ele. Ela apenas empresta o corpo, quem atua é o esprítio obsessor que não se afasta dela nem a poder de exorcismo. Como disse: "Eu acho que a gente tem que dizer que a Dilma não é nada mais do que uma extensão da gente lá". Mais claro é impossível! Ouviram petralhas? Ouviu base aliada? Nem tentem se rebelar porque quem manda é ele!
Depois volta a bater na velha tecla de que todo mundo tem que concordar com ele e seu partido, senão ... é preconceito! Ou seja, não pode haver oposição no país, nem mesmo essa mínima oposição que se agacha de medo perante o PT. Quem for oposição à Dilma é preconceituoso!
Contra ela porque é mulher e contra ele porque ele é nordestino, ex-pobre, ex-operário, ex-sindicalista. Não importa se muitos dos que hoje o criticam (quando seu partido ainda é o todo-poderoso), o apoiavam quando ainda não tinha chegado ao poder. Ou seja, antes eles não eram preconceituosos, agora são. O inverso também vale. Sarney, Maluf, Renan e tropa antes eram preconceituosos. Depois que aderiam ao lulismo, ou melhor, depois que o lulismo aderiu a eles, deixaram de ser.
Como Lula não conhece a língua portuguesa, fica difícil explicar a ele que preconceito é um conceito formado ANTES, formado sem se conhecer o objeto. Depois que se conhece só pode ser conceito mesmo.
Eu mesmo tinha um preconceito sobre o Lula, tanto que votei nele. Pensava que ele e seu partido representariam uma mudança para melhor no país. Pensava que resgatariam a ética na política. Os fatos revelaram o quanto errado era o meu preconceito. E hoje o conceito que faço dele não dá nem para escrever aqui sem perder a elegância.

domingo, 21 de julho de 2013

Bode expiatório

A grande falácia orquestrada pelo governo Dilma e repetida à exaustão pelos militantes é que a solução para os problemas da saúde no Brasil está na mão dos médicos.
Quando os protestos bateram forte nos gastos exorbitantes com a Copa e o compararam com a situação dos hospitais, exigindo o padrão-Fifa para a saúde, a saída que o governo encontrou foi "concordar" com as ruas e procurar um "culpado". Esse culpado, obviamente, não é o próprio governo, nem essa classe política indigente que temos no país. Eles não são nunca culpados de nada. 
Sendo a questão da saúde um ponto sensível para o povo,  onde as ações e omissões dos governos ficam mais rapidamente expostas e dão manchetes na mídia,  foi nessa área que os marqueteiros aconselharam o governo a jogar suas cartas. 
Aí ficou fácil. Quando se fala em saúde, o símbolo arquetípico que imediatamente surge nas mentes é a figura do médico, aquele ser meio místico, poderoso, que detém um conhecimento iniciático, capaz de curar doenças, sanar as dores, ou até piorá-las,  salvar vidas, ou deixar que elas se percam. O médico, nas sociedades primitivas, equivale-se ao curandeiro, ao feiticeiro e ao sacerdote. É ele quem faz a comunicação com as forças espirituais da vida e da morte.
Aproveitando-se do fato de que esse arquétipo, mesmo que inconsciente, continua presente nas sociedades ditas modernas, se o tratamento da saúde das pessoas não está bom, a quem seria mais fácil atribuir a culpa?
Não se leva em consideração que ações de sáude pública são complexas, exigem investimento de curto, médio e longo prazo, exigem planejamento, mudanças de paradigmas e até mudanças culturais (lembremo-nos da guerra da vacina). Não se leva em conta que essas ações exigem um trabalho cordenado de governos em todos os níveis e que somente o Estado tem condições de leva isso a cabo. 
Mas, não. Fica muito fácil eleger a figura de branco como o responsável pelo estado de calamidade que se encontra a saúde no país, apesar de até recentemente o Lula ter dito que a saúde no Brasil estava próxima da perfeição
Todo mundo sabe que faltam médicos no país, porque, dependendo de qual seja o nosso ideal de atendimento realmente faltam. Na Alemanha o padrão é de 3,3 médicos por mil habitantes, nos EUA é 2,4, no Japão é de 2,0. No Brasil, atualmente, é 1,9. Não estamos tão longe assim.
Todos sabemos que a presença dos médicos está concentrada nos grandes centros urbanos do Sudeste. Não só de médicos, mas também de profissionais de qualquer outra área. A pergunta que cabe aqui é: por quê ocorre esse fenômeno? Por que os profissionais de nível superior de qualquer área não migram para os grotões e preferem se concentrar nas grandes cidades?
A resposta que vale patra os médicos, vale também para os enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos, fisioterapeutas, advogados, contadores, economistas, professores, engenheiros, etc., etc.
O que não se diz, o que se omite por má-fé,  é que a causa principal da ausência de assistência à saúde na maior parte dos grotões brasileiros se deve à incúria do próprio Estado, quer no nível federal, estadual e municipal.

Os médicos contratados pelas prefeituras, pelos "maravilhosos salários" que apregoam, são diuturnamente desrespeitados, não tem vínculo empregatício, não tem direito a FGTS, seus contratos são burlados, recebem pagamentos com atraso ou às vezes nem os recebem. Os postos de saúde capengam sem recursos, estão inflados de parentes e correligionários dos políticos locais, que são os que mandam no posto.
Não há possibilidade de fazer um simples raio-x, um examo de laboratório demora semanas. E mesmo que o médico esteja presente, mesmo que consiga diagnosticar só com o exame clínico, colocando até a sua reputação em risco, como tratar o paciente sem a mínima infra-estrutura?

E não se precisa ir aos grotões da amazõnia ou do nordeste para ver isso. Em qualquer estado do sudeste, basta entrar nos hospitais públicos que se vê o aglomerado de pessoas sendo atendidas em macas nos corredores. 

Isso já foi dito à exaustão. Não é necessário repetir. Mas o governo insiste que a solução está na mão dos médicos e coloca a sociedade contra toda a classe ao divulgar meias-verdades. Isso é terrorismo. Isso é vandalismo. A sociedade tem que repelir mais essa mentira porque somente quando a verdade ficar escancarada cruamente é que teremos dado o passo inicial em direção à solução dos nossos problemas. 


quarta-feira, 17 de julho de 2013

Lula ensina aos gringos

Lula trocou os discursos inflamados da carroceria do caminhão pela tribuna do "The New York Times". Aliás, trocou não. Ele agora "escreve" no maior jornal da terra do Tio Sam sem descer dos caminhões. Não deixa de ser surreal. 
Diante do maior fenômeno de manifestação política no Brasil, o sindicalista, que sempre pegou carona ou liderou todos os protestos desde o fim da ditadura militar, não teve nada a dizer ao seu povo, ao povo do qual ele foi presidente até recentemente (e ainda continua através de sua gerenta), ao povo que lhe deu uma popularidade histórica mesmo no final de mandato. Pois a esse povo ele não teve nada a dizer e foi se esconder na África.
Mas tem a dizer aos americanos e aos demais louros de olhos azuis responsáveis, segundo ele, pela crise que o mundo vem atravessando. Professoralmente, Lula revela ao mundo que a causa das crises políticas em toda parte é porque "a sociedade entrou na era digital e a política permaneceu analógica". 
Lula poderia ter sido um pouco mais magnânimo com a inteligência dos seus leitores, daquém e dalém mar, e explicado melhor, por exemplo, o que seria uma política digital..! Não seria o caso, pelo que se sabe, de os deputados, senadores, ministros de Estado, assessores, secretárias, chefes de gabinete, passarem a usar tablets, smartphones, notebooks, etc. Todos usam esses "gadgets" e mais alguma coisa. Seria então o caso de ensinar-lhes a usar planilhas de excell e powerpoint para fazerem as suas apresentações nas campanhas eleitorais e nas discussões dentro do Parlamento, não para votarem o que o povo quer, mas para convencer o povo a querer o que eles querem votar. Nesse caso, Dilma terá perdido uma bela chance de dar o grande salto digital da sua política, quando quis nos convencer a aceitarmos uma Constituinte, um plebiscito e a importação de médicos meia-boca, como a solução milagrosa para um problema imenso de incompetência, negligência, incúria, prevaricação, roubalheira e má-fé. Tivesse ela migrado para a tal "politica digital" não ficaria falando sozinha, segundo se pode deduzir do texto do "genial articulista" do The New York Times.
Outro ensinamento que se colhe da aula-magna lulista é que o PT precisa se renovar. Verdade? Será que ainda dá tempo? Lula deve saber, pois é o dono do partido desde que o partido existe e nada fez até agora para que esse partido se renovasse, abandonasse as práticas de corrupção, as alianças espúrias e voltasse a ser aquilo que fingia ou pretendia ser há 20 anos. Lula teve essa chance em 2005, quando disse ter sido traído e que não sabia de nada. Naquele momento, ele teria no mínimo o crédito do benefício da dúvida. Mas o que fez de lá para cá? Confabulou contra o Supremo, tentou aliciar pelo menos um dos ministros que o denunciou de público, negou fatos, escondeu-se e calou-se todas as vezes em que sua palavra poderia ter sido esclarecedora.
Algum dia, a tolerância da mídia e do povo iam se acabar, como parece que agora acabaram. A Lula, só resta falar para os gringos.




segunda-feira, 15 de julho de 2013

Mentira no "estado da arte"

Não são os únicos a fazê-lo, mas o marxismo-estalinismo elevou à condição de arte a capacidade de reescrever a história e manipular o passado. Mudam os fatos e as fotos a seu bel prazer, fazendo com que a mentira oficial se enquadre dentro da moldura fictícia que querem impingir aos povos guiados (ou teleguiados, como se dizia na época da guerra fria).
Como os "fatos" que nos apresentam não encontram suporte firme na realidade, uma mentira tem que se escorar na outra para que não desabe tudo como um castelo de cartas.
É por isso que fica tão difícil fazer um trabalho fiel de reconstituição histórica onde imperou o marxismo. Sabe -se que tudo é possível e quase nada é verdade. Quem matou Trotski? Por quê? Como? Não faltam suposições. Stálin já estava morto há quantos dias quando a notícia foi levada a público? terá sido assassinado, submetido à eutanásia, ou morreu de morte natural? Qual foi a produção de alimentos na Uniâo Soviética durante os anos 30 e 40? Quantos ucranianos afinal morreram de fome para gerar superavit de comida para o exército vermelho? Ninguém sabe, ninguém viu. Os historiadores terão que deduzir tudo por outros camnhos, por comparações e analogias.
Outra característica dos marxistas é que eles são bons alunos. Aprendem a não questionar o que lhes vem de cima, a aceitar tudo que sai da boca e da mente do "mestre" como verdade absoluta, dogma intocável, decisão infalível. Com mestres desse quilate e alunos com essa pré-disposição teremos o sistema educacional "perfeito". Perfeito para a lavagem cerebral.
Esse sistema "educacional" está sendo implantado aqui nos assentamentos e acampamentos do MST. Vários desses alunos são mandados a Cuba para fazer os seus estudos de grau superior.  Entre esses, encontram-se os brasileiros vivendo e "estudando" medicina na ilha às custas do governo brasileiro, às custas dos importos que eu, você e os demais cidadãos pagamos. Mas como são selecionados esses "estudantes"? Bem, os critérios não são muito claros, dependem das bençãos dos dirigentes tanto do MST quanto do PT, que afinal são os que decidem quem vai e quem fica. Já podemos imaginar os critérios de seleção, não?
Alguém pode argumentar: mas todos os alunos das universidades federais e estaduais tem os estudos bancados com dinheiro público. Há porém algumas diferenças fundamentais. O sistema de seleção para as universidades brasileiras ainda é baseado no mérito e no desempenho  escolar. Pode ser que a vontade do PT seja mudar isso também, como já está tentando fazê-lo com a imposição do sistema de cotas "raciais e sociais". Mas ainda vivemos sob um regime em que o mérito é o fator oficial principal da seleção. Não é o caso dos beneficiados do MST que vão para Cuba.
O que o governo quer desses futuros "médicos" é a capacidade de fazer proselitismo político. Quer formar cabos eleitorais e disseminá-los por todos os rincões, por todas as grotas, para se apoderar das mentes e da vontade política do nosso povo mais simples.
Afinal, quem não irá procurar o médico do seu grotão no caso de qualquer doença ou afecção que o acometa? E esse "médico" conhecedor da vida, da intimidade e das escolhas políticas do seu paciente, receptor de sua confiança,  terá mais ou menos vontade de ajudar e meios para solucionar o problema, mandando, se for o caso, o paciente para centros maiores onde, outros colegas o atenderão melhor, se isso for de interesse político.
Tudo isso é ótimo do ponto de vista isolado de um paciente, cujo tio ou irmão seja um chefete político aliado do PT, e que terá conseguido uma carona em avião da FAB para ser atendido em um hospital de S.Luís ou de Belém. Repito, tudo isso é ótimo do ponto de vista pessoal, mas será justo e correto do ponto de vista humano e do ponto de vista ético? A compra de um melhor tratamento (que é direito de todos) em troca de  votos no PT e em seus indicados é um retrocesso aos piores tempos da República Velha. Configura-se um mensalão muitas vezes pior do que esse que vimos ser julgado há pouco. É um golpe fatal à democracia representativa, cujos erros criticamos, mas cuja existência não queremos ver substituída por ditadura de espécie alguma. O PT não é imediatista, o PT sabe esperar pela hora mais oportuna para o golpe. Mas o PT também não fica parado, vai sempre trabalhando para implantar seu projeto político escabroso, aliando-se a quem quer que seja, apertando todas as mãos e dando e recebendo todos os beijos e abraços, além de cheques é claro, que ninguém é de ferro!

domingo, 14 de julho de 2013

Medicina meia-boca

Embora as pessoas pensem o contrário, os médicos são uma classe desunida! Cada um, no seu corre-corre diuturno, não tem tempo, nem disposição para se organizar, discutir os problemas da profissão e procurar encaminhar soluções. O médico é um solitário que não sabe fazer outra coisa que não seja cuidar dos outros, buscar a saúde dos seus pacientes a despeito do sacrifício da própria, e lutar pela vida, a luta mais inglória, pois ao fim e ao cabo seremos todos derrotados.
Quem é leigo, não se espante, isso não é uma racionalização romântica, isso é a mais pura verdade na grande maioria dos casos. Há médicos ruins, sim, como em toda classe, que desprezam a ética, que só pensam no enriquecimento pessoal, mas isso não é a regra. Ao contrário, é a exceção das exceções. Quase ninguém procura uma profissão na área de saúde, se já não for um humanista, se já não estiver disposto a sacrificar boa parte de sua vida pessoal, se já não sentir o apelo do coração. 
Se fosse pelo dinheiro, há profissões muito melhores para se ficar rico, sem os enormes sacrifícios exigidos pela medicina. Qualquer boçal que se disponha a ir a um "big brother" da vida, vai ganhar em uma temporada o que um médico não ganha em 10 anos de profissão. E quem é admitido em uma faculdade de Medicina, com certeza seria admitido em qualquer outra faculdade se quisesse. Por quê, então,  optar pela medicina? Os meus amigos médicos talvez não tenham resposta para essa pergunta. Não sabem porque fizeram essa opção. Só sabem que não poderiam ter optado por outra coisa.
Eu tenho a resposta para eles: optaram pela medicina, meus caros, porque não foram vocês que a escolheram como profissão, foi ela que os escolheu. Vocês não tiveram opção e por isso trilham esse caminho onde se deparam com a dor, cara a cara, todos os dias, quase sem receber reconhecimento pelo que fazem e que, depois de doze ou quatorze horas de trabalho estafante, extenuante e cheio de estresse, estarão lá, no dia seguinte estendendo mais uma vez a mão e dando alívio a um outro ser humano que sofre.
Não quero ser piegas, mas o que retrato acima é a mais pura verdade. E os médicos não estão querendo reconhecimento não, querem apenas que os deixem trabalhar em paz. Por isso é revoltante ver como esse governo mentiroso e enganador, escolheu a classe dos médicos para descarregar nela a frustração do povo. O médico passou a  ser o vilão e o culpado pelo fracasso do sistema de saúde socialista do PT. Está na hora de a classe médica perceber que se ficar confinada aos consultórios e hospitais, se deixar de vir a público expor a verdade do seu dia-a-dia e  de exigir politicamente a melhoria das suas condições de trabalho, essa classe vai perder o pouco de dignidade que ainda lhe resta. E o povo perderá pouco a pouco os bons profissionais da saúde, por desilusão e cansaço.
O governo já está "fazendo a sua parte" querendo nivelar por baixo. Querem admitir médicos meia-boca, para cuidar de uma população que eles consideram obviamente também meia-boca. Médicos de segunda classe para cidadãos de segunda classe.

E o povo é preciso que pense: cuidar da saúde é um dever e um direito fundamental, mas quem tem que provê-lo não é o médico, é o Estado.
E os planos de saúde podem ser até um paliativo, mas não são a solução a longo prazo. É preciso mudar a nossa cultura. Alguém, que está disposto a pagar 400 reais num salão de beleza, dá pinote se tiver que pagar 250 reais numa consulta médica?
Isso é uma total inversão de valores. Assim, não iremos muito longe como nação.














quinta-feira, 11 de julho de 2013

Vamos brincar de cabra-cega

Que vergonha de governicho! O que torna o governo da Dilma o pior de todos da República é que ela sequer se dá conta da péssima qualidade de sua gestão. Toda crítíca que recebe, credita à oposição que "quer derrubá-la". Assumiu a tese do golpismo. A diferença entre ela e seu mentor é que ele, ao menos, quando fala em golpismo, sabe que isso é uma balela, mas ela a usa para tergiversar.
Dilma, quando diz que as críticas são criações da oposição "anti-democrática que quer derrubá-la", parece acreditar nisso. Consequentemente não é capaz de analisá-las, ver qual é o fundo de verdade embutido nelas e procurar uma correção de rumo. Não. Escolhe um ou dois seguidores "leais" (nos quais acredita cegamente) para lhe dar conselhos, abaixa a cabeça e segue desembestada, fazendo aqui, desfazendo ali, sem qualquer preocupação com uma linha diretriz, um plano, um raciocínio de causa e efeito. O objetivo é um e um só, reeleger-se em 2014. Nada mais importa.
Eu estaria pouco me lixando para esses erros políticos se esses mesmos erros não estivessem compromentendo o nosso presente e o nosso futuro. Aí não dá! Como consequência desse destrambelhamento teremos mais uma década perdida. Perdemos a década de 80 por causa da hiperinflação, agora vamos perder mais uma, por causa do autoritarismo burro da presidenta.
Ela adora tirar soluções mágicas da cartola, sem consultar ninguém, nem mesmo os seus aliados mais próximos. E quer, porque quer, impô-las ao Congresso e à sociedade.
Custava ter chamado as associações de classe, as entidades que representam os setores da Saúde, para propor-lhes a confecção de um plano de recuperação da saúde pública no Brasil? Preferiu editar uma medida provisória (como isso fosse necessário) para não discutir nada com ninguém. É aceitar ou largar! Isso é tudo que ela conhece de negociação? Um problema complexo dessa natureza, envolvendo várias camadas profissionais, inclusive da Educação pois mexe no currículo escolar, envolvendo a definição de políticas públicas de longo prazo, dinheiro público em investimentos a fundo perdido, logística, equipamentos, o posicionamento da indústria farmacêutica, etc., ela quer resolvido com um decreto, de cima para baixo. 
Assim também foi com sua proposta de reforma política por meio de uma Constituinte, que virou plebiscito, que virou poeira. Deu com os burros n'água porque não conversou com mais ninguém a não ser com o seu marqueteiro João Santana, o ministro-que-se-esconde-debaixo-de-sua-saia-para-não-ser-indiciado, Fernando Pimentel e o queridinho do momento, Aloísio Mercadante. Se o objetivo é não fazer nada mesmo e jogar o problema no colo do Congresso, até que ela está agindo certo. O mal disso tudo é que o custo das brincadeiras inconsequentes, como sempre, cairá nas nossas costas.

sábado, 6 de julho de 2013

Barba e bigode

Guerrilheiras, todo mundo sabe, adoram uma barba e um bigode. 
Deve ser - como direi? - coisa de infância, complexo de Édipo mal resolvido, pai ausente, sei lá, Freud explica. Depois de vivenciarem a carência pela ausência/indiferença do amor paterno passam a buscá-lo em outro objeto, projetando a figura do pai no barbudo mais próximo. Ainda mais se esse barbudo também empunhar um trabuco fumegante, símbolo da luta armada. Freud mais uma vez explica.
Continuando na linha psicanalítica, desde Freud sabe-se que as nossas decisões nem sempre são racionais. Na  maioria das vezes são ditadas principalmente pelo emocional e por outras razões que permanecem inconscientes.
Isso vale para o comum dos mortais e obviamente também para os que exercem qualquer tipo de liderança.
As guerrilheiras não ficam isentas disso. Isso talvez explique a preferência de nossa suprema mandatária pelos tipos que personificam o mito do barbudo revolucionário. O Molusco, seu criador e tutor, já fez o tipo completo: barba e bigode, mas atualmente a barba deixou de lhe aformosear o rosto. Parece também que o criador se cansou um pouco da criatura, ou chegou a hora de descartá-la para seguir adiante com seu projeto pessoal.
Mas, guerrilheira que é, não perde a pose. Arranjou logo um substituto. Se não usa uma barba desgrenhada, em compensação exibe os fartos bigodes que já encantaram a tantas gerações de moçoilas da USP.
O tempo é implacável, mas os bigodes continuam imutáveis, assim como as idéias bolorentas que se recusam a evoluir. Aloísio Mercadante é agora o mentor, o muso, o inspirador da política de governo.
No entanto, seu sopro até agora não mostrou muita eficácia política: a Constituinte, que não houve, e o plebiscito, que não haverá, estão lhe sendo creditados como idéias (não muito boas) que teria insuflado na presidenta.
Mas o país já se cansou de barbas e bigodes. Estamos querendo é caras limpas e transparentes nas funções públicas.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Não é para principiantes

Há pelo menos uma pessoa dentro do palácio do Planalto que deve estar achando tudo isso muito bom. É o espião do Lula, o Sr. Gilberto Carvalho. Algumas coincidências deixam essa hipótese no ar.
No final do ano passado ele declarou que em 2013 o bicho ia pegar. O que ele quis dizer com isso? Tinha bola de cristal? Alguma coisa estava planejando, por certo.
Lula, que andava muito serelepe, como pré-candidato a 2014, foi silenciado por Dilma com a investigação sobre a Rosemary Póvoa. Ficou quieto, não deu um pio sobre o assunto e parou de se lançar na mídia, mas...desistiu? Duvido.
Como disse a Marta Suplício: Lula é um deus. E eu digo, se Lula é deus, Gilberto Carvalho é o seu profeta.
Bem, agora esse movimento generalizado de protesto não deixa de  ser interessante para os lulistas. Eles, que pensam que nada cola em Lula, vão com certeza descartar a Dilma como candidata à reeleição para voltar com o eterno salvador da pátria do PT como candidato. Exatamente o que ele queria quando escolheu o poste para a sua sucessão.
Por outro lado, o Sr. Rui Falcão, presidente do PT, outro pau-mandado de Lula, estimulava os militantes a participarem do  movimento, a tal "onda vermelha". Dá para entender? Os militantes do PT foram conclamados a fazer parte de um movimento de protesto contra o governo do PT? Isso só faz sentido dentro do contexto em que a perda de popularidade da Dilma interessa, sim e bastante, ao Molusco.
O que se pode deduzir é que Dilma está perdida no mato sem cachorro. Está cercada de traidores por todos os lados e monitorada por eles o tempo todo. Ela até que tentou espernear e sacudir o Lula do seu cangote, mas o dito-cujo é uma raposa muito velha e, do mesmo modo que não desencarna da presidência, também não vai largar o cangote da Dilma até vê-la exaurida e sem capacidade de resistência.
Até o presente momento está ganhando a parada.
Marinheira de primeira viagem na política, Dilma, antes de ter aceito fazer o papel de primeiro poste eleito no país, deveria ter considerado que o Brasil não é para principiantes.




terça-feira, 2 de julho de 2013

O PT conversa consigo mesmo

É impressionante como o petismo é uma religião que se recusa a largar os dogmas. Depois de toda essa manisfestação nas ruas, em que os partidos foram solenemente evitados, principiando pelo PT, e até mesmo sob pancada,  a presidenta resolve "ouvir o povo" e convida para reunir-se com ela... o PT e seus vários "movimentos sociais".
Estiveram com ela, a convite: o Conselho Nacional de Juventude, MST, CUT, União da Juventude Socialista, Juventude do PT, UNE, Marcha das Vadias, entre outros.
Todas essas organizações, ou são órgãos do Estado, ou são patrocinadas pelo Estado. Quando se diz Estado, leia-se PT, pois é isso que ele é hoje. Apropriou-se do Estado brasileiro de tal maneira que já está ficando difícil distinguir uma coisa da outra. E... querem mais.
Além da Dilma, quem estava presente? O Sr. Gilberto Carvalho, é claro, e o primeiro-ministro, oops, ministro da Educação, Aloisio Mercadante. Todos com os ouvidos bem abertos para "ouvir o povo".
Enquanto isso, o resto (isso é, nós!) continua a enfrentar os mesmos problemas de sempre. A correr dos bandidos, a submeter-se aos traficantes, a ser achacado pela polícia, a se desvencilhar das armadilhas urbanas, a enfrentar os coletivos superlotados, a engarrafar-se no trânsito caótico, a enfrentar estradas esburacadas, mal sinalizadas e mortíferas, a ter que pagar uma exorbitância de mensalidade escolar para que nossos filhos tenham um mínimo de formação, a depender da ajuda dos parentes depois da aposentadoria, a esperar nos corredores dos hospitais públicos por um atendimento decente que não virá, ou ter que se submeter às regras leoninas e valores também exorbitantes dos planos de saúde.
Enquanto isso, bem ao nosso lado, os políticos continuam com suas aposentadorias especiais, sinecuras, carros com motorista, apartamentos funcionais, viagens, mordomias, tudo pago por nós, os babacas. Não satisfeitos com isso, ainda precisam meter a mão, para roubar, em todos os contratos que se fazem nesse país com o Estado.
E a presidenta então, depois de fugir com medinho do povo no jogo final da Copa, chama os seus correligionárioss para dizer que está ouvindo o povo! Francamente! Para uma ex-guerilheira, a presidenta está dando é um vexame!

PS- E que não nos venha com essa de botar essas subvencionadas organizações na rua para se contrapor à voz do povo, não, porque isso será uma temeridade e um incitamento ao confronto.

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