domingo, 29 de setembro de 2013

Relativismos

Já que a moda na Academia é relativizar, relativizemos; tomemos um mote:"até que a ditadura militar não foi tão ruim assim!" 
O país cresceu, modernizou-se, a infraestrutura de telecomunicações, rodoviária e aeroportuária foi implantada (depois deixaram ir tudo por brejo, mas aí é outra história). As estatais eram grandes empresas que comandavam a economia. A Vale e a Petrobrás eram orgulhos do país. É verdade que havia censura à imprensa (mas só das notícias ruins), sindicatos eram manietados, os inimigos políticos perseguidos, mas isso tudo era um preço que se pagava ela estabilidade social e política. As eleições também eram  indiretas, mas todos sabemos, pela amostra do Congresso atual, que o povo não sabe votar. E havia até oposição! Em 78 a oposição ganhou de lambuja nos candidatos do governo em todos os Estados.
Ah, a questão da tortura é um caso imperdoável, mas a ditadura militar nunca apoiou a tortura e até um general de exército foi exonerado por causa disso.

Certo? Errado! Não mudei de ideia, não estou, nem estarei, defendendo o regime militar. Escrevi isso acima para mostrar o que é o raciocínio relativizador. A que absurdos pode nos levar. Pois é isso o que fazem os nossos acadêmicos!
Quando graduandos, pós-graduandos, pós-pós-graduandos e professores adotam uma falsa neutralidade, uma falsa isenção, sem deixar explícitas suas preferências ideológicas pessoais; quando, enfim, relativizam os erros e os absurdos que o petismo está fazendo contra a nação brasileira, apresentando argumentos a favor desse descalabro sob o manto de sua "autoridade" e de sua formação profissional, estão cometendo uma desonestidade intelectual contra os demais concidadãos. 
Esses cidadãos, que não contam com a mesma bagagem de conhecimento e não tem o necessário treinamento mental, podem ser levados a crer que os argumentos professorais com que esses "intelequituais" promovem a sua ideologia, seriam argumentos científicos e históricos, quando na verdade não passam de um modismo esquerdista europeu que vicejou principalmente no ambiente universitário parisiense na segunda metade do século XX.
Esse "pensamento" derivou de uma consciência culpada perante as ex-colônias européias e foi um modo que essa academia encontrou de poder continuar comendo seus queijos e bebendo seus vinhos com a consciência pacificada, enquanto vociferavam a favor de um socialismo que destroçava seus semelhantes logo ali ao lado.
Nós, daqui do terceiro mundo, que vivíamos sob uma ditadura, só pudemos nos dar ao luxo de ler esses autores e discutí-los no ambiente universitário vinte anos depois, quando a própria Europa já se desfazia do socialismo real.

Os nossos acadêmicos tupiniquins podem até se converter a esse socialismo tardio, se quiserem, o que acho que eles não tem o direito de fazer é retirar qualquer possibilidade de crítica a essa posição, em primeiro lugar não explicitando sua posição política pessoal, em segundo apresentando-a a seus alunos como matéria de consenso da intelectualidade, o que está longe de ser verdade, e em terceiro, criando no ambiente universitário uma patrulha ideológica que reprime toda e qualquer manifestação em contrário. Ou alguém pensa que sairia impune de um debate com a Marilena Chauí (aquela que odeia a classe média) se discordasse dela, ou apresentasse argumentos "direitistas".

Seria realmente muito mais ético se esses "mestres" abrissem o jogo e explicitassem a seus alunos qual é sua opção política partidária. Ficaria claro que em muitos casos eles estarão apenas traduzindo uma opinião pessoal e não um consenso acadêmico. Mas acabaria então o efeito da propaganda.

Em outras palavras, cada um tem o direito de ter a opinião política que quiser. 
O que não se pode, e não se deveria fazer, é injetar essa opinião em teses acadêmicas sem que fique claro aos leitores a motivação do autor. Por isso, o raciocínio relativista a respeito da ditadura militar. Em teoria todo em qualquer assunto pode ser relativizado.

O que não pode nunca ser relativizado é o desrespeito à ética.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

I will spy

Eu espiono, tu espionas, ele espiona, nós espionamos, vós espionais, eles espionam. Nos espionam! Verificam nossos e-mails! nossas conversas mesmo criptografadas! Cadê a Abin que não toma providências? General José Elito! 

Depois de dar o chilique terceiro-mundista na ONU (agora é que o Brasil não leva mesmo o assento no Conselho de Segurança) proferindo um discurso eleitoreiro como se estivesse em cima de um caminhão na porta de uma fábrica do ABC, a nossa presidAnta sai fazendo de conta que deixou os poderosos do planeta a tremer de medo e que convenceu todo mundo a concordar com sua proposta escalafobética de criar um marco regulatório (êta, conceito desgastado) internacional para a internet. 
Então tá então! O Putin vai deixar de espionar a Europa e os Estados Unidos, os países europeus vão deixar de espionar uns aos outros, a Rússia e o Oriente Médio. Os Estados Unidos vão deixar de espionar todo mundo. O Irã jura que não vai mais nem tentar espionar Israel e vice-versa. Até a Cristina Kirchner vai abrir mão de seus arapongas portenhos e dormir tranquila com Itaipu logo ali ao norte.

Será que a Dilma e seus assessores nunca viram nem filme de 007? Ou são perfeitos idiotas, ou então são inteligentíssimos e tem um plano mirabolante que vai pegar todo mundo de surpresa! Quanto amadorismo! 
E o Itamaraty, cuja história já foi tão elegante e inteligente,  tendo que aceitar fazer um papel ridículo desses! Pior só o Lula achando que poderia intermediar um acordo de paz no Oriente Médio!

Eu espionarei. Tu espionarás. Ele espionará... Se a Dilma não sabe conjugar o verbo, vanos ensiná-la. Quem sabe fica melhor em inglês: I will spy, you will spy, he, she, it will spy...

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Ressaca de um país sem lei

Ainda não saí da ressaca moral decorrente do julgamento do Mensalão. Estou bastante pessimista. Sei que nada vai mudar no meu país. A nossa história anda em círculos e não sai do lugar. Parece que estamos condenados a um inferno dantesco em que somos forçados a repetir os mesmos erros indefinidamente. Não aprendemos, nem com o passado, nem com a experiência de outros povos. E lá se vão quinhentos anos!
Desde que a primeira caravela aqui aportou estamos fazendo as mesmas coisas, repetindo as mesmas mazelas, estratagemas de burlar a lei, compadrio, privatização do Estado. 
No Brasil-colônia jogavam-se os excrementos na rua, mas ainda hoje se vê muita gente, nas grandes cidades,  jogando o lixo pela janela dos carros sem o menor constrangimento. Joga-se lixo, restos de comida, latas de bebidas, garrafas, papel, cigarro, etc. Tudo o que naquele momento não interessa ao cidadão motorizado sai pela janela desse mesmo cidadão que, após estacionar o carro, vai, a pé, passar por monturos fedorentos de lixos atirados por outros concidadãos, tão ou mais mal-educados do que ele.
As filas são feitas para serem furadas, claro! E reparem a cara de quem fura. Faz uma cara fechada, enraivecida, de quem está recuperando um direito perdido, ou então uma cara displicente e tranquila porque conta com a hipótese, bastante provável, que ninguém irá reclamar.
Há também os que ficam à espreita das oportunidades de levar vantagem e se acham inteligentes, espertos, malandros.
Em um clube, ou hotel, na piscina, não se pode afastar um minuto e deixar os objetos desassitidos, senão será roubado, não importa o nível social do clube ou quantas estrelas tenha o hotel. O roubo não é por necessidade, é por hábito!
Infelizmente estou concluindo que somos um país que deu errado. Há aqueles que dão certo e os que dão errado. Fazer o quê? Tudo aqui, todo o arcabouço institucional foi construído sobre a mesma premissa, a que oferece mil portas de escape para os fora-da-lei. É por isso que vimos o poder judiciário, por conta de um legalismo castrador, tomar uma decisão que vai protelar para as calendas gregas o término desse julgamento, uma decisão que na prática cancela a justiça. Pois o fato que não se pode contestar é que se não há punição para quem descumpre a lei, não há lei.  Um aforismo que os amantes do juridiquês adoram repetir é: "Nulla poena, sine lege", que quer dizer "Não há pena, sem lei [que a comine]". Esse mesmo ditado pode ser lido ao inverso: "Nulla lege, sine poena"...Se não há punição, não há lei. 
Estamos conversados.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Para quê servem os juízes?

Em um mundo ideal, teórico, uma sociedade criaria as regras de convivência, as leis, que, uma vez aprovadas por consenso da maioria, seriam obervadas por todos indistintamente. Equivale a dizer que não haveriam crimes, nem criminosos. 
Não é o que ocorre no mundo real, todos sabemos. No mundo real, para que as leis sejam obervadas, isto é, tenham eficácia, é preciso que haja punição para quem não as observe. Simples assim!
Voltando ao mundo ideal, existindo as leis e existindo a punição para quem não as respeite, ainda assim a aplicabilidade dessas leis seria automática. Uma vez definido o que pode e o que não pode ser feito, bastaria haver a transgressão que a punição já estaria prévia e automaticamente estabelecida.
No mundo real, mais uma vez, não é assim. É preciso, primeiro, que se identifique com provas quem transgrediu a lei. Depois como foi dada a transgressão, quais seriam os atenuantes e/ou os agravantes circunstanciais que dariam causa ao aumento ou diminuição da pena. 
Ainda assim, não necessitaríamos, teoricamente, de juízes, pois um simples algoritmo, um programa de computador, uma vez, digitados os dados do culpado e das transgressões, esse software calcularia  a pena, com muito mais eficiência e rapidez que os nossos grandes ministros togados.
Na verdade, precisamos de juízes porque nem a lei, nem os que policiam o seu cumprimento, nem os que a transgridem, são autômatos. Há muito mais a ser visto e analisado. A lei precisa de um intérprete!
Um software, pelo menos nas condições atuais de desenvolvimento da informática, não teria a capacidade de absorver ou reproduzir as nuances psicológicas de um juiz humano ao analisar cada caso. Em outras palavras, é preciso introduzir no processo uma margem de imponderabilidade, de erro mesmo. Não fosse assim, um software daria conta do recado.
No mundo digitalizado, a pergunta que cabe, observando o que fazem os juízes na vida real, é: ainda precisamos deles? Se um drone voa sozinho e pode até tomar decisões de disparar ou não um míssel contra populações indefesas, por que num assento de tribunal temos que ter um ser humano, sujeito as todas as falhas de projeto que um ser humano tem?
Essa pergunta me vem à mente ao observar o voto de ontem do ministro Celso de Mello. O que ele fez foi imitar um drone. Ele simplesmente observou a tecnicalidade da lei e a aplicou, sem se importar com o caso em si, com as consequências para a nação, sem se importar com a opinião pública, como ele mesmo disse. Julgou conforme a letra da lei, cuja letra de "per se" é bastante questionável (cairam ou não cairam os embargos infringentes?). Se o ministro o fez porque assim estava escrito segundo seu entendimento, se não exerceu a prerrogativa maior do juiz que é interpretar, pergunto eu: para quê precisamos de juízes? Passemos logo o tribunal aos drones. Fica mais barato!

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Bye, bye, Brasil

Acabou! O ministro Celso de Mello acabou de enterrar na mais profunda lama o Supremo Tribunal Federal e as nossas esperanças de uma nação melhor. Agora nada mais segura essa gente. Já dominam a suprema corte do país e vão fazer o que quiserem. Logo, logo, seremos uma outra Venezuela. Vamos passar por mais um período negro da nossa história.
Delúbio Soares disse que um dia essa história seria contada como piada de salão. Vejam a que ponto chegamos: Delúbio é o nosso profeta! Bye, bye, Brasil.

domingo, 15 de setembro de 2013

O buraco da fechadura é mais embaixo.

Dilma está de mal com Obama. Fez beicinho, bateu o pé e agora vai cancelar a visita aos States. Bem feito, Obama, quem mandou espionar os emails dela! Agora ela não brinca mais.

Até parece que a novata não sabia que na política internacional a espionagem é uma ferramenta de trabalho. Aliás, espionar é uma das atividades humanas mais praticadas desde que se inventou o buraco da fechadura.
Todo mundo espiona todo mundo. Só a Dilma, novata que é, repito, no mundo da grande política, pensava estar imune a isso. Ou fingia pensar.
O que não se entende é o grau exagerado de indignação. Uma nota diplomática de repúdio bastaria para encerrar o assunto, não? Será preciso transformar esse fato num caso de Estado, a ponto de cancelar a visita presidencial? Quando o governo Evo Morales mandou inspecionar o avião onde estava o chanceler brasileiro não se viu um pio nem da presidenta, nem do Itamaraty e isso parece ser um problema muito mais grave que a tal espionagem da NSA pela internet, que acontece todos os dias, no mundo inteiro e todos sabem disso.
Além de ser uma criação de caso desproporcional, essa atitude não levará a efeito prático algum, pois os Estados Unidos e outros países vão continuar a fazer o que sempre fizeram.  O buraco dessa fechadura é muito mais em baixo do que pensa esse governo calouro do Brasil.
O efeito prático que poderá ter o cancelamento da visita é até contrário aos nossos interesses, ou alguém, em sã consciência pensa que romper relações com os Estados Unidos é bom para o Brasil?
O que se vê nesse triste governo Dilma é que a cada passo, caímos mais no terceiro-mundismo ressentido e com complexo de vira-latas. Quem muito tem que reafirmar sua autonomia e soberania é porque no fundo, no fundo, não acredita nelas. Quando é que o Brasil vai crescer?

sábado, 14 de setembro de 2013

Que responsabilidade!

Marco Aurélio, um filósofo estóico, virtuoso, ético,  é considerado um dos melhores imperadores que Roma já teve. Ontem o ministro Marco Aurélio também foi brilhante. Talvez nos seus 34 anos de judicatura não lhe tenha sido dado um momento histórico mais relevante que aquele. No final de seu voto, que não levou por escrito e que sustentou oralmente sem nem consultar seu computador, fechou-o com chave de ouro ao dizer que "o Supremo cresceu em um momento de descrédito das instituições e está agora também a um passo, a um voto, do descrédito. Que responsabilidade, hein, ministro Celso de Mello! "
Não foi preciso dizer mais nada. Com essa frase, o nosso Marco Aurélio sintetizou o que estará nas mãos, no coração e na mente do ministro Celso de Mello. Seu voto, decisivo, dirá ao Brasil em que direção vamos caminhar, se em direção ao futuro, começando por terminar de vez com o assalto ao Estado, ou em direção ao passado, do qual tentamos, mas não conseguimos, nos afastar. Um passado que é de atraso, de coronelismo, de apropriação indevida do Estado por uma elite arcaica, de falta de cidadania, de falta de liberdades democráticas. Estamos vivendo nesse passado desde os tempos da colônia. Tivemos alguns espasmos de modernidade que foram logo sufocados por uma elite que só pensa na manutenção dos seus privilégios. É essa a elite que está, mais uma vez, encastoada no poder com o beneplácito de quem dizia lutar contra ela. É a elite contra a qual Lula vociferava, mas da qual se aproximou como um cãozinho abanando o rabo tão logo teve a oportunidade de receber uns afagos. É essa elite, representada por José Sarney e  sua filha Roseana, por Renan Calheiros, por Fernando Collor, por Paulo Maluf, e por muitos outros que nem convém nomear, que sairá vitoriosa, dependendo do voto do ministro Celso de Mello.
Esse ministro já deu votos memoráveis e históricos, no decorrer do julgamento do mensalão. Não creio que nos decepcionará.
E o ministro Marco Aurélio, teve a chance da grandeza e não a desperdiçou, ao contrário, soube se valer do momento para entrar definitivamente para a história do Supremo e da nação brasileira. 

terça-feira, 10 de setembro de 2013

A Vaca Sagrada

Uma nova religião foi criada no Brasil. É baseada na crença e na adoração a uma deusa representada por uma Vaca Sagrada. Os sacerdotes dessa religião são membros de uma casta de militantes de um certo partido político e usam a cor vermelha nos seus trajes para distingui-los dos vis mortai e como símbolo de sua religião. 
É uma religião que faz muito proselitismo e acha que tem por missão catequizar todos os povos ignorantes, que ainda não receberam a Revelação. Essa catequese se faz nas universidades, nas repartições públicas, nas redes sociais, na mídia comprada a peso de ouro, enfim por qualquer meio de divulgação da mensagem sagrada.
Essa mensagem não pode ser contestada ou sequer discutida. Membros dessa religião que ousaram contestar os métodos empregados pelos altos sacerdotes foram sumariamente excomungados e alguns até mortos em circunstâncias nunca esclarecidas.
Os altos sacerdotes julgam se inimputáveis. Estão acima das leis e podem fazer o que quiserem.
Os jovens são cooptados a se filiar a esse partido. Lá eles fazem um curso intensivo para aprender como tirar leite dessa vaca. Lá, a  eles é ensinado que o leite dessa vaca (um leite dourado, sólido, metálico) é infinito. Esse leite não acaba enquanto houver oferendas e se fizerenm sacrifícios à deusa.
Claro que essa deusa exige sempre cada vez mais sacrifícios e oferendas. Essas oferendas, chamadas de impostos, contribuições, taxas e emolumentos são feitas pela população ignara e pelas empresas, mesmo que nenhuma delas pertença a essa religião. O objetivo é manter a Vaca Sagrada satisfeita e com as tetas cheias para alimentar os seus adeptos.
As tetas dessa Vaca estão por toda parte e tem nomes diversos: BNDES, Bolsa-isso e Bolsa-aquilo, Petrobrás, Banco do Brasil, e por aí vai. Quem quiser mamar tem apenas que aderir de corpo e alma a essa religião e mostrar serviço adorando e defendendo com unhas e dentes o seu guru máximo, seu sumo pontífice, Lula da Silva e os demais membros da Cúria: suas eminências, José Dirceu, José Genoíno, João Paulo, Delúbio Soares e outros sacerdotes de menor casta. Ah, essa nova religião, "muderna" que é, tem também sacerdotisas importantes tais como Dilma Roussef, Erenice Guerra, Rosemary Póvoa e outras mais.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Biquinhos da Dilma

Dilma faz biquinho e bate o coturno com força no chão, ameaçando Obama e os Estados Unidos, se até sexta-feira, 13, o governo americano não explicar a ela bem explicadinho essa história de espionagem. Então tá, Dilma! Vamos fingir que todo mundo acredita nessa sua brabeza de onça tupiniquim. É melhor ficar quietinha e deixar o assunto morrer porque se esse "causo" for aprofundado mesmo e se a Agência americana deixar vazar tudo que os ianques sabem sobre seu governo e o de Lula, a coisa pode piorar bastante.
Basta uma revelação um pouco mais robusta sobre o rosegate, que, aliás, corre estranhamente em segredo de justiça. Segredo de justiça por quê, cara pálida? Não é assunto de interesse nacional? Não envolve ações possivelmente escusas de uma secretária especial da Presidência da República, que viajava clandestinamente em missões oficiais ao exterior do seu chefe, patrão e "otras cositas más"?
Nesse país é enternecedor de se ver o cuidado, o desvelo, a candura (como diria o min. Lewandowski) com que se tratam as vítimas, quero dizer, os criminosos de colarinho branco, especialmente quandose dedicam à nobre arte da política!  Fossem ladrões de galinha o pau já tinha cantado em seus lombos e já haviam sido atirados em uma masmorra qualquer, mas como são gente especial, cidadãos abaixo de qualquer suspeita, tudo lhes é dado, todas as possíveis garantias lhes são oferecidas e ainda reclamam, atacam seus juízes e vociferam dizendo-se vítimas de perseguição. Pois dona Rose está na mesma posição. Já tem 40 advogados pressurosos, correndo em sua defesa. Como arcará com essa despesa não se sabe, uma vez que alguns desses causídicos pertencem ao clã mais coroado do bacharelado nacional. O problema deles é que se a Polícia Federal com toda a sua "competência" só conseguiu grampear parte das conversas da Rose, os arapongas americanos gravaram tudo e sabem de tudo. Por isso o nervosismo e o mutismo de Lula sobre esse assnto assumem proporções avassaladoras. Já fazem 290 dias desde que o escândalo estourou, que Lula não disse rigorosamente na-da sobre esse assunto. 
Mas voltando ao chilique da presidenta, ela diz que vai "exigir medidas concretas que afastem em definitivo a possibilidade de espionagem ofensiva aos direitos humanos, a nossa soberania e aos nossos interesses econômicos." 
Fico curioso em saber: se o governo americano deixar extinguir o prazo do ultimato e não se abalar, o que é que Dilma vai fazer? Declarar guerra aos Estados Unidos? 

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Democracia é alternância

Um país como o Brasil, desacostumado com a democracia, tem muito que aprender ainda. Por termos vivido democracias imperfeitas no passado entremeada por ditaduras, mais ou menos fechadas, mais ou menos autoritárias até bem recentemente, ainda não sabemos exercer a nossa cidadania plenamente, nem sequer exigir os nossos direitos como cidadãos, eleitores e pagadores de impostos.
É disso, dessa ignorância,  que os políticos se aproveitam. Sabem que não serão cobrados, sabem que o voto de cabresto os reconduzirá aos cargos, os quais jamais deveriam ter ocupado. Continuam, portanto, a fazer os mesmos truques, a demagogia, a falta com a verdade nos pronunciamentos, as promessas vãs.
Em 2014 teremos uma oportunidade histórica, a de apear do poder uma facção que dele se apoderou e tudo está fazendo para dele não abrir mão. 
Mas a essência da democracia está apoiada em dois pilares: a existência de uma oposição forte e legitima e a alternância do poder. Sem a alternância, pode-se até ter eleições, mas o regime será apenas um simulacro de democracia. Foi assim no período do regime militar no Brasil. É assim em Cuba, no Irã, na própria Rússia, sem mencionar a nossa vizinha Venezuela.
O Brasil não pode permitir que isso se instale aqui, que sejamos reféns de qualquer partido, muito menos desse que está destruindo as nossas instituições. Em  2014 temos que mudar essa história, temos que impedir a mexicanizacão do Brasil. Portanto em 2014 devemos fazer um grande e nacional #ForaDilma!

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Intelectualidade Fajuta

Esse assunto já está ficando até cansativo, mas não posso deixar passar em
branco o excelente texto do Pondé publicado hoje na Folha (leiam aqui).

Em toda essa argumentação falaciosa o que mais me indigna não é a demagogia
governamental, nem mesmo a campanha sórdida que o PT está fazendo contra
uma das classes mais brilhantes e sofridas desse país: a classe dos
médicos. Sim, porque se há médicos ruins, egoístas, insensíveis e
indiferentes ao sofrimento e os há, eles não são em maior número do que
engenheiros, professores, juristas, advogados, enfermeiros,
fisioterapeutas, administradores, sociólogos e economistas ruins, aéticos,
insensíveis e indiferentes ao sofrimento dos demais. Portanto, apresentar
os médicos à sociedade como bodes expiatórios, é uma atitude anti-ética,
mentirosa e fascista.
Mas como dizia não é isso o que mais me indigna,  mas, sim, pessoas que
deveriam exercer uma função critica na sociedade, devido à sua formação
intelectual, passarem a ecoar esses slogans partidários como se fossem uma
verdade incontestável. E ainda tentam produzir argumentos como se fossem
alta pesquisa acadêmica. Me pergunto, qual é a motivação dessas pessoas?
Algumas dependem do serviço publico para si e para sua família, filhos,
etc. É compreensível que não queiram desagradar o seu empregador e como o
PT confunde-se com o Estado, esses empregados não querem se indispor contra
o PT. Outras se rendem à patrulha intelectual, ou seja, como vivemos há
ainda pouco tempo uma ditadura militares direita,  os intelectuais
politicamente corretos tinham que ser de esquerda. E ser de esquerda, para
certos grupos,  é sinônimo de ser petista, mesmo que o PT na prática tenha
demonstrado que há muito abandonou os ideais de esquerda, se é que já os
teve um dia.
De qualquer modo, só posso ver uma desonestidade intelectual nessas
atitudes. Torcer uma realidade para caber dentro de uma construção
ideológica já é um absurdo. Ainda mais quando esse  contorcionismo
prejudica toda uma classe profissional e cria preconceitos, dos quais a
nossa sociedade já anda cheia nesses tempos obscuros, além de colaborar com a conversão das classes mais pobres em massa de manobra política. Ou seja, o mesmo e velho coronelismo de sempre.


Enviado via iPad

Seguidores do Blog

No Twitter:

Wikipedia

Resultados da pesquisa