terça-feira, 16 de setembro de 2014

Tudo misturado

Marina é uma incógnita. É a favor ou contra o agronegócio? É a favor ou contra o casamento gay? É a favor ou contra os transgênicos? É a favor ou contra os lucros bancários exorbitantes? Ninguém sabe. Estimo que nem ela mesma saiba porque Marina mistura tudo, inclusive sua fé religiosa, com a atividade política. E se acha coerente.
Se for eleita, o Brasil dará mais uma vez um passo temerário flertando com o desconhecido. Vamos jogar as fichas em uma candidata com muitas contradições; o que vai sair dessa caixa preta ninguém sabe. Podemos ter até uma grata surpresa, mas não apostemos muitas fichas nisso.
Hoje em sua equipe despontam economistas do quilate de um André Lara Resende e Eduardo Gianetti. São pessoas sérias e competentes. Sua mais próxima amiga e avalista junto ao "mercado" é Neca Setúbal, filha de um banqueiro tradicional. Tudo isso tranquiliza de certa maneira o setor financeiro, mas será o bastante? O "setor financeiro" também ficou muito tranquilo na eleição do Lula, depois da Carta aos Brasileiros; e tinha razão, pois nunca fez tanto lucro, como disse o próprio sindicalista. Nem por isso, o país andou melhor. Até desconfio que quando o setor financeiro vai muito bem, o pais vai muito mal. Quem tem que fazer os maiores lucros, em uma economia sadia, é o setor industrial, comercial, de serviços e o agronegócio, aqueles que geram riqueza sólida, não os que geram riqueza no papel e a administram em benefício próprio.
Mas o Brasil tem essa sina de até mudar de governo, mas não muda jamais no que diz respeito à hegemonia bancária, sendo os bancos os maiores, e talvez os únicos, beneficiários dos descalabros administrativos. Um país cuja arrecadação tributária mal dá para pagar a folha e tem que tomar empréstimo dos bancos para rolar uma dívida impagável está condenado a não investir, a não fazer gastos com retorno social, como na educação e na saúde e por aí vai.
Sem cortes brutais nas despesas de custeio do estado, ou seja, na máquina pública, nada vai mudar de verdade. E quem fará isso? É óbvio que não será o PT. Será que Marina teria a visão, a coragem e o apoio político para fazê-lo? 
Como é que Marina vai dedicar 10% do PIB em investimentos na educação sem fazer os tais cortes? Só se for aumentar tributos. E aí já tem gente falando até em retorno da CPMF! 
Marina diz que vai governar com os melhores! Ótimo, se assim fosse, mas quem é que define quem são os melhores? E sob qual ponto de vista?
Governos de coalizão, de salvação nacional, geralmente são só um saco de gatos, cada um puxando a sardinha para o seu lado e não se andando em direção alguma.
Precisamos é de um governo com metas claras, com objetivos definidos para que se possa enfrentar com firmeza os desafios que vamos ter que enfrentar nos próximos 2 anos, em virtude da recuperação necessária da governança destruída pelos desmandos e desvarios da era petista. Não vai dar para acender uma vela a Deus e outra ao diabo.

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