quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Homenagem ao Malandro (Quem te viu, quem te vê)

Foi patético ver Chico Buarque desfilando seu bloco a favor da reeleição da Dilma e cantando loas ao PT. Tem gente que tem dificuldade de abandonar os erros da juventude. É compreensível. Mas não deixa de ser patético, ver aquele senhor de mais de setenta anos, fingindo que acredita com ardor juvenil naquela patacoada toda.
Afinal Chico foi um símbolo para toda uma geração. Chegou a ser considerado unanimidade nacional. Dizem as más línguas que até a filha do Geisel, Amália Lucy, solteirona, gostava dele. E para muita gente dessa geração que lutou contra a ditadura  Chico era um ícone. Daí a decepção ao vê-lo tão pequeno, tão constrangido, cantando sem a menor convicção.
Talvez seja por isso que Chico não compõe mais ou que suas ultimas obras não tenham tido, nem de longe, a força das obras daquele tempo em que eram, ou pareciam ser, mais verdadeiras.
As Musas já o abandonaram há muito, envergonhadas daquilo em que ele se tornou: um garoto propaganda de quadrilheiros e malandros. Mas como o inconsciente nos prega peças (haja vista os inúmeros atos falhos do PT) algumas letras de Chico já prenunciavam o que viria. Em "Homenagem ao Malando" ele nos disse: 

"..agora já não é normal, o que dá de malandro regular, profissional
malandro com aparato de malandro oficial,
malandro candidato a malandro federal,
malandro com retrato na coluna social,
malandro com contrato, com gravata e capital,
que nunca se dá mal"

Nada mais parecido com esse escândalo da Petrobras, a maior roubalheira que já houve no Brasil. É a esse malandro que Chico presta essa deprimente homenagem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja bem vindo! Deixe aqui seu comentário:

Seguidores do Blog

No Twitter:

Wikipedia

Resultados da pesquisa