sábado, 28 de junho de 2014

E agora, Josés?

José já foi um nome nobre e respeitado nos países lusófonos. Afinal trata-se do nome do pai adotivo, segundo a Igreja, de Jesus. No Brasil acabou por se reduzir ao popular Zé.
Em tempos de petismo e mensalões, tal como acontece com outros valores, o Zé acabou por se descaracterizar, estando menos ligado à santidade e mais conectado às coisas bem terrenas, como propinas, dinheiro em cuecas, tráfico de influência, enfim, corrupção generalizada. 
Os Zés da atualidade são os Zés do PT e aliados: Zé Dirceu, Zé Genoíno, Zé Janene, Zé Sarney, Zé de Abreu, Zé Eduardo Mendonça (Duda Mendonça), Zé Linguiça (assessor do Prof. Luizinho que recebeu 20 mil na "boca do caixa") e até mesmo um tal de Zé Formiga, assessor do líder do governo na Câmara envolvido em possíveis fraudes de 1 bilhão em licitações com a empreiteira "Leão Leão", nome bem sugestivo.
A história, como tudo que envolve o PT, pode ser escabrosa, mas os nomes... os nomes são reveladores: Guaranhuns, aquela "empresa" que repassava grana para o Valdemar Costa Neto; a indefectível Leão Leão, empresa de coleta de lixo já envolvida em escândalo anterior em Ribeirão Preto; Banco Espírito Santo, ligado à Portugal Telecom; Vil Impress, gráfica de Ribeirão Preto que emitia notas para a Leão Leão; DNA de Marcos Valério, que deixou pistas para todo lado; Delúbio, Rose Nóvoa, o irmãos João e Antônio Lamas, sem contar os Josés.

Claro que todos os demais Josés desse país afora, não tem nada a ver com isso, pois - coitados desses outros Zés - ainda conservam aqueles valores antigos de honra, honestidade e respeito, coisas tão fora de moda. Mas, sinal dos tempos, somos surpreendidos com a notícia que o grande Zé, o maioral da política oligárquica no Brasil, o José de Ribamar, mais conhecido como José Sarney vai desistir de se candidatar. Vai deixar a política. Até que enfim! 
Depois de se locupletar por sessenta anos, constituindo um feudo hereditário no Maranhão, finalmente chegou o seu dia. A família não vai abdicar do feudo, claro, mas o fato de já não disputarem eleições é um ótimo sinal. Perdem a força dos cargos e, pouco a pouco vão acabar tendo que largar as tetas, nas quais mamaram por tanto tempo.
Dois Sarneys, o pai e a filha, desistindo de disputar eleição é sinal de que o povo já não é tão bobo e ignorante como no passado. Só podemos comemorar!

sábado, 21 de junho de 2014

País dos 30 Berlusconi

O site Repórteres sem Fronteiras traz a classificação da World Press Freedom  dos países em relação à liberdade de imprensa. Os dados estão atualizados para 2014. São 180 países avaliados. Advinhem a posição do Brasil! Centésimo décimo primeiro! Isso mesmo 111. Estão à nossa frente: Uganda, Paraguai, Peru, Costa do Marfim, Bolívia, Gabão, Zâmbia, Kuwait, Quênia, Libéria, Guiné-Bissau, Albânia, República do Congo, África do Sul, Togo, Kosovo, Serra Leoa, Senegal, Namíbia, Tanzânia, Tonga, Mauritânia, Argentina, Níger e - pasmem- até o Haiti e o Suriname!
Obviamente ocupam as primeiras posições os países que tradicionalmente respeitam a liberdade de imprensa, estando a Finlândia em primeiro lugar, seguida pela Holanda e Noruega. Os Estados Unidos perderam 14 posições desde o 11 de setembro e se situam agora em 46º lugar, uma posição nada lisonjeira para quem se julga o paladino das liberdades.
Mas a posição do Brasil é vergonhosa. Acreditamos viver em um estado de direito, em uma democracia, mas essa crença não se concilia com a situação da imprensa no país. No relatório consideram que o Brasil, "o país dos trinta Berlusconi",  "é um dos países mais mortíferos do continente para a imprensa; a insegurança se mantém por causa das máfias e do crime organizado". 
Isso tudo ainda sem que o PT tenha conseguido implantar o seu sonho do "Controle Social da Mídia". O decreto 8.243 (ver aqui) já está em vigor e aparentemente muito pouca gente se deu conta do que ele significa: uma simples e pura "bolivarização" do país. Quando nos dermos conta já estará tudo dominado!
E o pior é que, durante a ditadura militar tínhamos a Associação Brasileira de Imprensa e a OAB ao lado da sociedade civil, lutando pela liberdade contra a ditadura. Agora não! Estão mudas essas duas entidades e, quando se manifestam, é para de forma direta ou velada apoiar um governo que não esconde seus pendores autoritários e antidemocráticos.



sexta-feira, 20 de junho de 2014

Democracias exemplares

Lembram-se daquele prefeito do Rio, César Maia, que gostava de lançar factóides na praça para testar a receptividade ou a rejeição a eles, antes de decidir qualquer coisa?
Pois, acredito, foi isso que o Lula fez. Não podendo disputar o terceiro mandato consecutivo, escolheu um simulacro de presidente, um factóide, para ver como se saía. Se desse certo, parabéns para ele, o criador de postes sem luz própria. Se desse errado, a culpa ia ser do próprio poste que não deu a luz pretendida. 

Lula é um cara esperto! Não sabe nada, mas se apropria de todas as (boas ou más) idéias dos outros e consegue reciclá-las como se tivessem brotado de sua própria cachola. 
Traduz tudo numa linguagem "popular" e, apesar dos erros conceituais e mesmo que sua conclusão seja um absurdo lógico, não se importa com isso, desde que "convença" momentaneamente a platéia amestrada e receba os aplausos que lhe afagam o ego.
Agora resolveu reeditar a sua reencarnação anterior, a do sindicalista feroz. Acabou o Lulinha paz e amor. Volta a se fazer de vítima e a fazer o PT de vítima de uma suposta permanente conspiração das elites. Ou melhor, da elite branca, que, segundo ele, lotava o estádio do "Curíntia" quando Dilma recebeu os apupos que já entraram para os anais das Copas (sem trocadilho!).

Penso que nesse caso, porém, apesar de toda esperteza, Lula calculou mal. É óbvio que desejava entregar a presidência para alguém que jamais pudesse lhe fazer sombra, por isso peitou o partido e impôs o nome da Dilma. 
É óbvio que não queria que sua substituta tivesse luz própria e pudesse se desvencilhar dele em algum momento futuro. Mas não acredito que imaginava ou supunha que sua escolhida iria se sair tão mal assim. Passou da conta e acabou prejudicando seu projeto de poder. E agora está difícil pro Molusco reverter a situação. Então não lhe resta outra opção, senão apelar para a velha e conhecida vitimização e a invenção de um inimigo imaginário. Assim espera aglutinar as forças políticas ainda mais ou menos leais e, principalmente, injetar gás na militância que andava esmorecida. É a sua derradeira cartada antes de enfrentar a derrocada das urnas em outubro.

Portanto esperemos um recrudescimento das manifestações de ódio partidário. O sinal já foi dado pela cúpula do PT que resolveu fazer a sua "lista de Schindler" ao contrário, ao relacionar nove jornalistas (Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Arnaldo Jabor, Lobão, Demétrio Magnoli, Diogo Mainardi, Guilherme Fiúza, Danilo Gentili e Maurício Madureira) como instigadores do ódio de classe e que são considerados "personae non gratae" para o partido. Não há meio termo, ou você adere ao PT ou é um inimigo que deve ser destruido. É esse o conceiro de "democracia" deles. Vindo de quem considera Cuba e Venezuela como democracias exemplares, não é mesmo de se espantar.





segunda-feira, 16 de junho de 2014

Falta de educação

Tem gente indignada com o xingamento da presidenta na abertura da Copa. Na ESPN estão uma fera com o público brasileiro! Qual será o interesse da ESPN? Não sei, mas sei que eu achei foi muito bom o xingamento da "presidenta". Ninguém estava xingando a Dilma, como pessoa, até porque se ela não fosse a "presidenta" talvez 90% das pessoas que estavam no Itaquerão sequer saberiam quem ela é.
Nas redes sociais apareceu um monte de petistas disfarçados, dizendo fazer oposição à Dilma e se indignando com a falta de educação do brasileiro. Será que não sabiam que o povo brasileiro é sem educação? Somos um povo sem educação, sem segurança, sem saúde, sem transporte, sem governo, sem direitos e, quase, sem esperança!
Outros se disseram envergonhados perante os estrangeiros com o xingamento, apesar de não gostarem da Dilma. Mas deviam se envergonhar, perante os estrangeiros, é da sujeira das ruas, do lixo  jogado no chão e dos buracos, postes e calombos nas calçadas impedindo a mobilidade de idosos e cadeirantes! Deviam se envergonhar dos flanelinhas que "privatizam" o espaço público, dos trombadinhas, dos menores-assaltantes e estupradores que são presos e soltos em seguida a mando da "justiça". Deviam se envergonhar das cracolândias instaladas nos centros urbanos e tornadas intocáveis por um poder público que está destruindo esse país.
Vergonhoso mesmo é o estado em que o PT está deixando a nação depois de 12 anos de desgoverno e de um deliberado plano de desmonte das instituições.

Estádio de futebol não é lugar de rapapés e de linguagem "civilizada". Além do mais, o povo tem muito poucas oportunidades de demonstrar sua insatisfação com esse governo de enganação e mentiras. É preciso mostrar a eles, à elite governante, que já ultrapassaram todos os limites e que a nossa paciência, apesar de enorme, está acabando... 

E, já que ia entrar muda e sair calada, a "presidenta" não devia nem ter ido ao jogo. Pois foi, então que aguente!
A "verdade verdadeira" é que os petralhas estão indignados é porque não vão poder usar as imagens da Copa na sua campanha política, como era o plano inicial do Molusco e asseclas. Como usar, depois que aquele refrão em belo e castiço português, que rima com urubu, ficou indelevelmente associado aos jogos da seleção?

Como disse, não entendo o motivo da vergonha. Afinal, vergonhoso mesmo é ver a situação dos doentes nos hospitais do SUS. Aí não dá para não gritar: Ei, Dilma! Vá tomar no SUS!

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Credibilidade

Onde é que os institutos de pesquisa fazem pesquisa? Não conheço ninguém que já tenha sido entrevistado em uma pesquisa de intenção de voto. Eu sei que que os dados são colhidos por amostragem, mesmo assim é estranho porque, em outras pesquisas até menos abrangentes, eu já fui "consultado" ou conheço alguém que já foi.
Mas não se trata disso. O que me soa estranho é que por todo lado que se vá, encontram-se majoritariamente pessoas que nem suportam ouvir o nome ou ver a cara dessa senhora que está presidente do Brasil. A amostragem dos estádios nos comprova que há uma grande parcela da população que quer ver Dilma longe do planalto. 
Então a pergunta que não quer calar é: onde as pesquisas ainda encontram (na média!) mais de 30% de eleitores que dizem que vão votar na matrona? Do jeito que as manifestações se espalham de norte a sul do país, a impressão que se tem é que as intenções de voto na Dilma, não passam de 10%.
Esse governicho dela é ruim demais. É ruim com força! Não há uma promessa mirabolante ou não que esteja cumprida. E até onde estava tudo indo relativamente bem, começaram a aparecer problemas graves: a inflação é um exemplo. 
Tudo isso sem falar nas revelações de indícios de grossa roubalheira como o caso da compra da refinaria de Pasadena; ou o custo da "construção" da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco; ou a promessa que o trem-bala estaria pronto em 2014; a derrama de dinheiro para construção do porto em Cuba, enquanto aqui a infraestrutura e a rede hospitalar pública está sucateada; os 800 aeroportos, as 3000 creches, etc., etc. A lista vai longe.
Razões existem de sobra para estarmos todos de péssimo humor. Nem uma vitória na Copa muda isso, porque depois de 2 ou 3 dias de comemoração, teremos que voltar à realidade.
Então, pergunto de novo, onde é que os institutos de pesquisa conseguem encontrar tantos eleitores da Dilma? Se eu fosse um diretor dessas agências ficaria muito preocupado com a minha credibilidade, afinal, essa é a mercadoria que vendem.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

A hora de pegar o boné

E Dilma, justo na festa do esporte mais popular de seu país, se escondeu de seu próprio povo. Foi blindada pelos assessores. Nem mesmo sua chegada ao estádio foi noticiada. Quis passar desapercebida. No entanto, se o Brasil ganhar, vai tentar se grudar nessa vitória para ver se arranca mais um pouco de popularidade. Traduzindo: votos!
Mas não deixa de ser um vexame ter de se esconder dessa maneira, para daqui a poucas semanas sair pelas ruas abraçando desconhecidos à cata de votos. Sair pelas ruas é força de expressão. Os locais que visitará serão escolhidos a dedo para que não haja surpresas. Já pensou Dilma visitar uma favela e de reprente começar a ouvir aquele coro que já está se tornando o hino da Copa: Ei, Dilma, Dilma, vai tomar no SUS?
É preciso ter muita cara-de-pau para, depois de correr do povo, correr para o povo.
Aí vem uma simples questão: uma figura pública que não pode sair à rua, nem comparecer a eventos públicos sem ser vaiada ou constrangida de alguma maneira, ainda pretende se eleger? Ainda pretende receber o voto de seus concidadãos? Não seria melhor abdicar logo dessa pretensão e, diante da insatisfação popular sobejamente demonstrada, preservar pelo menos alguma dignidade pessoal? 
Seria, se realmente se valorizasse a dignidade. Seria, se os políticos desse país, tivessem algum apreço pela honra. Mas essas são palavras de há muito esquecidas, cairam no desuso, tornaram-se arcaicas e sem significado. O que importa é manter-se no "pudê" e usufruir as benesses que vem junto com ele, principalmente, as benesses financeiras. É por isso que não se envergonham, e nós nem nos espantamos, quando ficamos sabendo que a presidente do Chile, Michelle Bachelet, teve de mudar sua hospedagem porque seu anfitrião, um governador de Estado, estava sendo preso. 
Normal! O governador foi preso? Normal! Foi solto com liminar? Normal! Vai ser preso de novo porque a Polícia Federal descobriu mais uma maracutaia sua? Normal!
Em que ponto chegamos! Mas ainda pode piorar. Sempre pode piorar. Basta que por artes do destino e da burrice do nosso povo, essa megera seja reeleita. Sentiremos saudade daquele último militar-presidente broncão que um dia disse não gostar do cheiro do povo. E teve que sair do Planalto pela porta dos fundos... 
Quando o relacionamento do chefe da nação com o seu povo chega a esse ponto é porque já passou da hora de o primeiro pegar o boné e dar o fora.


sábado, 7 de junho de 2014

Com esperança

Que novidade! A última pesquisa Datafolha nos informa que a Dilma caiu mais um pouco. Agora estaria com 34% das intenções de voto. É muito! Penso que as intenções de voto fora das amostragens são ainda piores, ou melhores, depende do ponto de vista. Nem mesmo os petistas mais empedernidos que conheço votam na Dilma com gosto! Esses, de carteirinha, votam obrigados, mas prefeririam uma outra pessoa, além do "hors concours", claro! Como não é o Lula, nem algum outro mais ou menos palatável, vão votar na Dilma mesmo, mas será um voto cabisbaixo, sem alegria e sem esperança. Enfim, um voto sem militância.
Portanto arrisco um palpite: a Dilma vai perder no primeiro turno! Não adianta espernear, nem contratar marqueteiros a peso de ouro, porque quando o barco começa a virar não tem volta. Estamos na ante-sala das eleições, já não há mais tempo para recuperar a popularidade perdida. O horário eleitoral, que dará exposição aos candidatos da oposição, ainda nem começou e portanto eles ainda são ilustres desconhecidos da maioria do povão.
Isso tudo, somado e dividido, me leva a crer que daqui pra frente será só ladeira abaixo para a dona Dilma. O Moluco saiu da toca, fez umas aparições pirotécnicas ao seu estilo, para marcar presença, falou besteira e desapareceu dentro da toca de novo. Esse pode ser tudo, mas não é bobo. Na hora em que a Dilma menos esperar passa-lhe a perna sem dó nem piedade.
Com o barco afundando, as demais ratazanas se preparam para saltar fora logo. Michel Temer, por exemplo, não pode explicitamente pular fora do barco, mas através de seus comandados, subitamente transformados em rebeldes, já põe os dois pezinhos no convés alheio. Jangadas salvadoras não faltam por aí.
Resta saber como vai se comportar a oposição. Apesar de todo o pragmatismo que norteia as decisões políticas, é preciso que a oposição se dê conta de que estamos em um momento de definição. O povo brasileiro quer algo novo, o povo quer romper com a velha política de compadrio. Pragmatismo nenhum justificaria, por exemplo, aceitar-se o apoio do PP do Maluf. Que a oposição entenda isso, para que possamos ainda ter alguma esperança na política. Do contrário será a barbárie.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

A Copa é nossa!

Copa do Mundo, estamos aí! Uma euforia quase obrigatória vai tomar conta das pessoas nas ruas. Carros embandeirados, gente com camisa da seleção, perucas verdes e amarelas. Cornetas, trombones, vários instrumentos de sopro e percussão soam perfurando os tímpanos de quem está por perto. Até caxirolas, apesar de banidas dos estádios, aparecem sendo vendidas pelos camelôs nas esquinas. Tudo é festa! 
Mas apesar das aparências, não se pode esconder que ressurge também aquele velho conhecido, o complexo de vira-latas, tão bem diagnosticado por Nélson Rodrigues. 
Sendo a Copa aqui, esse complexo fica ainda mais pungente. Queremos mostrar aos gringos que somos os mais espontâneos, os mais alegres, os mais descontraídos, os mais simpáticos, os mais isso e mais aquilo. Essa ânsia de "provar" o valor de ser brasileiro nada mais é que o velho complexo de vira-latas renascido com outra roupagem.
É que no fundo sabemos que essa fachada que queremos fazer passar por verdadeira é uma grande balela! Não somos nada disso. Somos um povo violento. Isso, sim. Estão aí as estatísticas a nos esfregar na cara essa realidade. Somos um povo mal-educado. As latinhas de cerveja atiradas pelas janelas dos carros o comprova. Somos desorganizados, não sabemos planejar, levamos tudo na brincadeira ou na base do famigerado "jeitinho". Aceitamos a corrupção endêmica e institucionalizada como se fosse um fato da natureza. A lei de Gérson nunca foi revogada e vigora em todo seu esplendor. É cada um para si e Deus contra! Esse deveria ser o lema nacional, ao invés da Ordem e Progresso da nossa bandeira.
Como não podemos esconder a triste realidade das crianças e adolescentes de rua, dos mendigos dormindo ao relento, das cracolândias, dos assaltos, do lixo e sujeira das ruas e calçadas, da prostituição de menores  e também dos pequenos golpes como o do taxista que encomprida o caminho, dos flanelinhas que "vendem" vagas de estacionamento na rua, dos bares e restaurantes que aumentam a conta,  e assim por diante, temos que inventar uma superioridade em alguma coisa, como compensação.
Senão, como olhar para um alemão, um inglês, um francês, sem baixar os olhos com vergonha? Se até mesmo uma Argentina, coitada, chega a nos provocar uma certa inveja...
Nosso complexo de vira-latas exige essa compensação. Então, tome espontaneidade, tome simpatia, tome descontração, mesmo que falsos. E tudo continua como antes no quartel de Abrantes.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Sem futuro

Não sei se é verdade. Circula na internet, nas redes sociais, um texto atribuído ao desembargador Rogério Medeiros. Nele, o desembargador contaria que como juiz da infância e da juventude em Montes Claros, ao prender pela enésima vez três jovens menores delinquentes reincidentes, foi procurado por "defensores" dos direitos humanos que ameaçaram denunciar o juiz à Corregedoria se não mandasse soltar os jovens. O juiz então lhes teria proposto uma solução: mandaria soltar os jovens com a condição que eles, os defensores dos direitos humanos, os levassem para casa e se responsabilizassem pelos menores judicialmente. Advinhem o que aconteceu?...
Essa é a grande questão. Seja verdadeiro ou apócrifo, o texto citado nos leva a refletir: essas ONG's e esses auto-intitulados defensores dos direitos humanos estão realmente interessados na defesa desses direitos e em melhorar as condições de vida sub-humanas em que padecem milhares de jovens pelas ruas das nossas cidades, ou seu interesse é apenas fazer politicagem? 
Esses "defensores" dos direitos humanos chegam a propor alguma coisa de concreto que possa ajudar a solucionar o problema? Será que os direitos humanos desses menores infratores terminam quando eles deixam a porta da cadeia? São muitas as perguntas sem resposta.
A solução, evidentemente, não é simplesmente pô-los na cadeia. Será que é tão difícil para as instituições do Estado, recolher esses jovens, assumir o pátrio-poder, dar-lhes um mínimo de dignidade, escola, higiene, socialização, profissionalização, enfim, dar-lhes um futuro?
Omitindo-se o Estado em cumprir suas obrigações, não é também simplesmente ficando "livres" desses menores que a solução será encontrada, porque, depois de soltos, daí em diante quem "cuida" deles é o traficante, o crime organizado, a quem eles são obrigados a servir. 
Portanto ao lutarem para que o Estado "liberte" esses jovens, o que esses "defensores" dos direitos humanos estão fazendo, conscientemente ou não, é aumentar a oferta de mão de obra escrava ao crime organizado. Ao deixá-los à solta e sob o domínio do crime organizado o Estado também comete por sua vez outro crime, o da negligência.
No texto em questão, o desembargador estaria fazendo uma sugestão. A de se criar o programa "Adote um preso". Assim os defensores dos direitos humanos, poderiam por em prática aquilo que defendem e ajudariam a solucionar dois problemas de uma só vez: o da superlotação carcerária e o do amparo a esses cidadãos carentes.
Não chego a esse ponto, mas eu gostaria realmente que tivéssemos gente que diz defender os direitos humanos, menos interessada na propaganda política e ideológica e mais interessada em promover e transformar essas crianças e adolescentes carentes em cidadãos plenos e com um futuro possível pela frente.

domingo, 1 de junho de 2014

República Popular do Brasil

Pouca gente prestou atenção. A imprensa quase nada comentou. As redes sociais não detectaram, mas, na calada, sem fazer alarde, sorrateiramente, a dona Dilma assinou um Decreto que, na prática, pode acabar com a democracia representativa no Brasil, instituindo a chamada "democracia direta", ou "democracia popular", que de democracia não tem nada, só o nome. Estamos caminhando rapidamente para nos tornarmos uma nova Venezuela.
Trata-se do Decreto 8.243 de 23 de maio passado. Esse decreto institui mais um poder na República, que denominam Sistema Nacional de Participação Social (SNPS). Esse sistema obedecerá às regras de uma tal Política Nacional de Participação Social, instituída pelo citado decreto. A secretaria da Presidência é quem vai "II - orientar a implementação da PNPS e do SNPS nos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta;"(Artigo 7º, inciso II).
O decreto cria também um Comitê Governamental da Participação Social que irá atuar "para assessorar a Secretaria-Geral da Presidência da República no monitoramento e na implementação da PNPS e na coordenação do SNPS.". E será o Sr. Gilberto Carvalho, o agitador, quem vai dispor sobre o seu funcionamento. Simples. O governo escolherá quem fará parte do tal Comitê, que regulará o tal Sistema. Tudo dominado!

Serão criadas: Conferência Nacional, Mesa de diálogo e Consultas Públicas. Qualquer semelhança com os comitês de fábrica soviéticos será mera coincidência.
Ao que tudo indica, essa Conferência Nacional vai se sobrepor ao Congresso e mesmo ao poder Judiciário, para, na prática, legislar, mudar a Constituição e fazer o diabo (não é assim que eles fazem em épocas de eleições?). 
A poderosa decreta, Art. 12º Parágrafo único:"As conferências nacionais serão convocadas por ato normativo específico"... Então, estamos combinados! Apesar do nome, "popular", nada de povo. Ninguém será eleito, os membros serão convocados.
Aliás já existe uma instância popular máxima que é o Congresso Nacional. Ruim ou não, pelo menos seus componentes foram escolhidos por voto popular e tem mandato fixo. Para quê haveria a necessidade de se criar mais uma "representação popular"? E ainda por cima, sem voto!
As tais Mesas de Diálogo, "criadas para o aperfeiçoamento das condições e relações de trabalho " se constituirão nos próprios "sovietes". 
Mas a cereja do bolo deles é o sistema de "consultas públicas", que podem versar sobre qualquer assunto e serem convocadas quando o governo quiser. Ou seja, quando dona Dilma e o PT decidirem que é hora de mudar a Constituição, farão uma "consulta pública" ao invés de um plebiscito. E vapt, vupt. Estará implantada a República Popular do Brasil.



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