domingo, 26 de julho de 2015

O país do futebol

Ninguém contesta a afirmação de que Brasil e o futebol estão intrinsecamente ligados um com o outro. O "esporte bretão" se adaptou perfeitamete ao clima dos trópicos e se identificou com a alma brasileira. pelo menos foi assim até os anos 70.
Nessa época ainda dizíamos que o graça, a ginga e a alegria do brasileiro se refletiam no seu futebol. As metáforas futebolísticas serviam até para o trabalho dos antropólogos, ao tentar desvendar o que tornaria o povo brasileiro "diferente".
Após o tri, ainda ganhamos duas copas, mas nada foi mais como antes. O futebol, assim como o povo, aos poucos foi perdendo a graça. Primeiro veio o reconhecimento de que prevalecia no Brasil a "lei de Gérson", em nada edificante, e que desconstruía o propalado mito do povo cordial.
Depois, a taça Jules Rimet roubada e destruída talvez tenha sido o símbolo e o prenúncio da derrocada futura tanto do futebol, como da nação, nas mãos de ladrões de todo tipo.
A partir dai, apesar de alguns momentos de brilho, fomos só perdendo o estilo. Como nação, conseguimos ultrapassar a ditadura, mas logo caímos no governo Sarney e, pior ainda, no governo Collor. Houve um intervalo virtuoso, com FHC e o plano Real, mas logo mergulhamos no governo ideológico do PT que nos trouxe a esse caos moral, institucional e econômico.
Em paralelo, no futebol, passamos pela era Dunga e, em 2014 chegamos ao ponto mais baixo de nossa trajetória ao sofrer o vexame da derrota por 7x1 para a Alemanha em nossa própria casa. E tudo isso acompanhado por escândalos e mais escândalos de corrupção na alta cúpula da CBF, tal como no governo do PT.
Talvez tenhamos chegado ao fundo do poço e a notícia boa, nesse caso, é que daí para frente só podemos melhorar. Temos que conseguir extirpar esse câncer que corrói nossas entranhas e nos impede de ser uma nação desenvolvida, educada e feliz. Estamos cabisbaixos, envergonhados e perdemos a graça. Tal como no futebol, mostramo-nos travados, sem inspiração, sem criatividade e, principalmente, tristes. Como disse o jornal britânico Financial Times: "Incompetência, arrogância e corrupção quebraram a magia do Brasil".
No dia 16 de agosto vamos em peso às ruas para dizer um sonoro "Basta" a tudo isso que está destruindo o que temos de melhor.



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