terça-feira, 30 de junho de 2015

Mulher sapiens em N.York

A mulher-maravilha sapiens do Brasil deitou falação em N.York. Não satisfeita de falar besteiras em casa, resolveu fazer isso também na casa do vizinho. E que vizinho!
Só que o que ela falou lá é besteira, mas é muito sério. A Pomba-Gira do Planalto,  estando presidente do país, chefe de Estado, veio a dizer que a Justiça de seu país é comparável à Inquisição. O processo da delação premiada foi comparado às torturas do regime militar. Ela própria, virou um Tiradentes de saias, traído por um empreiteiro de perfil equivalente a Joaquim Silvério dos Reis.
Nesse ponto a Anta caiu em um lapso de pensamento. Joaquim Silvério fez parte de um grupo de conspiradores e depois os traiu. Será que ela quis dizer que Ricardo Pessoa também fez parte de um grupo de conspiradores e agora é desprezível só porque os traiu? Que conspiração o grupo de dona Dilma fazia? Estará ela confessando? Pois a única conspiração que podemos lhe atribuir é aquela que visava pilhar o Erário impunemente.
A Pomba-Gira se esquece que recorrer à delação premiada é antes um direito do réu, um direito da defesa. Não é uma obrigação imposta pelas leis ou pela Justiça. Portanto, como compará-la à tortura imposta pela Inquisição ou pela ditadura militar. É espantosa a falta de noção dessa mulher das coisas que fala. Ela não compreende bem a língua portuguesa, só pode ser isso; senão teria um pouco mais de cuidado, mesmo ao mentir ou falar aleivosias.

Ela disse com todas as letras: "Eu não respeito delator". Ela não disse que Ricardo Pessoa seria um caluniador. Ela admite então que há um delator. Para existir um delator tem que haver uma delação. E delação é diferente de calúnia, na verdade é o oposto. Calúnia é uma mentira, delação é contar a verdade que se sabe e que por acordo entre comparsas deveria ficar em segredo. 

Outra incoerência é que a lei que institui a delação premiada foi sancionada por ....Dilma Rousseff! Se a delação é o que ela diz, ninguém mais é, em última instância, responsável pelo sistema medieval e inquisidor. Ela poderia tê-la vetado, mas já que sancionou não pde escolher para quem a lei vai valer. E vale para ela também, obviamente. Sob o PT as instituições chegaram a tal ponto de degradação que a todo momento tem-se que repetir óbvio.

Isso foi o que fez o ex-ministro Joaquim Barbosa ao dizer: "Assessoria da Presidente deveria ter lhe informado o significado da expressão 'law enforcement': cumprimento e aplicação rigorosa das leis. Zelar pelo respeito e cumprimento das leis do país: esta é uma das mais importantes missões constitucionais de um presidente da República!"
E ainda: "A Constituição não autoriza o Presidente a 'investir politicamente' contra as leis vigentes, minando-lhes as bases...Caberia à assessoria informar a Presidente que atentar contra o bom funcionamento do Poder Judiciário é crime de responsabilidade!"

A mulher sapiens conseguiu chegar mais perto do impeachment. Não há condições de continuar no poder

Falta só a coragem política aos nossos representantes para levar adiante e rápido esse processo, antes que a situação se deteriore a ponto de se tornar insustentável e, de um jeito ou de outro, terem que tomar essa decisão, talvez em condições muito piores. O certo é que o país não aguenta mais 3 anos e meio desse show de horrores.



segunda-feira, 29 de junho de 2015

Berreiro geral

Interessante perceber como que, depois da prisão do presidente da Odebrecht, levantaram-se várias vozes argumentando que a prisão é ilegal, que é pre-julgamento, que isso, que aquilo...
Essas mesmas vozes, algumas se pretendem liberais e até anti-petistas, nunca foram levantadas em defesa das centenas, milhares, de pobres coitados que são atirados às grades todos os dias nesse país, muitos sem culpa formada e que ficam anos aguardando julgamento.
Vão dizer que um erro não justifica o outro, mas o fato é que os erros contra os pobres são continuados e persistentes. No caso dos poderosos, nem precisa ser um erro, basta alguém ameaçar tocar nos seus privilégios que vem a grita. E isso é uma constatação, não se trata de ódio contra a elite branca, até porque penso que todo povo que se preze deve ter uma elite, sim, que lhe sirva de exemplo, que seja constituída pelo que houver de mais culto, inteligente e valioso entre os bens desse povo.
Até as pedras sabem o que fizeram e fazem essas empreiteiras no país. Ao invés de elite, elas são perfeitos exemplos do atraso, tal qual as velhas oligarquias, são patrimonialistas, julgam-se donas do Estado, agarram-se a privilégios, estão cheias de vícios e, incapazes de inovar e driar valor, sobrevivem só às custas de sua simbiose com o poder público. Aliás a palavra certa não é simbiose, é parasitismo.
Com o poder de que dispõem e com a riqueza que acumularam, mandam e desmandam no Estado brasileiro e isso não é de hoje. Promovem cartéis, fecham o mercado à concorrência, determinam preços para as obras públicas, ou seja, fazem o que querem com o dinheiro dos impostos dos cidadãos. E alguém será ingênuo a ponto de crer que nas relações com a Petrobras, desvendadas pela Operação Lava Jato, foram todos uns santos. 
A Odebrecht e a Andrade Gutierrez, como dizem seus advogados, sempre se portaram com lisura total e pleno respeito às leis! Vamos crer.

Essas vozes indignadas fazem um discurso muito bonito e que seria impecável em um país onde as instituições funcionassem. Aqui, infelizmente, o que decide é o poder do dinheiro. Esse mesmo poder é o que escreve as leis. Portanto, ater-se à letra da lei, não significa nada a não ser aceitar passivamente que a justiça só funcione "contra" os pobres. Aos ricos nada afeta. Temos inúmeros exemplos da impunidade dos poderosos e esse caso é, finalmente, uma quebra de paradigma. 

As vozes indignadas reclamam também do que chamam "a espetacularização das prisões" e dizem que isso é uma característica das ditaduras. No entanto basta lembrar o caso do todo-poderoso ex-presidente do FMI, preso em NY e
 levado algemado pra cadeia por ter tentando estuprar uma imigrante. Seriam os EUA o exmplo de uma ditadura? 
No Brasil tudo é invertido. Aqui até a frase cínica que justifica o tratamento privilegiado dos oligarcas deve aplicada ao inverso de tão branda que é a lei. A regra aqui é "Para os inimigos, tudo; para os amigos, a lei". 
Mas isso está acabando, felizmente, e graças a um grupo dedicado como esse da Polícia Federal, Ministério Público e um juiz como Sérgio Moro. Sinto orgulho de meu país quando a justiça começa a funcionar para todos (erga omnes). 

sexta-feira, 26 de junho de 2015

MacunaDilma

Uma coisa temos que admitir: há muito tempo não rimos tanto de um governante como agora. Tem gente mal-humorada que diz que enquanto rimos, eles e elas, os homo sapiens e as mulheres sapiens,  continuam a se refestelar nas verbas públicas e nós é que pagamos o pato. Sim, é verdade, mas isso não nos impede de rir. Melhor sofrer rindo, do que sofrer chorando.

Dilma Rousseff vai ser lembrada com a presidenta-piada-pronta. Não há um pronunciamento, sem ser aqueles decorados e preparados por marqueteiros, em que a Pomba-Gira do Planalto não solte o verbo com frases desconexas, sem sentido ou simplemente hilárias.

Quando a gente pensa que já atingiu o ponto mais baixo da estupidez, vem mais uma frase superando todas as outras. Dá pra fazer um dicionário de besteirol. O dicionário do Dilmês primitivo. Agora é a louvação da mandioca! A mulher sapiens esclarecendo ao mundo que a mandioca é a maior conquista brasileira. 
Pobre Brasil! Apesar de ter uma população enorme nunca conseguimos um prêmio Nobel. Não nos destacamos em nada que signifique avanço científico ou tecnológico, nem sequer somos mais o país do futebol; e temos que reconhecer que a nossa maior conquista é a mandioca, que nem é conquista, é apenas um fato natural e não precisa sequer ser plantada. Essa é a mulher sapiens, presidenta dessa pátria educadora!



Macunaíma, o herói sem nenhum caráter tem sido, infelizmente, um símbolo adequado do brasileiro, com sua preguiça, descaramento, falta de compromisso, cupidez, esperteza malandra e outras mazelas que nos definem e nos afundam no charco permanente da ignorância e do atraso. Só para comparar, eis alguns trechos antológicos da fábula de Mário de Andrade: 

"O divertimento dele era decepar cabeça de saúva. Vivia deitado mas se punha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava pra ganhar vintém."


"Macunaíma ficou muito contrariado. Ter de trabucar, ele, herói. . . Murmurou desolado: — Ai! que preguiça!. . . Resolveu abandonar a empresa, voltando prós pagos de que era imperador."

"Macunaíma passou então uma semana sem comer nem brincar só maquinando nas brigas sem vitória dos filhos da mandioca com a Máquina. A Máquina era que matava os homens porém os homens é que mandavam na Máquina..."

Dona Dilma encarna bem esse conceito e, por isso, até que acertou no diagnóstico: nossa maior conquista foi a mandioca. E olhe lá!



terça-feira, 23 de junho de 2015

Cara de pau

É impressionante a cara-de-pau desse Luiz Inácio. Ele fala agora como se fosse um líder da oposição. "que o PT isso, o PT aquilo, só pensa em cargos... que a Dilma se esconde, não fala, não dá boa notícia..."

Dá vontade de perguntar-lhe: Eminência, não foi Vossa Senhoria mesmo quem escolheu esse poste para ser eleito presidente? Não foi da vossa eminente cachola que saiu essa ideia brilhante e que vossa Eminência, do alto de sua autoridade inconteste, fez o seu partido engolir? E o partido que só almeja cargos (e, principalmente, dinheiro público) foi levado a esse estado por quem, Eminência? Quem foi que aparelhou todas as instâncias de governo com apaniguados, apadrinhados, filiados e cumpanheiros tão logo chegou ao poder? Essa foi a senha para que cada um cuidasse de pegar o seu naco.

Agora que o barco está rapidamente afundando quer pular fora e dizer que não tem nada com isso?! Agora desanca com o partido, como se o partido fosse uma entidade autônoma que avançasse sobre o bens públicos acima do controle de seus líderes, entre os quais se inclui a vossa eminentíssima pessoa?!

Tenha a santa paciência! Poupe-nos! O povo brasileiro é lento para compreender, senão não teria eleito tantas vezes essa camarilha, mas não merece ser tratado como se fosse um idiota completo! Esse povo está agora sofrendo e pagando pelos erros e estratégias furadas e desonestas armadas por Vossa Eminência, o Exu Nove-Dedos e seu poste, portanto não merece ainda por cima ter que aguentar essa sua cara-de-pau mal-lavada a vomitar mais mentiras e espertezas.

Devia sumir, desaparecer da vista de todos, já que nos deu de presente essa situação calamitosa, já que nos fez retroceder 20 anos, já que jogou a credibilidade do Brasil na lama, quebrou a maior empresa do Brasil e implantou o maior esquema de corrupção institucionalizada do mundo. Ainda não chega? Não é suficiente?

Ora, senhor Luiz Inácio, cale a boca e aguarde a sua vez que a hora da verdade está chegando.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Triste fim

Melancólico final esse do Olacyr de Moraes. Julgo à distância, sem conhecer os meandros da sua vida. Julgo apenas pelas aparências, mas as aparências são tudo o que o empresário, o ex-rei da soja, nos deixou de si mesmo.
Quando resolveu aparecer no jet-set sempre acompanhado das "amigas", jovens bonitas, e sempre de duas ou três ao mesmo tempo, Olacyr queria deixar uma mensagem: a de um bon-vivant bem sucedido, rico e feliz, garanhão cercado de mulheres bonitas, curtindo do bom e do melhor. Essa foi a imagem que ele divulgou por um longo tempo. Direito seu, isso não se discute.
O que eu quero ressaltar aqui é uma outra coisa. É o vazio que acompanhou toda essa trajetória. Um homem tão rico, poderia ter feito doações filantrópicas (talvez as tenha feito, mas isso não é de conhecimento público), poderia ter incentivado a educação, o desenvolvimento profissional de tantos jovens carentes. Deixaria uma marca pessoal e seria um exemplo para outros ricaços como ele. Seria lembrado pelo bem que tivesse espalhado em torno de si. Seu fim seria talvez lamentado como uma perda para o seu povo, o seu país.
Mas, não, preferiu se exibir no hall da fama e do glamour até que tudo acabasse, como acabou. Morreu e não deixou nada.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Humor a favor?

É, Jô! Não sei porque mas eu sabia que um dia você ia dar uma bola fora.
O problema não é você apoiar a Dilma e achar que ela seja uma excelenta presidenta. Isso é problema e um direito seus, como um cidadão qualquer. Mas fazer em seu programa de TV a apologia do descalabro, da incompetência e da má-fé, isso não é direito seu.
Apresentar argumentos rasos, como: se foi eleito, temos que aguentar! Não é assim e você sabe disso. Quando o Collor foi defenestrado, de que lado você estava? Defendendo  a legitimidade do então presidente, tão eleito quanto a Dilma? Que você não queira a Dilma fora do Planalto é opção sua, mas não pode querer desmoralizar, com essa argumentação fajuta, quem pensa que ela deva sair.
Fiquei com a pulga atrás da orelha pensando sobre o que é que me teria sempre inspirado uma certa desconfiança em suas atitudes. Sabe o que concluí? O seguinte: durante todos os anos da ditadura militar em que muitos artistas e humoristas (até Moacyr Franco foi censurado!) foram perseguidos, presos e exilados, você passou de liso. Seu programa fez initerruptamente sucesso na TV Globo, aquela que, por apoiar a ditadura (e se apoiar nela), um dia já foi alvo da ira da esquerda.
Enquanto a censura comia solta, você encarnava papéis com o do Gandola, aquele que tinha contatos no Exército, o do Capitão Gay e até mesmo fazia humor com a condição dos exilados, na pele do personagem "Sebá, codinome Pierre",  o último exilado, que telefonava de Paris para a sua mulher Madalena no Brasil e sempre terminava com o bordão: você não quer que eu volte! E a Censura não o incomodava.
Isso não é uma acusação de nada, obviamente, mas também não é um atestado de desassombro e coragem.
Talvez seja isso, essa pulga talvez tenha tido sua origem nessa época. Por isso quando você fez esse papel ridículo achei que você tinha finalmente encontrado o seu verdadeiro personagem.
Como dizia o Guru do Méier: Só existe humor contra. O resto é armazém de secos e molhados.

Erga Omnes - O Fim do Mundo

Agora vai. Não é possível. Diante de todas as evidências de que o Capo, o Exu Nove-Dedos, enfiou a mão e o pé na jaca da maracutaia e da corrupção não seria possível que ele continuasse a pairar como uma entidade acima da lei e acima do bem e do mal.
Em nações civilizadas a Lei vale para todos. É isso o que nos ensina a Magna Carta britânica que agora faz 800 anos. A lei vale para todos e não distingue ninguém. É isso também o que nos diz o codinome da 14ª operação da Lava Jato, chamada "Erga Omnes", "contra todos", ou "vale para todos".
Portanto se queremos nos considerar uma nação civilizada há que investigar o Molusco pelos possíveis crimes que cometeu, mandou cometer e deixou que se cometesse.
Finalmente a prisão dos chefões da Odebrecht e Andrade Gutierrez devem nos levar às pistas do gato-escondido-com-o-rabo-de-fora. Se o mensalão não levou, por conta da fidelidade cumpanhera do Zé Dirceu; Se o caso Rose não chegou lá, devido à operação cala-a-boca desenvolvida rapidamente pelo faz-tudo Okamoto; agora não é crível que esses manda-chuvas de empresas como a Odebrecht e Andrade Gutierrez vão preferir tomar 50 anos de cadeia, a dedurar o Nove-dedos.
Nesse momento não há Paulo Okamoto que dê jeito. Uma coisa é um cumpanhero que não trai porque partilha do mesmo bolo desde sempre, outra coisa é uma secretária xinfrim que se locupletava pelas beiradas do poder, mas uma outra coisa muito, muito diferente, é um homem de negócios que fez negócios com a corja poderosa e agora se vê sem os negócios e sem o acesso ao poder, tendo pela frente a possibilidade de tomar alguns anos de xilindró. Só não fala se for bobo ou se for silenciado.
A PF e o Ministério Público em breve serão alvos de artilharia ainda mais pesada, mas é nessa hora que saberemos a cor dos gatos. Não serão todos pardos. Há de haver na política brasileira, por mais baixo que tenha descido, um mínimo de decência e dignidade preservados e que depois do dilúvio seria a semente do nascimento de uma nova nação. Pois parece que essa operação realmente vai nos levar ao fim-do-mundo, ao fim de um mundo que já deveria ter acabado há muito tempo, ao fim de um mundo que já não tem lugar nas nações civilizadas.
E se tiverem que cair políticos também dos partidos de oposição que caiam. E já irão tarde. Erga Omnes!
O Brasil não merece essa corja. O Brasil é maior que essa corja. Que ela acabe de vez.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Maioridade penal

A questão de quando um indivíduo da espécie humana pode ser considerado adulto tem respostas que variam de acordo com os tempos e os lugares. Na antiguidade clássica uma criança se tornava adulto quando já podia fecundar ou ser fecundada. Ou seja, na puberdade.
Para quem não se esperava que vivesse mais que 35 anos, 13 ou 14 anos eram perfeitamente aceitáveis como idades em que a vida adulta começava. Esse conceito, no Ocidente, se estendeu até o início do século XX, quando até então os jovens, que desde cedo eram braços produtores, logo na puberdade se tornavam também produtores de novos braços.

Com o declínio do trabalho braçal, tornou-se desnecessário empregar jovens tão cedo, a mão de obra se tornou cara e a necessidade dela cada vez menor, até mesmo na atividade rural, que cada vez mais se automatiza. Ao mesmo tempo com o surgimento de novas profissões exigindo uma especialização cada vez maior e mais tempo dedicado ao estudo e à preparação para o trabalho, criou-se uma etapa intermediária entre a infância e a maturidade, a chamada adolescência.
Nas sociedades industriais, o aumento espetacular da expectativa de vida passou a exigir como contrapartida uma taxa de fertilidade menor. As famílias passaram a ter menos membros, porque também já não eram mais necessários e às vezes se tornavam um estorvo, ao invés de uma ajuda. 
Nesse ambiente, que se intensificou nas sociedades pós-industriais altamente tecnologicas, essa etapa entre a infância e a idade adulta, considerando-a como aquela em que a pessoa está plenamente capacitada para o trabalho, passou a ser um longo período de mais de 20 anos. Nessas sociedades a idade adulta plena é atingida somente aos 30 e poucos anos de vida.
Portanto a etapa a que se dá o nome de adolescência é apenas uma construção social. Na biologia nada mudou. Um menino de 13 anos e uma meninda de 12 já podem ser férteis e portanto, no conceito "natural",  já seriam adultos. 
Nas religiões isso também fica claro. São adultos do ponto de vista religioso, para os católicos por exemplo, aqueles que já foram crismados. Para os judeus, não coincidentemente, são adultos os que já fizeram o bar-mitsvá, aos 13 anos. Ou seja, o que as religiões estão dizendo é que indivíduos da espécie humana já são plenamente conscientes dos valores morais e dos conceitos de bem e mal, de certo e errado, já a partir dessa idade. Por isso, do ponto de vista religioso, são adultos, ou seja, são responsáveis pelo que fazem e estão sujeitos à sanção religiosa e à punição divina.
Essa é a questão de fato que se discute em relação à maioridade penal. Quando é que um indivíduo pode ser plenamente responsabilizado pelos seus atos? 
Essa resposta já está dada e só não a vê quem não quer. Se aos 15 anos subiu ao trono do Império brasileiro o seu segundo chefe de Estado; se aos 16 anos a lei considera esses individuos capazes de fazer escolhas políticas das mais importantes, por que deveriam continuar inimputáveis pelos crimes que venham a cometer?
Não é à toa que a maioria de 80% da população quer a redução da maioridade penal para os 16 anos. Só não a querem aqueles que tem a consciência culpada e deformada pela pregação esquerdopata das ciências políticas e sociais. Ou aqueles que tem alguma coisa ganhar com a manutenção do "status quo" por motivos geralmente inconfessáveis.

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