quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Bancos e seguradoras

Hoje eu vou mudar totalmente de assunto. Vou falar das arapucas legalizadas que só existem para tomar dinheiro das pessoas. O governo é quem mais toma, compulsoriamente, mas ao menos, teoricamente, devolve alguma coisa. Essas outras arapucas são privadas e sequer prometem devolver alguma coisa. Elas cuidam somente dos interesses dos "acionistas". Nada mais.

Uma delas é a "indústria" da religião prêt-a-porter. Depois da Constituição de 88 que garantiu a isenção tributária para as demais religiões, além da católica que já tinha esse privilégio, houve uma proliferação desenfreada de "igrejas" evangélicas. Até Eduardo Cunha tinha uma igreja para chamar de sua. E, coerentemente, uma empresa chamada jesus.com. Isso mesmo, jesus ponto com! E que está declarada em seu Imposto de Renda! 

Esse ramo de negócios, não se precisa dizer, é altamente lucrativo. As pessoas compram a salvação, ou a paz de espírito, ou a cura de doenças físicas e psicológicas, com as doações "espontâneas" que fazem aos pastores. Além de tudo, a salvação é um produto que tem que ser renovado a cada dia. Não é como uma televisão ou um carro, que se compra e depois passa-se alguns anos, sem precisar trocar. A salvação é um tipo de apólice de seguro da alma. Se as prestações não forem pagas, a apólice perde a validade e a igreja, como as companhias de seguro, não devolve o que você já pagou. E, o melhor, para essas seguradoras, oops, igrejas, é que o benefício do segurado só vai ser pago no além. Quem morrer, verá!

A outra arapuca são os bancos e suas carteiras de investimentos, que oferecem com insistência aos seus clientes, mas quem ganha mesmo nessas operações é o próprio banco. Suas taxas de administração variam de 1,5 a 3,5 %!!! Se uma incauto aplica 10.000 em um VGBL para receber 100% do CDI (ou seja, entre 14 e 14,5% ao ano), mas o banco lhe toma 3,5%, ele só recebe 11%. O banco está lhe surrupiando 25% do retorno da sua aplicação. 
Isso sem contar que, ao aplicar, o banco já lhe cobrou uma "taxa de carregamento" que podem ser outros 3,5% ou até mais. Na verdade o banco é quem deveria pagar a "taxa de carregamento" ao aplicador, pois pega o dinheiro do cliente e o empresta a outros clientes a taxas que variam de 3 a 7% ao mês!!!

Os bancos obviamente remuneram os seus gerentes regiamente por conta dessas aplicações. É por isso que os gerentes não deixam os clientes em paz e vivem oferecendo seguros, títulos de capitalização, previdência privada, etc. Todo cuidado é pouco. Parodiando o Pe. Vieira: O banco não quer simplesmente o seu bem, ele quer os seus bens!

Como ficar livre dessas arapucas? Simples, não fazendo o que eles querem, mas o que você pesquisou e definiu que é o melhor para sua aplicação financeira ou da alma. Ao invés de pagar dízimos para igreja, compre ações. Há risco? Há, mas com as ações você pode ganhar. E certamente ganhará, se tiver paciência e souber comprar. Ao invés de depositar 500 ou 1000 reais todo mês no VGBL, viaje, coma em bons restaurantes, aproveite a vida que você tem agora; você nem sabe se, um dia, vai pôr a mão nessa aposentadoria! Tomara que sim, mas quem sabe com certeza garantida em "certidão passada em cartório do céu"?como dizia Vinicius de Moraes.  Em resumo, poupe um pouco, aproveite muito e não confie em bancos, nem em igrejas.

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