sábado, 17 de fevereiro de 2018

Em que estado deixaram o Rio?

Todo mundo concorda que o Rio é uma das cidades mais belas do mundo, o cartão postal do Brasil. Mas todo mundo concordará também que esse cartão postal vem sendo sistematicamente destruído há décadas.

E, na minha opinião, o que destruiu o Rio foi a carioquice; foi a carioquice echperta (sic) dos seus habitantes, a malandragem cantada em prosa e verso como uma característica vantajosa do seu povo, a capacidade de burlar, enganar e passar pra trás os "otários", de não obedecer à lei e safar-se sempre impune, de ter sempre à mão um jeitinho para escapar dos controles, de conhecer as pessoas "certas" no aparato estatal para resolver os próprios problemas por debaixo do pano.
E houve um momento em que essa malandragem foi posta em comparação superior com a seriedade dos paulistas. O paulista só pensaria em trabalho e o carioca era o que saberia viver bem. Deu no que deu. Não que S.Paulo seja o paraíso (longe disso) mas não há termo de comparação com o atual estado do Rio.

Seria injusto dizer que essa seja uma característica só do Rio, mas que foi ali que ela se manifestou com todo vigor e pujança foi e, além disso, de tão exaltada, a malandragem carioca foi exportada e copiada em quase todo o restante do território nacional. O modelo carioca, o padrão carioca de ser e viver, foi exportado pela rede Globo e tornou-se um modelo admirado e invejado em todo o país.

O que colhemos agora são os frutos desse comportamento deletério. Aquilo que a classe politica infligiu ao país é uma consequência do nosso modelo de vida, dos nossos valores. Essa classe política não surgiu do nada, não veio de Marte, ela surgiu no meio da sociedade brasileira e foi por essa sociedade escolhida para os cargos públicos.

No Rio a situação está só mais crítica e mais avantajada, mas é assim mesmo, o Rio sempre foi a caixa de ressonância do país. Tudo o que o Brasil tem, de melhor ou de pior, aparece no Rio em escala monumental. Ali está agora escancarada a falência desse modelo, a falência total do Estado Brasileiro. O Rio está há muito tempo loteado e dominado por gangues de todo tipo. Lá não se sabe mais quem é bandido e quem é polícia.

A corda foi esticada tanto e há tanto tempo que não será uma simples intervenção federal de um ano que resolverá essa situação. Mas, há que começar em algum ponto e de alguma maneira, ou então, fechar as fronteiras, declarar o Rio um Estado fora da União e rezar para que o resto do Brasil ainda possa ser salvo.

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