quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Pérolas natalinas

E, para fechar no ano, não podia faltar mais uma série de...tchan, tchan, tchan, tchan..."Novas Pérolas do Dilmês"!
Como todos sabem, o Dilmês é um idioma primitivo atualmente falado no planalto central, por uma pessoa só. Basta ter um repórter por perto que novas "pérolas" são lançadas ao distinto público. Algumas "autoridades" de primeiro, de segundo e até de terceiro escalão tentam falar também esse idioma. Chegam muito perto, mas a perfeição só a consegue a falante nativa.
Essas novas pérolas são um acabado exemplo do mais puro Dilmês,  que seguem agora pra vocês como um presente de Natal.
Em recente entrevista, a presidAnta soltou essas:


“Ô Tânia, eu não sei como fala casca em inglês, você sabe? Casca, uma casca de fruta. É que eu queria falar que a Sandra… desculpa, a Tânia apronta para mim cascas de banana, mas eu queria falar em inglês para sofisticar o lance, viu, Tânia? É falar inglês: ‘bananas cascas’”.


“Além disso, eu queria te dizer uma outra coisa: vocês… Acha aqui para mim aquele outro que está… uma coisa que eu anotei, não está aí não. Eu anoto e some, gente, me desculpa”."

Podemos esperar por muito mais em 2014!

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Simplesmente selvagem

Quanto mais se descobre de neurociência, de epigenética, de evolucionismo e adaptação das espécies ao meio, mais se percebe que Rousseau, com sua teoria romântica do bom selvagem, estava completamente enganado. Não há bons selvagens, a não ser que consideremos belo e edificante, a tortura, o infanticício, a mutilação e o canibalismo. 
Pois é isso o que fazemos em estado de selvageria! É isso o que o ser humano faz quando não há leis, ou quando as leis dependem da vontade do mais forte.
Nesse estado primitivo de organização social não há direitos humanos a serem respeitados. Não há sequer direitos. O que prevalece são privilégios e a força de pessoas ou grupos contra os demais. Instala-se então, sob a lei do mais forte, o desrespeito e a submissão de seres humanos a outros.
O processo civilizatório consumiu muitos séculos e energia humanos e ainda assim, na história moderna e no ocidente, chegamos a um estado apenas razoável e bastante frágil de civilização. Em outras épocas e lugares, nem a isso chegamos.
Carl G. Jung, médico, psicanalista e filósofo suíço,  dizia que nossa civilização é apenas uma frágil camada de verniz sobre uma essência puramente animal e instintiva. E que, bastaria um pequeno desequilíbrio para essa camada superficial desaparecer e vir à tona o homem em seu aterrorizante estado natural. 
Vimos isso acontecer muitas vezes, quer durante ascensão e predomínio do nacional-socialismo na culta e refinada Alemanha, quer nos países socialistas como China, União Soviética, Vietnam e Camboja. Ainda mais recentemente, após a passagem do furacão Katrina em New Orleans, vimos grupos de vândalos se organizarem rapidamente, na ausência do estado, e passarem ao uso da pilhagem, violência e estupros, como método de dominação sobre os demais concidadãos. 
O mesmo podemos dizer dos acessos individuais de loucura, em que, de repente, pessoas aparentemente normais e saudáveis saem atirando e matando outras pessoas a esmo, como frequentemente ocorre nos Estados Unidos, mas de cujo fenômeno não está livre nem mesmo a pacata e civilizada Noruega.
Também podemos entrever o animal feroz por baixo da pele humana no comportamento dos agentes do narcotráfico, dos "donos" dos guetos e favelas que impõem sua "lei" a todos os que vivem em "seus" territórios.
A conclusão a que podemos chegar é que o ser humano ainda mantém uma postura mais ou menos civilizada, tão somente quando há um poder maior, estruturado pelo grupo social, para submetê-lo. Esse é o poder das leis, estipuladas por consenso e por uma maioria. Essas leis, neutras, impessoais e válidas igualmente para todos, é que têm de ser respeitadas e reforçadas para assegurar a sobrevivência e o aprimoramento da civilização.

Fora disso não há salvação para a espécie humana.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Amazônia desgarrada

A Amazônia não será nossa por mais muito tempo. Afirmo isso com base em simples exercício de lógica. 
Por vivermos na América do Sul, uma região relativamente pacífica, tendemos a pensar em fronteiras nacionais mais ou menos estáveis. Não é assim, entretanto, no resto do mundo. 
Na Europa, só no século XX essas fronteiras já mudaram várias vezes de posição e de "dono". O mesmo se pode dizer da Ásia e nem é preciso mencionar a África e o Oriente Médio.
Pois bem, território é uma coisa que, quando se quer, se conquista por meios políticos, comerciais e/ou militares. E os territórios são cobiçados pelo que eles tem de valor, de bens, que um outro Estado quer ou necessita.

O quê a Amazônia tem que outros possam querer? Isso é uma pergunta retórica, pois não é preciso nenhum esforço para se concluir que a Amazônia é o maior reservatório mineral e vegetal do mundo. Lá se encontram reservas inexploradas de ouro, nióbio, titânio, estanho, prata, cobre, vanádio etc. O maior manancial de água doce do mundo está lá. A flora, também inexplorada, contém milhares de substâncias que já são e outras que podem vir a ser utilizadas na farmacopéia humana. 
Não foi à toa que, na ditadura militar, havia uma grande preocupação em ocupar aquela área. Depois, com a redemocratização, os governos civis praticamente abandonaram a Amazônia à própria sorte. Por lá, pululam ONG's estrangeiras de todo tipo, fazendo sabe-se lá o quê, além de várias missões religiosas, muitas das quais também não se sabe quais serão as suas verdadeiras intenções.

Não cuidamos do desmatamento e da contaminação dos rios por mercúrio. Nunca cuidamos do tráfico de drogas por uma fronteira absolutamente porosa que não resguardamos. A Amazônia é hoje, como sempre foi, uma terra de ninguém, que só formalmente faz parte do território brasileiro. Pois se o Estado não consegue controlar nem certas áreas urbanas em capitais do Sudeste, como é que vai controlar aquela extensão continental de florestas e rios?
Nem com toda a autossuficiência Dilmista, com os drones que ela disse que haveria de comprar, tomaremos conta desse território.
Um dia, acordaremos tarde e vamos nos lamentar de termos perdido tão rico território. Esse dia pode ser daqui a 50 ou 100 anos, mas isso, em termos históricos é amanhã. E o território amazônico será uma herança perdida para os nossos filhos e netos. Não temos o direito de abandoná-la assim.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Bloco da Papuda "Tamo Junto"

Os preparativos de Natal na Papuda não estão entusiasmando muita gente, mas a preparação do carná segue à toda.
Está se formando por lá um bloco caricato, que irá desfilar entre as grades, é claro, no próximo carnaval! 
Ou, quem sabe, desfile no Eixo Monumental em Brasília, se conseguirem o "semi-aberto" até lá.

Seu hino, entreouvido nos corredores das celas, é uma marchinha antiga, mas muito na moda, gravada por Dalva de Oliveira: o "Zum, Zum".

Para quem não conhece, aqui vai a gravação, assim como a letra e as cifras para violão. 





Am7                                              Bm7(11) 
oi! zum, zum, zum, zum, zum, zum! 
E7                         Am7 
está faltando um! 
(bis) 
                                      Dm7 
bateu asas, foi embora, 
G7                 C7+/9 
não apareceu. 
                                       Dm7 
nós vamos sair sem ele, 
            E7                    Am7 
foi a ordem que ele deu. 

Am7                                              Bm7(11) 
oi! zum, zum, zum, zum, zum, zum! 
E7                         Am7 
está faltando um! 
(bis) 


Dm7     G7      C7+/9 
ele que era o porta-estandarte 
E7                     Am7 
e que fazia alaúza e zum-zum. 
Bm7(11)           E7            Am7 
hoje o bloco está mais  triste sem ele 
Bm7(11)  E7     Am7 
está faltando um. 
  



domingo, 8 de dezembro de 2013

Dedo-duro

Lula só pensa em si mesmo. Tudo o que faz, planeja e quer é beneficiar-se, não importa quem sofra as consequências de seus atos e decisões. Mesmo companheiros de sindicato e de partido, quando não servem mais aos interesses de Lula, são descartados como bagaços de cana. Há  vários exemplos disso. Até mesmo Eduardo Suplicy já conheceu essa outra face do sindicalista.
Agora vem a revelação bombástica de Romeu Tuma Júnior que Lula era informante da ditadura militar na figura do "xerife" Romeu Tuma, pai. Não me espanta!
É óbvio que a ditadura tinha informantes. É óbvio que esses informantes eram tanto mais eficazes quanto menos "suspeitos" fossem aos olhos dos que eram espionados. Lula, atuando dentro do sindicato, tinha um álibi perfeito para passar as informações aos agentes do Estado e permanecer insuspeito aos olhos dos opositores do regime. Isso não é novo na política. Nem na polícia!
Por outro lado, sabe-se que Lula nunca foi de esquerda. O sindicalismo brasileiro se caracteriza por seu peleguismo varguista e Lula não seria uma exceção. Quem afirma isso é o sociólogo e professor Francisco de Oliveira que conhece bem os meandros dessa "esquerda" dos anos 70 e que no programa Roda Viva disse com todas as letras:"Lula não tem caráter".
O jornalista José Nêumanne Pinto, que conheceu Lula desde os tempos do sindicato,  já havia publicado um livro descrevendo a história de como Lula foi uma criação do general Golbery, depois encampada pelo movimento político de esquerda da Igreja Católica, representada pelo então bispo de S.Bernardo, D. Cláudio Humes, através de seu emissário Frei Betto. Lula foi cooptado por esse movimento esquerdista e depois, como de hábito, apropriou-se dele tornando-se inclusive um de seus símbolos.
Segundo Nêumanne "Lula não tem convicções, tem conveniências. É uma pessoa completamente sem escrúpulos."
Não há dúvida que Lula é esperto e sabe usar as circunstâncias externas sempre a seu favor. Essa é a causa de seu sucesso na política: a falta de escrúpulos!
Mas, a esperteza quando é muita, acaba por engolir o dono. Cedo ou tarde, a máscara há de cair e a verdade histórica prevalecerá. Parece que já está caindo. Essa blindagem não pode durar para sempre.
O filho do "xerife" pode ajudar o Brasil a conhecer a verdade.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Nelson Mandela

Mandela encarnou a política com P maiúsculo. Elevou essa atividade humana a uma altura inimaginável pelos lados de cá. 
Quando a gente se vê enojado de tanta cara-de-pau, de tanta corrupção, de tantos interesses mesquinhos, a vida de Nelson Mandela nos dá um pouco de esperança de que a política ainda se possa fazer com objetivos e interesses superiores; que a qualidade da política que se pratica depende da qualidade dos homens.
A África do Sul ainda é um país cheio de problemas. Mandela não fez nenhum milagre, nem promessas demagógicas, nem antes, nem durante o exercício da presidência. Apenas e tão somente, evitou uma guerra civil e o derramamento de sangue, que, em qualquer outra situação seria inevitável. 
Mandela garantiu a paz e perdoou a quem lhe havia feito tanto mal. Só por isso já mereceria um lugar no panteão das grandes figuras da humanidade. Mas, fez mais. Recusou uma reeleição garantida, demonstrando que não queria o poder pelo poder e manteve uma vida simples e digna, colocando em prática tudo aquilo em que acreditava e defendia.
Por isso é admirado até pelos antigos opositores. Mais que admirado, o exemplo de Mandela devia ser seguido, mas a corja de urubus, ao invés, já está é se preparando para  pegar uma carona politiqueira nos funerais desse grande homem. Daí a triste constatação que Mandelas não aparecem com frequência. Ao contrário, são tão raros e difíceis de encontrar como os diamantes de sua terra natal!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Heroísmo oportunista

Mais um episódio vexaminoso na história, agora recheada deles, de José Genoíno. Apesar dos termos solenes e cheios de bravatas militantes de sua carta de renúncia, em que diz "entre a humilhação e a ilegalidade, prefiro o risco da luta", não há como esconder a verdadeira motivação desse ato de "desprendimento".
Então 'tá, Genoíno, estamos conversados, mas podia explicar a que luta você se refere? Ah, sim, a luta pela aposentadoria de 26 mil reais! Agora dá pra entender. E, fique tranquilo! Nesse tipo de luta, o risco é baixo!
Pois foi esse, e apenas esse, o motivo da "renúncia". Se tivesse sido cassado não poderia mais "lutar" pelo benefício, que deverá ser suportado pelos suados impostos pagos pelo povo que Genoino tanto ama.
Que vexame! Um homem que, concordemos ou não com ele e suas idéias, ainda assim tinha a aura de um lutador, uma pessoa de coragem, que realmente lutava por um ideal, equivocado ou não, mas ainda um ideal, terminar seus dias dessa maneira é uma ironia do destino. Ou uma revelação!

Afinal esse mesmo Genoíno, sob o codinome de Geraldo, foi o que se enfiou nos matos do Araguaia, sob o pretexto de lutar pela "libertação" dos camponeses e demais pobres do país, mas que lá mesmo ameaçava e matava camponeses que não "aderiam" ao seu movimento.
Esse foi o mesmo Genoíno que, tendo tido a sorte de ter sido preso ao invés de ter sido morto,  entregou, com a maior facilidade, os planos e informações sobre seus companheiros aos oficiais do Exército que o prenderam. Essas informações serviram para desbaratar o restante dos 3 grupos que ali lutavam.

Sabendo disso, embora tardiamente, já se percebea aura de herói se desvanecendo um pouco, mas a corrosão de sua imagem teve uma grande ajuda sua pelo comportamento indigno que apresentou no episódio de sua condenação. 
Como ninguém dá o que não tem, vê-se que o comportamento de agora e o de outrora fazem sentido; um complementa e explica o outro.
Genoíno jamais foi aquele herói em que uma geração inteira acreditou. No máximo, foi um grande oportunista.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Midas ao contrário

Dilma deveria ser chamar Dimas, o que seria um anagrama de Midas, pois é isso o que ela é: um Midas ao contrário.
Como todos sabem o mitológico rei Midas tinha o poder de transformar em ouro tudo o que tocava. Dilma, ao contrário, tem o poder de transformar em merda tudo o que toca, inclusive o ouro.
A prova está aí. Está transformando o ouro negro da Petrobrás em excremento fétido e sem valor.
Os sucessivos governos petistas já tinham conseguido a façanha de derrubar à metade o valor de mercado da maior empresa brasileira. Pois dona Dilma com sua autossuficiência burra está conseguindo muito mais. Por causa da nova e secreta regra para os reajustes dos combustíveis o valor da empresa caiu mais de 10% em um só dia!
O governo prega a transparência mas torna tudo secreto: os empréstimos para Cuba, os gastos com cartão de crédito e agora a regra para os futuros reajustes de preços da Petrobrás. E ainda quer que todos continuem confiando! É um pouco demais, não?
Será que essa senhora não tem UM auxiliar, ajudante, aspone, amarra-cachorro que lhe diga a verdade? Ela está precisando disso urgentemente. E o país agradeceria. Deviam dizer a ela, com todas as letras, que ela é uma in-com-pe-ten-te principalmente em matéria econômica.
Em economia não se pode brincar, nem fazer experimentos. Qualquer erro pode levar milhares de pessoas a sofrerem graves consequências. Estamos vendo aí a que levou a irresponsabilidade do governo Chávez e Maduro na Venezuela, um país rico em petroleo que está em uma situação lastimável de pobreza e desabastecimento.
Se deixarmos essa doidivanas à solta , continuando a fazer o que bem entende, sem que ninguém seja capaz de pará-la, estamos correndo um sério risco de até o final de 2014 estarmos na bancarrota.
Ela ainda vai fazer do Brasil o mesmo que fez com sua lojinha de bugigangas de 1,99. Vai nos levar à falência. E iremos todos juntos, petistas, tucanos, sonháticos, etc.

Ser e parecer

Confraternização é uma coisa, farra é outra. A Associação de Magistrados de S.Paulo esse ano resolveu fazer uma confraternização normal entre seus membros. Ao invés de fazê-la como nos anos anteriores em que empresas privadas bancavam brindes caríssimos (carros, viagens de cruzeiro, etc) a serem sorteados entre os presentes, desta vez não houve sorteio de brindes. Fica bem melhor para uma associação de juízes essa austeridade. A sociedade lhes delega essa nobre função e eles têm que fazer por merecê-la. Estamos fartos de ver juízes envolvidos com o crime, "bandidos de toga" como bem o disse a Dra. Eliana Calmon.
Não há uma classe ou profissão cujo envolvimento com o crime e o desrespeito à lei seja aceitável, porém o envolvimento de certas classes, como líderes religiosos, militares, educadores e juízes, causa uma repugnância muito maior, em função mesmo do que se deve esperar dessas pessoas.
Entre as classes nomeadas acima deveria estar também a das autoridades dirigentes e políticos em geral, mas essa já perdeu o que porventura tenha tido de respeitável há tanto tempo, que hoje o que espanta é ainda haver algum político que tenha credibilidade e respeitabilidade.
Nesse contexto é louvável a decisão da Amagis-SP nesse final de ano, exemplo que poderia ser seguido por outras organizações. O objetivo das confraternizações, como o nome indica, é o encontro e o convívio agradável entre colegas e amigos, como já foi um dia e como deveria ter sido sempre. Não, uma celebração da desfaçatez e do cinismo que permeia os nossos dias. Uma associação de magistrados tem o dever de dar o exemplo: na função pública tem-se que ser e parecer honesto. Simples assim!

sábado, 30 de novembro de 2013

Ataque cerrado

O ministro Joaquim Barbosa tem sido permanentemente atacado pela mídia petista e simpatizantes. Se houvesse mesmo um pequeno senão, em sua biografia, ele já teria sido exposto à execração publica. O ódio que desperta está diretamente relacionado com a ética e a coragem com que executa o seu trabalho.
Num país onde a atividade jurídica esteve sempre relacionada com maneirismos corteses, punhos de renda e rapapés de salão, a franqueza e os modos pouco diplomáticos do ministro causam irritação e estranheza.
Somos o país das aparências. Somos o país do elevador social e do elevador de serviço. Somos o país dos eufemismos. E ainda somos o país onde os brancos mandam e os negros obedecem. Nada mudou, mesmo que um partido, que se diz de esquerda, esteja no poder há mais de 10 anos. Esse mesmo partido, contrariado em sua pretensão de agir acima da lei, é quem faz essa campanha sórdida contra um ministro que não se curva à ideologia, nem a interesses mesquinhos e, muito menos, não tem medo do PT.
Quando não podem dizer mais nada de Joaquim Barbosa, quando não basta chamá-lo de tirânico, autoritário, apenas porque cumpre a lei e não se deixa enganar pelas "mentirinhas", esse partido levanta a "suspeita" de que o ministro será candidato à presidência!
Obviamente o ministro tem o direito de se candidatar, se quiser, respeitando os prazos e as desincompatibilizações legais.
Mas o que o PT quer dizer com isso é que as atitudes do presidente do Supremo seriam ditadas por interesses menores, pessoais, eleitoreiros. O PT realmente é um caso de estudo psicanalítico.  Sempre atribui aos seus adversários os seus próprios defeitos. Isso, em psicanálise, se chama projeção.
Quem, o tempo todo, faz ou deixa de fazer qualquer coisa em função de eleição ou reeleição é presidenta-candidata Dilma ou o seu guru, Lula da Silva. A bagunça econômica do país é uma clara demonstração disso.
Não acredito que Joaquim Barbosa queira largar um vespeiro, como o que carrega hoje, para assumir outro, mas tudo é possível e se o fizesse seria imbatível na próxima eleição. 
Quem ganharia com isso seria o país, seríamos todos nós.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A lição do Rabino

A grandeza de um homem só pode ser efetivamente medida a partir do ponto de vista de suas fraquezas. Se considerarmos isso, não há heróis! Todos nós temos defeitos, todos nós, humanos, estamos sujeitos ao erro.
O rabino Henry Sobel é um exemplo público disso. A nação brasileira pôde assistir nos anos 70 à atuação corajosa desse homem, junto com D.Paulo Evaristo Arns, pela defesa dos direitos humanos contra a ditadura militar. Seu trabalho trouxe respeito e admiração não só para si, mas para toda a comunidade judaica que ele representava.
No entanto, o homem, um dia, caiu. E pagou um preço por isso, um preço alto em virtude da grandeza que já tinha exibido. Fosse ele um ilustre desconhecido, um rabino sem expressão, o tal furto das gravatas seria mais uma nota de jornal e já a teríamos esquecido, junto com o homem. Mas, não. Quis o destino (ou Deus, na crença dos que crêem) que fosse o rabino Henry Sobel. Aquele homem de tanta grandeza moral, sucumbindo a uma tentação boba, ridícula, foi um fato inusitado e quase inacreditável. 
Esse fato, com toda a tristeza e perplexidade que traz, poderia ter um lado positivo. Poderia servir-nos de alerta de que qualquer um de nós pode também cair, basta um descuido, basta uma piscadela da consciência.

É preciso estar atento contra a soberba, contra o orgulho de pensarmos que podemos ser o juiz do nosso vizinho, ou do nosso colega. Apontar o dedo acusador é fácil, o difícil é agir corretamente quando se nos apresentam as ocasiões, quando não estamos sendo observados, quando podemos agir às escondidas sem medo da punição. Aí é que as pessoas se revelam a si mesmas. E, muitas vezes o que vêem não é bom.

A pior característica do Mal, segundo Hanna Arendt, é quando ele se mostra banal. O Mal tonitroante, ensurdecedor, é raro e, talvez, levante resistência. O Mal é mais eficaz quando se processa em silêncio, como se fosse uma coisa corriqueira, comum.
Se eu fosse religioso diria que o diabo foi criado por Deus para mostrar ao Homem que ele é uma obra incompleta e imperfeita. O diabo foi feito para diminuir a soberba humana.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Lorotas

Dirceu é um grande contador de lorotas. Provavelmente foi treinado na clandestinidade quando até se casou com uma identidade fictícia. Quando Dirceu diz alguma coisa, ou dá uma informação, tem-se que averiguar qual interesse está por trás, que verdade aquela informação, ou melhor, desinformação, esconde.
Agora brinda-nos com mais uma lorota das boas. A do trabalho que teria conseguido como gerente administrativo de um hotel em Brasília uma semana depois de ter sido preso e com o invejável salário de vinte mil reais! 

Sinceramente, isso é chamar a todos de tolos, idiotas, crédulos, lesados. Esse hotel deve andar bastante ruim das pernas para ter que contratar um presidiário, sem experiência em hotelaria, por esse salário. Garanto que haveriam muitos candidatos com experiência na área, formados em curso superior e com disponibilidade de trabalho sem empecilhos legais, que aceitariam essa função até por um salário menor.
Que habilidades especiais terá José Dirceu para o ramo hoteleiro? Vai atrair mais clientes? Será então uma espécie de curiosidade enjaulada a  atrair visitantes? "Venham! Hospedem-se no hotel X, lá tem Dirceu trabalhando como gerente! Vejam um presidiário de perto!" esse seria um tipo de anúncio possível.
Ou então: "Eis a oportunidade que você tanto esperava: ver de perto um ex-político que agora está preso! Isso é uma chance rara. Acontece muito pouco nesse país. Não percam!"

E, agora, o que fará o Supremo? Está diante de uma desfaçatez, mas como país burocrático que somos, mais valem o papel e os carimbos do que a realidade em si. São os tais atos de ofício. Ou então, como dizem os próprios juízes: "o que não está nos autos, não está no mundo". Supõe-se que basta então estar nos autos para entrar no mundo objetivo da existência. Quero ver como o ministro Joaquim Barbosa vai se livrar dessa armadilha.


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Chilique vergonhoso

É uma vergonha esse chilique todo do Genoíno. Não se discute que, estando doente, tenha que ser medicado e receber a assistência correta, como qualquer outro do meio milhão de presidiários do país. O que não pode é ter um tratamento que os demais nem sonham em ter. 

Ficar em prisão domiciliar por causa de hipertensão, uma condição crônica e que pode ser perfeita e corretamente tratada na prisão, a meu ver já se configura um privilégio. Vá lá que seja aceitável, considerando que somos o pais dos coitadinhos e adoramos sentir pena de alguém.
No entanto, dar entrevistas fazendo pose de guerrilheiro, como se estivesse sendo preso por exercer essa atividade, já passa da conta, aí já é não é nem privilégio é desrespeito à Justiça e escândalo. Receber visitas fora do horário também.

E ficar dando chilique a toda hora, mendigando aposentadoria da Câmara, com cara de bebê chorão não condiz com a biografia de alguém que participou de uma guerrilha contra uma ditadura militar e que supostamente enfrentou o exército brasileiro no Araguaia. Genoíno não devia queimar ainda mais a sua biografia, já bem chamuscada pela sua participação no mensalão, choramingando desse jeito como uma criança mimada. Nesse ponto, há que se reconhecer, o José Dirceu demonstra muito mais altivez e dignidade. Estrebuchou contra a condenação, mas isso é um direito de todo réu, mas não abaixou a cabeça, nem se pôs na posição de coitadinho.

As pessoas adultas têm que saber que todas as atitudes e opções tem consequências. Genoíno, ao assinar aqueles contratos fictícios feitos para encobertar os crimes que seu partido estava cometendo, assumiu os riscos. Agora não adianta chorar. Nem dizer que "foi condenado por corrupção sem nunca ter mexido com dinheiro", como está estampado nessa semana na capa de uma publicação.
Não se pode crer que um homem com a vivência dele possa ser ingênuo a esse ponto. Discutiu-se tanto a questão do ato de ofício, mas querem mais ato de ofício que a assinatura do presidente do partido em um documento falso?
Genoíno podia ter entrado para a história sem essa, mas optou pela lealdade a um partido e a uma ideologia, ao invés de optar pela lealdade à nação e aos seus eleitores. Dar chilique agora é só adicionar mais um episódio vergonhoso a essa triste história.

sábado, 23 de novembro de 2013

Os mais iguais

Depois que a Papuda passou a abrigar essa casta de elite da política brasileira, as condições carcerárias de lá, e somente as de lá, diga-se de passagem, passaram a ser alvo da investigação, comentários e indignação dos outros colegas. Até o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, fez pela primeira vez na vida, uma visitinha à Papuda. Ficou igualmente compadecido da situação dos presos. Note-se porém que a administração do presídio da Papuda está sob a gestão do seu próprio governo!
Os demais presidiários também reclamaram, e com razão, dos privilégios desses novos moradores, que recebem visitas a qualquer dia e hora enquanto as famílias dos demais tem que se contentar com as quartas e quintas e dormir na fila para pegar senha.

Durante esses 10 anos de governo petista nem uma palha foi movida para melhorar as condições prisionais no país. Agora estão todos escandalizados com as condições da Papuda que, nem de longe se assemelham ás outras unidades prisionais pelo país afora, muito menos às celas de detenção das delegacias dos grotões.
Advogados muito bem remunerados vêm aos jornais para dizer que é um absurdo que os condenados a um regime sem-aberto fiquem submetidos ao regime fechado por falta de condições e vagas. Ninguém se lembra que nessas condições existem outros milhares de prisioneiros cujo regime não evolui para o semi-aberto exatamente por falta de vagas e estão nessas condições há anos e sem perspectiva de mudança. A diferença é que esses outros não tem advogados da mesma estirpe para defendê-los.
Esse é o verdadeiro retrato do "Brasil, um país de todos", como diz o lema do governo. Essa é a igualdade de todos perante a lei, tanto defendida da boca para fora pelo governo petista. Nunca George Orwell esteve tão certo, como quando disse em seu livro "Animal Farm" que em um regime socialista, apesar de todos serem iguais, uns são sempre mais iguais que os outros.

Febeapá revisitado

O jornalista e humorista Sérgio Porto, também conhecido como Stanislaw Ponte Preta, na época dos grandes festivais de música, publicava também o seu Febeapá - Festival de Besteiras que Assola o País. Sob esse título reunia as falas mais boçais de nossos políticos. Isso, numa época em que ainda havia um certo pudor na gestão da coisa pública!
De lá para cá, fomos ficando cada vez mais à vontade, de modo que se fosse reeditado hoje, o Febeapá compreenderia alguns vários calhamaços. Ainda bem que na era da informática os textos não ocupam mais que espaços virtuais. Assim sendo, em homenagem ao cronista e imaginando o que seria um festival desses hoje em dia, e já antecipadamente desculpando-me pela pretensão, aqui apresento o Febeapá Revisitado.

E, a título de exemplo, eis uma das pérolas, escolhida a dedo, do Febeapá original:

“A minissaia era lançada no Rio e execrada em Belo Horizonte, onde o Delegado de Costumes (inclusive costumes femininos), declarava aos jornais que prenderia o costureiro francês Pierre Cardin (bicharoca parisiense responsável pelo referido lançamento), caso aparecesse na capital mineira ‘para dar espetáculos obscenos, com seus vestidos decotados e saias curtas’. (…) Toda essa cocorocada iria influenciar  um deputado estadual de lá, Lourival Pereira da Silva – que fez um discurso na Câmara sobre o tema ‘Ninguém Levantará a saia da Mulher Mineira.’”


Para quem quiser mais, indico um site também inspirado no Febeapá, o Gerador de Nomes de Repartições Públicas, excelente para quem quiser se divertir um pouco com a criatividade da nossa burocracia e a capacidade de falar muito sem dizer nada ou dizendo muita besteira.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Ajuda humanitária

Anteontem assisti estarrecido a uma reportagem sobre os refugiados sírios na Jordânia. O que mais me estarreceu foram as histórias das meninas de 13 a 16 anos que estão sendo vendidas a ricaços da Arábia Saudita como escravas sexuais. E, de acordo com o moralismo islâmico, tudo camuflado sob o disfarce de um casamento.
Homens de 60 e 70 anos, compram as meninas das famílias, pagando de 2 a 3 mil dólares dependendo do "estado" da futura esposa. Na presença de um xeque, "casam-se" com elas no religioso, usufruem da lua-de-mel e divorciam-se delas depois de 1 semana ou 1 mês. E, durante o "casamento", além dos estupros habituais e esperados, ainda as espancam e submetem a todo tipo de humilhações.
Todos, dentro e fora dos campos, sabem do que se passa e fazem vista grossa, inclusive os guias religiosos.
Os casamentos forçados de jovens, porém, não se limitam à transação financeira. As garotas são forçadas a casar-se também com jordanianos mais velhos e, principalmente, com outros refugiados sírios, mesmo sem o pagamento de um "dote" às famílias.
Para muitos pais o casamento forçado de suas filhas é vantajoso porque supostamente as coloca sob a proteção de um marido, uma vez que estão sendo constantemente expostas ao assédio e sujeitas à violência sexual de gangues formadas dentro dos campos. Portanto para essas meninas não há saída. É escolher entre um jugo ou outro.

A humanidade não pode ficar inerte diante desses fatos. Isso é uma agressão a todos os seres humanos. E, na minha opinião, uma situação como essa justificaria uma intervenção imediata da ONU. Com Assad ou contra Assad, agora isso não interessa. O que interessa é que a ONU tem que tomar uma atitude imediata de salvamento dessas crianças e adolescentes antes que sejam física e/ou psicologicamente destruídos.

Digam o que disserem os esquerdistas de carteirinha, mas os Estados Unidos, mesmo em crise, já fizeram doações de 1,4 bilhão de dólares para as vítimas dessa guerra (ver aqui), providenciando alimentos, abrigos, água e serviços médicos para mais de 4 milhões de necessitados. 
O Brasil, que é o país com o maior número de sírios e descendentes de sírios fora do oriente médio, prometeu uma ajuda de 100 milhões, o menor montante entre as 10 maiores economias do mundo.
Para Cuba e Angola, cujos documentos foram tornados secretos recentemente pelo ministro Fernando Pimentel, a ajuda já havia ultrapassado 670 milhões de euros só em 2012!

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Ciranda, cirandinha

Quando começou a derrocada das empresas X e ficou patente o quanto de dinheiro público estava comprometido na aventura megalomaníaca, a direção do BNDES afirmou que estava tudo "sob controle" e que os empréstimos ao Eike Bastista tinham a fiança de bancos privados.
Aos poucos, porém, detalhes da verdade vão sendo revelados. Ontem, o BNDES executou a cobrança de uma dívida de 517 milhões da OSX, vencida no dia 15/11. O fiador dessa dívida é o Banco Votorantim, mas como o Banco do Brasil tem 50% das ações do Votorantim, quem vai pagar ao menos a metade dessa dívida será o Banco do Brasil.
O Banco Votorantim, já combalido, acumula 663 milhões de prejuízos até setembro/13, e vai ainda se ver em situação pior quando tiver que contabilizar esse "mico" de mais meio bilhão nos seus resultados.
Diz-se que a venda dos ativos da OSX é suficiente para cobrir a fiança. É melhor esperar para ver. Caso não cubra, o Tesouro Nacional, ao fim e ao cabo, está aí é para isso mesmo. Depois, dá-se um jeito de aumentar a carga tributária e estamos conversados.
No total, o BNDES afirma que aprovou 10 bilhões de empréstimo ao grupo X, mas "só liberou" 6 bilhões! E ainda liberou mais 50 mihões ao Eike para a reforma do Hotel Glória.

No fim dá certo! Sob a música de fundo de "Ciranda, cirandinha", o dinheiro vai saindo do nosso bolso, vai caindo nos cofres do Tesouro, do Tesouro corre pro Banco do Brasil, dali escorrega para o BNDES e do BNDES voa para o empresariado que apoia o governo.  Só que a ciranda só gira para um lado e nunca ao contrário.

E ficam todos felizes, menos nós, os panacas que bancam a farra de sempre. 
Mas fazer o quê? Somos nós que escolhemos os governantes. Somos nós que lhes damos o direito de administrar o dinheiro público. Vamos reclamar de quem? E a quem? 

domingo, 17 de novembro de 2013

Cadeia igual para todos!

Finalmente! Estão indo pra cadeia os ladrões de dinheiro público. Mas que dificuldade, hein? Será que os demais 500 mil presos do país tiveram a mesma chance de defesa? Quanto embargos infringentes apresentou a garota menor de idade trancafiada no Pará na mesma cela com outros 14 presos e por eles estuprada diariamente? É essa a igualdade que pregam esses esquerdistas de araque? É essa  a ditadura do proletariado que queriam os comunistas de carteirinha do passado? Na hora do aperto é ao estado "burguês" que recorrem. Se estivessem na República Popular da China, um estado proletário como eles enaltecem, receberiam apenas uma bala na nuca e estaríamos conversados! Sem choro, nem vela.
Mas, aqui, num "estado burguês dominado pelas elites inimigas do povo", eles têm todos os direitos e garantias e ainda acham pouco. Queriam mais. Queriam embargos dos embargos dos embargos... Queriam ampla defesa, como se não a tivessem tido, como se não tivessem bancas milionárias advogando a seu favor.
É até interessante saber como esses advogados estão sendo pagos e quem os está pagando? Para que fique claro que não é o dinheiro publico, previamente desviado, que está custeando essas defesas. Isso seria o absurdo dos absurdos.
Mas, voltando ao tema, seria útil também para a democracia uma comparação entre o tratamento que tiveram  e ainda terão esses "próceres da República"  e os demais cidadãos comuns que estão por aí amontoados nas celas, nas masmorras, como disse o ministro Tófolli. 
A igualdade de que tanto se fala é só no papel! Quero dizer que eles deveriam ser jogados em masmorras semelhantes? Não, não é o ideal, mas se não há celas em condições dignas para todos, não deve haver para ninguém. Advogados argumentam que eles tem que ficar em celas individuais porque o Estado, que os custodia, tem que preservar a sua integridade física e mental. Concordo absolutamente, mas isso não vale também para os outros cidadãos? Só Genoíno, Dirceu, Cristiano Paz, Delúbio, Marcos Valério e demais comparsas tem que ter essa proteção do Estado? Só a integridade física e mental deles é importante?
Um partido que se diz de esquerda, que proclama lutar pela igualdade, que quer até implementar um sistema de cotas raciais no serviço público, segundo eles, para reparar desigualdades passadas, não pode defender uma discriminação como essa sem perder a coerência e a credibilidade. 
Pelo menos Dirceu e Genoíno, em nome do seu passado e de sua ideologia, deveriam pleitear dividir com os demais presidiários as condições comuns do cárcere. Isso, sim, ao invés de braços erguidos, seria capaz de conferir-lhes ainda alguma dignidade nessa hora.



sábado, 16 de novembro de 2013

Patético

Punhos cerrados, braços esquerdos levantados! Foram assim, as cenas patéticas de velhos ex-militantes, agora simplesmente corruptos, querendo passar a imagem de um ativismo político e uma indignação juvenil que está longe deles. Com disse hoje alguém de minha família: "Eles não perceberam  que a política andou e eles desandaram?". Frase perfeita!
O mundo andou pra frente, o comunismo ficou pra trás com seus mortos e sua falta de liberdade, e essa gente ainda quer fingir que tudo continua como antes! A quem querem enganar?
E, nas notas que distribuiram à imprensa, dizem que  se consideram presos políticos, condenados por uma perseguição das elites. 

Que elites, caras-pálidas? O governo é do PT, que tem maioria folgada no Congresso e os governos petistas indicaram 8 dos 11 atuais ministros do Supremo! Essas elites não estão portanto alojadas em nenhum dos 3 poderes da República. Serão então os empresários que estão querendo pôr Genoíno e Dirceu no xilindró? Ou quem sabe serão os banqueiros? Ou os ruralistas? 

Se isso acontece numa democracia, se existem elites numa república capazes de fazer a Suprema Corte do país desrespeitar a Constituição para perseguir políticos inocentes e trancafiá-los na cadeia, isso é um caso muitíssimo sério. Dirceu e Genoíno tem a obrigação moral e política de dizer claramente os nomes desses agentes para que a democracia possa se livrar deles.

A quem querem enganar? Qual é o jogo que fazem? Não penso que queiram, nessa altura, que alguém acredite nessa versão. Eles são suficientemente inteligentes para saber que ninguém vai engolir uma lorota desse tamanho! A questão pois é  que insistem nessa tese porque nao tem mais nada a dizer. Vão dizer que roubaram? Que desviaram, sim,  dinheiro público para comprar apoio e votos? Alguma face, mais ou menos apresentável, eles tem que mostrar, ao menos para os correligionários. Dar à militância um mote para continuar a sua defesa. Ninguém acredita, mas continuam dizendo que sim. Afinal, quando os livros de história forem contar à posteridade esses episódios pouco engrandecedores, pensam que haverá ao menos uma versão, mesmo que absurda, mesmo que incrível, para apresentar como uma outra "leitura". É uma tentativa de salvar pelo menos a própria biografia. Em vão!




quinta-feira, 14 de novembro de 2013

República?

A história oficial nos diz que a República foi proclamada em 15 de novembro de 1889. A monarquia foi abolida é certo, porém há dúvidas se a República foi realmente estabelecida nessas terras. República, desde Platão, quer dizer um sistema político em que o bem publico, a coisa pública, seja o regente da organização social.
Para começar, o maior ausente nesse processo foi justamente o povo, aquele que as Constituições dizem que detém o poder soberano. O povo assistiu entre perplexo e assustado àquela movimentação de tropas no campo de Santana sem entender direito o que estava acontecendo. Aliás, segundo alguns historiadores, nem mesmo Deodoro tinha consciência e intenção de proclamar uma república naquele momento. Tudo o que queria era derrubar o Conselho de Ministros. Mas parece que o fato de D.Pedro pretender nomear primeiro-ministro, em substituição ao visconde de Ouro Preto, um inimigo de Deodoro, o qual deveria assumir o governo em 20 de novembro, foi o que o fez converter um golpe em outro. Ou seja, motivos pessoais é que foram determinantes para que a República passasse a ser o nosso regime político. E o jornalista Aristides Lobo escreveu à época, o "povo assistiu bestializado" à proclamação. E continua assistindo bestializado até hoje aos desmandos dos governantes.
Quem assumiu o controle da situação foi a mesma classe que já governava o país antes, a elite rural. Essa Republica de uns poucos perdurou até a revolução de 30, quando foi substituída por uma outra república, até pior, porque autoritária,  populista, sindicalista e fascista, liderada pelo caudilho Getúlio e que, no fim, deu no que deu, ou seja, no golpe militar de 64. Pois foi Jango, um herdeiro direto de Getúlio,  quem resolvera retomar o populismo varguista e restabelecer uma república sindicalista e autoritária, agora com tintas esquerdistas. Calculou errado, buscou suporte nos sargentos do exército, nos marinheiros e nos sindicalistas e depositou fé no apoio popular das massas, o que não aconteceu. Ao contrário, as massas eram conservadoras e foram para as ruas no movimento reacionário "Marcha da Família com Deus pela Liberdade". O exército, uma instituição de classe média, fez o que a classe média queria, deu o golpe. E Jango, com todo o suporte que parecia ter, com o apoio militar de seu cunhado Brizola, governador do Rio Grande do Sul, nem mesmo esboçou uma reação. Fugiu e deixou seus correligionários ao deus-dará.
Aí vieram 21 anos de ditadura. Mais uma vez uma república sem participação popular.
Então, depois da Constituição de 88, depois do impeachment do Collor, quando se pensava que as coisas tinham começado a mudar nesse pais temos que chegar à conclusaõ de que o povo só participa nessa república como agente passivo, aquele que trabalha, paga impostos e sustenta a mesma cambada que não larga o osso do poder. Todo o nosso arcabouço jurídico, político e social é feito para a eternização dessa gente que explora, rouba e suga os recursos dos país em benefício próprio. São os donos dos bancos Rurais; são os Eikes Batistas, useiros e vezeiros de pegar empréstimo do BNDES; são os capitães-donatários como a família Sarney; os arrivistas políticos filhinhos-de-papai como Fernando Collor, que deu a  volta por cima; são os Maluf que são julgados e condenados e continuam com a mesma cara-de-pau e nada lhes acontece; e recentemente essa turma viu chegar novos amigos, uma gente que chegou com fome, comendo o que via pela frente, falando de boca cheia e arrotando à mesa, mas que tinha votos e um canal de comunicação com o povo, aquele ser místico do qual todos dependem de 4 em 4 anos. Como as tetas são grandes e elásticas dá para todo mundo mamar. Foram todos acomodados e convivem em harmonia Genoínos, Sarneys, Collors, Malufs, Lulas, Delúbios e Renans. Nem dá mais para distinguir uns dos outros. Quem fica de fora, bestializado como sempre, é aquele que deveria ser o autor e ator principal, a razão de ser da coisa pública. Não há coisa pública, ela foi sempre tomada, usurpada e transformada em coisa privada por alguns espertalhões.

Fraude explica

A carga tributária no Brasil atinge inacreditáveis 60% do PIB!. Sabe o que isso significa? Isso quer dizer que trabalhamos 219 dias por ano, só para pagar impostos. Nos outros 146 dias restantes temos que ganhar o suficiente para pagar escolas, moradia, transporte, roupa, comida, plano de saúde, remédios, energia elétrica, telefone, etc.
Mas se o governo arrecada tanto, por que nunca tem dinheiro para investir na educação pública universal e de qualidade, na segurança e transporte públicos, na saúde, etc., etc.? Aí é que está a questão. Dinheiro tem, basta ver que o BNDES está sempre pronto para financiar qualquer projeto mirabolante, tal como financiou o Pró-Álcool  e as empresas do Eike Batista. Dinheiro tem, se consideramos todos os bilhões de investimentos prometidos pela Dilma para as creches, postos de sáude, trem-bala, transposição do S.Francisco, rodovias, portos e aeroportos espalhados pelo país.

No mundo oficial o Brasil é nada mais nada menos que um feliz canteiro de obras. Há que ter dinheiro para bancar essas obras todas. Agora mesmo, Dilma, irresponsavelmente, enviou projeto ao Congresso para cração de mais alguns órgãos públicos inúteis que só vão servir de cabides de emprego para os cabos eleitorais a serem contratados nas próximas eleições. São eles: o Centro de Tecnologia Estratégica do Nordeste, o Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal e um tal de Instituto Nacional de Águas.

Do outro lado, o Brasil real é aquele em que uma ministra usurpa um helicóptero de socorro para fazer passeios e campanha eleitoral com o nosso dinheiro. O Brasil real é aquele onde 50.000 homicídios são cometidos por ano  e 97% ficam impunes. O Brasil real é aquele onde morrem outras 50.000 pessoas anualmente no trânsito. O Brasil real é aquele onde um deputado ganha 28 mil por mês, sem a obrigação de fazer coisa alguma e um policial que põe a vida em risco todos os dias, ganha 1200. O Brasil real é aquele onde faltam escolas, transporte público, estradas,  assistência médica, segurança. É onde impera o estado paralelo do tráfico de drogas e do crime organizado. O Brasil real, enfim, é aquele onde predomina a fraude e a corrupção em todos os escalões, em todos os níveis e em todas as instituições. É isso e apenas isso o que explica a nossa indigência como nação.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Pelo andar da carruagem...

O quadro político brasileiro começa a ficar interessante. Dilma não é Lula e o poder de Lula transferir votos parece que só era possível quande ele detinha não só a caneta presidencial, mas principalmente a visibilidade da superexposição programada na mídia e disfarçada de agenda de governo. Dilma tem agora essa mesmas ferramentas e está tentando usá-las, mas os resultados tem sido pífios. Isso é preocupante para um partido que tinha planos de ficar 30 anos no poder, no mínimo.
E quer dizer que seus aliados esperarão até um determinado momento e, quando tiverem a certeza que a vassoura da Dilma não vai decolar por falta de combustível, partirão para outra opção, que pode ser até, como sempre, uma nova velha candidatura do Molusco. Caudilho é assim mesmo, pode até sair do poder, mas o poder não sai dele nunca (vide Getúlio).
Se Lula atropelar Dilma na reta final e se candidatar, o panorama muda todo. Porém o que mais vai definir o futuro dessa história será o estado em que Dilma deixará a economia do país. Estamos descendo rapidamente a ladeira. E, em 2014, alguns analistas sérios e até mesmo favoráveis ao governo, como Delfim, estão prevendo a "tempestade perfeita", uma conjuntura de fatores que atuando sinergicamente podem nos levar ao caos econômico como aquele do final do governo Sarney.
Dilma parece que não tem a compreensão suficiente da situação. Parece pensar que basta o "marquetismo" e algumas ações demagógicas aqui e ali para lhe garantir o segundo mandato. A continuar nesse passo, a carruagem não chegará nem ao segundo turno.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Precisamos de um Tea Party

É claro que esse assunto não ver ser dito no horário eleitoral, porque eles não são bobos, mas a turma da equipe econômica já conta com isso para equilibrar as contas. 
Se conseguir outro mandato Dilma vai aumentar a alíquota máxima do Imposto de Renda de 27,5% para 35%!!!! Pasmem, mas é isso que está nos planos. Afinal, como é que se vai continuar bancando aviões da FAB como taxi aéreo  gratuito pras otoridades? E o caviar das crianças? E a quantidade de ministérios além de qualquer senso crítico!


Quem ganha acima de 4.271,59 vai passar a ter descontado na folha, 1495 reais ao invés dos 1174,68 atuais, que já são um escândalo, considerando que o Estado nada nos dá em troca.

Em outras palavras, com essa alíquota o governo ficará com o fruto do nosso trabalho de quatro meses e meio por ano e nós ficaremos com o dos restantes 7 e meio, só para o Imposto de Renda. Se considerarmos os demais tributos indiretos (ICMS, ISSQN, IOF, PIS/COFINS) que pagamos sem saber, por tudo o que compramos, além dos IPTU's, RENAVAN, DPVAT's, o valor deve chegar à casa dos 60% das nossas receitas.

No regime feudal da Idade Média, um senhor suserano  jamais sonharia cobrar tão altos impostos dos seus vassalos. Temia pela rebelião, o que por muito menos aconteceu algumas vezes. Na Inglaterra a Magna Carta foi instituída para limitar o poder dos reis de cobrar impostos.
A independência dos Estados Unidos se deu pela recusa em pagar a taxa do chá, na revolta que ficou conhecida como Tea Party. É a isso que faz referência hoje o grupo Tea Party; mesmo que atualmente constituído de republicanos hidrófobos, sua mensagem de que impostos tem que ser consentidos é histórica na vida das nações democráticas.
A Inconfidência Mineira também se fez em revolta contra o pagamento do quinto do ouro, ou seja, vinte por cento!

Precisamos urgentemente de um partido com um programa que defenda a redução da carga tributária nesse país. Não é por essa via que os mais pobres serão atendidos, até porque não o são, apesar dos impostos escorchantes. A pobreza será erradicada do país com investimentos na educação, não nos desvios de verbas e nos salários e mordomias indecentes desses que se dizem nossos representantes.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

É irregular mas toca pra frente

Eu fico impressionado com a cara de pau dos nossos governantes. O tribunal de Contas da União já é um órgaõ, a meu ver, absolutamente tolerante. Não fosse assim, tantos escândalos, desvios e roubalheira pura e simples não aconteceriam. Ainda assim, o TCU tenta exercer um certo papel fiscalizador, que é o que está determinado na lei.
Entretanto, a presidente da República que deveria ser o cidadão-exemplo é a primeira pessoa a desconsiderar tudo isso, como fez a gerenta em recente pronunciamento no sul. Disse ela que não se podem parar as obras, mesmo que o TCU tenha assim recomendado em função de grossas irrgeularidades. Estamos falando, não de roubalheira mixuruca, um desviozinho aqui, um malfeitozinho ali. Estamos falando de irregularidades graves, segundo a própria conclusão do Tribunal.
Ora, o dinheiro publico é sagrado! Com o dinheiro publico não se pode admitir tolerância nem mesmo com as menores irregularidades. No entanto, quem está dizendo que o TCU não deveria fazer o seu papel legal e constitucional é a própria presidenta da República! 

E o pior é que isso não causa o menor espanto! Nem chega a ser manchete na mídia. A presidenta diz que não vai respeitar o TCU, um órgão de outro poder, o legislativo, que por sua vez não se manifesta em defesa do Tribunal e nem se sabe se acolherá a recomendação de parar as obras irregulares ou a da presidenta de tocar pra frente assim mesmo.
Há momentos em que não acredito no que vejo e ouço nessa pindorama! Definitivamente não somos um país sério.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Tempestade Perfeita

Delfim Neto pode ser qualquer coisa, menos burro. E também nunca foi de sensacionalismos em suas análises. Serviu à ditadura por longos anos, foi o czar da economia, comandou o "milagre brasileiro" dos anos 70, que depois se revelou ter suas falhas estruturais (a inflação nunca foi controlada, muito dinheiro foi desperdiçado, além da corrupção institucionalizada e da promiscuidade entre o Estado e empreiteiras), mas o fato é que o Brasil chegou a crescer até 11% ao ano.
Foi Delfim quem profetizou que a melhor maneira de acabar com o PT seria deixá-lo chegar ao poder. Profecia cumprida.
Agora, vem ele com outra previsão do futuro. Segundo o ex-ministro estamos nos aproximando da "tempestade perfeita", um cataclisma econômico para ninguém botar defeito.
Esse cataclisma seria desencadeado por alguns fatores convergentes: o fim dos incentivos monetários nos Estados Unidos em março de 2014 conjugados aqui com uma instabilidade cambial, juros altos, inflação fora do controle, despesas públicas elevadas, deficit fiscal primário de 10,8 bilhões, deficit nas contas de comércio exterior, dívida bruta de 2,7 trilhões (59 % do PIB) e o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pelas agências de classificação de risco.
Eis o que diz Delfim: "Violações da ordem fiscal vão se acumulando, sem consequências aparentes no curto prazo. Mas a história e a análise teórica ensinam que, em algum momento, provavelmente em tempo superior ao mandato do poder incumbente, elas geram uma "emergência" que explode num desequilíbrio fiscal, inflacionário e cambial simultâneo, que reduz a pó a economia nacional. Todo brasileiro com mais de 20 anos já assistiu em branco e preto a tragédias como essa."

Com uma tempestade dessas se delineando no horizonte, não importa se somos viajantes de primeira classe, executiva ou econômica, se não mudarmos de rumo rapidamente, a aeronave vai sacolejar feio para todo mundo. Delfim termina seu artigo alertando:

"Se isso [a tempestade] ocorrer, teremos uma rápida elevação da taxa de juros no mundo, uma mudança dos fluxos de capitais, um ajuste instantâneo e profundo da nossa taxa de câmbio, uma redução do crédito bancário, uma queda dramática da renda real dos trabalhadores e a volta - em legítima defesa - de taxas de juros reais aos absurdos níveis com que vivemos durante tantos anos, acompanhados por um aumento do desemprego. Isso sim -- e não fantasia política - poderá comprometer a confortável posição atual da presidente Dilma Rousseff no processo eleitoral."

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O plano "secreto"

Era uma vez um país não muito distante onde um partido se aboletou no poder. Esse partido enganou muita gente. Dizia ser contra a corrupção, o coronelismo, o nepotismo, a política de compadrio, o fisiologismo, os conchavos, a privatização do Estado, etc. 
Mal acabou de chegar lá esse partido começou a operar o seu plano secreto. E qual era esse plano? Nunca mais devolver o poder, ficar nele para sempre ou pelo menos o maior tempo possível. Décadas, se não puder ser séculos. Para isso foi necessário fingir aceitar a via democrática, como um meio de conquistar essa posição e depois começar o trabalho de destruição dessa mesma democracia. Afinal, democracia implica em alternância, o que não interessa a esse projeto.
Esse partido, dominando as instituições, começou por aliciar aqueles que antes eram apresentados como inimigos, porque sabia como aliciá-los. Todos eram venais e o partido passou então a comprá-los, um a um, para formar a tal base aliada, que nada mais é que o controle do parlamento, do poder legislativo. Claro que nesse processo muita ilegalidade teve que ser cometida, portanto era necessário ter contatos no submundo empresarial. Um publicitário e um banco voraz foram os mecanismos encontrados para criar um sistema de desvio de dinheiro público sob a aparência de contratos legais. O publicitário simulava negócios com empresas públicas, como a Petrobrás e o Bnaco do Brasil, e o dinheiro ia parar em vários bolsos, entre eles o de vários membros do partido vermelho, porque afinal ninguém é de ferro.
Comprada a base aliada, com dinheiro ou com cargos (que significam dinheiro) ficava fácil mudar as leis de modo tal que aos poucos fosse sendo garantido ao partido a sua permanência no poder. Em paralelo, o Judiciário foi também sendo colocado sob o mesmo jugo. Em 10 anos de governo, nomearam 8 juízes do Supremo em um total de 11. Mesmo que alguns, como o ministro Joaquim Barbosa e o ministro Fux, demonstrem total independência em suas decisões, há exemplos de outros que se revelam submissos aos desejos do chefe do Executivo! 
Dominados os 3 poderes o que resta fazer para se implantar uma ditadura no Brasil? Resta submeter o quarto poder, os militares! Digam o que disserem, a Comissão da Verdade não deixa de ser uma tentativa de intimidação aos quartéis. A imprensa, quando não puder ser dominada pelo aliciamento (rede Globo por exemplo) e pela simples compra via publicidade oficial, será eventualmente silenciada pelo "controle" social da mídia, um eufemismo ao estilo marxista chinês para censura pura e simples. Já tentaram também amordaçar o Ministério Público.
Luiz Felipe Pondé publica hoje  uma crônica  muito boa mostrando as garras e dentes desse projeto totalitário dentro das universidades brasileiras, especialmente na área de ciências sociais. Vejam aqui.

sábado, 2 de novembro de 2013

Mau humor

É paradoxal verificar, em tempos politicamente corretos, surgirem esses "humoristas" barra-pesada, tais como Danilo Gentili e Rafinha Bastos, que extrapolam todas as fronteiras do bom gosto e do respeito à sensibilidade das pessoas. Não defendo o "politicamente correto" até porque o acho,  além de chatíssimo, muito hipócrita. 
Portanto uma das funções do humorista, como crítico de costumes, seria denunciar esse politicamente correto quebrando os paradigmas. É isso o que um bom humorista sempre fez. Mas há um limite, além do qual o humor se transforma em agressão e aí já não deveria ter o apoio da sociedade. Passar desse ponto é o que um bom humorista jamais faria. Estabelecer qual é o ponto certo, qual é a dose correta de iconoclastia é o trabalho de um artista, o que, supostamente, os humoristas são. Entretanto para o bem e para o mal, a democratização da mídia hoje proporciona a qualquer um se intitular artista e, em especial, humorista. O "Youtube" está cheio de vídeos de gente que pensa que fazer arte e humor é gravar e publicar aquele monte de baboseiras que se postam por lá.
Reconheço também que, diante do esforço que os politicos fazem para encarnarem os papéis mais ridículos, fica difícil para um humorista se sobressair. Mas não precisavam apelar assim. Primeiro, o Rafinha Bastos veio com aquela "piada" sobre o estupro e agora o tal de Danilo Gentili nos brinda com um escracho, em termos bastante baixos, sobre a maior doadora de leite do Brasil.
E pensar que o humor no Brasil já foi representado por Millôr, Péricles, Chico Anísio, Manoel da Nóbrega, José Vasconcelos, Paulo Gracindo, Juca Chaves, Grande Otelo, Oscarito e outros. Nem mesmo a causticidade de uma Dercy Gonçalves chegou a tanto. Dercy era desbocada e sem papas na língua, mas não me lembro de tê-la visto calcar o humor sobre ofensas e desrespeito ao outro.
É claro que defendo o direito de livre expressão desses "humoristas", até mesmo para todo esse "humor" de baixo calão. Não é essa a questão. A questão é que, do mesmo modo que eles podem falar o que quiserem, a parcela da sociedade que se sente agredida por eles também pode. E deve!
Demonstrar o repúdio e não dar publicidade a esse mau humor é a melhor maneira de fazê-lo recolher-se ao seu nicho no submundo de onde nunca devia ter saído.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O "xis" da questão

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, esse é o nome do BNDES. Como tudo o que se faz aqui, o nome pomposo quer evocar uma função que não tem nada a ver com a realidade da instiuição e ainda faz uma piada de humor negro com o "...e social".
O que faz esse banco? Empresta dinheiro para os ricos e muito ricos a juros subsidiados. Essa é a função social.

A função "desenvolvimento econômico" fica mais clara quando se computam os investimentos que esse banco fez por exemplo para o desenvolvimento da produção de etanol no Brasil. Lembram-se do Lula dizendo que o Obama iria ter que importar etanol do Brasil? Um dos "grandes investimentos" no desenvolvimento econômico brasileiro foi esse na produção do etanol; outro foi nas empresas do grupo "X".
A OGX, menina dos olhos do grupo, está com uma dívida de quase 12 bilhões. O valor dos ativos da empresa perfaz 2,7 bilhões de dólares, ou seja, quase 6 bihões de reais, a metade do valor da dívida! Em outras palavras, a  dívida só se paga com rendimentos futuros. Traduzindo: com os ovos que ainda estão nos fiofós das galinhas. Se esses ovos não forem botados, chocados e virarem outras galinhas, não haverá como pagar.

Se a dívida fosse constituída apenas de capital privado seria um problema particular de quem confiou e investiu nas empresas do grup "X". O "xis" da questão, porém,  é que o BNDES enfiou muito do nosso suado dinheirinho nessas empresas. O Banco diz que não fez empréstimo à OGX, só às outras empresas do grupo, que, no entanto, totaliza 10,4 bilhões! E o BNDESpar tem participação acionária na OGX. A "nossa" Caixa também tem empréstimos ao grupo, especialmente à OSX, que também será afetada pela derrocada da petroleira.
Apesar de tudo isso, "ouve-se" um silêncio sepulcral do governo! É o nosso dinheiro que está em questão, mas ninguém fala nada. Dilma, que antes não se cansava de elogiar Eike Batista e que há pouco até cogitou em socorrê-lo, está muda da silva. É a tática Lula: na hora em que a coisa aperta, cala-se o bico fanfarrão e finge-se de morto. 



quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Santas casas

O governo do PT alardeia aos quatro ventos sua preocupação com a saúde do povo brasileiro. Está aí uma excelente oportunidade de provar que essa "preocupação" não é apenas demagogia eleitoreira. As Santas Casas, muitas das quais estão em situação pré-falimentar, mereceriam uma política pública séria. As Santas Casas tem 80% de seus leitos dedicados ao SUS e recebem menos do que gastam no tratamento dos pacientes. O dinheiro é repassado da União, primeiro para as prefeituras, alí permanece fazendo "caixa" sabe-se lá quanto tempo, só depois é que o repasse chega ao destino final. Pergunta-se: por quê esse dinheiro tem que fazer esse trajeto tortuoso? por quê o SUS não faz o pagamento diretamente às Santas Casas?
O "Estado de Minas" traz uma notícia hoje sobre essa questão. Segundo o jornal, a Santa Casa de Belo Horizonte tem uma dívida de 5 bilhões em impostos federais atrasados (cujo pagamento foi negociado para ser feito em 15 anos). E, de seus 1.314 leitos, 1.085 são dedicados ao SUS. É uma situação absurda: quanto mais leitos o hospital oferece ao SUS, mais aumenta o seu prejuízo. E o governo fica fazendo pose enquanto empurra para o setor privado a responsabilidade da resolução dos problemas públicos.
É o mesmo que ocorre com a educação superior, por exemplo. O governo faz convênios e mais convênios com escolas particulares ao invés de aumentar a oferta de vagas nas universidades públicas. Só que nesse caso, como, do outro lado da mesa estão empresários dedicados aos seus negócios, o que acontece é uma verdadeira sangria de recursos públicos. Mas isso é outro assunto.

No caso das Santas Casas é incompreensível que elas não sejam isentas do pagamento de impostos. São instituições filantrópicas e de utilidade pública seculares. Se as Igrejas são isentas, por quê não isentar também as Santas Casas? Seria muito mais lógico, uma vez que são credoras e devedoras da mesmo entidade, a União e fazem esse trabalho suplementar de suporte à saúde pública. Mudar a lei para isso e revisar os repasses do SUS eliminado as interferências indesejáveis das prefeituras, diminuindo também o risco de desvios, seria uma atitude correta de um governo legitimamente preocupado em dar melhor assistência à saúde do brasileiro. O resto é só conversa mole e mentiras.




terça-feira, 29 de outubro de 2013

Mera coincidência

Saiu o relatório "Doing Business" do Banco Mundial. Alguma surpresa? Nenhuma. Continuamos na rabeira como sempre, apesar da Dilma ter cantado vitória em Belo Horizonte, porque o Brasil "saltou" da 130ª posição para a 116ª. Melhorou? Contra números não há argumentos. Relativamente a outros países, melhorou. Foi mérito nosso ou de algum governo? Definitivamente não! O grande "salto" brasileiro no ranking se deve a uma mudança na metodologia de tabulação das burocracias! Isso dona Dilma não falou, é claro!

Mas mesmo que não tivéssemos sido beneficiados por essa manobra aritmética, a nossa posição (116ª em 189 países) não é de modo algum confortável, especialmente quando vemos países latino-americanos como Chile, Peru, Colômbia, México, Panamá, Guatemala, Uruguai, Costa Rica, Jamaica e até mesmo o Paraguai e a Guiana na nossa frente.

Comparando globalmente, estão em melhor situação que nós, não só os óbvios países "de olhos azuis", mas também Ruanda, Gana, África do Sul, Namíbia, Tunísia, Líbano, Paquistão e Zâmbia

E, se serve de consolo, fiquemos sabendo que  Argentina, Bolívia, Nicarágua, Suriname e Venezula estão em pior situação que o Brasil. Interessante notar que em todos esses "retardatários" impera uma política populista, demagógica, corrupta e autoritária. Será mera coincidência?

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Deus dará

Uns tem xisto, outros tem xistose. E ainda dizem que Deus é brasileiro! 
Dessa crença talvez resulte o nosso conformismo, a nossa inércia, a nossa  resignação. Como já dizia Chico Buarque: "...diz que Deus dará. E se Deus negar, ó nega, eu vou me indignar e chega. Deus, dará. Deus, dará." 

Acreditamos piamente que Deus teve um predileção especial pelo Brasil quando criou o planeta; plantou aqui as maiores delícias, o clima, a natureza exuberante, as praias maravilhosas, as frutas, o alimento fácil ("Em se plantando, tudo dá."). 
E por fim, o que faltava, o petróleo, até esse apareceu. Na verdade, meio que escondido nas profundezas marítimas, mas está lá, esperando para ser retirado. Mais uma comprovação da cidadania divina! Será? Comparemos.
Há no hemisfério norte, uma nação de território ainda mais extenso que o território brasileiro, com quase as mesmas riquezas naturais, apesar do clima mais adverso e da frequência de catástrofes naturais (furacões, tufões, terremotos, nevascas). É uma nação também de imigrantes. Também teve a sombra da escravidão e foi também colônia de uma nação européia. Mas o povo, que diferença...
Esse povo não só tomou as rédeas de seu destino nas mãos, desde o princípio (Declaração de Independência - 1776), como também ajudou outros povos a definir o seu:  inspirou a Revolução Francesa, a Inconfidência Mineira e ajudou a independência de Cuba, lutando contra a Espanha. Em 100 anos construiu uma nação tão próspera, que em 1876 Alexander Graham Bell já estava patenteando sua maior invenção, o telefone.
A nossa independência se deu 46 anos depois. Em termos históricos essa diferença temporal foi quase insignificante, mas em termos sociais parece que se passaram séculos. São várias e extensas as razões dessa diferença, mas cabe apontar uma delas, que, no meu entender, é o fator fundamental dessa desigualdade. A nação americana é meritocrática. Lá se valoriza aquele que trabalha e se esforça para progredir. Aqui se valorizam o parentesco e as relações sociais. Daí o nepotismo e o compadrio. 
Lá o trabalho é o que  promove a ascensão social, aqui a ascensão é promovida pela adesão fisiológica e o puxa-saquismo. Por isso se disseminou entre nós o culto da cordialidade e da resignação. Nós não protestamos. Nós aceitamos o poder discricionário e tentamos, ou aderir a ele ou burlá-lo. Não valorizamos o sucesso obtido com esforço. Como dizia Tom Jobim: "No Brasil, fazer sucesso é ofensa pessoal!"
Por isso perdemos os bondes da história, um atrás do outro e, enquanto eles, com naturais avanços e recuos, acabam por vencer as dificuldade e progredir, nós ficamos sentados à beira do caminho esperando o que Deus dará.










sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Promessas da candidata

Como a dita-cuja já está em plena campanha eleitoral, ou seja, está pedindo votos de novo ao povo brasileiro, não custa nada relembrar o que ela prometeu na campanha passada. Cada um que confira o que foi cumprido ou não. Vou dar só a lista:


  1. Tornar o Brasil a quinta maior economia do mundo: caímos para o sétimo lugar.
  2. Reduzir a dívida pública líquida para 30% do PIB: aumentou para quase 60% do PIB.
  3. Reduzir fortemente os juros e manter o controle da inflação: sem comentários!
  4. Construir 8.600 unidades básicas de saúde em todo o país e 500 UPA's.
  5. Construir 6.000 quadras esportivas e 800 complexos esportivos, culturais e de lazer.
  6. Construir 6.000 creches.
  7. Construir 800 novos aeroportos e 5 refinarias com tecnologia de ponta.
  8. Construir 2 milhões de moradias no Programa "Minha Casa, Minha Vida" 
  9. Terminar a transposição do S. Francisco.
  10. Investir 11 bilhões de reais em proteção de encostas e prevenção de enchentes.
  11. Investir 34 bilhões de reais em saneamento básico e abastecimento de água no Nordeste.
  12. Construir 2.883 postos de polícia comunitária.
  13. Aumentar para 7% do PIB os investimentos públicos na educação.


 Além dessas 13 promessas específicas, ainda fez outras vagas, como: erradicar a miséria e o analfabetismo, eliminar as filas para exames especializados, fazer uma reforma radical no sistema penitenciário brasileiro e proteger as fronteiras contra o tráfico de armas e drogas reequipando a polícia federal e comprando 10 drones (ou VANTs - Veículo Aéreo Não Tripulado)  para isso.

Como dizia o Chico Anísio na pele do Coronel Pantaleão : 
"- É mentira, Terta? 
- Verdaaade..."




quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Pobre país rico

Qual é a diferença entre extrair petróleo de águas marítimas profundas e extraí-lo à flor da terra? Custo! A diferença, brutal, é o custo. Claro que trabalho e risco estão envolvidos, mas tudo isso pode ser convertido em números e ser traduzido por uma palavra: custo.
O custo muito mais baixo da extração do petróleo de xisto, comparado com o de águas profundas como o do pré-sal, se traduz, ou em maior lucratividade para as empresas exploradoras, ou em preços mais baixos do produto final. Geralmente, quando isso acontece e quando se associa a isso a "lei da oferta e da procura", com a maior abundância do bem oferecido as duas coisas se verificam: o lucro aumenta e os preços caem.
Aonde quero chegar com isso? Quero dizer que quando o governo faz as contas da dinheirama que pretende ganhar com o petróleo do pré-sal está contando com o ovo ainda no fiofó da galinha. 
Senão, vejamos. A estimativa de recuperação de óleo do pré-sal varia de 8 a 12 bilhões de barris, segundo a ANP. Fiquemos com 10 bilhões. O período de extração será de 35 anos até se esgotar a reserva. Ao preço de 100 dólares por barril essa reserva valeria mil bilhões (ou seja, 1 trilhão de dólares). O custo estimado da extração é de 25 dólares por barril. Até aí tudo bem. Todos estão ganhando muito. O problema é o "se". 
Com a descoberta das reservas de xisto nos EUA e considerando o custo muito mais baixo dessa extração, o preço do óleo (e gás) não se manterá em 100 dólares pelos próximos 35 anos! Também não se sabe ainda com certeza se o custo da exploração do pré-sal será só de 25 dólares por barril! pode chegar até 50!
Se o preço do gás já caiu de 13 para 2 dólares por BTU nos Estados Unidos e eles, que são o maior importador, tornando-se autossuficientes, pode se imaginar que efeito terá sobre os preços internacionais do petróleo.  Não seria espantoso, nesse cenário, se o preço do barril voltasse aos 30 dólares dos anos 80. Aí, bye, bye, valor das reservas do pré-sal.
Portanto o que Dilma tem a comemorar até agora é ainda um conjunto de incertezas. Não se sabe ainda se as reservas recuperáveis são mesmo de 10 bilhões de barris, não se sabe se o custo de extração nas águas ultra-profundas do pré-sal será mantido nesses 25 dólares por barril e não se sabe se o preço do petróleo permanecerá no patamar de 100 dólares.
Mas comemora-se assim mesmo, afinal o que interessa a ela é apenas a reeleição. Depois, quando as coisas derem errado, o problema será somente das futuras gerações do povo brasileiro.

Há países e países. Há aqueles cujo povo e, consequentemente, os dirigentes procuram construir uma nação rica e poderosa e há aqueles em que o povo e os dirigentes querem fazer o contrário. Ambos conseguem.

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