quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

As frases do Ano (2015)

O ano de 2015 foi próspero para o Dilmês, aquele idioma primitivo, falado pela "presidenta" da República. Aliás, "presidenta" foi a primeira palavra que aprendemos nesse idioma.

Em 2015, tivemos uma coleção de frases fantásticas em Dilmês como nunca-antes-na-história-deste-país.  Ficou até difícil fazer a seleção, mas aqui vão 13 (homenagem) pérolas selecionadas:

1- Explicando para nós, ignorantes, que o mosquito "Aedes aegypti" virou um vírus e que boat um ovo que pica as pessoas:

 É o vírus Aedes "egipsi" com as suas diferentes modalidades: o chikungunya, zika vírus. Nós vamos lançar lá em Pernambuco, o nosso primeiro teste do nosso plano de ação de prevenção a esse vetor, que é o zika vírus, por conta da questão da microencefalia.

O mosquito transmite essa doença porque ele coloca um ovo e esse ovo tem o vírus que vai transmitir da doença.

2- A famosa Saudação à Mandioca:

"E aqui nós estamos comungando a mandioca com o milho. E, certamente, nós teremos uma série de outros produtos que foram essenciais para o desenvolvimento de toda a civilização humana ao longo dos séculos. Então, aqui, hoje, eu tô saudando… eu tô saudando a mandioca. Acho uma das maiores conquistas do Brasil”.

3-  A mulher sapiens:

“Eu acho que a importância da bola é justamente essa, o símbolo da capacidade que nos distingue como… Nós somos do gênero humano, da espécie Sapiens. Então, para mim essa bola é um símbolo da nossa evolução. Quando nós criamos uma bola dessas, nós nos transformamos em Homo sapiens ou mulheres sapiens”.

4 - Viajando no tempo (o legado de antes):

“Eu acredito que nós teremos uns Jogos Olímpicos que vai ter uma qualidade totalmente diferente e que vai ser capaz de deixar um legado tanto… porque geralmente as pessoas pensam: ‘Ah, o legado é só depois’. Não, vai deixar um legado antes, durante e depois”.

5- A importância da porta pra dentro e da porta pra fora:

“Da porta para dentro, a mãe ela é essencial. Da porta pra fora, os dois são muito importantes. Agora, da porta pra dentro o pai também é importante. (…) A gente admira o pai, a gente admira a mãe, a gente ama o pai e a mãe”.


6- Estocando vento:

“Até agora, a energia hidrelétrica é a mais barata, em termos do que ela dura com a manutenção e também pelo fato da água ser gratuita e da gente poder estocar. O vento podia ser isso também, mas você não conseguiu ainda tecnologia para estocar vento. Então, se a contribuição dos outros países, vamos supor que seja desenvolver uma tecnologia que seja capaz de na eólica estocar, ter uma forma de você estocar, porque o vento ele é diferente em horas do dia. Então, vamos supor que vente mais à noite, como eu faria para estocar isso? Hoje nós usamos as linhas de transmissão, você joga de lá para cá, de lá para lá, para poder capturar isso, mas se tiver uma tecnologia desenvolvida nessa área, todos nós nos beneficiaremos, o mundo inteiro”.

7- Pagando para a Caixa quando ela fica com o "nosso" dinheiro e quando nós ficamos com o dinheiro "dela".

“Quando chega no fim do ano, geralmente, a Caixa fica com mais dinheiro do que era o necessário. Mas, no mês em que ela não ficou com aquele dinheiro, nós pagamos juros para ela. Ou seja, se ela adianta o pagamento para nós, nós pagamos juros para ela. Se ela fica com nosso dinheiro, nós pagamos para ela… não, nós pagamos para ela juros quando ela fica com o nosso dinheiro, e ela paga para nós quando nós ficamos com o dinheiro dela”.

8- O estado de Roraima vira capital:

"Quero dizer para vocês que, de fato, Roraima é a capital mais distante de Brasília, mas eu garanto para vocês que essa distância, para nós do Governo Federal, só existe no mapa. E aí eu me considero hoje uma roraimada, roraimada, no que prova que eu estou bem perto de vocês."

9- A natureza-morta zumbi:

"E tem uma, tem uma pintura dela que eu acho genial, é… como é que é?Natureza Morta… Ai, eu tinha de lembrar a palavra. Natureza Morta… é uma contradição em termos: de que que é o quadro? É uma natureza morta? Rodando, você entendeu? É o stand still a Natureza Morta, aí a Remedios Varo vai lá e faz… ela bota uma mesa e os componentes da natureza morta estão girando. O nome é interessantíssimo. O nome tem uma certa, uma certa ironia."

10- Fixação em aeroportos:

"Já que eu falei de transporte eu vou falar, ao mesmo tempo, do aeroporto. O aeroporto que é uma outra forma de transporte. Aliás, outra infraestrutura, me desculpe, outra infraestrutura de transporte, para uma outra forma que é a forma dos aviões que são essenciais nesse país continental."

11- Dobrando a meta que não existe:

"Não vamos colocar meta. Vamos deixar a meta aberta, mas, quando atingirmos a meta, vamos dobrar a meta."


12 - Até para dar boa noite, ela complica:

"Boa noite, gente. Boa noite, todas vocês e vocês ─ aí é para os homens”.


13 - A Copa Olímpica:

"Nós temos certeza que faremos uma Copa segura, uma Copa que vai garantir… Aliás, desculpa, uma Olimpíada. É que eu falei em Copa, e estou com a Copa na cabeça. Mas nós fizemos uma Copa segura. E aí, eu disse para eles até que se nós fomos capazes de garantir segurança em 12 cidades, nós somos capazes de garantir a segurança em uma cidade...

Quero dizer que, então, todos aqueles que quiserem participar dessa Copa... dessa Olimpíada, que venham aqui e que venham e participem com a certeza que serão muito bem recebidos e que nós teremos condições de dar o atendimento adequado."

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

O buraco é mais embaixo

O buraco, nas contas públicas, em Novembro, bateu récorde: quase 20 bi. O rombo anual em 11 meses já tinha alcançado a inacreditável taxa de 65% do PIB e as projeções do Banco Central indicam que ao final de Dezembro o déficit alcançará 66,9% do valor de toda a riqueza gerada no país no ano. Em outras palavras, o governo gasta mais do que arrecada um valor equivalente a 2/3 da geração de riqueza no país.

Se esse déficit tivesse que ser imediatamente coberto por impostos, teríamos que entregar ao governo mais 2/3 das receitas produzidas durante o ano de 2015, além daquilo que já pagamos que já é 33% do PIB. Isso significa que o governo teria que confiscar 100% de toda a riqueza nacional.

A nossa "sorte" é que o déficit vai sendo empurrado de um ano para outro. Mas esse é o fator que mais alimenta a inflação. De nada adianta o Banco Central aumentar mais os juros. Só os bancos vão ganhar com isso e a inflação continuará a correr solta, realimentada por sua vez pelo próprio aumento da taxa de juros. Sem uma vida fiscal correta e responsável não há controle da inflação. O governo Dilma está massacrando a Lei de Responsabilidade Fiscal e isso é um motivo grave para o impeachment. Não é preciso mais nada.

O marasmo econômico é consequência do desajuste fiscal, da inflação e do descrédito no governo e em suas equipes econômicas. Basta a saída da Anta do Planalto para que o quadro mude completamente. Com a sua saída o déficit não será zerado de imediato, nem a inflação cairá a níveis civilizados da noite para o dia. Mas a reversão das expectativas dos investidores daria um empurrão, um tranco favorável à economia e em seguida uma melhora na arrecadação, reduzindo o déficit e consequentemente a inflação em um segundo momento. Todo mundo sabe disso e o que falta é fazer o mundo político sair do autismo em que vive e pisar no chão. Se eles não caírem na real por conta própria, nós, o povo,vamos ter que fazê-los cair e mostrar para eles que o buraco é muito mais embaixo.

sábado, 26 de dezembro de 2015

Previsões para 2016

Fazer previsões para 2016 não está sendo tarefa fácil para os astrólogos, numerólogos, tarólogos e videntes de plantão. Fora as esperadas catástrofes naturais e as habituais calamidades provocadas pelo Homem, não está fácil prever o que vai acontecer no mundo; e menos ainda no Brasil.
O Brasil é um caso à parte, pois como disse Gustavo de Loyola ex-presidente do Banco Central, "No Brasil até o passado é incerto". Portanto, tenho pena desses videntes profissionais. Sua profissão está se tornando de alto risco.
Entretanto, algo pode ser feito. Já que prever os acontecimentos está "osso", que tal fazer previsão sobre Não-acontecimentos? Um vidente poderia simplesmente prever o que não vai acontecer em 2016. Até eu, que não tenho esses dons, arrisco uns palpites. Aqui vão algumas não-previsões, ou melhor, previsões de coisas que não acontecerão em 2016:

1- Nem você, nem eu, ganharemos na loteria em 2016. Com certeza absoluta, posso dizer que não ganharei, pois não jogo. E se ainda assim eu ganhar, ficarei feliz de ter errado a previsão, pois como dizia o Millôr: É melhor ser pessimista que otimista, pois o pessimista fica feliz quando erra e quando acerta.

2- Essa é fácil: a inflação e o desemprego não vão cair em 2016.

3- E essa mais fácil ainda: O Brasil não ficará nos primeiros 10 lugares dos Jogos Olímpicos do Rio. É bem capaz de o Kazaquistão ficar na nossa frente.

4- Os petistas não se convencerão que o partido que defendem é na verdade uma organização criminosa. Continuarão a usar as camisetas do Che, as sandálias franciscanas, os cabelos e barbas desgrenhados e as bolsas a toracolo ensebadas, pregando a revolução marxista com sua bíblia debaixo do braço.

5- Dilma não terminará o ano sentada na cadeira que já pertence ao Temer, oops! Ato falho!

6- E, para completar, infelizmente, em 2016 o mundo não será um lugar pacífico para se viver.








quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Sem Simone e sem Dilma

Natal sem Simone e Ano Novo sem Dilma, são os meus votos para os amigos nesse final de ano. O CD da Simone cantando aquela versão tupiniquim horrível de "So this is Christmas", mata a belíssima canção de John Lennon, do mesmo modo que a persistência de Dilma no cargo de presidente está matando a economia do país.
Não é possível que vamos atravessar 2016 como fizemos em 2015: vendo a economia se retrair e a inflação avançar sem movermos de fato as nossas forças no sentido de impor ao Congresso que faça a vontade do povo. Agora em 2016 a situação será pior, a inflação já começa lá no alto (11%) e não dá sinais de trégua, apesar da recessão profunda de quase 4% do PIB. O desemprego será  a tônica de 2016. Empresas que foram segurando as demissões à espera do que iria acontecer já estão perdendo o fôlego, estão se endividando e, com as taxas de juros na estratosférica, essa situação não pode perdurar por muito tempo.
Infelizmente o próximo ano será o ano da quebradeira, das contas sem pagar e do desemprego. Será que assim o povo acorda? E vai pras ruas pedir, não, exigir o impeachment.
Dirão alguns que o mau governo não é motivo para impeachment. Pode não ser no país dos bacharéis, onde o papel e o carimbo valem mais que a realidade, mas na vida real, onde as contas tem que ser pagas e as pessoas precisam comer, vestir e se locomover, um governo caótico deveria ser motivo não só de impeachment, mas de prisão da equipe que o sustém. Não se faz isso com o povo, esse que teoriamente detém o poder soberano e, por soberano, deveria ter o direito de destituir qualquer governo quando lhe fosse interessante. O povo deveria ter o direito de propor uma moção de desconfiança, que seria votada em todo o país e deveria depor governos mentirosos, incompetentes e corruptos.
Não dar esse poder ao povo, fonte da soberania, é que é golpe.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Lá vem pacote!

Dilma marcou uma reunião extraordinária com a equipe econômica no dia 28 de dezembro! No meio das festividades de final de ano, quando a nossa atenção se desvia dos acontecimentos planaltinos. Com qual objetivo? Salvar a economia? Conta outra!
Ficamos patinando o ano inteiro e agora no apagar das luzes Dilma, a "gênia", encontra a saída! Se já perdemos 362 dias não fazendo nada, Dilma só tentando escapar do impeachment, agora no 28º dia do último mês do ano, precisa fazer reunião extraordinária?
Meu sexto sentido me diz que algo vem por aí. E, partindo de quem parte, só pode ser, ou uma coisa tresloucada e estapafúrdia, ou uma bomba contra nós, os pagadores de impostos desse país. Ou as duas coisas juntas, que é mais provável.
Não me espantaria se ocorresse uma reedição do Plano Collor, com confisco e tudo mais. Tudo pelo bem do Brasil, é claro! Essa doida é capaz de tudo. Pode ser também uma  medida provisória retornando com a CPMF. Como só pode vigorar no ano seguinte ao do decreto a nova CPMF (ou qualquer nome que tenha) tem que ser publicada ainda em 2015, para valer já a partir de 01/01/2016. Por isso a reunião no dia 28 de dezembro e com o Congresso em recesso!!!
Fiquemos atentos. Vamos ter que fazer pressão nas ruas. Ou então suportar mais uma tungada no nosso bolso. Coisa boa, com certeza, não vem por aí.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Biografias

Vivemos tempos tão estranhos que, quando a biografia de algum homem público não é manchada por revelações do submundo do crime organizado contra a República, os próprios homens públicos fazem questão de manchar sua biografia. É o caso dessa entrevista de Dalmo Dallari.
Ele capitaneou o processo de impeachment de Collor e tentou abrir um processo semelhante contra FHC. Agora diz que é golpe!

Um Lula dizer uma coisa dessas é admissível, até porque não se pode pedir coerência a um oportunista safado como ele, mas o doutor Dalmo Dallari? Um jurista de 84 anos de idade, que já deveria ter atingido aquele estágio da vida em que predomina mais a razão que as paixões! E ainda critica o doutor Hélio Bicudo atribuindo-lhe ressentimentos contra o PT que o teriam levado a assinar o pedido de impeachment contra Dilma.

Não é ressentimento, não, doutor Dalmo, é sabedoria e coragem! É conhecimento de como as coisas estão funcionando no PT. É o exercício da capacidade de indignação, característica das pessoas que tem honestidade intelectual. Infelizmente essa honestidade intelectual é o que está faltando ao dr. Dallari. Triste e vergonhoso, a não ser que a senilidade já o tenha levado a não saber mais o que está falando.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Lá vai Levy!

Lá vai, Levy! Há menos de um ano foi convocado para o cargo de ministro da Fazenda e o aceitou como uma missão, uma vez que ninguém queria segurar aquela batata quente.
Ficou durante todo esse tempo batendo na mesma tecla, a do ajuste necessário nas contas públicas. Nada conseguiu e agora sai do governo deixando a situação econômica do país pior do que quando entrou. Isso não foi sua culpa, não foi ele quem piorou a situação, mas ele foi ingênuo ao aceitar o cargo. Foi ingênuo em acreditar que poderia colocar um pouco de sanidade nessa "administração". Foi ingênuo em pensar que dona Dilma lhe daria crédito e autoridade. Acaso o PT permite que alguém trabalhe a favor do Brasil? O PT só aceita e apoia quem trabalha a favor do PT, mesmo assim trai e abandona quando essa pessoa não é mais interessante aos objetivos do Partido.
E essa senhora que ocupa a presidência é uma psicopata! Descolada da realidade, sem sentimento de culpa, age tão somente por interesse, ou interesses.
Quando o convocou para o ministério da Fazenda foi porque temia que o Brasil perdesse o grau de investimento e o nome de alguém ligado à banca (no caso, ao Bradesco), poderia dar-lhe alguma credibilidade. Não foi para que Levy fizesse isso ou aquilo, foi para que ele ficasse de vitrine, ou melhor, ficasse como um refém, servindo de garantia para as agências de risco.
Acontece que Levy até que tentou fazer alguma coisa para que a economia saísse do caos, mas sem o apoio real do governo estava se lançando em uma missão impossível. E, como nada se mexia e a economia só piorava, o Brasil acabou por perder o grau de investimento. Então, no raciocínio torto da dona Dilma, Levy não é mais necessário.
A saída do ministro, para a grande estrategista do Planalto, resolve também um dos seus (dela) problemas: passa a não sofrer mais as críticas da ala radical de seu partido e deixa a petralhada menos desconfortável. Além disso, ela pensa que se reinaugurar a gastança pública, terá mais apoio da população e isso a ajudará a combater o impeachment.

Pior para o Brasil, mas quem se importa?

Erro Supremo

Errare humanum est. Já que a moda é gastar o latim, vamos nessa. A nossa Suprema Corte, com todo o latinório ultrapassado, e a verborragia ininteligível, esdrúxula e arcaica, errou feio. Para errar assim, podia ser em português mesmo. Pra quê gastar o latim?!
Errou porque interferiu nas atribuições de outro poder. Errou porque atribuiu ao Senado um poder de veto que a Constituição não atribui. Os senadores representam os Estados, por isso são em mesmo número para cada Estado. O deputados representam o Povo, aquela entidade em nome da qual tantos crimes se cometem e tantas barbaridades são praticadas, sem que o Povo em si participe de alguma coisa. Os deputados são eleitos proporcionalmente e, ao menos em tese, deveriam levar ao parlamento uma amostra da população que representam. 
Ao atribuir ao Senado uma função que ele não tem e dar-lhe um poder de decisão que pode ser contrária à decisão da Câmara, o Supremo está descaracterizando a democracia representativa. Já é um problema atual a baixa representatividade do parlamento, a desconexão entre suas decisões e  o desejo da nação, e aí vem o Supremo, ao invés de melhorar, piorar a situação.

Outra questão é a decisão sobre a comissão do impeachment. Em uma democracia, quanto mais escolhas melhor, certo? Errado para o STF. A Corte decidiu que não pode haver chapa concorrente à chapa oficial. Isso é cerceamento do direito de escolha dos deputados e, afinal, do direito de escolha dos eleitores que esses deputados representam!! Obrigá-los a fazer uma eleição com chapa única? O que tem isso de democrático? Isso está mais parecido com as eleições do Politburo na Rússia Soviética do que com a funcionamento de uma democracia moderna.
O Supremo Tribunal Federal prestou um desserviço à democracia no Brasil e ao invés de colaborar para a solução do impasse político e econômico está ajudando a bagunçar ainda mais as instituições. 
Diante desse quadro absurdo, deve se ressaltar o voto lúcido dos ministros Dias Tóffolli, Facchin e Gilmar Mendes.
A menção desonrosa vai para Celso de Mello. Não se podia esperar isso do decano do Tribunal.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Cascas de banana

Alguém precisa dizer a Dilma que o ministro da Fazenda se chama Joaquim Levy e não Nélson Barbosa. Na mesma semana em que Levy diz que não aceitará ficar no governo se a meta de superavit para 2016 for zerada, vem a doutora em economia cubana dizer que vai zerá-la..
Deve ser porque está acostumada a dobrar as metas. Assim, quando atingir a meta, a gente dobra. Além, disso, passou um recado muito claro para o ministro: se quiser cair fora, passe bem! 

A partir desse ponto fica insustentável a permanência de Joaquim Levy no governo. Se ficar, será ele também um zero. No meu ponto de vista, ele jamais deveria ter aceito fazer parte dessa palhaçada governamental, mas já que aceitou, devia ter caído fora na primeira vez em que foi desautorizado. Se continuar a fazer parte dessa pantomima, vai jogar sua credibilidade e sua fama de competente para o ralo.
Henrique Meirelles, aparentemente foi mais esperto. Ao ser sondado, disparou que só aceitaria o cargo se tivesse carta branca. Está esperando o convite até agora, porque dona Dilma não é de dar carta branca para ninguém.

Do outro lado do balcão e diante dessa bagunça, as agências de "rating" já decidiram retirar do Brasil o grau de investimento. Isso significa menos investimento externo e juros mais altos para os empréstimos vindos de fora. Em outras palavras, mais aprofundamento da recessão. E se hoje o Fed aumentar os juros nos Estados Unidos, aí é que a vaca vai pro brejo de vez. 

Pode piorar? Com Dilma sempre pode, pois existe também a possibilidade de ela colocar Nelson Barbosa na Fazenda, o que seria um desastre total nesse momento. Mas uma coisa que aprendemos com o governo dessa Anta é que, entre um erro de consequências moderadas e um erro de consequências graves, ela fatalmente escolherá o segundo. Inevitável! Quem tem propensão para atravessar a rua com o objetivo de escorregar na casca de banana que está do outro lado, não pode agir diferente. Rezemos!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Microcefalia política

Pensar e falar são duas funções cognitivas correlatas. Quem não sabe pensar, não sabe falar e vice-versa. Esse é o caso da atual ocupante da cadeira presidencial no Planalto.
Se essa dona não consegue produzir uma frase que faça sentido lógico, que tenha sujeito e predicado, o que se pode esperar dela em termos de administração ou estratégia de governo? Nada! É por isso que estamos descendo a ladeira em movimento acelerado há 5 anos.
Ela é tão obtusa e tão desconectada da realidade que nem é capaz de perceber a sua absoluta incapacidade de gestão. Além disso é prepotente e auto-suficiente, portanto não ouve ninguém, entende os acontecimentos da maneira torta que seu raciocínio permite e se põe a tomar decisões erradas com absoluta convicção.
Essa senhora tem que ser impedida de continuar no governo! Ela é um risco enorme e permanente para o país. Está destruindo aceleradamente o futuro da atual geração de jovens adultos egressos ao mercado de trabalho. Está comprometendo 20 anos de nosso desenvolvimento.
E tudo isso vem acompanhado de um falatório sem pé, nem cabeça, que, quando faz algum sentido, é um delírio ou uma mentira.


A continuidade de seu governo vai, cada vez mais, expor o Brasil aos riscos de retrocesso econômico e social. A fuga dos investimentos é uma realidade palpável e, como não temos poupança interna, sem o capital estrangeiro, não há como fazer a economia crescer. Não existe ministro da Fazenda que faça  milagres. Aliás, não entendo o que Joaquim Levy ainda está fazendo nessa pantomima! Se é um economista competente como dizem que é, por que ainda está se sujeitando a conviver com essa camarilha do Planalto e submeter-se a humilhações como já  se submeteu? O que ele ganha com isso?
O que as ratazanas fazem agora, junto com sua chefa, é só tentar salvar esse mandato podre, não se sabe para quê, e que se dane o país inteiro.. Nada de elegante, ou desprendido, ou patriótico, podemos esperar. Eles vão se agarrar aos cargos, como náufragos no pescoço do salva-vidas, com unhas e dentes, sem o menor pudor. Enquanto puderem irão sorver o que ainda lhes resta de benesses. Não sabem pensar de outra maneira. É um caso a ser estudado, de microcefalia política.



domingo, 13 de dezembro de 2015

Um rio que era doce

Dizem que essa barragem que se rompeu era "benchmark". Imagine!
Um problema que se vive hoje nas corporações é essa questão da imagem suplantar a realidade. Muito semelhante ao que acontece nas redes sociais, todos querem ficar "bem na fita". Todos estão permanentemente felizes de trabalhar na corporação. Todos sentem orgulho da empresa. Todos vestem a camisa". Todo mundo está alinhado com os valores da empresa. A linguagem e as atitudes politicamente corretas dominam a vida corporativa e esse é um ambiente no qual é quase impossível ser divergente. Daí os relatórios são todos maravilhosos e quase tudo é "benchmark". Até que a força da realidade se impõe.

Mais cedo ou mais tarde, a realidade sempre vai se impor, por isso o desafio da gestão corporativa atual é conseguir separar o joio do trigo. Um gestor, que não se deixa enganar e que insiste em enfrentar dureza da realidade, ao invés de se acomodar com a tranquilidade da zona de conforto e dos tapinhas nas costas, é sempre um chato! É mal visto pelos subordinados e pelos superiores. Sua carreira termina ali.
Esse tipo de gestor, que deveria ser celebrado pelas empresas como um dos seus mais preciosos ativos, é massacrado pelo grupo que só faz "política" e que quer se livrar dele o mais rápido possível.

Não sei a partir de quando as empresas passaram a adotar esse padrão pausteurizado de administração. Suponho que foi quando os RH's passaram a ser dominados pelo "psicologismo" e pelo relativismo cultural. Assim como os pais foram proibidos de castigar os erros dos filhos, nas grandes corporações passou a ser malvisto apontar erros dos subordinados. O que antes era chamado pelo nome de erro, trabalho mal feito, negligência, passou a ser chamado de "oportunidade de melhoria". Os empregados passaram a ser chamados de "colaboradores", como se o que eles fizessem ali não fosse uma obrigação, uma contrapartida pelo salário que recebem.

Agora tudo, nas empresas, tem que passar por uma avaliação de 360 graus, em que o chefe avalia e é avaliado pelo seu subordinado. Daí institui-se um pacto tácito. O chefe avalia bem o seu funcionário para, em troca, ser em avaliado por ele. Ficam todos bem, ficam todos felizes e garantem o recebimento dos seus bonus anuais. Dá pra levar assim por um bom tempo. Em geral, a primeira consequência é uma certa perda de produtividade, mas as grandes corporações, gigantescas e semi-monopolistas como são hoje em dia, não se ressentem de imediato e continuam fazendo seu lucro e distribuindo seus dividendos conforme o previsto. Até que...uma barragem se rompe e sai lama para todo lado! Literal e figurativamente. E o prejuízo não fica restrito àqueles que auferiram o lucro. O prejuízo é distribuído por toda a sociedade.

Era uma vez um rio que era doce. Agora está amargo. Suas águas tem o gosto de barro, de lama. Esse rio já vinha morrendo por conta do descaso dos governos. Agora recebeu um ataque maciço por conta de um decaso corporativo. Era uma vez um rio que era doce.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Probidade presidencial

Temos visto circular pela mídia e até mesmo saltar da boca de pessoas ditas bem-pensantes, que "em termos pessoais, Dilma é honesta", ou "não há nada pessoalmente contra Dilma", "Dilma não recebeu propina para si". Isso é dito, ou escrito, como se fosse uma virtude da governanta.

Não roubar é um comportamento fundamental de qualquer cidadão e, daqueles que exercem uma função pública, um requisito fundamental! Mas isso não é tudo. Um presidente da República tem que ser probo; e probidade não é apenas não roubar para si. Probidade é não deixar que roubem o dinheiro público, seja para quem for, seja para qual partido for, seja para financiar campanhas políticas, ou simplesmente para rechear a conta bancária do larápio.

Se Dilma recebeu, ou não, dinheiro em sua conta pessoal, aqui ou no exterior, é irrelevante. O que é relevante é que essa senhora esteve sempre envolvida em todos os maiores escândalos de corrupção que ocorreram neste país nos últimos 10 anos. Só para relembrar:
1- Pasadena - a compra da famigerada refinaria em 2008 foi autorizada por ela, então, presidente do Conselho da Petrobras.
2- Cerveró - acusado por ela de ter produzido um relatório "falho", que a teria levado ao erro, foi, entretanto, promovido a diretor financeiro da BR Distribuidora, cargo que ocupou até março de 2014, já em pleno escândalo da Lava Jato.
3- Erenice Guerra - sua secretária, que a substituiu como ministra na Casa Civil, Erenice já se envolveu em pelo menos 2 casos de "malfeitos". O primeiro foi o tráfico de influência que exercia em favor de seu filho lobista. Agora, Erenice é investigada na operação Zelotes. Apesar das suspeitas, Erenice é "membra" do Conselho da Cia. Hidrelétrica do S. Francisco, a CHESF e do Conselho Fiscal do BNDES. Parece piada, mas não é.
4- Pedaladas em 2014 e em 2015 - a maquiagem contábil patrocinada pelo governo Dilma visava camuflar os problemas econômicos que já surgiam em 2014, para garantir a sua eleição. Depois, em 2015, tentou de todas as maneiras constranger o TCU, que lhe apontava os crimes de responsabilidade.
5- Emissão de decretos não numerados abrindo crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional, como requer a Constituição.

O que mais seria preciso para caracterizar a improbidade? Um governante que faz e permite que façam ações dessa ordem pode ser considerado probo, honesto? Só sob um conceito bastante relaxado de honestidade.

Quem quiser defender dona Dilma e seu mandato inútil que a defenda, é um direito de escolha, mas não precisa torcer os fatos e a verdade para fazer essa defesa. Dilma pode ser tudo, mas em suas atividades públicas, quer como ministra, quer como presidenta, demonstrou cabal improbidade, além da incompetência, arrogância e ignorância, mas essas três últimas "qualidades", infelizmente, não são condições impeditivas de se exercer a presidência. Só a improbidade. Mas isso já basta!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Carta na manga

A Carta de Temer já entrou para a história política como a jogada de mestre de quem, querendo sair do governo, sem poder sair (afinal o cargo de vice-presidente é um cargo eletivo e com mandato definido e não fica bem um vice-presidente oposicionista), acabou ficando e saindo.

Ficou porque a elegância e a conveniência política mandam que se preservem as aparências. O vice não pode demonstrar publicamente que está coçando de vontade de sentar-se na cadeira da Presidência. Portanto, tem que manter o ar de distanciamento, de fleugma, mesmo que esteja fervendo por dentro.

Por outro lado, Temer não fez e nem fará um gesto para ajudar Dilma a vencer essa batalha. Por várias, razões. Uma delas é que o PMDB não se esquece que o PT e a Anta quiseram engolí-lo logo no início do primeiro mandato. O objetivo do PT era desidratar o PMDB e usá-lo como massa de manobra apenas para ter os votos que necessitava no Congresso e, ao mesmo tempo, enfraquecer o "aliado" para fortalecer a si mesmo, na sua tentativa de buscar uma hegemonia que lhe garantisse a perpetuação no poder. Em outras palavras, que lhe garantisse a implantação de uma ditadura disfarçada, nos moldes da Bolívia ou da Venezuela. O PMBD não se esquece disso e sabe que o PT não é um aliado confiável.
A segunda razão, pela qual Temer não ajudará Dilma, é que Temer é o vice-presidente. E a única razão de existir o vice-presidente é que ele é quem assume a presidência em caso de vacância por qualquer motivo.

E olha que os vices, no Brasil, tem assumido com muita regularidade, a começar do primeiro. Floriano Peixoto era vice de Deodoro, a quem sucedeu por causa de sua renúncia. Delfim Moreira era vice de Rodrigues Alves, que faleceu antes de tomar posse, de gripe espanhola. Nilo Peçanha era vice de Afonso Pena, a quem sucedeu em virtude da morte do presidente. Café Filho assumiu, por poucos meses, após o suicídio de Getúlio. João Goulart assumiu a presidência com a renúncia de Jânio. Sarney assumiu com a doença e morte de Tancredo. Itamar Franco assumiu com o impeachment de Collor. A lista é grande e tudo indica que vai aumentar.
Portanto essa Carta foi uma bela maneira de dizer adeus à aliança com o PT.  O desgaste não é apenas pessoal. O desgaste político é de todo o partido, que não vai querer, nas eleições de 2016, carregar nas costas o peso da prximidade com o PT. Uma proximidade que já não oferece vantagem alguma ao PMDB, ao contrário, hoje lhe proporciona só desvantagens.
Doravante, Temer vai ficar quieto. O que queria fazer já fez. A carta já provocou as reações desejadas. Seu trabalho agora continua nos bastidores, nas conversas e quem vai atuar no front serão os seus amigos fiéis. Prestemos atenção a eles para entendermos o pensamento e a estratégia de Michel Temer. Dona Dilma agora vai ver como é que um profissional faz política. E os ingênuos não pensem que não há mais cartas na manga, porque ainda existem muitas. Cada uma delas, vai ser jogada a seu tempo.


 







 

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Novidades

Nem sei por onde começar. A pauta política está abarrotada de tantos fatos novos se atropelando, que fica difícil escolher um tema. Vamos portanto a todos, ao mesmo tempo e misturado.

1- Na carta de Michel Temer destaca-se a meu ver uma frase lapidar: Democrata que sou, converso, sim, senhora Presidente, com a oposição. Sempre o fiz, pelos 24 anos que passei no Parlamento.
Essa frase demonstra como é que o PT se relaciona com a oposição. Oposição, para o PT, não é para ser respeitada, é para ser massacrada, extinta. Um partido totalitário tem por ideal extinguir a oposição, como se fez em todos os regimes socialistas, pois a principal característica de uma democracia é a existência da oposição. O exemplo clássico nos vem do berço da democracia moderna, o Reino Unido. No Parlamento britânico há o bloco político do "governo de Sua Majestade" e o da "oposição de Sua Majestade". Michel Temer destaca isso muito bem começando a frase com "democrata, que sou..." como a dizer "democrata, que a senhora não é".

2- O vazamento do conteúdo dessa carta, por si só, é outro fato político da maior relevância. Das duas, uma: ou foi o próprio Temer que a fez  vazar ou foi o Planalto. Se foi o Planalto, tentaram encurralar o Temer (para que desmentisse a carta)  e fizeram mais uma das suas já costumeiras burradas estratégicas. Se foi o próprio Temer, não é preciso dizer que agiu então como uma raposa velha, criando o fato consumado de seu desembarque da aliança governista. Há muito que o presidente do PMDB quer "sair" do governo. Agora parece que achou o caminho.

3- Lula chamou o senador Delcídio de imbecil. Não por tentado obstruir a justiça, mas por ter se deixado gravar de modo tão "primário". Delcídio pode ser mesmo um imbecil, mas o filho de Lula, Luiz Cláudio, é mais do que um imbecil completo. Para tentar engambelar a PF sobre os tais projetos que justificariam os 2,4 milhões que recebeu, o laranja apresentou um plágio, uma colagem de textos tirados da internet! Francamente! Mais primário do que isso é impossível! E agora? O que vai acontecer? Só resta ao ministério público fazer o seu indiciamento e ao juiz Sérgio Moro, julgá-lo. Ou seja, vai dar cadeia pro molusquinho. Será que seu papai vai deixá-lo mofar no xilindró? Ou vai confessar que a propina, recebida na conta da empresa do filhote, era do papai mesmo? Vamos esperar pra ver.



domingo, 6 de dezembro de 2015

Dia 13 de Dezembro

O dia 13 de dezembro tem um significado especial para nós, brasileiros. Nesse dia, há exatos 47 anos, era proclamado o AI-5, Ato Institucional que implantou de vez a ditadura militar no país. Dentre outras coisas, o AI-5 aboliu o instituto do "habeas corpus", impediu o judiciário de apreciar os atos do poder executivo, assim como conferiu ao presidente da República o poder de dissolver o Congresso e legislar em seu lugar.
No próximo dia 13 estaremos fechando um ciclo. A data que marcou o ínicio de uma ditadura de direita talvez seja o dia que venha a marcar o fim de uma tentativa de ditadura de esquerda. Sim, por que o plano do PT era o de se perpetuar no poder. Não consta, em sua cartilha, a alternância de poder como um fator de estabilidade democrática. Ao contrário, esse partido fez de tudo para que jamais viesse a abandonar o poder, incluindo nisso até mesmo uma aliança com a direita e a instituição da corrupção como mecanismo de controle político.
É por isso que petistas de alto coturno, a começar pelo próprio Lula, se dispuseram a beijar publicamente a mão de Maluf, a abraçar a família Sarney, a adular e beneficiar as grandes construtoras, como a Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez. Essa foi a aliança do PT com a direita pragmática, para a qual nada importa, desde que garantam para si as melhores fatias do bolo.
E ainda tem a coragem de chamar de direitistas àqueles que querem restabelecer a plena democracia no país! Pois bem, no dia 13 sairemos às ruas, para dizer ao Congresso que queremos, sim, o impeachment dessa incompetente e corrupta. Os motivos são inúmeros, desde as pedaladas fiscais, às fraudes no processo eleitoral, desde os desvios de dinheiro da Petrobras para a campanha, à má gestão proposital da economia, levando-nos à atual recessão, para garantir a vitória nas urnas. Motivos não faltam e se faltassem, bastaria a vontade popular por absoluta maioria, pois é essa vontade popular que tem que prevalecer quando os representantes desse mesmo povo tomarem as decisões no Congresso.
Se o Congresso não representar o povo, não há razão para existir Congresso. Será que vamos ter que cair em outro AI-5 para os políticos acordarem?  Espero que não.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Parlamentarismo Já!

De vez em quando o Brasil causa espanto mesmo a nós brasileiros, que já devíamos estar acostumados com essa macunaímica nação. É que a gente não se dá conta que tem uma estrutura institucional feita para dar errado e só percebe isso em certos momentos críticos, quando se está na beira do precipicio.
Agora, nesses tempos de Lava Jato, ficam claras algumas situações meio absurdas. Por exemplo: uma só pessoa é a responsável por decidir se o processo de impeachment anda ou não. Essa pessoa, por motivos os mais variáveis, desde os mais responsáveis e patrióticos aos mais inconfessáveis e mesquinhos, pode bloquear todo o processo e contra essa decisão não há apelação possível! É o caso dessa prerrogativa do presidente da Câmara. Esse poder está todo concentrado em suas mãos. E foi usado como moeda de barganha com o poder executivo. Inadmissível que os chefes de ambos os poderes tenham feito uso de uma ferramenta institucional para salvaguardar interesses pessoais.
Outro caso que incomoda é o chefe do poder executivo poder nomear os ministros de um outro poder, no caso, o Supremo. É óbvio, que, mesmo que a nomeação seja ética, e feita nos conformes da lei, ou seja, que se escolha uma pessoa de notável saber jurídico e reputação ilibada, imparcial ela não será. Um presidente só vai nomear para ministro da Suprema Corte alguém com quem tenha afinidade ideológica, para não dizer pessoal. O ministro Lewandowski, por exemplo, exercia advogacia no ABC, tendo sido Secretário de Governo em S.Bernardo do Campo. Sua mâe é pessoa das relações de dona Marisa Letícia. Isso terá influenciado a nomeação? Não se sabe, mas fica a suspeita. Outro caso que causa estranheza é o do ministro Dias Tóffoli, bacharel em Direito, ex-advogado da CUT e do PT, que, sem nenhum título de mestrado ou doutorado, sequer tendo sido aprovado em concurso para juiz, foi alçado à condição de ministro do Supremo por vontade, pura e simples, do presidente da República, um semi-analfabeto. Onde é que está o notório saber jurídico? Notório para quem? Para as hostes do PT? Talvez.
Se, por uma hipótese absurda, alguns membros do STF estivessem envolvidos no conluio para obstruir a Justiça, conforme o senador Delcídio quis fazer crer em sua conversa com Bruno Cerveró, qual seria a solução institucional? Quem os faria perder o mandato e responder pelos seus crimes? O próprio STF (como está estabelecido na Constituição)? O Congresso totalmente desacreditado e cheio de suspeitos? A presidente em vias de perder seu próprio mandato? 
É preciso que a nação por seus representantes assuma a tarefa de reconstruir as bases de nossas instituições, tirando o poder das castas de se nomearem e "punirem" entre si e acabar com essa troca de favores (ou de chantagens) entre os poderes da República. Enquanto essa situação perdurar estaremos em uma democracia incompleta e sujeita a trancos e barrancos todas as vezes em que se instaurar um impasse político. Cada vez mais fica claro que o sistema parlamentarista é uma solução para as democracias modernas.

domingo, 29 de novembro de 2015

Elite

O Exu de Garanhuns fez toda sua vida política, quando no palanque, atacando as elites. Fora do palanque o discurso era outro.
Mas, no palanque, para consumo geral da patuleia, "a zelite" é que não deixavam o país se desenvolver, a personificação do atraso, da reação, do fisiologismo, do patrimonialismo, do racismo, da exclusão social, da homofobia, etc.
Até que eu concordo com ele. Há realmente uma "elite" brasileira que é tudo isso e algo mais. Resta saber quem são os representantes dessa "elite". Para o Exu são todos os que não votaram, não votam ou não votarão nele e, ultimamente, toda a classe média brasileira, que bateu panelas, que esperneou contra a corrupção, que foi às ruas pedir o impeachment do poste.
Acontece que quando se vai ver quem é que é fisiológico, patrimonialista, usurpador dos bens públicos, a gente acha as digitais de toda a cumpanherada do PT e de alguns de seus amigos bilionários. São realmente representantes da elite atrasada, que dilapida o patrimônio público, que rouba o futuro da nação, que só se importa com seus lucros e o resto da país que se dane. Essa é pior casta que o país conseguiu produzir. E não deixa de ser uma elite.

Quem vai dizer que banqueiros, senadores, deputados federais, altos empresários, advogados de alto coturno, pecuaristas, publicitários, ministros de Estado, diretores de estatais, diretores de bancos públicos e de órgãos de fomento não constituem uma elite?

A lista de pessoas pertencentes a esse "status" social é enorme. Aqui vão só alguns exemplos para refrescar a memória: Kátia Rabelo, banqueira; Marcos Valério, publicitário; André Esteves, banqueiro; Marcelo Odebrecht, empresário; José Carlos Bumlai, pecuarista; Ricardo Pessoa, empresário; Nestor Cerveró, ex-dirigente da Petrobras; Paulo Roberto Costa, ex-dirigente da Petrobras; Delcídio Amaral, senador; Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados; Renan Calheiros, presidente do Senado; Humberto Costa, senador; José Dirceu, ex-deputado, presidente do PT; José Genoíno, ex-presidente do PT; Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT; Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da Área Internacional da OAS; Pedro Corrêa, ex-deputado; Dalton dos Santos Avancini, ex-presidente do Conselho da Camargo Corrêa: José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS; Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras; Fernando Collor, senador; Gleisi Hoffman, senadora; Edison Lobão, ex-ministro; Shinko Nakandakari, Operador da Galvão Engenharia; Romero Jucá, senador; Roseana Sarney, ex-governadora; Sérgio Cabral, ex-governador; Luiz Argôlo, ex-deputado; Antonio Palocci, ex-ministro;João Vaccari, tesoureiro do PT e uma infinidades de outros nomes.
O que essas pessoas tem em comum, além de pertencerem à elite social do país?   Toda elas estão indiciadas, sendo investigadas, sendo processadas ou já condenadas no Mensalão e na Lava Jato. Praticavam suas atividades criminosas sob as bençãos e o beneplácito dos governos do PT. Simples assim. Esse é o retrato macabro da elite que envergonha esse país. A outra elite, a elite cultural e artística que tantas vezes, no passado, veio a público fazer protesto contra isso e aquilo, está calada, muda. Não se ouve um pio, com poucas exceções como a de Ferreira Gullar, Fábio Júnior e Lobão.
Não se ouve a voz de Gil, Caetano, Fernanda Montenegro, a protestar contra a roubalheira, contra o escárnio, como disse a ministra Cármen Lúcia.
As vozes de Veríssimo, Luiz Carlos Barreto, Fernando Moraes, Chico Buarque e Paulo Betti ainda se ouvem, a favor do PT e de tudo o que esses criminosos fizeram contra a nação.


quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Better Call Saul

Quem assistiu à brilhante série "Breaking Bad" não se esquece do advogado de bandidos, Saul Goodman. O excelente ator, Bob Odenkirk, encarnou um personagem sensacional. Goodman é um advogado picareta de uma cidadezinha do interior americano, que faz publicidade de si mesmo com o mote: Better Call Saul e que se especializa em "defender" a alta cúpula do crime organizado local. Mais ou menos como aqui.
Na série, o problema é que Goodman vai se envolvendo ou sendo envolvido cada vez mais profundamente na própria atividade criminosa de seus clientes, deixando de ser um advogado para ser um cúmplice.
Foi o que ocorreu com o Dr. Edson Ribeiro, a essa altura ex-advogado de Nestor Cerveró. Pelo que ouvimos na gravação, ele já havia se tornado cúmplice de Delcídio no plano de fuga e nas atividades de obstrução da  justiça. E foi essa a conclusão do ministro Teori Zavascki ao mandar a Interpol incluir o seu nome no alerta vermelho. Está para ser preso a qualquer momento em Miami, para onde teria fugido.
Tanto para Saul Goodman, quanto para sua esmaecida cópia tupiniquim, a história não acaba bem. Felizmente para todos nós, os demais cidadãos honrados, que são os que pagam os impostos para sustentar esses mafiosos.
Delcídio Amaral, Edson Ribeiro, André Esteves, é melhor chamar o Kakay!

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Organização criminosa

A situação é muito pior que qualquer um de nós possa ter imaginado. Estamos cercados de bandidos por todos os lados! Essa gravação da conversa entre Delcídio Amaral, o advogado Edson Ribeiro e o filho de Cerveró é uma revelação estarrecedora do nível a que chegou a atividade política no país. É um raio-x das entranhas podres dessa República de quinta categoria.

Nessa gravação ouvimos um senador da República traçando um plano de fuga de um criminoso preso pela Justiça, como se fosse ele, senador, um capanga de alguma quadrilha obedecendo às ordens do chefe! Ofereceu dinheiro para o cara ficar calado! Possivelmente mais cedo ou mais tarde, ordenaria também a "queima" desse "arquivo". O aúdio está aí, publicado na internet, para quem quiser ouvir. 
Isso faria parte de um plano para a fuga de Cerveró para a Espanha, país do qual tem a cidadania. Dentre todas as coisas inacreditáveis que disse, o sen. Delcídio ameaça ir ao Senado fazer um discurso político alegando até tortura, para que o "habeas corpus" fosse concedido pelo Supremo ao Cerveró.  Disse já ter "conversado" com Teori e Tóffoli e estava à procura de alguém que pudesse "conversar" com o ministro Gilmar Mendes. O nome de Renan Calheiros é sugerido para tal função.
Comentam a estratégia de anular todas as delações, processo que estaria com o ministro Facchin e que seria um "aliado" deles nessa empreitada. Nesse caso acabaria a Lava Jato e nem haveria a necessidade de Cerveró fugir. O maior problema que temiam seria a vaidade excessiva do advogado Kakay, um empecilho a essa solução uma vez que a ideia não teria partido dele. Não temiam mais nada. Agiam e planejavam agir como se a República fosse o quintal da casa deles.

As entranhas agora estão expostas. O PT em uma nota vergonhosa tenta se distanciar do crime, como se tudo fosse obra de mentes alucinadas, agindo por conta própria e sem a participação do partido que detém o recorde de ter o maior número de filiados presos. O governo engole em seco. O senador preso era líder desse governo e agia no sentido de impedir uma delação que tem o potencial de detonar a própria presidente da República. 

O que haverá agora? Como é que a República vai reagir diante dessa ameaça? Havia uma quadrilha em ação, isso é indiscutível, mas será que eram só esses, que foram presos, a totalidade dos membros da organização criminosa? O senador agia por conta própria, ou era apenas um pau-mandado de alguém em instância superior a quem não interessaria a delação premiada de Cerveró? Ou seja, a quadrilha foi desmantelada ou continua agindo por meio de outros membros que ainda não foram detidos? A essas perguntas o poder Judiciário e a PF tem o dever de responder à nação boquiaberta.



terça-feira, 24 de novembro de 2015

Vai dar 13 na cabeça!

E Lula segue em frente, deixando todos cairem ao seu lado, sem se importar com ninguém. São amigos, correligionários, "cumpanhêros", capangas, paus-mandados, compadres, cupinchas, puxa-sacos, parceiros de negócios, sócios, quadrilheiros, capos.
Todos caindo, um a um. Começou com Marcos Valério, que se disse abandonado, depois Delúbio, culminando com Genoíno e Zé Dirceu, que Lula nem deve mais conhecer. Tudo isso ainda no primeiro mandato. Depois, veio Paulo Roberto Costa, o "Paulinho", Marcelo Odebrecht, Ricardo Pessoa e agora, aproximando-se perigosamente da marca do pênalti, José Carlos Bumlai.
Como vai reagir Lula à prisão de seu amigo, que tinha passe livre no Planalto e agora tem "passe preso" em Curitiba?
Imagino que vai reagir como sempre reagiu: tirando o corpo fora. Que se queimem os laranjas, os testas-de-ferro, é para isso que eles servem: para proteger o "capo".

A Lula só interessa o projeto pessoal, que conseguiu habilmente confundir com o projeto de seu partido. Os demais atores, ou servem a esse objetivo ou não servem para nada e portanto são simplesmente descartados, como mamuchos de laranja chupada. Azar o deles. Misturaram-se com o Exu porque quiseram e tiveram vantagens também nessa associação. Quem se alia ao capeta, sabendo que é o capeta, depois não pode reclamar se o capeta agir como tal.
Acabou-se a era Lula, acabou o PT. Isso não tem mais remédio. Está claro e é obviamente contundente que essa gente criou um esquema criminoso para roubar a nação. Só falta agora o gran finale, a cereja do bolo, aquela prisão emblemática, que vai coroar toda essa operação Lava Jato e colocá-la nos livros da História do Brasil: a condução do capo à cadeia, para responder pelos seus crimes perante a 13ª (número significativo) Vara de Curitiba.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Vive la France!

Não dá para negociar com o terror. Não dá para negociar com quem, simplesmente, quer a sua destruição. Esse é, agora, o drama da relação do Ocidente com os grupos terroristas islâmicos. Para haver negociação, os dois lados tem que querer e os dois lados tem que ter algo a perder se não o fizerem.
O que tem a perder o estado islâmico, se o que eles querem é exposição na mídia por causa do terror que podem produzir? Se um grupo terrorista aceita a negociação, ele automaticamente deixa de existir como grupo terrorista. Foi, por exemplo, o que aconteceu com o IRA.
O estado islâmico não tem a nada a perder em hipótese alguma. Quem tem, muito, a perder é o Ocidente. 
Já estamos em vias de perder a nossa privacidade, por causa das leis anti-terror que estão para ser implantadas por todo o mundo. Já estamos perdendo mobilidade em virtude do controle de fronteiras, que vai se tornando cada vez mais rigoroso. Ou seja, o sonho ocidental de "liberté, egalité, fraternité" está ruindo por água abaixo. 
Talvez até por ser o país que produziu e encarnou esse lema, seja a França um dos alvos principais do terror. Eles, o EI, não suportam a idéia de liberdade, assim como suportam menos ainda a de fraternidade e nem querem saber de igualdade, pois consideram-se moralmente superiores aos "degenerados, adúlteros e viciados" ocidentais, como dizem.
O que está em jogo (e que sempre esteve, embora, no passado, isso fosse manifesto de outro modo) é o choque entre visões de mundo inconciliáveis. O ocidente, profano, agnóstico, perturba as mentes religiosas fanáticas. Mesmo no seio da civilização ocidental pode se identificar esse fundamentalismo religioso retrógrado, que está crescendo por todo lado, e cujo objetivo é abolir tudo o que a humanidade conquistou de progresso nos costumes e nas liberdades individuais desde os últimos 3 séculos.
O fundamentalista não se contenta em adotar para sua vida pessoal uma atitude reacionária. Ele quer impô-la aos demais, mesmo que vivam distantes, do outro lado do mundo. A simples existência de quem não acredita e não segue essa cartilha é uma ameaça ao fundamentalismo. Por isso, tem que ser destruída. Pura e simplesmente. O mais preocupante é que esse fundamentalismo tem crescido e o Ocidente, em nome da tolerância e de um pseudo muti-culturalismo, não tem reagido adequadamente. O Ocidente carrega a culpa do colonialismo e por isso tem pudores na reação.
Mas chegou a hora de deixar os pudores de lado e tratar de defender não somente as vidas dos cidadãos, trata-se de defender os valores nos quais acreditamos e pelos quais tantos já sacrificaram a própria vida. Viva a Liberdade! Vive la France!

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Tragédia (2)

É ilusório imaginar que o homem possa dominar e controlar a natureza, se ele não foi ainda capaz de controlar e enxergar a sua própria natureza. (Carl Gustav Jung)

A Samarco é a responsável pelo desastre que ocorreu. Ponto. Isso não está em discussão, nem a empresa está se furtando em assumir sua responsabilidade. Está cuidando das famílias desabrigadas providenciando alojamento em casas alugadas, hotéis e pousadas, está levando água e alimentos para as cidades atingidas, cuidou do retorno escolar para as crianças a partir de 16/11, enfim, a empresa não está inerte diante dessa calamidade. E isso não é nada de mais, é tão somente a sua obrigação.
Quanto à reparação financeira às pessoas e ao meio ambiente, isso é também obviamente uma obrigação da Samarco e de suas controladoras e não há nada que indique que elas se furtarão a isso. Portanto, além de lamentar as perdas irreparáveis de vidas humanas e patrimônio histórico, nessa área não há muito mais a ser feito.
Há porém um trabalho hercúleo de recuperação ambiental que levará anos para ser concluído e que tem que ser iniciado o mais rápido possível. E há ainda uma pergunta que fica no ar e para a qual ainda não se tem uma resposta: qual foi a causa desse acidente? Por que essas 2 barragens se romperam? Qual é o risco de outras barragens terem o mesmo destino? Só em Minas há mais de 700 barragens de rejeito em uso e alguma resposta precisa ser dada à sociedade sobre a segurança e o grau de risco a que estamos sendo expostos, sem nosso conhecimento e até mesmo contra a nossa vontade.

Quem tem que dar essa resposta são as autoridades que supostamente fazem esse controle e essa fiscalização. Não adianta, depois do acidente, virem a público dizer que vão aplicar multas milionárias. Essas multas não resolvem o problema e esse dinheiro sequer chegará às famílias atingidas. Ficará engordando os cofres públicos para serem objeto de outras cobiças. Agora, depois de passada a consternação inicial, algumas informações começam a surgir: o Sistema Estadual de Meio Ambiente informa que uma das barragens que se rompeu (Santarém) estava com a licença vencida desde 2013, mas que não havia irregularidade porque "o requerimento de renovação das licenças foi feito pela mineradora dentro do prazo". 

Esse é o Brasil! Exige-se a licença de operação, mas se o ato burocrático de preencher uma papelada foi feito na data prevista, dane-se. Pode se continuar operando sem a licença! A lei não exige que uma licença renovada tenha que estar em vigor na data da expiração da licença anterior! Ver Deliberação Normativa Copam 193/2014. Mas o "requerimento" tem que ser feito. E, se não tiver o carimbo, o "requerimento" não vale. É uma brincadeira de mau gosto!

A barragem remanescente, a de Germano, está também com a licença vencida desde julho de 2013, mas tudo está dentro da lei!
Aí cabe a pergunta: estariam essas barragens apresentando riscos detectáveis e que não foram detectados por negligência? Houve negligência da empresa. É possível. Houve negligência do Estado? Com certeza. A função de fiscalização é função indelegável do Estado. Essas barragens deveriam ter sido fiscalizadas e aprovadas ou reprovadas há 2 anos. Se o "requerimento" foi feito a tempo, o que fizeram os órgãos de meio ambiente durante todo esse tempo que não puderam concluir pela renovação ou não da licença? Tudo vem indicando que esse desastre ecológico e humano é apenas mais um reflexo do país que construímos. Se Jung estivesse vivo diria que o simbolismo dessa lama destruindo tudo não foi por acaso.
Chegou na hora certa, encaixando-se perfeitamente no conceito que chamou de princípio da sincronicidade.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Recall de políticos

Dilma já não governava, quando governava. Agora que já não governa, não governa mesmo! Essa frase, dita no idioma dilmês clássico, resume os cinco anos dílmicos e nos ameaça com mais três.
Há quase um ano estamos sofrendo "diuturnamente e noturnamente" com a falta absoluta de governo. Antes, no primeiro mandato, ainda dava para fingir. Dona Dilma mandava e desmandava, fingindo que governava, mas na verdade criava as condições para o atual desgoverno.
Agora, que a vaca tossiu e foi pro brejo, não dá nem para fingir.
E o país? É a grande pergunta. Vamos ficar pelos próximos tres anos nessa penúria? Não há mecanismos de resolver essa situação? A democracia não pode ser vítima de si mesma. Quando se chega a esse impasse, há de ter mecanismos democráticos que façam respeitar a vontade do povo, que já não é a mesma do ano em que a dita-cuja foi eleita, se é que foi legitimamente eleita, conforme nos dirão brevemente os membros do TSE.
O regime parlamentarista tem uma solução mais fácil para esse tipo de situação: o governo cai e elege-se outro. Mas essa solução não está prevista no presidencialismo. Não há voto de desconfiança, apesar de todo mundo desconfiar de todo mundo. 
Entretanto, sendo presidencialista o regime, isso não significa que somos obrigados a aguentar um governo desastroso por quatro anos. O mecanismo do impeachmente deve ser acionado o quanto antes e necessitamos de estabelecer na Constituição um mecanismo mais fácil de mudança de governo: por exemplo, quando se perde a maioria parlamentar. Claro que para isso ser eficaz há ter que o instituto da fidelidade partidária e o número de partidos representados nos Congresso deveria ser um número decente e os partidos deveriam ser programáticos, etc., etc.
Mas também não dá para ficar esperando pela situação ideal para mudarmos. Temos que resolver o presente imbroglio, o mais rápido possível, para que o país possa andar e fazermos uma grande reforma política que nos permita sair de atoleiros com menos dor e mais eficiência. Candidatos, no presidencialismo, não vêm com garantia de satisfação ou seu voto de volta, mas deveriam vir para que a democracia fosse respeitada.
Se o candidato engana o eleitor, o princípio básico da democracia, que é o respeito pela vontade popular, está fraudado. Essa seria a única maneira de os políticos respeitarem o povo que os elege, o recall.

domingo, 8 de novembro de 2015

Tragédia

Não dá para não comentar sobre a tragédia que se abateu sobre Minas, cujas cenas por muito tempo ficarão gravadas na nossa memória. É uma tragédia humana e ambiental como poucas vezes vista no Brasil. Foi um mar de lama se arrastando pelo belíssimo cerrado mineiro, arrasando vilas, casas, igrejas antigas, fazendas e a própria natureza.
Uma pergunta que surge de imediato é: Qual foi a causa? Houve culpa ou negligência? Ou foi um fato inevitável, como um terremoto ou tsunami? Poderia ter sido previsto? Poderia ter sido evitado?
A todas essas perguntas ainda é cedo para responder. Entretando já se vê pelas redes sociais algumas pessoas responsabilizando "o lucro e a ganância" pelo que aconteceu. Isso é típico de uma mentalidade anti-capitalista, que vê no desenvolvimento econômico e na geração de riqueza um caráter intrínsecamente maléfico.
A responsabilidade pelo fato e pelas indenizações cabíveis, inegavelmente são e serão atribuidas á mineradora que, pelo que se sabe, não está se omitindo em dar assistência imediata às vítimas, nem procurando afastar essa responsabilidade no futuro. Exatamente por ter gerado riqueza é que essa mineradora terá condições de prestar socorro e indenizar a quem for necessário.
Se não tivesse tido lucro, apesar das dificulades de fazê-lo no Brasil, não teria agora de onde tirar os recursos para amenizar a tragédia. Não foi o capitalismo o problema. O capitalismo certamente será a solução.
Quanto às causas desse acidente ainda terá que se esperar pelas análises técnicas. 
Barragens de rejeito, nas minerações, são um investimento de alto custo, mas absolutamente necessários para que elas possam funcionar sem maiores danos ambientais. Como o nome está dizendo, são as barragens que seguram os rejeitos da atividade mineradora. O minério extraído tem uma quantidade relativamente grande de material não aproveitável, chamado estéril. Esse material está na natureza junto com o minério  e dele é separado no processo de beneficiamento. Depois disso, o minério segue beneficiado para outros processos e o estéril tem que ser descartado. Isso é feito na barragem de rejeitos, exatamente para não contaminar o meio ambiente.
Essas barragens estão por aí, espalhadas pelo Brasil afora onde quer que haja atividade mineradora. Daqui a pouco vamos ouvir gente dizendo que temos que parar com toda a atividade mineral no país por causa dos riscos para as demais comunidades. Não é razoável.
O que é razoável é, depois de estabelecidas as causas, tratarmos de criar mecanismos de prevenção de outros acidentes como esse. Devemos buscar a ajuda da tecnologia para verificarmos se há outra maneira de tratar esse estéril. Em algumas minerações já existe a possibilidade de devolver o estéril, depois de tratado e seco, para a cava da mina. O processo é denominado "paste fill" ou "back fill". As barragens ainda seriam necessárias, mas de tamanho bem mais reduzido, o suficiente para abrigar um volume muitíssimo menor de rejeito, pois guardariam apenas o estéril gerado, antes de ser reprocessado e reinserido de volta na mina.
Como eu disse, o capitalismo e o desenvolvimento técnico e econômico não são parte do problema, mas da solução; e a tragédia brasileira é uma parte de seu povo e seu sistema político não reconhecer isso e querer que o atraso seja o objetivo a ser alcançado.
Por pior que tenha sido esse rio de lama descendo pela mata, por mais vidas que ceife, por mais danos ambientais que tenha causado, com certeza o mar de lama da política corrupta tem causado danos muito maiores e produzido mais mortes e desesperança no país.
Não queremos e não merecemos nem um, nem outro.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Sua Casa, Minha Vida...mansa

O programa "Minha casa, minha vida" deve ter sido inspirado nos sonhos da família do Exu em possuir ao menos um imóvel. Eles nunca são donos de nada!
Lula morou durante quase 10 anos, de graça, em uma casa de seu amigo Roberto Teixeira.
Denunciado à direção do PT, em 1997,  pelo ex-amigo e também membro do partido,  Paulo de Tarso Venceslau, Lula teve que se defender da acusação de tráfico de influência nas prefeituras do PT a uma Comissão Especial, constituída por Hélio Bicudo, José Eduardo Cardozo e André Singer.
Já nessa época, a comissão recomendou a abertura de um processo ético-disciplinar contra Roberto Teixeira: "Efetivamente o próprio Roberto Teixeira avalia que, em alguma medida, a sua conduta fugiu dos rígidos padrões éticos que o Partido dos Trabalhadores espera ser seguido por qualquer dos seus militantes". 
Nem uma palavra sobre Lula, mas, apesar dessa omissão, era ainda uma época de inocência, em que muitos dos militantes continuavam crendo na aura de idoneidade e seriedade que a propaganda do partido fazia divulgar. O que ninguém sabia é que as sementes do Mal já estavam, de há muito, lá dentro, no centro, no Diretório, no próprio símbolo desse partido. A prova disso está na decisão da direção do PT que inocentou Teixeira e expulsou Venceslau, o denunciante.
Continuando a saga imobiliária, em 1998 a Folha noticiou que Lula adquirira um apartamento de cobertura de 186 m² em São Bernardo. Foi para lá que ele se mudou, deixando a casa cedida pelo amigo. A compra desse imóvel também foi alvo dessa mesma investigação no partido e, em plena campanha à presidência, Lula teve que explicar à imprensa, o motivo de um depósito de 36 mil reais feito por Teixeira em sua conta. Disse que teria sido o pagamento por um carro vendido a ele. Então, tá!
O apreço da família Lula da Silva pelos imóveis dos outros não se limita ao seu apoio ao MST ou ao MSTS ou que tais, eles também gostam muito de morar de graça! Em imóveis caros, claro!
O sítio em Atibaia, utilizado por Lula para receber políticos e fazer conchavos, não pertence a ele. Pertence aos empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar que, por coincidência, são sócios de Fábio Luis da Silva, o Lulinha, que mora também de favor em um apartamento de Suassuna, avaliado em 6 milhões.
Outro filho de Lula, Luís Cláudio, recentemente investigado pela PF, também mora de graça em um apartamento em região nobre de S.Paulo e que pertence a ...Roberto Teixeira!
As coincidências são enormes e os nomes se repetem, assim como as relações nebulosas relacionadas com atividades suspeitas, quando não francamente criminosas. Que azar tem esses petistas! Todos os seus amigos, muito ricos, por sinal, acabam se envolvendo de um modo ou de outro com a corrupção!


domingo, 1 de novembro de 2015

Petismo: o melhor negócio do mundo

Ser petista é o melhor negócio do mundo! Vejam bem, antes de participarem do governo, Lula, Dirceu, Palocci, Erenice Guerra, Pimentel e outros de menor coturno eram pobres ou remediados, como se dizia antigamente. De Lula todos sabemos a origem nordestina, retirante, pobre como Jó quando chegou a S.Paulo. Sua história já foi contada e cantada em verso e prosa; e até em filme, a segunda mais cara produção brasileira até hoje, devidadamente patrocinada pelas empreiteiras Odebrecht, Camargo Corrêa e OAS, empresas que até então nunca tinham colocado um tostão na cinematografia nacional.
Pois bem, o ex-pobre retirante se deu muito bem na vida. Só depois que deixou o governo faturpu 27 milhões de reais em palestras. Sua empresa, chamada de Instituto, movimentou 52 milhões de 2011 a 2015, segundo o Coaf (órgão do governo, subordinado ao Ministério da Fazenda).
O Palocci não fica atrás. Não era pobretão, mas ficou mutilmilionário depois que saiu do governo. Movimentou 216 milhões de 2008 a 2015. Erenice Guerra, outra sumidade finaneira, faturou 26 milhões. Pimentel é mais modesto, só faturou 3,1 milhões, coitado!
E o Dirceu faturou consultorias mesmo estando na Papuda, o que prova que a capacidade gerencial dessa gente, depois que faz um curso de pós-graduação no PT, supera qualquer MBA que exista por aí.
Não há melhor negócio do que esse de dar consultorias e palestras! Mas não pode ser qualquer um. Que Harvard, que Stanford, que nada! Tem que ser graduado naquele partido, o maior formador de milionários do mundo.
Deve ser por isso que eles adotam o lema de combate à pobreza. Isso é a prova irrefutável que eles dizem a verdade!

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Revolucionário sou eu!

Lula tem o direito de se defender e defender seus filhos, como todo mundo. Exercendo essa defesa ele pode falar o que quiser, o que lhe der na telha, até mesmo as mentiras mais deslavadas, como lhe garante a Constituição. Isso não quer dizer, entretanto, que a sociedade brasileira tenha que engolir as lorotas.
Lula foi muito eficaz em inventar o mito de si mesmo. Isso será assunto para futuros sociólogos, despidos da paixão ideológica, destrincharem. Até gente que se considera inteligente "comprou" essa narrativa como se fosse verdade. O petismo, a militância religiosa do PT, se encarregou de reafirmar esse mito e combater os que dele descriam ou criticavam, caracterizando-os como burgueses preconceituosos que não admitiriam uma pessoa vinda "de baixo" chegar ao poder. Como se o fato de "vir de baixo" conferisse uma aura de santidade ao indivíduo. Assim, deixamos a narrativa mitológica transformar um reles sindicalista, pelegão dos mais espertos, nesse santo político que até pouco tempo muita pouca gente ousava criticar.
Isso só pode ser explicado pela nossa má consciência. Somos um país de excluídos, temos uma enorme população que vive à  margem: à margem da saúde, à margem da educação, e, consequentemente, à margem do mercado de trabalho. Os nossos intelectuais sentem esse peso. Reconhecem a realidade e sentem culpa. Especialmente por desfrutarem das benesses que o dinheiro e a cultura proporcionam e não fazerem muito para mudar as coisas. Mas fazem tudo para mudar o peso de suas consciências. Isso significa apoiar incondicionalmente um partido que promete resgatar essa população excluída. Mesmo que esse partido esteja mentido e só queira usar essa massa para se perpetuar no poder. Fingem que ignoram essa parte. Fingem que acreditam.
Caso contrário seria exigido deles, os intelectuais, que arregaçassem as mangas e assumissem uma luta política real para que as coisas mudem nesse país. Isso os tiraria do conforto da revolta teórica, dos discursos acadêmicos regados a Foulcault e vinhos franceses.
Revolucionários são aqueles que lutam contra uma burocracia infernal e corrupta para tentar produzir alguma coisa que sustente famílias, que gere prosperidade e proporcione meios às pessoas para realmente mudarem de vida. Esses anônimos revolucionários estão por aí em toda parte. Com micro, pequenas e médias pequenas empresas enfrentando o diabo para sustentar uma carga tributária escorchante e injusta e ainda conseguir manter a empresa de pé. Revolucionários são os que pagam ISS, IR, Contribuição Social, PIS, COFINS, FGTS, ICMS, IPI, abono de férias, multa por rescisão de contrato de trabalho, e outras gracinhas institucionais. Revolucionários são os professores das escolas publicas enfrentando, sem reconhecimento, o descaso absoluto das autoridades e os traficantes de droga dos bairros. São os profissionais da saúde cuja remuneração aviltante não os impede de tratar o ser humano que os procura com respeito e dignidade.
Esses, que vestem a camisa vermelha e batem no peito cantando glórias às suas supostas "virtudes" e chamando os demais de burgues, não tem nada de revolucionário. Ao contrário, hoje sabemos qual era o verdadeiro interesse desses esquerdistas. Mesmo que Lula insista em tentar preservar o que ainda resta do mito, o país inteiro já sabe qual era o seu verdadeiro interesse quando atravessou as portas do sindicato, do partido e depois do Planalto.
Revolucionário, Lula, sou eu que nunca mamei nas tetas do Estado. O resto é conversa fiada.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Tutela do trabalhador

O lulismo foi a maior praga política que já apareceu no Brasil, depois do getulismo. Desse último, restou esse sistema paternalista atrasado que privilegia supostos direitos e o compadrio ao invés da eficiência e do mérito. Está tudo sacramentado nessa excrescência anacrônica que é a CLT e da qual levaremos ainda muto tempo para nos livrar. Enquanto isso vai o país andando um passo para frente e dois para trás.
Dirão os raivosos sindicalistas que a CLT é intocável porque protege direitos do trabalhador. Essa é uma das grandes balelas na qual a oligarquia sindical faz o povão acreditar. O que preserva direitos do trabalhador é a existência, em primeiro lugar, do trabalho! Em seguida, a eficiência com que esse trabalho é feito, o que significa produtividade e, portanto, possibilita aumentos reais de salário.  Fora disso o resto é conversa fiada!
A produtividade brasileira é das mais baixas no mundo. Isso, aliado a uma estúpida burocracia e a uma carga tributária anormal, faz com que o que se produz aqui seja duas ou três vezes mais caro do que o que se produz em países mais competitivos. Nesses países, o mesmo trabalhador que produz o bem, pode comprá-lo com muito menos horas de trabalho que no Brasil. 
Exemplos: um iphone 6, que custa no Brasil por volta de 3400 reais, requer 170 horas de trabalho de uma pessoa que ganhe 4400 reais líquidos por mês. Um trabalhador americano, que ganhe 10 dólares por hora (um salário relativamente baixo para os padrões de lá) precisa de apenas 55 horas de trabalho para adquirir o mesmo aparelho, que custa cerca de 550 dólares.
Uma das explicações para essa diferença de salário e de custo dos bens é a tal lei que "protege" os direitos dos trabalhadores. Nos EUA não existe essa "proteção". Lá os trabalhadores estão à mercê da própria sorte (e da própria competência) e não há um Estado tutor e regulador a "protegê-los". Deve ser por isso que tanta gente burla até a lei de imigração para tentar trabalhar lá, inclusive muitos brasileiros. Essa gente deve ser masoquista e gostar de sofrer, senão como explicar que abandonam um Estado com uma CLT tão protetora para ir parar nesse país capitalista impiedoso?

Está ficando cada vez mais claro para o povo brasileiro que essa conversa toda é apenas uma lorota. A derrubada da CLT só não interessa aos pelegos sindicalistas e ao governo populista que vive parasitando esse mesmo sindicalismo. Esses caras, uma vez chegados ao poder dentro sindicato, nunca mais saem e fazem o mesmo que Lula sempre fez. Deixam de trabalhar e vão, pelo resto de suas vidas, usufruir do dinheiro dos pobres trabalhadores que eles dizem representar e defender.
O que fazem em defesa desses trabalhadores? Nada! Amaior parte dos trabalhadores brasileiros nunca sequer viu a cara, ou sabe o nome, do sindicalista que os "representa". E são obrigados por lei, sejam sindicalizados ou não, gostem ou não, queiram ou não, a "doar" um dia de seu trabalho por ano a um sindicato, que não os representa e que nada fará por eles.
Já passamos da hora de acabarmos com esse paternalismo corrupto e corruptor. Está na hora de nos tornarmos um povo adulto, responsável por si mesmo, que decide o seu destino em todas as áreas, públicas ou privadas, sem precisar de tutores, nem guias.





segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Escombros

Caia ou não caia, de imediato, essa presidenta que não governa, uma coisa é certa: esse modelo político acabou. Chega! O corporativismo, o fisiologismo, a privatização do Estado, tudo isso levou o Brasil à falência e agora o ciclo se fecha. Acabou. Game over.
Pelo menos o PT, ainda que involuntariamente, fez esse benefício ao país: mergulhou tão fundo e tão afoitamente no modelo que condenava, quando ainda era oposição, que fez o próprio modelo se esgotar. Gastou o que podia e o que não podia com benefícios exclusivos, privilegiando determinados grupos econômicos, para se beneficiar do dinheiro que esses agentes movimentavam e desviavam dos cofres públicos.
A história de terror do BNDES ainda está para ser contada, mas já se sabe hoje que o maior volume das pedaladas foi feito para manter o Bolsa-empresário. Nada, nada, foram 50 bilhões de subsídios doados pelo BNDES às empresas, portanto não foi o Bolsa-Família que provocou o rombo.
O pior para nós é que não há solução simples, nem de curto prazo. O imbroglio
é tal que qualquer solução é de difícil implementação. Aumentar os impostos não será facilmente deglutível pela população. Cortar gastos é coisa que governo nenhum consegue fazer, nem mesmo quando é competente.
A inflação, apesar da recessão, persiste em subir para a casa dos dois dígitos sem dar trégua. A taxa de juros foi aumentada para reduzir o crescimento econômico e diminuir a inflação. O crescimento econômico já está negativo e a taxa de juros não pode mais ser elevada, senão provoca mais... inflação! Além de provocar mais déficit.
O real desvalorizado, junto com a taxa exorbitante de juros, deveria estimular investimentos externos, mas esses investimentos não vêm porque ninguém confia nesse governo.
O governo nem fica, nem cai e o destino do país que se dane. A luta entre Dilma e Eduardo Cunha dá empate técnico e, por isso mesmo não nos leva a lugar algum.
Todos esses sinais já deveriam ter deixado bem claro que a festa acabou. Não há dinheiro, não haverá dinheiro e a recuperação econômica será lenta. Está na hora de esses atores saírem do palco e deixar espaço para outra gente, com outros valores, como outro modelo de governança. Esses atores ainda são desconhecidos por nós, mas existem. Estão se formando, se preparando e já está passando da hora de assumirem o papel político que é dado a toda juventude que se preocupa com o seu país. Esses jovens promotores do Ministério Público, por exemplo, são dessa casta, dessa geração.
É uma turma que está hoje entre os 30 e os 40 anos, bem formada, inteligente e não cooptada pelo lamaçal da política tradicional. É gente que foi criada com outros valores, que respeita a diversidade, que se preocupa com o meio ambiente, com o direito do outro, com a submissão de todos à lei. É uma classe que pode dar um "reset" nessa nossa famigerada república e reinstaurá-la em bases verdadeiramente democráticas, onde o direito de todos e o interesse público sejam prevalentes, onde não haja espaço político para Malufs, Renans, Cunhas, Barbalhos, Collors, Lulas e Dilmas.
Uma república assim pode nascer desses escombros políticos, mas para isso esses escombros tem que ser varridos do mapa. Compete a nós varrê-los.


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