quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

O morto-mór de 2016

David Bowie, Carrie Fischer,  Humberto Eco, George Martin, Ettore Scola, Muhammad Ali, Prince, Michael Cimino, Elie Wiezel, Tunga, Tereza Rachel, Ferreira Gullar, Naum Alves de Souza, Edward Albee, Elke Maravilha, Cauby Peixoto,  Sábato Magaldi, Pierre Barouh, Billy Paul, Hector Babenco, Andrzej Wajda, Abbas Kiarostami, Gene Wilder, Flávio Gikovate, D. Paulo Evaristo Arns, Ivo Pitanguy, George Michael... e agora Debbie Reynolds.  A lista é grande! Foram muitas personalidades importantes na cultura, nas artes e na ciência, que ficaram para sempre em 2016.  O mundo ficou mais triste e mais burro sem eles!

A lista é ainda incompleta sem os nomes dos jogadores, técnico, jornalistas e dirigentes do Chapecoense, aquela lamentável morte coletiva que entristeceu todo o Brasil.

Podemos também incluir na lista um outro tipo de mortos: aqueles que estão fisicamente entre nós, mas é como se estivessem já no além, devido à irrelevância em que se tornaram. Em 2016 ficou claro que eles pareciam habitar nosso mundo, mas realmente habitavam um outro, paralelo, o submundo do crime organizado. Entre todos, se destacam os fantasmas de Dilma Rousseff, Eduardo Cunha, Lula, Sérgio Cabral e Renan Calheiros que já está com um pé na cova. E, por falar em morto-vivo e fantasma, onde é que anda mesmo o Aloísio Mercadante? Esse está se fingindo de morto para que a Lava Jato não se lembre dele.

Mas um parágrafo especial deve ser reservado sobretudo para o morto-mór de 2016, aquele que já devia ter ido para o quinto dos infernos há muito tempo, mas parece que nem o capeta o queria. É o inefável ditador daquela pobre ilha do Caribe, que se intitulava El Comandante e que não titubeou em matar, pura e simplesmente, seus opositores políticos, mas que foi bafejado e adulado não só pelos mortos-vivos citados acima, mas também por toda uma classe terceiro-mundista deslumbrada que se intitula intelectual.

Custou mas foi. Se lamentamos a morte de tanta gente importante que, enquanto viveu,  fez o mundo melhor, o ano de 2016 teve pelo menos isso de bom, levou finalmente um dos últimos dinossauros de uma ideologia que desgraçou um século inteiro.






terça-feira, 27 de dezembro de 2016

2016, Ano da Redenção

Como será que vai ficar conhecido esse ano de 2016? Penso que na história do Brasil nunca houve um ano tão sobrecarregado de acontecimentos notáveis. 

Foi um ano em que aconteceu tanta coisa que até parece que os Jogos Olímpicos ocorreram uns 3 anos atrás. Pois 2016 foi o ano da primeira e única Olimpíada na América do Sul! Foi um ano em que o Brasil ganhou uma espetacular medalha de ouro no salto com vara e várias e inesperadas medalhas no remo. 

Mas foi também o ano em que se revelou ao país estupefacto, que aqui se sediava uma organização criminosa, responsável pelo maior crime de corrupção da história da humanidade. E, pior! Essa organização era comandada pelos líderes políticos dos partidos que estavam no poder, em outras palavras, a OrCrim era comandada pelo próprio presidente da República!

Foi o ano em que figurões poderosos, políticos e do meio empresarial, se viram trancafiados nas celas e submetidos à Lei, como qualquer outro cidadão que tenha cometido crime, coisa com a qual não estavam acostumados. Foi o ano do protagonismo do Ministério Público, que  a gente nem sabia que existia, e do poder Judiciário de primeira instância. Foi o ano do juiz Sérgio Moro, herói nacional!

E foi também o ano em que a Suprema Corte do país se revelou uma vergonha pública, uma corte inútil, que sequer defende a Constituição e então não serve para nada! Uma corte que aceita conchavos, que faz conchavos, como se fosse um partidinho qualquer. Uma Suprema Corte do passado de um país atrasado, agarrada a um juridiquês ridículo e a ritos processuais antiquados e anacrônicos, que se posta de costas, não só para a sociedade, mas de costas para os usos e costumes dos novos tempos. Estamos no século 21 e o STF ainda não saiu do 19.

Foi o ano do impeachment, porque não poderia ter sido diferente, mas foi o ano da crise econômica mais profunda de nossa história em consequência do governo criminoso que acabou por cair pela vontade do povo. Foi o ano em que a povo brasileiro se fez ouvir no Planalto.

Foi o ano em que o presidente da Câmara foi deposto pelo Supremo e o presidente do Senado desafiou a ordem de deposição do mesmo Supremo e ficou por isso mesmo.

Foi o ano da delação das delaçoes! Poderíamos dizer que foi o ano da Odebrecht, mas prefiro pensar que 2016 tenha sido o ano da redenção do povo brasileiro como dono de seu destino. E o ano em que começamos a pôr nas grades todos esses canalhas, ladrões, traidores da pátria, que nos exploraram por tanto tempo. Que venha 2017 e a continuação dessa limpeza!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Lula, o estafeta da Odebrecht

Antes de conhecer o esquema direito, a gente achava que Lula seria o chefe dos chefes, o comandante geral do esquema de propinas administrado pelo PT, PP e PMDB.
As empreiteiras faziam pose de vítimas, coitadinhas, as virgens seduzidas ou estupradas por aqueles que comandavam e ditavam as regras do jogo, como lamentou Léo Pinheiro, da OAS, em uma de suas delações.
Eram as regras do jogo, disse ele, e quem não jogasse por essas regras estaria "fora de campo".
Pois agora, conhecida a delação monstro da Odebrecht, que não precisa mais ser vazada pois o Departamento de Justiça americano não opera com "segredos", mas age transparentemente como deve ser em um país que respeita seus cidadãos, fica claro e perceptível que a situação era inversa. Quem comandava o esquema, definia os papéis e até mesmo as ações de governo, era o cartel criminoso, o cartel das empreiteiras, dirigido pela mui conhecida Odebrecht.
O capo dei tutti i capi da organização criminosa internacional, que atuou em 12 países, não foi ninguém mais, ninguém menos que a ex-poderosa Odebrecht. Mandava e desmandava. Planejava e mandava executar atos de governo, como as tais 9 medidas provisórias que confessadamente assumiu ter ordenado que se editassem, por serem de seu interesse.
Lula agia, na presidência, como um empregado da empresa; e não só no tempo em que era presidente, mas também depois, quando deixou em seu lugar um poste para continuar fazendo o que a Odebrecht queria que se fizesse.
Claro que a Odebrecht, magnânima, permitia também que outras empreiteiras fizessem uso do trabalho de seus empregados, mas quem liderava era ela, que definia os destinos da nação. Estávamos nas mãos deles e não sabíamos.
O uso do poder foi de tal maneira que é quase um milagre que todo esse arcabouço tenha vindo por água abaixo, por obra de um juiz que resolveu investigar direito um simples posto de gasolina e suas atividades de lavagem de veículos e de dinheiro.
Por essa e por outras é que, apesar de tudo, a gente ainda acredita que Deus é brasileiro.

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Lista dos países onde a Odebrecht atuou criminosamente, além do Brasil: 
Angola, Argentina, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela. Total de propina paga: 2 bilhões, 630 milhões de dólares. E ainda faltam dados de outros países, incluindo Cuba.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Apelidos ou Codinomes?

Vai entrar para o anedotário político a criatividade dos operadores do Departamento de Propinas da Odebrecht. Temos que rir para não chorar.
A lista é grande, obviamente, pois para cada corrupto há ao menos um apelido ou codinome correspondente. 
É interessante notar que codinomes foram usados por muitos daqueles que se diziam esquerdistas, revolucionários, anticapitalistas, para esconder a própria identidade e que acabaram pura e simplesmente no fundo do esgoto do próprio capitalismo, tentando esconder a identidade de nós outros, os honestos, que não precisam escondê-la de ninguém.
Pois o anedotário já vai recolhendo pérolas. Dá para montar aquele joguinho de duas colunas, em que se tem ligar os nomes certos da direita com os da esquerda.

Uma pequena amostra da lista atualizada é a seguinte:

  1. Amigo                Quem, senão ele, o Inefável Exu de Garanhuns.
  2. Italiano              Antônio Palocci
  3. Boca mole          Heráclito Fortes
  4. Esfiha                Samir Assad
  5. Kibe                  Adir Assad
  6. Brahma             Ele, de novo, o Inefável Exu Nove-dedos.
  7. Caju                  Romero Jucá
  8. Caranguejo        Eduardo Cunha
  9. Justiça              Renan Calheiros
  10. Indio                 Eunício de Oliveira
  11. Babbel              Geddel Vieira
  12. Primo                Eliseu Padilha
  13. Las Vegas          Anderson Dornelles (assessor de Dilma)
  14. Angorá              Moreira Franco
  15. Campari            Gim Argelo
  16. Gripado             Agripino Maia
  17. Botafogo           Rodrigo Maia
  18. Feia                  Lídice da mata
  19. Moleza              Jutahy Magalhães
  20. Encostado         ? -ainda não conhecido
  21. Todo Feio           Inaldo Leitão
  22. Velhinho            Francisco Dornelles
  23. Grisalhão           ? - ainda incógnito   
  24. Piqui                 Ciro Nogueira
  25. Kafta                Gilberto Kassab
  26. Proximus           Sérgio Cabral
  27. Xepa                 Mônica Santana
  28. Feira                 João Santana
  29. Nervosinho        Eduardo Paes
  30. Misericórdia       Antônio Brito
  31. Santo                Geraldo Alckmin
  32. Mineirinho          Aécio Neves


Como se pode ver, a lista percorre todo o espectro político-ideológico, começando no PT, passando pelo PCdoB e terminando no PSDB. Conclusão: a propina é democrática, não discrimina ninguém!


terça-feira, 20 de dezembro de 2016

As pesquisas

Ora direis, ouvir pesquisas! As pesquisas deram um vexame recentemente nas eleições americanas. Todos já cantavam a vitória de Hillary quando foram atropelados pela Reality.

Aqui também não deixamos por menos. A última pesquisa Datafolha diz que Lula seria líder nas simulações de voto de primeiro turno. Essa mesma Datafolha diz que Lula tem um índice de rejeição de 44%, quase empatado com Temer., que é o campeão.

O único problema a aritmética não fecha! O Brasil tem 100 milhões de eleitores. Deduzindo 38% de abstenções e votos brancos e nulos, restam 62 milhões de votantes. Desses 62 milhões, deduzem-se os 44 que não votam em Lula de jeito nenhum, sobram 18 milhões de possíveis eleitores do Molusco; Mas, para que os números da Folha estejam certos, todos esses 18 milhões de eleitores que não rejeitam Lula, teriam que necessariamente votar nele, sem faltar nem um; e ainda assim não dariam o índice de 25 a 28% propalado pela tal pesquisa..

Isso, se e somente se, a base na qual se fez a pesquisa seja realmente representativa do eleitorado brasileiro. É evidente que essas pesquisas embutem vieses inconfessos. E é óbvio que qualquer pesquisa, principalmente as que envolvem probabilidades, podem muito bem ser mais ou menos dirigidas conforme o interesse do pesquisador ou de quem a encomenda. Que o digam as universidades! Que o digam as empresas fabricantes de medicamentos!

Os fatos são incontestes! As últimas pesquisas pre-eleitorais no Brasil e nos Estados Unidos foram retumbantes fracassos. O problema seria apenas das agências se essas pesquisas não acabassem por influenciar o eleitorado. E influenciam, quer para desistir de votar, quer para votar no candidato que esteja melhor colocado. É por isso que a legislação proíbe a divulgação de resultados de enquetes nas vésperas das eleições. Devia proibi-las 6 meses antes.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

A de(pi)lação da Odebrecht

A Odebrecht depilou as partes íntimas da República. Está tudo exposto, à vista de quem quer que seja. Quase ninguém escapa. Todos os antros e meandros foram raspados e mostrados, de frente e de costas, de cima e de baixo, ao distinto público, que, boquiaberto, assiste perplexo a esse filme pornô sem censura e sem fim.

O pior é que o distinto público é quem paga a produção desse filme, mas só descobre tardiamente que foi ele quem pagou pela espetaculosa produção. Os atores e atrizes já são velhos conhecidos do público. Estão sempre atuando e fazendo os papéis mais diversos. A maioria sempre preferiu o papel de mocinhos, mocinhas e santos pudicos e compenetrados, mas agora foram obrigados a se despir e mostrar tudo. Ou melhor, a Odebrecht, a cafetina do showbizz que vivia em conjunção carnal com esses atores, vinha gravando todas as cenas e agora é quem nos está mostrando esse filme pornô classe B.

O filme é nauseante não só para os ingênuos e os moralistas, mas também para quem já adotou uma postura cínica diante das telonas dessa República malcheirosa. Muitos de nós já imaginávamos as cenas picantes, as conversas sussurradas, as promessas veladas, as piscadelas de olhos, os bilhetes indecorosos, os michês passados debaixo das mesas, mas o filme produzido e que está em cartaz foi muito além da mais obscena imaginação.

O conúbio da Odebrecht com o poder demonstra como a nossa República está apodrecida. Demonstra que a democracia aqui é simplesmente uma ficção. Quem elege, quem manda, quem decide onde gastar o dinheiro público, que projetos aprovar, que projetos rejeitar, que prioridades atender são essas cafetinas, cuja maior representante é a Odebrecht, apenas a líder do cabaré. 
Elas mantinham, ou ainda mantém,  seus cafetões e gigolôs, habitando a Casa de Tolerância chamada Congresso e dizendo aos supostos representantes do povo, qual é a pauta e a agenda do dia.
E nós, distinto público, pensando que a nossa opinião conta, que nosso voto vale. 

A depilação é uma coisa muito dolorosa, mas necessária. Melhor expor as partes pudendas para que se possa fazer uma limpeza geral. Fiquemos vigilantes porque os efeitos da depilação duram só um certo prazo. De tempos em tempos outras depilações serão necessárias.


segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Corrupção em "estado da arte"

Se há denunciados, indiciados e condenados pela Lava Jato, de vários partidos, o que diferencia o PT de todos eles?- perguntou-me outro dia um amigo petista. 
Respondo: O PT se diferencia de todos os demais partidos no quesito corrupção por um motivo muito simples. Está no DNA do PT o desrespeito à lei. 

O partido se considera o dono da verdade e tudo o que fez, faz e fará é o certo e ponto final. Sendo assim, o PT está acima da Lei e acima das leis. É assim que Lula pensa e é assim que eles pensam. O pensamento é messiânico, não muito estranho a  Lula, pois o messianismo e o milenarismo estão ainda muito vivos no nordeste de Antônio Conselheiro, Lampião e Padim Ciço.

Não estou dizendo que não haja dolo, intenção de se locupletar às custas do erário público, de privatizar vantagens espúrias em todos os casos e em todos os partidos. Não! Isso faz parte - como eles dizem - da regra do jogo. O que faz do petismo uma ideologia especialmente corrupta é derivado exatamento do seu messianismo. No petismo, assim como no stalinismo, no castrismo e em vários outros ismos,  não se questiona o líder, o messias, o salvador! Apesar de o PT se dizer um partido democrático, que conviveria internamente com correntes diversas, nada o diferencia dos Politburos soviéticos.

Há correntes, sim, mas que disputam entre si pelo poder, não por causa de diferenças ideológicas. Nessa área, não há discussão, pois não se discute o Dogma. O que está em disputa é somente o poder pelo poder e as benesses que ele traz. Simples assim.
O PT, portanto, nasceu, benzido pela Igreja, se convencendo de que era o portador da chama sagrada e que, em decorrência disso, tudo que fizesse estaria sempre justificado pelo "bem do Povo".

Foi assim que as primeiras prefeituras ficaram encarregadas de achacar e estorquir as empresas que tivessem contratos públicos, como ocorreu em Santo André, "para o bem e para os cofres do partido". E ninguém, dentro do PT, se espantou com isso. A primeira e única reação foi a de Celso Daniel, quando descobriu que, sendo a  carne fraca,  além de desviar para os cofres do partido, os agentes petistas desviavam também para si. 

Ingenuamente ou por erro de cálculo, tentou abrir uma discussão interna, mas o risco era grande demais para o partido naquele momento. Caso a notícia vazasse seria o fim do PT antes mesmo de começar. O que se viu então , foi Celso Daniel sendo emudecido para sempre... pelo "bem do Povo".

Só a título de recordação, o próprio Lula chegou a ser investigado internamente por José Eduardo Cardozo e Hélio Bicudo, a respeito do, até então, simples apartamento da Bancoop em Guraujá. Esse foi o motivo do ódio que Lula lhes devota desde então. Hélio Bicudo acabou por deixar o partido, convencido de que os líderes petistas podiam ser tudo, menos inocentes.

Uma organização dessas, que nasce com essa deformação, não poderia dar em outra coisa. A corrupção existe desde sempre e acompanha de perto o poder. Na política brasileira então, com a leniência e lassidão das nossas instituições, chegou ao "estado da arte".

Mas pela primeira vez, e pelas mãos do PT, a corrupção foi elevada ao estado de virtude política, tendo sido introjetada na ideologia como uma ferramenta de conquista de poder! É isso que levou à destruição do Estado brasileiro. As ruínas institucionais estão desmoronando à nossa volta e já surgem sinais do caos político querendo se instaurar.
Salvadores da pátria surgem, perigosamente, nessas horas e muitos deles estarão querendo salvar apenas as suas próprias peles. Muita calma será necessária, assim como muita lucidez dos homens de bem que ainda restam, para separar o joio do trigo.

sábado, 10 de dezembro de 2016

Supremo suicidio institucional

Estamos no mato sem cachorro! Não há para onde correr, nem para quem apelar! As instituições brasileiras estão podres! 

No poder Executivo ninguém confia há muito tempo. Há uma presidente deposta e um presidente instável e acuado pelo próprio passado recente, pipocando daqui e dali suspeitas e denúncias de sua participação e conivência nos mesmos casos escabrosos que tem escandalizado a nação todos os dias.

O poder Legislativo é uma piada...de mau gosto! Um presidente da Câmara também deposto e um presidente do Senado que só não foi deposto por causa de uma conchavo acobertado pelo outro único poder que restava com alguma autoridade moral.

Pois esse terceiro e último, que já andava meio carcomido por atuações nada ortodoxas de alguns de seus membros, cometeu um suicídio institucional! Implodiu-se deliberadamente nesse episódio da "salvação" do Renan. Ainda vamos nos debruçar por muito tempo para entender o que houve realmente e as razões que levaram o Supremo a desrespeitar a si mesmo e à nação. 
Nunca se viu, na história dessa malfadada República, uma Suprema Corte tão desmoralizada. Seria impensável, em tempos normais, assistirmos à presidente dessa Corte de juízes negociando com políticos implicados em processos que essa mesma Corte irá julgar! Procurando e achando um jeitinho jurídico à revelia do texto Constitucional que juraram manter e defender! É vergonhoso e triste!

Não temos a quem recorrer. Não podemos confiar em nenhum dos três poderes. E ainda vem mais! A lista dos envolvidos na mega-corrupção da Odebrecht nem sequer saiu. A se confirmar a participação de mais de 200 políticos de diferentes calibres e partidos, como é que se conduzirá o governo da nação daí pra frente? 

É óbvio que eles terão que ser apeados dos seus cargos, mas a  pergunta perplexa é: quem vai poder constituir o parlamento e o executivo a partir dessa devassa? Isso é o caos institucional, o fim da República, a dissolução do Estado. 
Onde estariam as reservas morais da nação para conduzí-la em uma hora dessas? Para quem vamos apelar? Para as Forças Armadas? Para o Papa? Só essa possibilidade configura um risco de o país entrar em uma situação de colapso, como já estamos vendo no Rio e em outros Estados, um estado de calamidade pública, de risco à segurança nacional. 

A irresponsabilidade e a cupidez dos agentes públicos, nos 3 poderes, nos levou a isso! Oremos!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

A diferença entre Renan e Cunha (o que o Temer teme)

Qual é a diferença entre Renan e Cunha? Receberam, do Supremo, um tratamento tão díspar, que cabe a pergunta de leigo: qual é realmente a diferença entre eles?

Cunha foi apeado da presidência da Câmara e do próprio mandato. Renan, nem uma coisa, nem a outra. Entretanto, o argumento contra os dois é o mesmo. Ambos são réus em processo criminal e ambos estariam, por ocuparem os respectivos cargos, na linha sucessória à presidência da República. Pau que deu em Chico, teria que dar também em Francisco, mas não deu.

O que fica para a nação inteira é que a ação contra Cunha teve muito de retaliação, pelo fato de ele ter sido afinal o responsável pela tramitação do processo de impeachment. Cunha não tinha aliados. A então oposição estava contra ele; contra ele ficou também o PT e seus aliados; e nem o PMDB o defendeu, preocupado que estava com a entronização de Michel Temer e a nova "governabilidade" (nome que se dá à distribuição de cargos e benesses).



Cunha ficou sem pai, nem mãe, nem padrinhos. Já Renan, macaco bem mais velho e mais enredado nos meandros da República, ainda tem amigos. Ele ainda maneja suas armas no sentido de se preservar, preservando interesses de outros, ao mesmo tempo em que os conjuga com os próprios interesses pessoais. Ora ele ameaça o judiciário com leis e PEC's, ora agrada ao governo, prometendo votar o que o governo quer que se vote. E, na ausência de Renan, o Senado cai nas mãos do PT, que é tudo o que o governo Temer mais teme.

Por essas e por outras, o Supremo Tribunal Federal abriu as togas e mostrou o que há por trás delas: ao invés de juízes, frios, imparciais, técnicos, o que vemos são apenas um outro tipo de políticos e uma guerra de egos e vaidades! Pior para o Brasil!

Insegurança Jurídica Institucional

O Presidente do Senado, na qualidade de presidente do Congresso, chefia um dos poderes da República, o Legislativo. Se, por decisão de ontem do Supremo, uma pessoa, na qualidade de réu, não pode chefiar o poder Executivo, como pode essa mesma pessoa chefiar o poder Legislativo?

O Supremo está afirmando que existe uma escala de valores entre os poderes, sendo o poder Executivo superior aos demais! Para ser o chefe desse poder as exigências são maiores do que as que se reputam necessárias para chefiar o Legislativo. Não há outra conclusão a seguir essa decisão exdrúxula!

O STF tem sido pródigo em produzir jabuticabas! A mais recente até então tinha sido a que permitiu o fatiamento da punição à ex-presidente. Criou-se uma regra inexistente na Constituição e ficou por isso mesmo. Agora, vem essa mesma Corte, criar uma figura inexistente no texto constitucional, o presidente do Senado impedido de assumir, se necessário, a presidência. 
A regra que o Supremo inovou aplica-se não mais ao cargo, mas à pessoa. Não é mais o presidente do Senado quem possa eventualmente substituir o presidente, tal como está escrito na Constituição. E não é a condição de réu que barra o acesso de alguém à presidência do Senado! É um conjunto de fatores, dependendo de quem sejam as pessoas e de que lado o pêndulo do Supremo esteja.

O STF inaugurou com toda pompa e circunstância a Insegurança Jurídica Institucional! E escreveu mais alguns capítulos na Constituição Federal: 

  • há dois tipos de presidente do Senado, o que pode e o que não pode substituir o presidente da República; 
  • dependendo de quem seja, uma ordem judicial pode ou não ser cumprida
Ontem foi um dia que ficará na história da nação como um dos mais vergonhosos para o Supremo! Nem mesmo sob a ditadura militar o STF se agachou tanto. A presidente, ministra Cármen Lúcia, fez um papelão, conduzindo um conchavo entre o Supremo e o Senado. Podia ter passado sem essa mancha na sua biografia. O ministro Celso de Melo, decano da Corte escalado para levantar a bola da excrescência jurídica, tentou, em um voto cheio de palavras mas vazio de conteúdo, fazer as piruetas jurídicas que pudessem justificar o injustificável. Até foi buscar no latim o termo "per saltum" para dizer que no caso, a linha sucessória deveria saltar um cargo, mesmo que em flagrante desrespeito à Constituição que não prevê salto algum.

"Per saltum", foi a decisão deles ontem, saltando com vara a Carta Magna do país, e produzindo acrobacias jurídicas para tentar fazer o quadrado virar círculo.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

O Supremo baixou as calças

O dia 07 de dezembro de 2016 vai ficar conhecido como o dia em que o poder Judiciário abriu mão de suas prerrogativas constittucionais e se submeteu a outro poder, o Legislativo.




Renan Calheiros, o capanga da República, ganhou. Peitou uma decisão de um ministro do Supremo e conseguiu seu objetivo. Uma vergonha!
O Supremo Tribunal Federal prevaricou ao não aplicar a lei no caso da desobediência pública e  flagrante de Renan Calheiros! O Supremo não vale mais nada perante a nação! Cármen Lúcia, que tanto prometia em termos de lisura, rendeu-se à tese da governabilidade e pisou feio na bola. Que governabilidade teremos agora, se nem as decisões da Suprema Corte valem alguma coisa?
A partir de agora, acata-se uma decisão do Supremo, quem quiser e quando quiser. Para Eduardo Cunha, valeu. Para Renan não vale. Cunha deve estar furioso consigo mesmo: por que não fez o mesmo quando foi afastado? Por que não resistiu e peitou o STF? Teria sido, muito provavelmente, também bem sucedido!

Além de mostrar toda a tibieza, o Supremo também cria figuras constitucionais absolutamente novas. Já o havia feito quando fatiou a punição à Dilma, afastando-a do cargo, mas preservando seus direitos políticos. Agora cria a figura do Presidente Pro Forma do Senado. Afasta-o da linha sucessória, mas preserva-o no cargo de presidente do Senado. Como? Se na Constituição está escrito no artigo 80: "Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência, o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal."
Para que tal decisão seja válida há que mudar-se a Constituição. Mas não é atribuição do Supremo alterar a Constituição. Ao contrário, cabe-lhe preservar e proteger a Carta Magna!

Está tudo indo de cabeça para baixo nesse país! O próprio guardião da Constituição a desrespeita! O que o Supremo poderia ter feito era não dar sustentação à liminar do ministro Marco Aurélio, ou seja, cassar a liminar. Nesse caso manteria Renan na presidência do Senado e na linha sucessória. Péssima decisão ao meu ver, mas uma solução possível dentro da normalidade institucional. O problema, nesse caso, é que estaria desautorizando e expondo um de seus ministros! Então, optou-se por uma solução política e aí fez muito pior, porque não só não deixou de expor o ministro, como também expôs a todos os que votaram pela solução exdrúxula. O Supremo baixou as calças! Que será deste país?

domingo, 4 de dezembro de 2016

Que República!

Que Republica é essa? O presidente do Senado é réu de processo criminal, o ex-presidente da Câmara está preso, o ex-presidente da República é réu em 2 processos, o ex-governador do segundo maior Estado também está preso, assim como o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil e outro ex-ministro da mesma Casa Civil. Na lista há também 2 ex-senadores,  um cumprindo pena e outro em liberdade só porque fez um acordo de delação premiada.
E uma ameaça bem real paira sobre a cabeça de mais uns 200 parlamentares.
Chegamos no limite, aliás, ultrapassamos o limite do aceitável em qualquer República que se preze.
Não há sequer uma solução institucional para um caso como esse. Não foi previsto, porque inimaginável!
O que faremos então se as previsões se confirmarem e mais de 200 deputados e senadores forem denunciados e virarem réus? É óbvio que não poderão continuar a exercer seus mandatos. 
Se vivêssemos em um regime parlamentarista, o rei ou presidente dissolveria o Congresso e convocaria novas eleições gerais! Mas, desafortunadamente escolhemos o pior regime para um país instável como o Brasil. Assim todo problema político gera crise.
Talvez seja o momento de passar tudo a limpo e recomeçarmos do zero, mas como fazer isso sem ruptura institucional? A pergunta fica no ar, mas os senhores políticos estão empurrando o país nessa direção.

sábado, 3 de dezembro de 2016

Alta traição!

O Congresso brasileiro chegou ao nível mais baixo possível. Perdeu toda e qualquer compostura e nem mesmo por hipocrisia sequer finge ter alguma dignidade! 
O povo brasileiro nunca esperou grande coisa de seus "representantes", com raríssimas exceções, mas acho que ninguém imaginaria uma situação como essa. Enquanto, a nação anseia e precisa de uma solução para os graves problemas econômicos que a gestão petista nos legou, os deputados e senadores resolvem trabalhar até de madrugada para resolver tão somente os seus próprios problemas. Problemas causados por crimes anteriormente cometidos por eles mesmos. 
Legislar em causa própria já é vedado a qualquer parlamentar. Legislar para anistiar os próprios crimes e tentar criminalizar os seus julgadores é simplesmente um absurdo. O absurdo dos absurdos.
O Congresso demonstra que, ou estão realmente,  em sua maioria, enrolados com a criminalidade e precisam desesperadamente tentar se livrar da punição, ou não estão nem um pouco preocupados com a opinião dos seus eleitores. 
O fato de mais de 300 picaretas terem votado a favor da inclusão da cláusula contra juízes e promotores, é desalentador. No Senado não teria sido diferente se não houvesse a grita geral. 
O mais espantoso e vergonhoso é que até líderes do PSDB, como Aécio, estiveram mancomunados com o requerimento de urgência, felizmente derrotado.
Aecio enterrou sua carreira política nesse episódio. Os mineiros de brio e honra tem de levantar-se contra ele e exigir a sua renúncia ao Senado. Com essa atitude perdeu qualquer legitimidade de representar Minas nessa malfadada República. 
Amanhã nas ruas, vamos gritar, #fora_Renan, #fora_Gilmar Mendes, #fora_Temer, #fora_Maia, #fora_Aécio!

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Um bandido presidindo o Senado

Renan Calheiros teve que pôr as mangas de fora! Ao perceber a guilhotina se aproximando do seu pescoço, passou à contraofensiva contanto para isso com a conivência de capangas e outros bandidos tão enredados quanto ele nas teias da roubalheira e do crime organizado! 
A Câmara já o ajudou bastante, votando de madrugada um projeto desses. O país se esfacelando e, ao invés de votarem as medidas que podem nos colocar de novo no rumo correto, não! Votam de madrugada uma lei absurda como essa invertendo os papéis e, transformando os juízes em réus. Seria inacreditável se não fosse no Brasil. 
O povo brasileiro tem que ir às ruas mais uma vez e deixar claro pra esse grupo de meliantes que basta! 
A culpa de termos chegado a esse ponto é do próprio judiciário! O primeiro processo contra Renan já tem mais de 10 anos! Além disso, há outros 11 processos tramitando lá e não andam. Esse facínora já devia ter sido afastado da presidência do Senado, como se fez com o Cunha.
Vamos ver se agora, depois do susto, o STF cumpre seu dever!

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

O Senhor dos Anéis

A Joalheria H. Stern apresentou documentos à Polícia Federal que comprovam a compra, pelo ex-governador do Rio e sua mulher, de nada menos que R$ 1.931.828,00 em anéis, colares e outras jóias. Eram atendidos em domicílio e costumavam pagar com dinheiro vivo!
A PF apreendeu também, em sua casa, mais de 300 anéis, além de braceletes, colares e pedras preciosas. Taças de R$ 2.700 reais! Vasos de cristal Baccarat de 16 mil e quinhentos!
Um tesouro das mil e uma noites! Um verdadeiro tesouro de pirata, ou melhor, do pirata.
Recentemente foi atribuida a ele a origem daquelas notas de 100 e 50 reais que apareceram no mar aos borbotões. Dizem que era dinheiro que estava em sua lancha, apreendida pela Polícia Federal, e que foi jogado ao mar para esconder provas.

Por incrível que pareça, isso acaba sendo perfeitamente verossímil, considerando que Cabral recebia propina em dinheiro vivo.

A estimativa de sua "arrecadação" chega a inacreditáveis 224 milhões de reais. Enquanto isso o Estado, que governou por quase 8 anos, está falido! Não há dinheiro para pagar o salário de funcionários! Os hospitais públicos estão em estado de calamidade. Será que não sentem vergonha?

Roubar dinheiro público não é só um crime. São vários crimes cometidos em cascata e conjuntamente! Sérgio Cabral é diretamente responsável por, sabe-se lá, quantas vidas perdidas na ex-cidade maravilhosa e no Estado, responsável pelo sofrimento de milhares de pessoas. E é a consciência disso que está fomentando a indignação crescente, que já vai se transformando em ódio generalizado contra a classe política. Michel Temer menosprezou o episódio do tráfico de influência, dizendo: "No Brasil qualquer fatozinho vira crise!"  
Eles ainda não entenderam direito. O povo está tomando o comando que lhe é de direito, Sr. Temer! O povo não quer esperar pelas próximas eleições para ser enganado de novo e ter que esperar mais 4 anos para fazer outra tentativa. O povo quer que os políticos, nossos empregados, façam o que o queremos agora! Já! 

domingo, 27 de novembro de 2016

Os anéis e os dedos

Eles não aprendem nada e não esquecem nada! É assim com essa classe política brasileira. Depois de tudo o que o pais passou nos ultimos 2 anos, no meio de uma recessão econômica e de uma crise institucional que não acaba, depois de tantos escândalos revelados e tanta gente presa, julgada e condenada, ainda vemos expoentes do governo, ministros como Geddel e Padilha, criarem uma nova crise por causa de um interesse particular!

Nessa altura do campeonato, nem que fosse por medo, ou por cautela, deveriam ter um pouco mais de compostura!

Um governo frágil, contestado, como o do Temer, sujeito ainda a ser deslegitimado pelo TSE até o final do ano, tudo o que não precisa é de mais turbulência! E o então ministro (agora ex) Geddel, diante de tudo isso, só está pensando em fazer tráfico de influência para resolver um problema particular? E o presidente, que deveria estar concentrado em resolver os nós econômicos e institucionais em que estamos metidos, acha tempo para, no seu dizer, "arbitrar conflitos" de natureza estritamente privada? 

Convenhamos! Isso é brincar com fogo! É tripudiar sobre a paciência do povo! Esse partido, o PMDB, esses políticos, estão agindo como a aristocracia francesa diante da Revolução iminente. O povo faminto batendo às portas de Versalhes e a nobreza dando festas e ignorando solenemente a realidade. Ou como a monarquia brasileira, às vésperas da proclamação da República, bebendo e dançando no Baile da Ilha Fiscal, como se o seu mundo não estivesse desabando! Em ambos os casos, deu no que deu. 

Parece que é uma fatalidade, que as oligarquias não percebam quando seu tempo acaba. Isso se chama cegueira psicológica e é um mecanismo de defesa, uma recusa em aceitar o inevitável, uma vez que não estão dispostas a mudar e a mudança é a única atitude aceitável em face de novos tempos. Só existem duas instituições tradicionais, que foram inteligentes o suficiente para conseguir se adaptar aos novos ares, abrindo mão dos acessórios para conservar o principal: a Igreja Católica e a Monarquia Britânica. 

O resto acabou, foi destruído, se desfez como pó, diante das mudanças.  A classe política brasileira se enquadra entre esse resto. O país está se desmanchando e eles continuam preocupados em salvar os anéis. Vão acabar perdendo os anéis e os dedos.

sábado, 26 de novembro de 2016

A preocupação do Diabo

Belzebu deve estar preocupado. Chegou ao inferno um grande concorrente, que pode destroná-lo em nome de uma Revolución pela igualdade nas plagas inferiores.
Afinal, experiência para isso não lhe falta. Desde Sierra Maestra, lá se vão quase 60 anos que aquela peste chamada Fidel Castro se instalou na pobre ilha caribenha e nunca mais saiu do trono.

Fidel teve 60 anos para realizar o sonho comunista, com apoio de uma potência mundial, com o poder total nas mãos e sem oposição. Nem mesmo dentro de seu partido, ela foi permitida. Tal como Stálin, Fidel promoveu expurgos no governo e no partido comunista cubano e chegou até a ajudar, com informações, o exército boliviano a encontrar e matar seu ex-compaheiro Che Guevara, que, diga-se de passagem não era melhor nem diferente de Castro.

Ironicamente, essa é a ética socialista: cada um por si! É a mesma que o PT aplica aqui no Brasil. Se alguém cair, que caia sozinho, o partido fingirá que não conhece. Foi assim com Dirceu, está sendo assim com Vaccari e Palocci.

Pois, Fidel teve 60 anos com total poder, recursos e liberdade de promover o bem estar da população cubana. E o que produziu? Uma ilha desesperadamente pobre, ansiando por uma oportunidade de crescer e se desenvolver, invejando os seus vizinhos ricos.

Está mais do que demonstrado que o socialismo só produz miséria e que o capitalismo, com todos os seus defeitos, é o sistema que mais produziu riqueza e desenvolvimento social e que mais distribuiu essa riqueza e esse desenvolvimento, até mesmo para povos que originalmente estariam fora do seu alcance. Ou alguém vai dizer que o conforto e a qualidade de vida trazidos, por exemplo, pelo uso de antibióticos ou pelo telefone celular nos rincões brasileiros, não seria um mérito colateral do capitalismo desenvolvido nos países "imperalistas"?

Pois o diabo que se cuide. A turma, que está se formando lá, é da pesada: Hitler, Stálin, Franco, Mao, Pol Pot, Che e, agora, Fidel!




Não ao Golpe!

Agora, sim, podemos dizer que está em curso no Brasil uma tentativa de golpe nas instituições! Essa movimentação de parlamentares pela madrugada adentro tentando emplacar uma anistia aos seus próprios crimes e com o aval silencioso do Planalto, não é outra coisa senão golpe! 

Já tentaram de várias maneiras barrar as investigações da Lava Jato e operações afins, até agora sem sucesso. Mas eles não desistem e, com essa inserção descarada de uma anistia no projeto das 10 Medidas contra a Corrupção, o perigo aumenta. Se o povo não tivesse ficado atento, isso já teria passado e, como disse o Diogo Mainardi, são bandidos, eleitos com dinheiro roubado, querendo aprovar uma lei para legalizar esse roubo!

Seremos um país de idiotas e concordarmos com isso. Temos que ir para a ruas e, mais do que nunca, fazer ouvir a nossa voz pacificamente. Mais uma vez pacificamente, mas não se sabe até quando, porque, se mesmo assim, eles ousarem aprovar essa ignomínia, há grande possibilidade de o povo invadir as casas legislativas do Congresso e promover uma nova queda da Bastilha. 

Não é o que se deve desejar para o Brasil. O caos político é a pior coisa que pode acontecer a um país. Nunca se sabe qual vai ser a solução, nem a que custo, nem onde se pode chegar, mas não é o povo brasileiro que está buscando o caos. Quem está flertando com o perigo e conduzindo a nação a esse caos é a classe política, que não entendeu, ou não quer entender que os tempos mudaram, que não vai dar mais para continuarem com as velhas práticas, que o povo se cansou disso e quer mudanças reais. Não só no Brasil. Dá para se perceber o cansaço com a velha ordem no mundo todo. A eleição do Trump nos Estados Unidos é um recado que se segue ao anterior movimento "Ocupy Wall Street" que foi tratado como apenas um fenômeno folclórico, passageiro e sem importância. Deu no que deu.

O Brasil já teve experiências traumáticas quando os que deveriam representar o povo, lhe dão as costas. O povo sai à procura de quem o defenda e, geralmente encontra resposta nas Forças Armadas. Mais uma vez, uma parcela da população - que não é tão pequena quanto a mídia quer fazer crer - já pede abertamente a intervanção militar. O exército, o grande mudo no cenário político nacional, tem os ouvidos bem abertos e, quando, e se, resolver falar, o barulho pode ser ensurdecedor.

Dia 04, vamos todos às ruas, dar o nosso recado, deixar a nossa voz se elevar por toda a nação em proteção à Lava Jato e contra o crime organizado na vida pública!



quinta-feira, 24 de novembro de 2016

O peru do Obama

Tem gente que vai ficar triste! A partir do próximo ano não haverá mais peru do Obama no "thanksgiving". Se os americanos tiverem sorte, o peru do Trump pode até substituir o do Obama, mas sem o mesmo carisma, sem a mesma força, sem o mesmo "appeal". E o risco é o peru do Trump ser só uma coisa espalhafatosa, com muito alarde e pouca ação.

O próprio Trump é uma coisa espalhafatosa. Parece que quanto mais cabelo tem do lado de fora da cabeça, menos pensamentos tem dentro. E o sistema eleitoral americano está datado e dá margem a fraudes eleitorais imensas. Já deveria ter sido reformado há muito tempo.

O mal dos impérios é que eles não percebem quando a seu auge já passou e insistem em não mudar, quando a manutenção do "status quo" é a principal causa de sua queda. Enquanto jovens, apresentam uma pujança renovadora que, com o passar do tempo, vai sendo carcomida pelo conservadorismo dos que lucram com a manutenção do status. Isso os impede de se renovar e nesse universo, quem não se renova, morre.

A ascensão do Trump, a meu ver, se assemelha a um último esforço reacionário para impedir a mudança. Na verdade é uma nostalgia do passado, quando o império estava no seu ápice. Mas, sendo inevitável, com Trump ou sem Trump, tudo indica que a hora é das novas potências asiáticas. 

Se os Estados Unidos se retirarem, como Trump promete, do tratado comercial do Pacífico, estará aberto o caminho para a China liderar de vez o continente, o último passo antes de liderar o mundo. Vamos aprender mandarim rápido!

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Um país em desmanche

O Brasil está se desmanchando em frente aos nossos olhos! É a falência do Rio, é o estado de calamidade financeira do Rio Grande do Sul, são os demais estados que daqui a pouco vão engrossar a fila da mendicância, é o próprio governo federal que sequer consegue aprovar um plano de emergência, é o Congresso que funciona como um covil de bandidos e que, diante de todo esse caos só age para tentar se safar, é o STF que não cumpre seu papel de fazer justiça e trancafiar os criminosos com foro privilegiado.

É claro que sempre há gente que vai dizer que está tudo normal e que as instituições estão funcionando! Uma ova! Qual instituição está funcionando regularmente e cumprindo seu papel? A maior parte delas está infestada de gente que, ou é corrupta, ou não quer saber de nada que não seja o seu mesquinho interesse individual. É desalentador e, ao mesmo tempo, era absolutamente previsível! O crime organizado planejou isso e colocou em prática o seu plano, que era e ainda é o de infiltra-se cada vez mais nas instituições do Estado e de lá controlar as coisas a seu favor. 

É o que faz o crime organizado em qualquer lugar do mundo. O que não estava previsto e só acontece aqui, é que o crime organizado encontrou um forte aliado já alojado dentro da estrutura de poder e que com ele se aliou. Muito fácil para as duas partes.

É irônico saber que o PCC e o Comando Vermelho se originaram dentro das prisões, na época da ditadura militar, pelo contato dos presos políticos com os presos comuns do tráfico, do crime, até então, desorganizado. Os traficantes aprenderam táticas e estratégias com os "guerrilheiros" e se organizaram a partir daí, surgindo depois na cena urbana como PCC e Comando Vermelho, que, entretanto, em função do seu "ramo de negócios" permaneceram na clandestinidade, embora apoiando e recebendo apoio de alguns agentes políticos. 

Do lado, o da estrutura formal do Estado, outra ponta do crime organizado (as empreiteiras) que também já atuava manipulando agentes públicos, de repente, se viu no paraíso. Não era mais questão de corromper indivíduos. A corrupção passou a ser um fenômeno de linha de montagem, de produção em massa, gerenciável, planejável. Dava até para calcular a taxa de investimento versus o retorno, o "pay back". E com risco zero, até que surgiu um Juiz, com letra maiúscula. Esse homem, esse herói nacional, fez um benefício ao país maior do que qualquer pessoa tenha feito desde que Cabral, o primeiro, chegou aqui.

O país está se desmanchando, ou pelo menos, aquilo que nos parecia ser o país, mas que era só fachada. Mas há uma ponta de esperança, se os inimigos da pátria não conseguirem fazer tudo virar uma pizza mais uma vez. É agora o momento mais perigoso. Podemos ganhar ou perder tudo o que foi feito até agora para extirpar esse câncer. É agora que temos que ficar atentos e nos mobilizar ainda mais nas ruas e nas redes para que a vontade do povo prevaleça.



domingo, 20 de novembro de 2016

A ira do povo

O povo invadiu a Casa do Povo, na semana passada; A grande imprensa, capitaneada pela Folha, trouxe vários artigos, em que se destacavam o "pedido de intervenção militar"! 

Para começar não foi bem assim. Os manifestantes gritaram palavras de apoio ao juiz Sérgio Moro e às 10 medidas contra a corrupção, cantaram o hino nacional, repetiram que a cor da nossa bandeira "jamais será vermelha". 
Eu não vi, mas se houve pedido de intervenção militar, ele foi discreto. Entretanto, isso é que é a manchete de todos os artigos, que comentam, e condenam obviamente, a  tal manifestação. Por quê o espanto?

Ninguém devia se espantar se um grupo de cidadãos, cansados de ser espoliados ano após ano por bandidos encastelados no poder, quando sente uma esperança de que as coisas vão mudar e percebe que essa esperança pode ser frustrada pelos mesmos bandidos, resolve então agir por conta própria e pedir auxílio. Pedir auxílio a quem mais senão aos militares? 

Ao Ministério Público que está sendo também ameaçado? Aos juízes de primeira instância que serão as vítimas, caso passem essas leis espúrias? Ao executivo que não apoia oficialmente, mas assiste feliz a esse espetáculo deprimente de auto-anistia? Ao Supremo, que não se move e permite que continue ameaçando as instituições um personagem tão daninho quanto Renan Calheiros? A quem o povo vai pedir auxílio? Aos bispos da CNBB?

Só resta ao povo, amotinar-se nas ruas, nas praças, invadir o Congresso e dar voz de prisão aos bandidos que ali se refugiam, ou pedir o auxílio da única esperança que lhe resta: o Exército Brasileiro! O povo, ao contrário do que dizem os "inteligentes", confia nas Forças Armadas. Considera-as leais, honestas e patrióticas. Nunca se decepcionou com elas! 

Não estou defendendo a ditadura militar, nem nenhuma outra, mas fazendo, pura e simplesmente, uma constatação. Na hora em que tudo falha, o povo apela às Forças Armadas. Foi assim em 64. O povo saiu às ruas pedindo a intervenção militar.  Isso não quer dizer que o povo prefira a ditadura. Isso quer dizer que a classe política falhou em oferecer soluções à nação. 
Ainda é tempo de esses políticos reverem suas posições e se submeterem à Justiça, aqueles que devem. Se insistirem em salvar a si próprios às custas de manobras espúrias, a ira do povo pode se extravazar e aí, como um dique rompido, não haverá quem controle.

Chilique do Garotinho

Viralizou na internet o chilique do Garotinho. Ao ser colocado na ambulância com destino a Bangu, se debatia e esperneava, fazendo uma birra digna de criança mimada. E sua filha, histericamente, gritava o tempo todo, como se ele estivesse sendo levado para um forno crematório e não para um presídio que até recentemente era administrado pela sua família.

Essas pessoas se espantam. Não acreditam no que está acontecendo. Afinal, que país é esse, que prende políticos que até ontem eram donos de seus feudos eleitorais, senhores de baraço e cutelo.

Compreendo que seja difícil para essas pessoas aceitar que o braço da Lei os atinja, porque estavam muito mal acostumadas. Desde o primeiro Cabral, a impunidade para os do "andar superior" sempre foi a regra. Nunca houve realmente cidadania neste país, pois isso pressupõe a igualdade perante a Lei. Essa igualdade está escrita na nossa Constituição, mas até então foi letra morta. Os nossos presídios ainda são a confirmação desse fato. Estão cheios de pobres e pretos e muito poucos criminosos de colarinho branco.

Esses, entretanto, são os piores. Eles são responsáveis por centenas, milhares de mortes por abandono, por falta de hospitais e de tratamento, por carência alimentar, por pestes como a dengue e chikungunya. Eles são responsáveis por roubar o futuro de várias gerações ao impedir que tivessem acesso à educação. São os responsáveis  pelo sofrimento de milhares de famílias, pela pobreza crônica, pela ignorância, pelo atraso tecnológico, pelo subdesenvolvimento, pela violência urbana permanente, pela ameaça do narcotráfico, pela falta de infraestrutura, pelas mortes nas estradas, pelo horror do transporte urbano, pelos viadutos que caem, pelas ciclovias que desabam. 

São verdadeiros genocidas, traidores da pátria. Deviam ser condenados à pena de morte e fuzilados em praça pública! não menos que isso. Claro, que nossa Constituição não permite. Somos um país de bonzinhos. Somos os bonzinhos que só pensamos em cada um pra si e o resto que se dane. É essa "bondade" que nos fez chegar onde chegamos.
Já que condenados à morte não serão, pelo menos que mofam nas cadeias, nos presídios que nunca mereceram a atenção deles quando governavam.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

De Paris para Bangu

Paris é uma festa, dizia Hemingway. O Rio também! Todos alegres, cariocamente de bem com a vida, comendo e bebendo "à tripa forra", naquela outra Cidade Maravilhosa, Paris! Dispostos até a fazer uma dança índia em volta da mesa com os guardanapos nas cabeças. Que beleza! Que farra! Que festa! Com o dinheiro público então, "isso não tem preço"!

Rio de Janeiro, o que fizeram contigo seus eleitores? Desde os tempos de Brizola que seus eleitores fazem questão de escolher o pior dos piores para governar esse Estado-Cidade! O pacto do Brizola com o narcotráfico, em troca de apoio eleitoral, entregou o poder no Estado para o crime organizado. Esse poder nunca mais voltou às mãos legítimas. A ponto de, na véspera de grandes eventos, o poder nominal ter que selar acordos com o tráfico, para que os eventos transcorram "em ordem". Foi assim na Conferência do Clima, na visita do Papa, na Copa e nos Jogos Olímpicos. O narcotráfico, que é quem manda mesmo, fez com que a violência e a criminalidade urbana cessassem durante esses períodos.

E os políticos que se sucederam a Brizola nada mais fizeram do que encenar a mesma pantomima. Fingem que governam,  esbaldam-se no governo e tudo fica cada vez pior para o cidadão comum. Dado o exemplo de cima, constatado que no Rio é cada um por si, o que fazem os demais cidadãos? Tratam-se de se virar como podem. Apelam para a velha malandragem carioca e a única lei, que realmente vale para todos, é a Lei de Gérson, que impera nas relações sociais. É o mais esperto passando a perna nos demais. É o desrespeito pelas mais comezinhas convenções sociais. É a terra da contravenção. É um retrato amplificado do Brasil! Infelizmente! 
Se não mudarmos agora, o país todo vai seguir o mesmo rumo do Rio, vai acabar todo na falência econômica, financeira, moral e social.

sábado, 12 de novembro de 2016

Desde que o mundo é mundo

Já se disse que a civilização se move por espasmos de contrações e relaxamento. O movimento é pendular, sístole e diástole, ora mais liberal, ora mais conservador, ora mais à direita, ora mais à esquerda. Não se acha um ponto de equilbrio.´
O momento agora ainda é de diástole, distensão, mas já se observam os sinais da sístole que virá em seguida. A distensão permitiu a formação da União Europeia, a dissipação do medo da Guerra Fria, a globalização. O movimento de sístole, entretanto, já se anuncia pelo Brexit, pela ascensão do Trump nos Estados Unidos e por outros sinais menos evidentes.

Não adianta reclamar. Esses movimentos se alternam desde que o mundo é mundo. À grande sístole que foi a Idade Média, seguiu-se a diástole do Renascimento. Em seguida, a sístole da Contra-Reforma e da Inquisição foi sucedida pela diástole do Iluminismo. E por aí viemos dar no século XX, que começou com uma grande sístole e terminou nessa diástole cujo fim estamos espreitando.

O que virá? Não sabemos, mas podemos intuir que será um movimento contrário ao que vimos até agora. Provavelmente os nacionalismos voltarão a imperar em lugar da globalização. A desconfiança em relação ao vizinho prevalecerá em lugar da abertura e da convivência. Esse movimento pendular significa que fomos demasiado em direção à abertura e agora o movimento de recuo pode nos impulsionar demasiado na direção oposta.

É o que os orientais chamam de forças Yin e Yang. Cedo ou tarde, porém, uma nova distensão vai ocorrer, mas por agora não adianta espernear. Desde que o mundo é mundo esses ciclos se alternam em uma pulsação viva e inelutável. 

A perfeição

Se há um animal que simbolize a perfeição, não será o cisne, apesar de toda a sua beleza e majestade, não será o leão, apesar da força e da coragem, nem a águia, símbolo da perspicácia, nem a coruja, símbolo da sabedoria, nem o cão, símbolo da fidelidade. O animal que pode representar a perfeição é, nada mais nada menos que a nossa velha conhecida, a barata!
Argh!, ugh!, ui! já escuto das mulheres, quase histéricas apenas à menção do nome desse inseto caseiro.

Mas é verdade. Recentemente descobriram como era uma barata de 300 milhões de anos! Nós nem existíamos como espécie. Não havia sequer vertebrados voadores, como as aves. Essas surgiram 50 milhões de anos depois dessa barata jurássica!  E a nossa velha conhecida já estava lá, toda lampeira, e  -o mais espantoso!- exatamente igual a uma barata de hoje! A barata já nasceu pronta! Todos esses anos de pressão evolutiva não a modificaram em nada! A barata jurássica já era moderna, muito antes de Mário de Andrade e Tarsila do Amaral!

Isso quer dizer que, apesar das mudanças nas placas tectônicas, das eras glaciais, dos vulcões e terremotos, da catástrofe meteórica que dizimou os dinossauros, a barata sobreviveu sem precisar se modificar em nada. Geneticamente construída de umatal forma, que foi capaz de adaptar-se a todas as mudanças, sem precisar alterar nada no seu padrão. Qual ser vivo apresenta tais características de perfeição? 

Segundo Tomás de Aquino, a imutabilidade é um atributo divino, porque é um atributo da perfeição. A perfeição não muda, porque se mudar deixa imediatamente de ser perfeita. Por isso, Deus não muda. Agora podemos acrescentar, sem ofensa aos religiosos,  nem as baratas!

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

E agora, Tio Sam?

A vitória do Donald, na terra do Mickey, não é (só) uma piada. Essa vitória transmite um recado que está sendo dado não só pelo americano médio, mas pelo europeu médio, pelo brasileiro médio, etc., às classes até então dirigentes da política. É o recado do "cansei".
Cansei de pagar impostos e não ter retorno proporcional. Cansei das crises econômicas, provocadas por grandes corporações que, quando lucram, lucram privadamente e quando têm prejuízo, dividem esse prejuízo com toda a população. Cansei das promessas vazias. Cansei do jogo de cartas marcadas. Cansei das mentiras. Cansei de ser feito de trouxa.

Esse recado está muito claro a toda a classe política. O Brexit foi um pouco disso. A ascensão de radicais, como Marie Le Pen na França, é outro caso.  Na Grécia, o partido neo-nazista já é o segundo maior do país. Aqui no Brasil vimos a mesma coisa, pelo índice de abstenção récorde nas últimas eleições. O não-político está ganhando em toda parte. Seja João Dória, ou o bispo Crivella, ou Alexandre Kalil; ou seja Trump. Já que alguém têm que ser eleito, eleja-se um não-político, ou alguém que não faça parte dessa geléia geral que se vê por aí.
Esse desencanto com a classe política, por culpa dela mesma, é muito perigoso, porque o desencanto não é só com a classe política. O desencanto é com a democracia!
Afinal, perguntam-se os eleitores, de que vale votar em alguém, se nada muda? Se os que conduzem as questões principais do mundo não perguntam nada aos eleitores e fazem seu jogo, sua briga de cachorro grande, indiferente à sorte das pessoas?

A crise de 2008 deixou isso bem claro. Um país, a Islândia, tomou a decisão correta: deixa quebrar! O governo não vai salvar banco nenhum! Deixa quebrar! E, coincidência ou não, a  Islândia saiu rapidamente fortalecida da crise, enquanto resto da Europa ainda patina. Os Estados Unidos, do Lehman Brothers, também ainda patinam e os cidadãos deram o troco aos políticos dessa vez. As pessoas querem menos mimimi, menos interferência do Estado na vida delas. As pessoas não querem que o Estado decida se gays podem ou não se casar, se uma mãe pode ou não abortar um feto anencéfalo, se um pai pode ou não dar uma palmada no filho, se um adulto consciente pode ou não usar drogas. As pessoas querem é que o Estado lhes garanta a segurança, justiça, condições de trabalho e escola para os filhos e que consigam pagar suas contas no final do mês. As pessoas querem viver as suas vidas em paz. Só isso! Será que é pedir muito?

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Partidos são imunes à lei?

Essa é uma pergunta que muitos brasileiros se fazem. Temos visto na Lava Jato vários agentes políticos serem condenados, cumprirem penas, pagarem multas, terem que devolver dinheiro roubado dos cofres públicos, mas nada até agora aconteceu com  os partidos.
O PP, o PT e o PMDB fizeram parte da quadrilha, foram beneficiários do crime organizado, incharam seus caixas com dinheiro desviado dos cofres públicos , o que lhes coloca em posição vantajosamente desleal em relação aos partidos que obedeceram a lei.
No nosso ordenamento jurídico, entretanto, as razões para cancelamento do 
registro de um partido são só quatro:

I – recebimento de recursos financeiros de procedência estrangeira;
II – subordinação a entidade ou governo estrangeiro;
III – falta de prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV – manter organização paramilitar.


Não há nada que fale sobre o recebimento ilegal de propinas, de dinheiro desviado dos cofres públicos ou de estabelecimento de caixa dois. A nossa legislação é "boazinha" com os partidos. Assim, não espanta que alguns dos mais importantes tenham se transformado em organizações criminosas. Criar um partido político, entre outras vantagens, tem aquela de tornar possível fazer ilegalidades legalmente. 

Na atual legislação os partidos quase que se tornam personagens inimputáveis, são imunes à lei. Uma das coisas que temos que corrigir no país é essa aberração.
A esquerdopatia vai chiar quando uma proposta dessas atingir o PT. Vão dizer que isso é antidemocrático, como sempre, se esquecendo, de propósito, que burlar as regras, que deveriam valer para todos, é o ato mais antidemocrático de todos.
Em um regime verdadeiramente democrático não há imunidades. Todos estão igualmente sujeitos à lei.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Por que Aécio perdeu?

Depois do PT, quem mais perdeu cacife político, nessas eleições, chama-se Aécio Neves.
Há 2 anos era candidato a presidente e teve uma votação expressiva, de quase 50% dos votos válidos. O que aconteceu de lá para cá?
Ora, se analisarmos bem, já em 2014, as nuvens políticas desenhavam o esboço da situação atual.  Minas Gerais, o seu estado de origem, não o apoiou. Isso diz tudo. A candidata Dilma, visivelmente muito menos preparada do que ele, sem articulação, incapaz de produzir uma frase com sentido completo, era para ter levado uma lavagem em Minas Gerais. Mas o que se viu foi ela saindo vencedora no estado. Pelamordedeus!

A partir daí, Aécio continuou sendo o mesmo Aécio, sem extrair dessa derrota nenhuma lição política. Sendo presidente do PSDB, o maior partido de oposição ao governo do PT, durante todo o processo de impeachment da incompetente, por incrível que pareça, não se ouviu sua voz. 
O senador Anastasia, seu maior aliado, foi o relator do processo; e onde estava Aécio durante todo aquele tempo? Vimos e ouvimos, o senador Magno Malta, o senador Caiado, o senador Medeiros, e até o senador Cristóvam Buarque, mas a voz de Aécio não se fez ouvir nesse processo.
Nas manifestações de rua, aconteceu o mesmo. Sobre a Lava Jato o mesmo silêncio. Sobre Eduardo Cunha, idem, sobre Renan, Fernando Collor e Sarney, a mesma ausência.  Recentemente, no quiproquó da PF fazendo busca e apreensão no Senado e o Renan atacando o poder Judiciário e chamando o juiz de juizeco, alguém pode dizer qual foi a posição de Aécio?

Será que ele pensa que, no tempo das redes sociais, a política ainda é feita no pé de ouvido, como no tempo de seu avô? Quem não fizer política ouvindo a voz do povo, dialogando com os movimentos sociais, estará condenado ao ostracismo. 
Vejam o exemplo do deputado Onyx Lorenzoni. Está participando de todos os processos, viajando, dando palestras, participando de audiências públicas, conversando com as pessoas, com os líderes dos movimentos, com a força tarefa da Lava Jato, procurando entender o momento e, como parlamentar, ajudar a encaminhar soluções. 
É assim que se deve comportar um político nos dias de hoje, se quiser ter legitimidade e representatividade em seu mandato.
Se é pra ficar escondido em Brasília, ou nas fazendas de Cláudio, é melhor então abandonar a política, porque a política já o abandonou.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Apocalipse político

A indignação contra a corrupção vai muito além do aspecto ético ou moral. Essa indignação é uma defesa do bolso de cada um. O ato de um corrupto não é em nada diferente aquele do batedor de carteiras, Aliás é diferente: a corrupção é pior. Enquanto o batedor de carteiras lesa as pessoas uma por uma, o corrupto lesa toda a coletividade, uma nação inteira, ao mesmo tempo. É um mega batedor de carteiras.

É por isso que não entendo as pessoas que querem fazer vista grossa às ações criminosas do PT. Não há ideologia que explique isso. Essas pessoas estão também sendo lesadas do mesmo modo, mas defendem os autores dos crimes. É uma atitude absolutamente irracional e, acima de tudo, estúpida!

Ir contra a corrupção comandada pelo PT não significa automaticamente sequer uma ruptura com a ideologia. Afinal, não há nada mais antissocial do que a corrupção endêmica. É uma negação total dos ideais de igualitarismo. É a prevalência absoluta do individualismo egoísta sobre o coletivismo.

Que alguns militantes defendam o partido, apesar de tudo, é compreensível, embora não desculpável, quando usufruem de algum modo das benesses de pertencer a esse grupo privilegiado, detendo cargos públicos nomeados pelo partido, recebendo incentivos financeiros como os da Lei Rouanet, etc. Fora isso, não há nada que explique ou justifique um cidadão achar bom que um partido monte um esquema de desvio de recursos públicos que vai tirar, de todos, os recursos para a saúde, para a educação, para a segurança pública, para investimento na infra-estrutura, que não fará um planejamento neutro das políticas públicas, que, enfim, destruirá a base da economia em nome de privilegiar interesses do partido acima dos interesses da nação.

O povo demora um pouco, mas aprende. O recado das urnas, nessas eleições municipais está dado. Um índice de abstenção e de votos brancos e nulos que varia de 32 a 41% dependendo da cidade, deve acender o sinal vermelho para os políticos, em especial, os do PT, que só conseguiu eleger um prefeito de capital. O povo está dizendo que se cansou. Até mesmo em Belo Horizonte, que, a meu ver, não fez a melhor escolha, o eleitor acabou por mandar também um recado: o prefeito eleito ganhou com o discurso do não-político.

Aquele que tem ouvidos, ouça. Se alguém há de ir para o cativeiro, para o cativeiro irá (Apocalipse, capítulo 13!!!)

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Trancos e solavancos

O Reino Unido, em duas semanas, resolveu seu problema político. Nós conseguimos a proeza de arrastar por mais de um semestre o processo de destituição de um governo corrupto e inepto.

É claro que não se pode comparar o Brasil ao Reino Unido. A distância é interplanetária. Eles estão em um mundo e nós em outro. Lá, o primeiro ministro quando percebe não ter mais o apoio da base, renuncia ao cargo, sem maiores tergiversações, nem apego. E sai elogiado até pelos adversários.

Aqui, o que se vê, são todos se agarrando com unhas e dentes às cadeiras, às cortinas e às mesas, e, quando saem, saem carregando as tralhas pessoais e públicas e fazendo o possível e o impossível para não perderem as benesses do poder. Claro também que, os que perdem benesses em Pindorama, perdem muito mais do que os que as perdem no reino de Sua Majestade, porque, quando estão no poder aqui, têm muito mais benesses que os poderosos de lá.

Aqui, o Estado, infelizmente, é visto como uma terra sem dono, um despojo de guerra, ao qual todos se atiram, cada qual querendo levar a melhor parte. Não exsite a menor noção de serviço à nação, de amor à pátria. Isso parece uma coisa tão antiga, tola, risível. Amor à pátria? A última vez em que ouvi essas palavras, ditas seriamente, sem cinismo, já faz mais de meio século.

Nessa época, eu pensava que o Brasil seria uma grande nação logo em breve. A questão parecia ser apenas conseguirmos romper com o subdesenvolvimento representado pelo baixo nível de educação e pelo atraso industrial. Esse último já vinha sendo atacado pelo desenvolvimentismo de JK e o problema da educação parecia ser apenas uma questão de tempo, uma vez que a indústria precisaria de mão de obra mais qualificada.

O ciclo virtuoso foi interrompido pela má política, que acabou por nos atirar em uma ditadura. De novo a esperança se reacendeu quando FHC repôs a nossa economia nos trilhos. De novo, a má política, o messianismo cheio de má fé, nos tolheu o caminho e nos jogou nesse lamaçal de delinquência moral e descalabro social.

Nesse vaivém, nesses trancos e solavancos,  desperdiçamos meio século. O país é rico, mas o desperdício também tem limites e as vidas humanas são breves; para muita gente não haverá uma segunda oportunidade.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

República no brejo

Enquanto essa turma toda não for enfiada no xadrez não teremos paz no país. O que eles fazem diuturnamente e (como diz a Anta-mór) noturnamente não é outra coisa senão confabular e conspirar para escaparem, senão todos, ao menos uma grande maioria, das ações penais das diversas investigações correntes.
O presidente do Senado, um mafioso, que até já renunciou ao mandato para escapar de uma cassação por recebimento de propina, é o chefe dessa conspiração. Muita gente não assume claramente essa posição, mas torce nos bastidores, para que a reação à Lava Jato e demais operações dê certo. 

Abre-se um parêntesis: por falar em bastidores, onde anda o senador Aécio Neves? Houve impeachment, houve posse do Temer, defenestração e prisão de Eduardo Cunha e do Palocci, novas denúncias contra Lula e agora essa briga entre o juiz Vallisney e a Polícia Legislativa, e não se ouve uma palavra do presidente do PSDB? - fecha-se o parêntesis.

Agora o Supremo, via ministro Teori,  resolve meter a colher no meio e chamar a si as investigações de possível obstrução de Justiça por parte da Polícia Legislativa, aliás, por parte de Renan Calheiros, a defender-se e defender os seus comparsas criminosos. Esperemos que a chamada se traduza em investigação, conduzida pelo STF sobre o que esses senadores faziam para apagar os indícios de suas ilegalidades e não seja mais um processo a mofar nas gavetas, como já existem 11 deles, relativos ao Renan.
Se não for isso, o Supremo terá se transformado em uma casa de proteção da bandidagem travestida de políticos, um valhacouto.
Já que o poder Executivo e Legislativo estão absolutamente desmoralizados perante a população, é preciso que, pelo menos o Judiciário também não o seja, ou a República terá ido pro brejo e tudo pode acontecer então.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Bancos e seguradoras

Hoje eu vou mudar totalmente de assunto. Vou falar das arapucas legalizadas que só existem para tomar dinheiro das pessoas. O governo é quem mais toma, compulsoriamente, mas ao menos, teoricamente, devolve alguma coisa. Essas outras arapucas são privadas e sequer prometem devolver alguma coisa. Elas cuidam somente dos interesses dos "acionistas". Nada mais.

Uma delas é a "indústria" da religião prêt-a-porter. Depois da Constituição de 88 que garantiu a isenção tributária para as demais religiões, além da católica que já tinha esse privilégio, houve uma proliferação desenfreada de "igrejas" evangélicas. Até Eduardo Cunha tinha uma igreja para chamar de sua. E, coerentemente, uma empresa chamada jesus.com. Isso mesmo, jesus ponto com! E que está declarada em seu Imposto de Renda! 

Esse ramo de negócios, não se precisa dizer, é altamente lucrativo. As pessoas compram a salvação, ou a paz de espírito, ou a cura de doenças físicas e psicológicas, com as doações "espontâneas" que fazem aos pastores. Além de tudo, a salvação é um produto que tem que ser renovado a cada dia. Não é como uma televisão ou um carro, que se compra e depois passa-se alguns anos, sem precisar trocar. A salvação é um tipo de apólice de seguro da alma. Se as prestações não forem pagas, a apólice perde a validade e a igreja, como as companhias de seguro, não devolve o que você já pagou. E, o melhor, para essas seguradoras, oops, igrejas, é que o benefício do segurado só vai ser pago no além. Quem morrer, verá!

A outra arapuca são os bancos e suas carteiras de investimentos, que oferecem com insistência aos seus clientes, mas quem ganha mesmo nessas operações é o próprio banco. Suas taxas de administração variam de 1,5 a 3,5 %!!! Se uma incauto aplica 10.000 em um VGBL para receber 100% do CDI (ou seja, entre 14 e 14,5% ao ano), mas o banco lhe toma 3,5%, ele só recebe 11%. O banco está lhe surrupiando 25% do retorno da sua aplicação. 
Isso sem contar que, ao aplicar, o banco já lhe cobrou uma "taxa de carregamento" que podem ser outros 3,5% ou até mais. Na verdade o banco é quem deveria pagar a "taxa de carregamento" ao aplicador, pois pega o dinheiro do cliente e o empresta a outros clientes a taxas que variam de 3 a 7% ao mês!!!

Os bancos obviamente remuneram os seus gerentes regiamente por conta dessas aplicações. É por isso que os gerentes não deixam os clientes em paz e vivem oferecendo seguros, títulos de capitalização, previdência privada, etc. Todo cuidado é pouco. Parodiando o Pe. Vieira: O banco não quer simplesmente o seu bem, ele quer os seus bens!

Como ficar livre dessas arapucas? Simples, não fazendo o que eles querem, mas o que você pesquisou e definiu que é o melhor para sua aplicação financeira ou da alma. Ao invés de pagar dízimos para igreja, compre ações. Há risco? Há, mas com as ações você pode ganhar. E certamente ganhará, se tiver paciência e souber comprar. Ao invés de depositar 500 ou 1000 reais todo mês no VGBL, viaje, coma em bons restaurantes, aproveite a vida que você tem agora; você nem sabe se, um dia, vai pôr a mão nessa aposentadoria! Tomara que sim, mas quem sabe com certeza garantida em "certidão passada em cartório do céu"?como dizia Vinicius de Moraes.  Em resumo, poupe um pouco, aproveite muito e não confie em bancos, nem em igrejas.

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