quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Governo é governo, oposição é oposição

Esse título faz um plágio do bandido Lúcio Flávio, do tempo em que "bandido era bandido e polícia era polícia". Pois bem, lê-se no blog do PSDB (aqui) que vão fazer oposição. Grande novidade, pois a quem perde eleição não resta outra coisa a fazer, ou então, deve abandonar a política.
Ainda afirmam, porém, que vão fazer uma oposição não destrutiva.Não sei porque insistem tanto em destacar que não fazem oposição destrutiva. Oposição é oposição, não precisa de adjetivos. Quem se opõe é porque não concorda com o programa, ou atos, de quem está na situação. Quem faz oposição o deve fazer consciente de que tem melhores idéias, melhores soluções; e isso não é ser destrutivo, muito antes pelo contrário. Esse é o papel natural da oposição em um regime democrático de uma sociedade civilizada. Não entendo então porque essa insistência em dizer que a oposição não será destrutiva. Parece um pedido de desculpas antecipado. <<Olha, eu vou fazer oposição, mas não se preocupem, vai ser uma oposição "de leve", sem pisar no calo e pedindo licença antes de falar, viu?>>

Vá bem que nossa cultura privilegia o eufemismo em vez da franqueza. Verdades ditas na bucha são consideradas falta de polidez. Mesmo assim, é ser subserviente demais para assumir o papel que lhe foi destinado pelas urnas. O que os eleitores-que-não-votaram-no-governo querem não é uma oposiçãozinha meia-boca. Isso não é ser golpista, não é ser preconceituoso, não é ser nada, é exercer um direito e um dever constitucional.  O que esse eleitor quer é ser representado no Congresso. É ter uma voz que fale por si e não uma que faça oposição consentida como se vivêssemos em uma ditadura. 
Chega de pusilanimidade! Assuma o seu papel histórico PSDB, ou estará ajudando a desconstruir a democracia nesse país. E tem gente que a quer ver destruída, para se implantar o seu projeto de stalinismo tupiniquim.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Uma desgraça brasileira

Desde a época de D.Pedro II que se sabe ser a região serrana fluminense uma arapuca meteorológica. A Serra do Mar, de beleza ímpar, sobe imponente e íngreme e, por isso mesmo, transforma-se um anteparo natural ao movimento dos ventos e das nuvens, provocando precipitações abundantes e freqüentes, especialmente no verão, uma das razões da exuberância da mata atlântica naquela região. Não é preciso ser meteorologista para saber do regime de chuvas ali. E não é sequer preciso estudar engenharia para saber que a construção de casas nas encostas, especialmente numa região em que chove muito, oferece um risco aos seus moradores.
Como as pessoas insistem em ignorar as leis da física, por vários motivos, ignorância mesmo, ganância especulativa, falta de opção, cedo ou tarde temos que nos deparar com tragédias como essa que está ocorrendo agora. Alguns culpam as mudanças climáticas, mas já em 1966 houve uma tragédia semelhante no Rio. Se quisermos podemos listar várias delas: em Teresópolis, em Petrópolis, em Itaipava, em Nova Friburgo, em Angra e nos morros cariocas. As tragédias são repetitivas e previsíveis, como previsível é a reação das autoridades e dos políticos em geral. Todos com cara compungida, oferecendo condolências, lamentando-se, liberando verbas de emergência e prometendo planos para acabar de vez com esse problema. Depois, as chuvas passam, os mortos são enterrados, vêm o Carnaval e outras coisas a fazer esse povo de memória curta se esquecer, como rapidamente se esquecem também os políticos das promessas feitas, das verbas que não saíram do cofre ou não chegaram ao destino e dos planos que não saíram do papel.
Então,  daí a mais um ano ou dois, ou três,  em Janeiro voltam as chuvas e as tragédias a estampar as páginas dos jornais e tudo se repete num ciclo macabro indefinido. Até quando vamos viver assim como nação? Como povo, temos essa característica estranha de jamais resolvermos nossos problemas. Não resolvemos o problema da seca no nordeste, nem o da fome nas cidades, nem o das drogas, nem o da segurança pública, nem o da desigualdade social, nem o da distribuição de renda, nem o da saúde, nem o da educação, nem o da corrupção policial, nem o da infestação mafiosa da classe política. Vamos convivendo bem ou mal com essas mazelas, aceitando umas, contornando várias, resignando-se com outras, mas não tomamos uma atitude resolutiva. Somos inapelavelmente individualistas, não jogamos em equipe, cada um procura resolver seu problema como pode e dane-se o resto.
É assim que queremos emergir, fazer parte do grupo das nações desenvolvidas? Não vamos conseguir enquanto não mudarmos nossa conduta. Não adianta arranjar culpados, ou atirar pedras nas nações que nos superam. Eles nos superam porque são melhores do que nós. São cidadãos que pensam como tal e lutam por sua comunidade. Eles também tem problemas, mas a diferença entre uma nação desenvolvida e uma estagnada está não na ausência ou presença de problemas , mas na maneira de abordá-los e resolvê-los.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

De boas intenções o inferno está cheio

Começou o governo Dilma! Jornais estampam hoje o programa do que será a primeira reunião ministerial, amanhâ, dia 14/01.  Por via das d[uvidas, saltou o dia 13. Pois bem, analisando o que a Presidente quer e dirá aos ministros, até que o programa não é dos piores. 
Começa pelo gasto público, uma farra no governo anterior, que a presidente quer sob controle. Já definiu que o salário mínimo vai seguir a regra estabelecida e ficar em 545 e pronto. Se vier mais do Congresso ela veta. 
Vai dizer que não acatará indicações políticas para as agências. Quer que elas tenham independência tanto do poder econômico, quanto do próprio governo. Em qualquer país do mundo isso seria o normal, mas no Brasil é o caso de dar os parabéns e até soltar foguetes.
Reiterará o compromisso com a ética e as práticas republicanas, apesar de manter em seu quadro de ministros alguns notórios malversadores do dinheiro público, como o ministro do Turismo e a ministra da Pesca com suas verbas indenizatórias,   ou de comportamento ético duvidoso, como o Palocci. Mas, voltando ao tema, o compromisso com a ética é bem vindo apesar de não ser mais que a obrigação do homem público.
Ainda mais: quer estabelecer um marco regulatório para a mineração; reestruturar as empresas distribuidoras de energia; preocupa-se com o câmbio e vai intervir quando necessário; não vai fazer reforma previdenciária, nem tributária, mas vai desonerar a folha de pagamento das empresas e fazer algumas mudanças tributárias puntuais; vai segurar gastos do orçamento de 2011 e quer, de cada ministro, uma meta de redução de gastos no seu ministério. Coroando tudo isso, estabelecerá um Conselho de Gestão. Nenhuma palavra sobre a saúde e nem sobre a educação básica. Bem, diz que quer formar mais serralheiros e eletricistas e que vai atrair mestres e doutores com salários melhores, mas nada disso resolve o problema da educação básica, da qual o país está cada vez mais carente.
Não se pode negar que as intenções são boas, apesar da falta de uma política de saúde e saneamento básico, uma política de segurança pública eficaz e, repetindo, a questão da educação que permanece em aberto. Mas, como nem tudo é possível, se o governo conseguir ao menos fechar os ralos por onde escoa o dinheiro do Erário e mudar as práticas de governança da coisa pública, já terá sido muito. Para dizer a verdade, não espero nem mesmo isso, pois afinal os sinais continuam contraditórios. Acham que um Edison Lobão, sarneysista de carteirinha, vai se dobrar a essa gestão profissional e austera? E quem vai tirá-lo de lá, se não se comportar?  O PMDB, no segundo e terceiro escalão, vai abandonar as práticas não contabilizáveis? Ideli Salvatti, que não terá nada para fazer no anódino ministério que ocupa, vai resistir em usar as mordomias do cargo para fazer viagens internacionais de reconhecimento de técnicas pesqueiras? E o vetusto ministro do Turismo, vai parar de frequentar motéis suportado com o nosso dinheiro? 
Os problemas de Dilma no governo não virão da oposição, mas sim, substancialmente, dos aliados. Como já disse: as intenções são boas, mas o inferno...



domingo, 2 de janeiro de 2011

Sinais trocados

E o inacreditável aconteceu: Erenice Guerra na posse! O que isso significa? Que a bandalheira já está autorizada a prosseguir?  Pois, se ela foi lá é porque foi convidada, não entraria de "penetra"!  E, se foi convidada, Dilma deu o aval, se é que não foi a própria Dilma quem a mandou convidar.
Pegou mal. Não deveria ter começado o governo dando esse sinal aos políticos e desfeiteando o povo que lutou pela Ficha Limpa. É claro que não deveria tampouco aceitar no seu ministério a presença de um Pedro Novais, depois do caso do motel, e nem a de Palocci, se quer realmente demonstrar que o período de tolerância à corrupção ficou para trás.
Mas parece que isso não tem importância para ela. Sabe que vai acabar tudo em pizza mesmo e que o povo ignorante que a elegeu não sabe dessas coisas e, se sabe, também não se importa. Afinal, seu ex-chefe, apesar de todos os escândalos,  sai com popularidade de 83, ou 87%, sei lá.
A outra, Erenice, também está dando um sinal para a Polícia Federal e CGU. Esse sinal é: "ainda sou poderosa, estão vendo? Portanto.não mexam comigo". E foi lá e abraçou a presidente, na cara-dura.
Aí fica uma dúvida. Pelos discursos quase dá para acreditar que a Dilma quer fazer um bom governo, mas entre as palavras e a prática, até agora, há uma distância de anos-luz.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Credo Humanista

Desejo um Feliz Ano Novo e década nova a todos e que a humanidade possa encontrar melhores caminhos para si mesma, com menos intolerância e mais amor. Se cada um puder dizer esse "credo", que vai abaixo, com convicção acho que esse objetivo estará alcançado.
  • Acredito na humanidade. Acho que temos mecanismos de superar nossos erros. Que uns podem e devem ajudar os outros nessa caminhada da Vida e na aventura do Conhecimento.
  • Acredito na liberdade: de informação, de crítica, de expressão, de escolha, de ir e vir. Só a liberdade pode conduzir o Homem ao progresso e à felicidade.
  • Acredito na igualdade. Todos devemos ser tratados com equanimidade, em direitos, deveres e oportunidades. A equanimidade é também e principalmente o respeito às diferenças de etnia, crença religiosa, cultura, origem, nacionalidade, gênero e orientação sexual.
  • Acredito na fraternidade entre as pessoas. Todos somos passageiros do mesmo barco e o destino de um afeta o destino de todos.

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