domingo, 30 de junho de 2013

Mais pão, menos circo

Ainda atordoados com o rumo e o ritmo dos acontecimentos, políticos de todos os naipes e analistas da mídia, apresentam as explicações mais variadas e tiram conclusões, às vezes, as mais estapafúrdias.
Alguns querem, porque querem, atribuir um dono ao movimento de protesto, como se isso fosse necessário e possível. Como se a insatisfação não fosse já antiga e generalizada com toda a classe política do país, com as devidas honrosas e cada vez mais raras exceções. Para expressar essa raiva e essa frustração não precisamos de guias, de líderes. O povo não precisa de ninguém,  precisa apenas de tomar consciência do próprio poder.
Outros querem identificar um rumo. Dizem que não se pode conseguir mudanças se não houver um rumo, um foco. O problema básico não é falta de foco. É que as reclamações e as exigências foram por tanto tempo acumuladas que são muitas mesmo. Já tivemos uma paciência, que parecia inesgotável, com os desmandos, as mentiras, o jogo político sujo, a roubalheira, a falsidade e a enganação. Já demos tempo suficiente para que a classe política entendesse que não seria possível conduzir eternamente o país dessa maneira. Como não entenderam e não quiseram mudar, agora queremos tudo e para já. 
É claro que, matreiros, campeões da enganação, os políticos tentam desviar o assunto. Aparecem com propostas as mais diversas, para tentar dizer ao povo que estão compreendendo a mensagem, mas na verdade estão é tentando nos enganar mais uma vez e o que querem é continuar a manter o seu mundinho de privilégios enquanto o país continua a patinar no atraso.
Não vai dar.  É preciso que compreendam que a festa acabou. Queremos um país novo, zerado. Queremos que se afastem da vida pública todos aqueles que não estiverem lá como legítimos representantes da vontade coletiva. Não queremos tutores, queremos servidores públicos, investidos de uma missão. Queremos que os grupos econômicos que doravante tentarem se apropriar do dinheiro publico sejam identificados, investigados e punidos exemplarmente, inclusive com a proibição de jamais poderem fazer negócios com o Estado. Alguns dizem, depreciativamente, que isso é moralismo. Não! Isso é moralidade com a coisa pública, quesito essencial da legitimidade da representacão.
Aos que querem saber o rumo, fiquem cientes que nenhuma revolução tem rumo. As revoluções começam pedindo pão e acabam cortando a cabeça dos reis  que tentam lhes dar o circo.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Quem vai pagar os pactos.

Lula escolheu uma incompetente para sucedê-lo e, com sua capacidade de comunicação com o povão, fez o eleitorado acreditar no seu aval. O que ele queria era uma incompetente mesmo, para que ela sequer tivesse condições de tentar a reeleição, deixando aberto o caminho para sua (dele) volta triunfal em 2014. O país que se danasse!
Até agora está dando certo, portanto não me espantarei se a candidatura de Lula começar a ser ventilada cada vez mais em alto e bom som pelos seus apaniguados. Por isso, a mim não soou estranha a coincidência de Gilberto Carvalho ter feito, no ano passado, a "profecia" de que o bicho iria pegar em 2013.
Como não tem capacidade de compreender a realidade à sua frente, Dilma ainda não se deu conta que já perdeu. Mas enquanto ela vai com o milho, seu ex-chefe já volta com a broa pronta.
Dilma persiste no mesmo erro e insiste em tentar enganar o povo com mais promessas disso e daquilo, como se estivesse realmente atenta ao clamor das ruas e disposta a atendê-lo.
Os pactos que propôs nada mais são que a repetição de pontos doutrinários do PT que já estão embolorados de tão velhos. Com o pacto da reforma política,via constituinte e/ou plebiscito, joga no colo do Congresso a responsabilidade que... já era do Congresso, ora bolas! E o tal plebiscito pode servir muito bem para justificar outras intenções, nem tão republicanas e nem tão democráticas, como a volta da censura à imprensa (chamada de controle social da mídia) e outra "cositas más". 
Com o pacto de de aplicar 100% dos royalties do pré-sal na educação, joga para um futuro incerto (ninguém sabe ainda o que o pré-sal vai dar, nem quando) um investimento que já está atrasado por décadas. O terceiro pacto, o da responsabilidade fiscal deveria ser uma obrigação de qualquer governo e que exatamente o governo dilmista jogou fora pela janela, relaxando o controle da inflação até chegarmos à situação atual. O pacto de melhora da saúde com a importação de médicos estrangeiros despreparados e sem fazer investimentos na correção dos problemas de infra-estrutura do sistema é apenas mais um foguetório sem consequência. Ou melhor, de consequências nefastas para o povo. E, por fim, o pacto do investimento em transporte público, ao qual dedicaria 50 bilhões. Só não disse de onde tirará esses 50 bilhões. Será que vai aumentar impostos? Não creio que a ex-guerrilheira tenha essa coragem toda, nesse momento. Vai simplesmente gastar mais e, ao aumentar ainda mais a dívida pública, anulará com isso qualquer promessa de adesão à responsabilidade fiscal.
As contas não fecham, porque não são para fechar mesmo. Tudo isso é mais uma balela, mais uma mentira, para ver se acalma a patuléia e ainda aproveita o momento de confusão para tentar mais uma vez a aprovação das propostas espúrias e antidemocráticas do PT. 
Enquanto isso, a inflação continua comendo solta, o PIB continua se encolhendo cada vez mais, os investimentos estrangeiros fugindo do Brasil como o diabo foge da cruz. E o Molusco, esperto como ele só, permanece cada vez mais escondido na concha, esperando só a hora certa de reaparecer, e mais uma vez como o salvador da pátria.
Essa é a aposta do PT no quanto pior, melhor para eles. Quem vai pagar os pactos somos nós mesmos.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Doutor honoris causa

Com Dilma, quase-doutora na área, a economia brasileira vai de mal a pior, Os resultados ainda não apareceram de todo, no dia a dia do povo, mas daqui a 6/8 meses todos vão sentir na pele o estrago. 
O governo Lula, como não havia mexido no arcabouço deixado por FHC, tocou bem o barco e manteve a situação econômica do país até em bom estado, ajudada pelos bons ventos que vinham do exterior. Só  começou abandoná-lo à deriva quando iniciou a gastança dos 2 últimos anos de seu governo, para eleger justamente a quase-doutora Dilma.
Sem saber nada de navegação, improvisada como "comandanta", ela vai virando o leme a cada hora em uma direção diferente, com medidas erráticas e pontuais e de resultados pífios ou até contrários ao pretendido. E, nós, passageiros desse navio fantasma, ficamos sujeitos aos saculejos violentos do barco mesmo nas menores marolinhas que nos atingem de cheio.
Agora, que os passageiros se amotinaram, a "comandanta" diz quer dialogar com a sociedade e que vai ouvir a voz das ruas. Mas de imediato, convida para o "diálogo" um grupelho minoritário, que não representa a sociedade e que se identifica com o partido que está no poder! Sim, o Movimento Passe Livre está ideologicamente afinado com uma ala do PT e é financeiramente suportado pelo governo. Que diálogo é esse? Diálogo seria convocar o Conselho Federal de Medicina para discutir de imediato saídas emergenciais e depois as definitivas para a questão da Saúde. Diálogo seria convocar as lideranças do Congresso, inclusive as da oposição, junto com OAB e outras organizações da sociedade, para discutir soluções para o impasse político. Ouvir a voz das ruas seria extinguir dois terços desse ministério inútil e substituir os demais ministros por gente competente não importando a qual partido pertençam. Ouvir a voz das ruas seria apoiar veementemente a prisão sem delongas dos mensaleiros condenados. Ouvir a voz das ruas seria mandar apurar até o final o caso Rosemary, mesmo que isso envolva o seu chefe e patrão. Aliás, cadê ele? Doutor honoris causa em protestos e manifestações populares, nessa hora, ao invés de ajudar o governo na saída da crise, ele se esconde.
Fazer mais uma pirotecnia, anunciando planos mirabolantes que não vão sair do papel, não resolverá nada, ao contrário, aprofundará ainda mais a indignação, a raiva e a frustração das pessoas. As consequências, cedo ou tarde, virão. 



domingo, 23 de junho de 2013

Falta de liderança

Vindo de quem veio, não se podia esperar grande coisa, mas resolvi perder 10 minutos para ouvir afinal o que essa governanta iria dizer ao povo brasileiro. Perdi mesmo os 10 minutos.  Além de uma coleção de obviedades sobre democracia, direito de manifestação, condenação da violência e do vandalismo, o texto do marqueteiro João Santana conseguiu mais uma vez a façanha de não dizer nada.
Tempos estranhos esses, em que, numa hora de grave crise, um(a) Chefe de Estado fica no papel de boneco de ventríloco, apenas balbuciando as palavras, enquanto, na verdade, é da boca (e do cérebro) de seu publicitário que elas saem. Por quê foi João Santana, no lugar da Dilma, quem se dirigiu à nação? Uma dica: será que é porque Dilma não tem nada a nos dizer?
Qual foi a resposta concreta que Dilma deu aos manifestantes? Que vai aplicar 100% dos royalties do petróleo na Educação? Isso já tinha sido prometido desde 2008 naquela festa do oba-oba com Lula. 
Que "não compactua com a corrupção"? Tenha a santa paciência, D. Dilma! A sua amiga e ex-secretária, Erenice Guerra, depois de defenestrada da Casa Civil, foi sua convidada na festa de posse e continua fazendo tráfico de influência no governo! Fernando Pimentel está escondido no ministério até hoje!
Que vai melhorar a saúde importando 6 mil médicos cubanos? Que vai melhorar a segurança e o transporte públicos fazendo não se sabe o quê? Que vai fazer isso, vai fazer aquilo...
O Congresso Nacional, a casa que deveria representar o povo, está mudo!
E a única resposta que a presidenta tem, nessa hora, é repetir a mesma ladainha mentirosa que está sendo sobejamente repudiada nas ruas? Ainda não entendeu que as coisas mudaram e que as velhas respostas não funcionam mais.
Perigosa essa posição. Não existe vácuo na política. A falta de liderança pode produzir uma liderança qualquer e as consequências são imprevisíveis. Mas não se pode esperar uma atitude de estadista de quem não é estadista. Essa é a herança que o governo Lula nos deixou: um governo sem liderança, uma pantomima de governante. Lula jogou pesado pensando apenas em si, mas não contava com a participação de um ente muito falado, mas pouco considerado nas decisões políticas, o povo.



quinta-feira, 20 de junho de 2013

O bicho pegou

No final do ano passado, Gilberto de Carvalho, olheiro do Lula dentro do palácio do Planalto, vaticinou: " Em 2013 o bicho vai pegar!".
Não podia estar mais certo, só que o bicho está pegando pro lado contrário ao que ele pretendia ou imaginou. O governo Dilma não poderia crer que o povo não fosse se deixar engambelar pelas bolsas-disso e bolsas-daquilo e viesse a exigir seus direitos de cidadãos na ruas, ao invés de receber esmolas e ainda ficar agradecido.
Pois o bicho "pegou", Sr. Gilberto de Carvalho! Agora o bicho pegou. E quem é que vai tirar o povo das ruas? Não adianta nesse momento baixar as tarifas, aquelas que não podiam deixar de subir porque tinha inflação e custos, etc. e blá-blá-blá. Agora a briga é por muito mais que isso.
Não vai bastar entregar só os anéis. Agora queremos tudo. E a lista é grande:


  • queremos que Renan Calheiros saia da presidência do Senado;
  • queremos que a PEC 37 seja rejeitada
  • queremos que os mensaleiros condenados sejam presos JÁ!
  • queremos que todos os demais com indícios de corrupção e outros crimes contra as instituições, inclusive o ex-presidente e sua amiga Rose, sejam seriamente investigados, julgados, se for o caso, e punidos, se forem culpados, com rapidez e eficiência.
  • queremos hospitais  e uma rede pública de saúde no padrão-Fifa.
  • queremos segurança para exercermos o direito de ir e vir sem sermos assaltados, assassinados, estuprados, queimados vivos.
  • queremos uma polícia íntegra, bem treinada, bem equipada e com bons salários para nos assegurar qualidade de vida e sossego.
  • queremos um sistema de educação pública gratuita e de boa qualidade do ensino básico ao superior, com acesso universal por capacidade e mérito.
  • queremos transporte público (metrô em todas as metrópoles), rápido, eficiente e barato.
  • queremos viver em cidades limpas, bem cuidadas, com áreas verdes, calçadas que respeitem a livre circulação de pedestres e deficientes físicos.
  • queremos estradas seguras, com sinalização correta, pontos de parada, prestação de socorro.
  • queremos infra-estrutura de portos e aeroportos dignas de um país que gera riqueza para ser a sexta economia mundial.
  • queremos que todos os aumentos de salários de deputados federais, estaduais, vereadores, governadores e prefeitos, dessa presente legislatura, sejam anulados e a diferenças devolvidas aos cofres públicos.
  • queremos....
  • queremos...

terça-feira, 18 de junho de 2013

Esse movimento não tem dono!

O mundo político ainda não entendeu o movimento de protesto que se espalha pelo Brasil. Os petistas ora dizem que o movimento é contra as administrações estaduais e municipais (leia-se: contra o PSDB), ora dizem que a vaia à presidAnta foi comprada e é comandanda por "organizações políticas". Alguns falam até em terrorismo! O ridículo líder do governo, senador Eduardo Braga do PMBD disse que são "movimentos organizados" que querem desestabilizar o governo.
Analistas políticos, pegos de surpresa, custaram a entender também. Uns disseram que é a classe média quem está protestando. Outros, que é a elite! Uns ainda xingam o movimento, chamando de vândalos e baderneiros todos os que saem à ruas, apesar de a violência ter sido praticada (ou o vandalismo incitado) mais pela polícia que pela maioria das pessoas, que protestou pacificamente.

O PSDB, despertado do seu sono, quer, tardiamente, pegar carona nos protestos, mas soa falso e fica também ridículo. Já que se abstiveram por tanto tempo de fazer oposição, de traduzir o sentimento das ruas em vias políticas usuais, que agora fiquem quietos e aguardem o desenrolar dos acontecimentos. Agora está na mão do povo, a verdadeira e legítima fonte  do poder!
Esse movimento não tem dono. Não tem partido, nem organização alguma dirigindo-o. As organizações, como o Anonymous, ou o PSOL, estão participando do movimento como é seu direito, mas não o estão dirigindo. Para isso seria preciso a existência uma extensa rede, espalhada por todo o país, organizada em todas as capitais com lideranças locais, mais forte que qualquer partido político hoje e capaz de mobilizar tanta gente ao mesmo tempo. 
Isso não existe. O que existe é que, de repente, o povo descobriu sua força! Acordou! Até demorou demais. Eu sempre pensava, como é que esse povo suporta tanto descaso, tanto esbulho, tanta violência, tanta frustação, tanta mentira e não reclama?!
E tinha esperado tanto que havia até desistido. Achava que jamais isso iria acontecer no Brasil. Mas aconteceu, estou de alma lavada! Os políticos que se cuidem, que entendam a mensagem e arrumem logo a casa para fazer face a essa nova realidade, porque de agora em diante será assim, sairemos ás ruas, sempre que for necessário. 
E, se ainda assim, não mudarem o país para melhor, para aquilo que nós queremos que seja e merecemos,  um dia, os arrancaremos de dentro dos palácios. 
Já houve uma tomada da Bastilha. Já houve um assalto ao palácio de Inverno do Czar. Não será a primeira vez. 





domingo, 16 de junho de 2013

Ocupemos as ruas do Brasil

Protestar é preciso.  Ao contrário de uma ditadura, onde impera a paz dos cemitérios, um dos sinais de vitalidade em uma democracia são os protestos que os cidadãos fazem nas ruas contra aquilo que os desagrada.
Não há democracia perfeita, que seria a democracia direta,  aquela em que todos os cidadãos seriam chamados a exercer os poderes diretamente. É impossível, por isso criou-se a democracia representativa. Essa tende a ser mais ou menos perfeita quanto maior ou menor for o grau de representatividade dos que exercem o poder em nome dos demais. O problema é que para isso elegem-se pessoas e fixam-se mandatos e quem era, ou parecia ser, bom em um momento pode se revelar um desastre alguns meses depois e a mudança não se faz de uma hora para a outra. Há portanto um período em que aqueles que elegemos já não nos representam mais tão perfeitamente. Por isso, a forma de governo parlamentarista, sem mandato fixo, e oscilando ao sabor da aprovação ou reprovação popular é, a meu ver, muito melhor que o sistema presidencialista.
Emfim, esse foi o sistema escolhido por plebiscito no Brasil e é com ele que temos que conviver. Mas os protestos são bem vindos. Nossa sociedade normalmente tão apática parece ter acordado. Não interessa se há ou não organizações políticas por trás. Nenhuma organização consegue fazer um estádio inteiro com 70.000 pessoas vaiar sonoramente um político, se a população já não estiver cansada de ser manipulada e enganada. Se não houvesse uma generalizada insatisfação, por mais que organizações políticas a insuflasse, a população não reagiria dessa forma.
À parte o vandalismo, condenável sob todos os pontos de vista, o povo que sai às ruas para protestar e os que apoiam esses movimentos pelas redes sociais, são somente uma pequena parcela dos insatisfeitos. Há muitos mais que não tem ânimo, tempo ou meios para fazer o mesmo, mas que nos seus lares ou locais de trabalho, mesmo sendo perturbados pelo caos urbano que se instala, ainda assim são simpáticos ao movimento.
Quanto ao vandalismo, é indesejável e condenável, mas também quase inevitável. Há algo de vândalo e selvagem no ser humano, submerso sob o verniz da civilização, e que vem à tona sempre que a massa prevalece sobre o indivíduo. Isso sabem de há muito os psicólogos. Além de tudo há um vandalismo programado, esse sim, comandado por alguma organização de cunho político e há ainda o vandalismo provocado pelas forças policiais de repressão. Muitas vezes a repressão policial violenta é que desperta, como reação, a violência contrária. As ditaduras sabem usar isso muito bem para depois desqualificar e criminalizar o protesto, sob o argumento da destruição do patrimônio público e privado.
Os grupos que protestam não deveriam se deixar levar pela provocação policial, mas para que isso ocorresse precisaríamos de um Gandhi liderando o movimento sob a bandeira da não-violência. Hoje, nesses movimentos anônimos, sem dono, sem líder (o que também é muito bom), não se pode esperar tanto. Por isso, o vandalismo praticado por uma minoria é um efeito colateral que tem que ser suportado pela sociedade que quer a mudança. E não será por isso que todo movimento tem que ser desqualificado. E, à polícia, em um regime democrático, caberia o papel de fiscalizar para que a ordem fosse mantida e até mesmo proteger os que estão exercendo seu livre direito de protestar, ao invés de provocar o caos com ações desmedidas e violentas.

sábado, 15 de junho de 2013

De vaias e caxirolas

O presidente da Fifa, aquela entidade que prima pela ética e pelo "caráter impoluto" de seus dirigentes, (não é, Havelange?) pediu respeito aos brasileiros que, exercendo seu legítimo direito de expressão, vaiaram a ele e à presidenta no estádio. Se eu fosse mal educado mandaria o Sr. Blatter para a puta-que-o-pariu, mas como não sou, vou dizer só o seguinte:
1) Em primeiro lugar, Sr. Blatter, não se meta em nossos assuntos internos. Vaiamos e aplaudimos quem nós quisermos, ou a Fifa vai também baixar uma lei proibindo a vaia no estádios? É capaz de o governo aceitar, como já aceitou todas as demais imposições, até mesmo contrárias à nossa legislação.

2) O Sr. é um estrangeiro nessas terras e está aqui como convidado e não fica bem o convidado querer ditar as normas da casa. Portanto cale a boca!


3) O Sr. teria a petulância ou a coragem de pedir respeito a alemães, franceses, ou ingleses, se vaiassem alguém nos estádios europeus? Pensa que aqui é o quintal da casa da Mãe Joana? Pode até parecer, mas não é!


Portanto quem perdeu boa oportunidade de ficar calado foi o Sr. e não o povo que foi ao estádio e pagou por isso e que , por vivermos (ainda) numa democracia, tem o direito garantido pela Constituição de se manifestar livremente e a vaia é uma das mais espontâneas e naturais manifestações de desapreço e desagrado. Pior seria se tivessem jogado caxirolas nas suas cabeças.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Darwin explica Marx

Dos quatro grandes pensadores que moldaram o século XX, Marx, Freud, Einstein e Darwin, o  mais bem sucedido em termos de comprovação de suas teorias foi, inegavelmente, Darwin. O darwinismo está provado e comprovado e, apesar do misticismo criacionista, não há um dado científico que abale ou contradiga suas proposições básicas. Ao contrário, cada avanço, cada descoberta, vem corroborar que o Darwin descobriu, como sendo uma das chaves do funcionamento básico da natureza no seu aspecto biológico. Einstein também nos apresentou uma teoria sobre o mundo físico, ousada, espetacular, elegante,  mas que resta ainda incompleta, dada a sua incompatibilidade com a mecânica quântica. Em seguida vem Freud, mas aí entramos em terreno movediço, uma vez que não há critérios científicos objetivos para comprovar ou refutar os postulados da Psicanálise.
Por último restou Marx. O marxismo foi colocado em prática, com menor ou maior aderência aos postulados socialistas e comunistas, mas foi e ainda sobrevive como um dinossauro anacrônico nos regimes norte-coreano e na agonizante Cuba. 
Podem dizer que na Rússia, o comunismo falhou porque pretendeu queimar etapas, partindo de um proletariado rural vivendo em um regime feudal, direto para uma sociedade industrial socialista, sem passar pelo processo intermediário de ascensão da burguesia, etc. etc. Em Cuba teria ocorrido o mesmo.
Mas, se os postulados marxistas estão corretos, como explicar o caso das duas Alemanhas? O ponto de partida foi o mesmo, um país destroçado por duas guerras, mas com uma população culta, educada, disciplinada, que foi repartida em dois Estados: o comunista e o capitalista. A grande falha do marxismo, posto em prática na Alemanha Oriental,  acaba sendo explicada pelo darwinismo. Não adianta negar as leis naturais, elas acabam por se impor à força.
Assim ocorreu no chamado marxismo real. Ao retirar do sistema produtivo o interesse pessoal, a concorrência, a disputa, o mérito e a recompensa ao melhor, o que se viu foi que o sistema entrou em colapso.  A seleção natural sempre premia o mais eficaz e se não o fizesse não haveria a evolução das espécies. Assim também ocorre com os grupos sociais. Sem o processo de premiação do melhor e punição do pior, não haverá evolução social ou individual.
Produzir riqueza requer trabalho e energia. Produzir riqueza exige esforço. E esse esforço tem que ser recompensado. A esperança de que todos farão o mesmo esforço mesmo que não sejam premiados por isso é apenas um desejo utópico e irrealista. Nada substitui com vantagem o sistema meritocrático e os eventuais desvios que ocorram nesse sistema pedem a sua correção e não a adoção de um sistema oposto. 
Isso está demonstrado, na prática, pela miséria, pela incompetência, pelo atraso em que cairam os países que adotaram ou ainda insistem em adotar o comunismo como regime político e social, sem considerar que para sua implementação foram necessárias ditaduras violentas e sanguinárias. Estão aí, Cuba e Coréia do Norte para demonstrar que Darwin tinha razão.




sábado, 8 de junho de 2013

Fundo do poço

É tão surreal que parece uma invenção da oposição. Uma senhora, militante há anos na política, tendo exercido altos cargos executivos em ministérios importantes como o das Minas e Energia e da Casa Civil,  pertencente a um partido com 30 anos de história, é indicada a disputar o cargo mais alto na nação, acaba por ser eleita e começa a governar... sem um simples papel rascunhado como programa de governo!!!
Assume a presidência sem qualquer estratégia pré-estabelecida, sem definir prioridades, sem direção para a economia, sem critérios de gestão, sem metas, sem rumo para a política externa, em resumo, sem coisa alguma. Vai governar pra quê? Com qual objetivo?
Daí segue empurrando a governança a torto e a direito, assinando os papéis que lhe caem à frente. Começa com uma demissão em massa e em série de ministros corruptos, que ela tinha acabado de nomear, mas  deixa que ministros corruptos demitidos continuem mandando na administração, como é o caso da Erenice Guerra.
Manda baixar os juros, diz que não vai deixá-los subir de jeito nenhum, logo depois manda subir os juros. Inventa subsídios para alguns setores industriais e diz que está protegendo a indústria nacional e o emprego dos brasileiros, mas afugenta o capital externo que viria criar mais empregos para os brasileiros e que agora prefere ir para o Chile, Peru e Colômbia. Diz que o real está supervalorizado, que há um tsunami de dólares invadindo o Brasil e manda o Banco Central puxar a cotação para desvalorizar a nossa moeda. O resultado é que as importações ficam mais caras e como não podemos deixar de importar petróleo, isso leva a Petrobrás a fazer prejuízos monstruosos. Aí, num lance de brilhantismo intelectual manda o Banco Central baixar o dólar á força, pois o que era tsunami virou um deserto seco e árido.
Promete desconto na energia elétrica e quer que as empresas façam prejuízo para ela, governanta, manter a popularidade, mesmo tendo que usar em escala cada vez maior a geração de energia das termo-elétricas caras e dispendiosas.
Depois de derrubar o valor da Petrobrás, nos obriga a engolir um aumento no preço dos combustíveis, que anula toda e qualquer redução no custo da energia elétrica. Muda a regra da poupança, volta a regra antiga da poupança. Promove a caxirola nos eventos esportivos como um instrumento de referência da genialidade brasileira; esquece a caxirola! Inaugura estádios incompletos, cujos tetos desabam logo depois. Inaugura obras do PAC que não serão terminadas. Anuncia programas que jamais sairão do papel, tais como as 6.000 creches, os 800 aeroportos, os 8.000 km em rodovias, os 6.000 agentes de defesa civil, as 6.000 casas para os flagelados da região serrana do Rio, a transposição do S.Francisco etc.
É uma parafernália de números que não dizem nada, quando não são simples, pura e deslavada mentira. Nenhum deles se traduz em melhoras para a vida dos cidadãos. Só não chegamos ao fundo do poço, porque (como já disse alguém) já roubaram o poço e o fundo!

quinta-feira, 6 de junho de 2013

De mal a pior

O poste escolhido por Lula para a sua sucessão está fazendo exatamente o que ele esperava: dando com os burros n'água! 
O que Lula queria? Alguém que fizesse um excelente governo, ofuscando os seus "maravilhosos" oito anos de populismo barato e ainda se reelegendo e deixando a era Lula pra trás? Ou preferiria deixar um esquenta-lugar manipulado nos bastidores, reservando o trono para ele, o Grande Líder, em 2014, para outro episódio de mais 8 anos? Parece fácil a conclusão. 
Só ingênuos ou bobos de conveniência não sabem resolver essa equação.
Portanto, quanto mais Dilma erra, mais Lula acerta. Imagine-se como os áulicos, fisiológicos  e adesistas do Congresso estão sentindo a falta do negociador de Garanhuns,  uma pessoa que sabia conversar com os 300 picaretas em linguagem de igual para igual. 
Preparemos-nos pois. Enquanto houver possibilidade de se candidatar, Lula será candidato. Somente duas coisas podem impedi-lo: o câncer ou o judiciário. Esse último atuando no rastro dos escândalos do mensalão e seus desdobramentos e nas consequências do caso Rose que ainda nem começou.
É óbvio que o caso Rose pode ter sido apenas um recado de Dilma para que o desencarnado ficasse quieto, mas depois de iniciada a coisa toma vida própria e o Ministério Público não tem que ficar dando satisfações a Dilma, portanto desse mato ainda podem sair coelhos bem orelhudos.
Mas se nada acontecer até lá, em 2014, aproveitando a queda na popularidade da Dilma, que já  começou a descer a ladeira, Lula pode se apresentar como a "solução" do partido. E não era isso o que ele queria? Lembram-se daquela história do sapo que, expulso da festa no céu, pedia para ser atirado na pedra, porque tinha medo de água e não sabia nadar? Pois o nosso sapo barbudo está só esperando a hora de começar a gritar: "Na água, não! Na água, não!"

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E o senador Eduardo Suplicy que teve que se submeter ao vexame de enviar uma carta-aberta ao Lula, para ser recebido por ele! Que vergonha para um senador da República, representando o maior Estado da Federação, ter que mendigar atenção de um semi-analfabeto sem cargo algum, como se fosse, ele, senador, um menino inexperiente na política, um principiante que precisasse receber as benesses do coronel? É preciso que o coronel Lula o abençoe para que ele possa disputar mais um mandato de senador? O neo-coronelismo já chegou a tanto?

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