terça-feira, 29 de abril de 2014

Somos todos macacos

A Europa deu uma resposta exemplar ao ato de racismo de um torcedor no estádio Villareal no domingo e que repercutiu no mundo inteiro. Já identificou o torcedor e já o puniu com banimento perpétuo do estádio. Se fosse aqui ainda estaríamos procurando o autor, com grandes possibilidades de jamais identificá-lo.

Na Coréia (do Sul, claro!), depois da tragédia do naufrágio de uma balsa com várias mortes, o primeiro-ministro renuncia ao cargo declarando: "fui incompetente para evitar que tragédias como essa acontecessem e fui incompetente em tomar as providências necessárias depois que aconteceu, portanto só me resta pedir desculpas e renunciar ao cargo". Exemplar também.

Enquanto aqui, um pilantra fantasiado de deputado, pego traficando influência no ministério da Saúde, faz doce anunciando que renuncia e depois que renuncia à renúncia. Deve ter aprendido essa técnica com o Mercadante. E ninguém se espanta. 
Renunciar ao pudê, às mordomias, à dinheirama de acesso fácil e sem dono, quem há de? Nessa terra descoberta por Cabral não existem amadores como esse primeiro-ministro sulcoreano. Aqui somos todos profissionais. Sabemos enrolar desculpas que já carregamos desde pequenos na ponta da língua. Ninguém acredita nelas, mas todos continuamos a nossa vidinha, como se acreditássemos, como se isso fosse um fato inevitável, uma contigência da natureza, tal como chover ou fazer sol.
Aqui nestes trópicos exuberantes, com esse sol, esse mar, esse céu azul de abril, alguma coisa tinha de dar errado para compensar tamanha generosidade da natureza. 
Macacos bípedes somos todos nós, seres humanos, mas em alguns lugares a macacada aprendeu algo que se chama civilização. E a civilização exige um preço. O preço da renúncia ao instinto animal de cada um em benefício da preservação do direito de todos.


domingo, 27 de abril de 2014

Não vai ter Copa!

A Copa do mundo pode até acontecer. Afinal são muitos e milionários os interesses envolvidos. Mas o gostinho que o governo esperava, de que o povo, esquecido de seus problemas, saisse às ruas, eufórico, vibrando com  a Seleção e dando uma banana pros críticos do governo, esse gostinho o governo Dilma não vai ter.
Ao contrário, se dará por satisfeito se a Copa transcorrer sem maior participação popular, ou seja, sem maiores problemas que não aqueles inevitáveis originados da desorganização e da falta de planejamento que são marcas nacionais. A participação popular na Copa é problemática para o governo porque, devido ao grau generalizado de insatisfação, por um triz tudo pode descambar. E a repressão polícial só vai piorar as coisas.
É por essas e por outras que Blatter e Dilma cancelaram os discursos. Será a primeira abertura de Copa do Mundo sem nenhuma palavra, quer do chefe de estado do país sede, quer do presidente da entidade mundial do futebol! Só por issa, essa Copa já entraria para a história. Mas, provavelmente, vai ter muito mais. 
Se o Brasil ganhar, jogando em casa, não terá feito mais que a obrigação. E se o Brasil perder, a insatisfação do povo acumulada com a roubalheira, a inflação, a calamidade da saúde, a violência, será adicionada à frustração do fracasso esportivo.
Pior ainda, será logo depois, na ressaca da folia, quando tivermos que voltar à realidade nua e crua e nos confrontar com o fato de que esse evento quase nada trouxe de benefício para o país, exceto para aqueles grupelhos de sempre que se locupletaram com os gastos mirabolantes nos estádios.
Agora não tem mais jeito. Mesmo que o governo quisesse, não pode cancelar o evento. A imagem do Brasil, que já não está boa, ficaria em uma situação lastimável. Arrependido está o Sr. Blatter, como já declarou, e deve estar também a dona Dilma. Enquanto isso, Lula, o mentor de tudo, fica caladinho, escondidinho, fingindo, como sempre, que não tem nada a ver com isso.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Violência doméstica

Eu não queria tocar nesse assunto, mas diante do horror de tudo que se ficou sabendo e, pior, diante de tudo o que se pode imaginar, não há como fugir do tema. Não se pode agir como os pacatos cidadãos alemães agiram diante das evidências do Holocausto, fingindo que nada estava acontecendo.
O assassinato dessa criança de 11 anos no Rio Grande do Sul traz à tona uma ferida que jaz semi-escondida  no meio da nossa sociedade e na qual ninguém gosta de tocar. Trata-se da violência familiar.
É sabido, conhecido e aceito, que os pais podem e, para alguns, até mesmo devem castigar fisicamente os filhos. Há um ditado que diz: quem dá o pão, dá o castigo. Então somos um povo que admite a violência paterna como meio de educação. E qual seria o limite "normal" para essa violência? Aí é que começam os problemas. Não há como definir isso. Somos animais agressivos e, quando a agressividade se desencadeia, o auto-controle fica comprometido. A relação entre as partes é assimétrica. Os pais tem poder e força, as crianças são indefesas fisica e psicológicamente. É uma relação dominador-dominado. A situação já é ruim para muitas mulheres que são vítimas da violência dos seus parceiros. Para as crianças isso piora.
Em um ambiente sadio, os pais não perderiam jamais o controle sobre suas emoções em relação aos filhos. Infelizmente isso não é a realidade. Ainda por cima, com a deterioração das relações familiares, casamentos desfeitos, uniões instáveis, relações cada vez mais neuróticas, a situação tende a piorar. Nesse estado de coisas as crianças acabam por serem as maiores vítimas. São a parte mais frágil e sempre a mais submetida aos abusos. São usadas como moeda de troca ou de vingança entre ex-parceiros, manipuladas na relação de poder, negligenciadas, maltratadas nos novos núcleos familiares a que são obrigadas a pertencer, humilhadas, degradadas, espancadas, estupradas e mortas. A escala vai assim.
E nós como sociedade fazemos o quê? Nesse último e, sob todos os pontos de vista, deplorável caso, a sociedade brasileira falhou redondamente. Suas instituições simplesmente não funcionaram. O menino procurou espontâneamente a ajuda do Estado. E as instituições, mantidas com o dinheiro dos impostos, o que fizeram durante 1 ano? Nada que valesse a pena. Consumiu-se na burocracia, na papelada, nos procedimetos legais e deixou que uma vida inocente fosse destruída. Pergunta-se: para quê precisamos dessas instituições? Para quê precisamos de Conselhos Tutelares, Juizado de Menores? Não é exatamente para casos como esse? No mínimo, o que o Juiz, o Ministério Público ou o Conselho Tutelar deviam ter feito era ter abrigado a criança sob custódia da avó materna, ou de alguma família que lhe desse segurança até que se investigasse a situação e se determinasse a melhor solução.
É preciso fazer alguma coisa. Não podemos assistir impávidos ao holocausto quotidiano em conta-gotas desses pequenos e indefesos seres humanos.

Desculpe, Neymar (Edu Krieger) #Copa2014

domingo, 20 de abril de 2014

Esquerda direitista

Depois de ler o sensacional texto do Gabeira, "O farmacêutico do ar" (ver aqui), fiquei refletindo sobre o significado hoje no Brasil de alguém ser de direita ou de esquerda. Eu sempre me considerei de esquerda. Como o Gabeira, apoiei o PT, cheguei até a votar neles, confesso. Mas o Gabeira é o meu álibi e o meu consolo. Se até ele, que esteve na clandestinidade, que conheceu pessoalmente vários dos atuais líderes dessa facção, se enganou com essa gente, quem sou eu para ter estado a salvo desse engano? 
Mas isso é uma digressão. Voltando ao assunto, o que significa ser de esquerda ou de direita no Brasil de 2014? Se o rechonchudo André Vargas com aquele punho levantado é uma imagem da atual "esquerda" brasileira, estou longe deles. Se Lula beijando a mão de Maluf também é uma imagem icônica da esquerda, quero distância. Se a "amizade" com a família Sarney ou com Fernando Collor é um pré-requisito para ser de esquerda, "tô fora"!

Prefiro estar em companhia de um Gabeira, mesmo desiludido como ele. Talvez, na nova definição política dos militantes descerebrados e dos militantes aproveitadores e oportunistas, Fernando Gabeira seja "de direita". Afinal, todos os que não concordam com essa lamaceira espalhada pelo PT, todos os que ainda procuram achar um caminho político que não seja cínico, são taxados de direitistas hidrófobos.
O PT desmoralizou tanto a atividade política que aparelhou até mesmo o conceito de esquerdismo político e apropriou-se dele, como se apropriou do Estado brasileiro. E, ao apropriar-se, destruiu-o, como está destruindo as instituições estatais. Aquilo que o PT considera hoje esquerda é de um conservadorismo atroz (Maluf), oligárquico e reacionário (Sarney), mas, antes de tudo, representa apenas um grande, retumbante e monumental atraso, cujo grande exemplo é seu aliado Marcos Feliciano. O PT criou um novo conceito político no Brasil. O PT criou a esquerda direitista.

sábado, 19 de abril de 2014

A Evolução da Maracutaia

A temporada de caça da campanha eleitoral já começou. O momento é bastante ruim para o PT, mas qual seria um momento bom desde que as maracutaias começaram a aparecer a partir a morte de Celso Daniel? A cada momento a situação só complica. O caso Daniel foi encoberto, mas parecia um caso mais ou menos isolado de corrupção municipal com capitalização financeira para o partido, no decorrer do qual alguns mais afoitos desviaram um pouquinho também para si.
Depois viu-se que o "processo" foi amplificado naquilo que viemos a conhecer como mensalão. E depois do mensalão, parece que não há uma área sequer onde se metam agentes ligados ao PT que não tenha um componente de corrupção, ilegalidade e mau caratismo. 
Não há santos na política, isso é um dado da realidade. Mas, não significa, que devamos aceitar que o exercício da política seja inevitavelmente confundido com banditismo. 
O PT conseguiu transformar a atividade política em algo similar ao crime organizado, com todas as características desse tipo de atividade do submundo. E, como todo crime organizado, tem agentes infiltrados em todas as áreas, nos três poderes, na polícia, no judiciário, nas organizações sociais, na mídia. Esses agentes fazem o trabalho de sabotagem, de ir minando por dentro o tecido social para que os "capi" e as "famiglie" tenham mais e mais poder e sejam submetidos a menos fiscalização e menos cobrança.
O partido fisiológico por natureza, o PMDB, nunca se erigiu em,  nem pretendeu ser nenhum guardião dos bons costumes. Nunca quis fazer pose de vestal, nem de bonzinho. É um partido de políticos profissionais, que cuidam de suas carreiras como cuida qualquer executivo de grande empresa. Mas o Pt é diferente. É o partido das vestais, dos que atiravam pedras. E querem continuar posando de virgens, querem continuar atirando pedras e isso é que os torna ridículos.
O PT foi o responsável pela evolução da maracutaia, palavra introduzida por Lula no nosso vocabulário, o PT elevou-a ao estado da arte. É isso que mais atrai o PMDB e os partidos da base aliada: a capacidade petista de tirar dinheiro das instituições publicas e injetá-lo nas campanhas e nas contas das  ilhas Caimã.


sexta-feira, 18 de abril de 2014

Macondo é aqui

Morreu, no dia do meu aniversário, Gabriel García Marquez, o grande escritor colombiano. Sou da geração em que ler "Cem Anos de Solidão" era uma exercício obrigatório se você tinha interesse em ser admitido nos círculos mais intelectualizados. Do mesmo modo como era "obrigatório" admirar os filmes de Glauber, Goddard, Buñuel e Bergman.
O tempo passou, a patrulha ideológica se virou para coisas mais comezinhas e o desencanto com muitos dos mitos do passado se tornou uma marca da maturidade. Não que as obras desses grandes artistas tenha perdido seu valor. A obra de Bergman e de Buñuel são e serão clássicos do cinema, mas o mesmo não se pode dizer exatamente de Glauber e de Goddard. Os filmes de Glauber mostram uma centelha de genialidade que entretanto não se concretiza em uma obra com princípio, meio e fim. Os enredos e os diálogos são falhos, pouco naturais e incompletos, às vezes sem pé nem cabeça ou excessivamente delirantes. E Goddard, para mim, é simplesmente um chato de galochas, como se dizia na época.
Quanto ao Gabo, acredito que suas obras mais importantes, "Cem Anos de Solidão", "Crônica de uma Morte anunciada" e "O Amor nos Tempos do Cólera", são clássicos da literatura mundial, que em nada ficam a dever à qualidade de um Shakespeare ou de um Dante Alighieri. 
Politicamente, sua amizade com Fidel Castro foi uma contradição e um paradoxo para uma pessoa que calcou sua obra em uma crítica permanente às ditaduras e caudilhos da América Latina. Isso lhe rendeu até mesmo uma bofetada do grande escritor peruano e também Nobel, Vargas Llosa. 
Mas as posições políticas contraditórias não diminuem a qualidade de sua arte que permanecerá como um símbolo da literatura sulamericana. Foi-se o criador mas Macondo permanece intocada ainda em vários rincões desse triste canto de mundo.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Sem Graça

O Grão-Mestre maçom Collin Foster emprestou seu nome de família à sua esposa e atual presidente da Petrobras. A ela o sobrenome caiu bem. Foster em inglês quer dizer "adotivo". 
O que não lhe cai bem é o prenome Graça, porque não há nada de engraçado na história que ela contou ao Congresso esta semana sobre o nebuloso e inacreditável processo decisório que levou à compra da refinaria de Pasadena.
Num depoimento de 6 horas, Foster não disse novidade alguma. Como seria óbvio, negou também qualquer contato entre seu marido e a estatal. O problema é que não explicou porque a Petrobras efetuou várias compras na empresa A.C.Foster sem licitação. Claro, que se houver alguma irregularidade nessas compras, isso seria apenas um pecadilho diante da monstruosidade que foi a compra da refinaria americana.
Mas, mesmo sendo valores de ordens de grandeza diferentes, tudo isso tem um valor simbólico, a nos mostrar a condição de absoluto desgoverno, indigência moral e negligência a que chegamos em todas as áreas em que há dinheiro público envolvido.
E nosso povo não reage e bovinamente continua a pagar a pesada carga tributária como se isso fosse uma fatalidade natural contra a qual não adiantaria lutar.
Quem diria que a Petrobras, orgulho de tantas gerações de brasileiros, iria ser depenada, privatizada da forma mais aviltante e danosa para o patrimônio da nação. 
Antes, FHC tivesse conduzido a privatização da Petrobras há alguns anos, como fez com a Vale. Além de não termos que pagar, via Tesouro, os prejuízos e as dívidas monstruosas, ainda teríamos o benefício do recolhimento dos impostos de uma empresa sólida e lucrativa. 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

A dança do IBGE

O IBGE é a bola da vez. Depois de aparelhar o poder executivo em vários escalões, de cooptar o Congresso via mensalão, mensalinhos, cargos e doação de ministérios, de aparelhar também o Supremo como o julgamento dos embargos infringentes nos mostrou, de afundar a Petrobras, a Eletrobras e usar o Banco do Brasil e a Caixa Deles como instrumentos de campanha, chegou a hora de destruir também os números. Se a realidade está negra e difícil, esconda-se a realidade.
Se os números não são bonitos, faça-se uma maquiagem neles, um botox aqui e acolá para levantar o pibinho, um laquê para domar a inflação rebelde, um cílio postiço no desemprego e está tudo resolvido. Vale tudo. A única coisa que o PT, como os coronéis da República Velha, não admite é perder a eleição.
O partido não trabalha com a hipótese da alternância no poder, com a possibilidade de voltar a ser oposição. Não! Depois que experimentaram, viram que ser governo é muito melhor!
E até que cheguem as eleições e sejam proclamados os resultados, vamos ver de tudo: dossiês falsos circulando por aí, bloguismo sujo fazendo o trabalho que vai da difamação pura e simples à desinformação, boatos de que o bolsa-isso, bolsa-aquilo vai acabar, que as pessoas vão ter que devolver a sua-casa-sua-vida...
Se as ações ficarem só no âmbito da desinformação e da mídia estará até muito bom, pois black blocs arruaceiros ao estilo das SA alemãs e fingindo-se de opositores do governo, podem invadir as ruas a provocar o caos, o medo e a insegurança. Foi assim que conseguiram acabar com os protestos de junho do ano passado. Não que a insatisfação das pessoas tenha acabado, muito ao contrário, mas ninguém quer sair às ruas para protestar pacificamente e ser atropelado por vândalos.
É um governo de falsidades. Uma falsa gerente, com uma falsa competência, assessorada por 39 falsos ministros, gerindo uma falsa economia, baseada em números falsificados. Dava pra pensar que só o IBGE não ia entrar na dança?

Fiasco total

Ela era ministra das Minas e Energia. Tida como gerentona. "Vendida" ao Brasil como uma pessoa de pouca capacidade de articulação política, porém compensada por muita capacidade de gestão. 
Seu avalista era ninguém menos que Lula, o deus de Marta Suplício, o garanhão de Garanhuns, sindicalista papador de viuvinhas mais ou menos alegres e róseas secretárias, o sabe-tudo não-sabe-de-nada, o marco zero da história nacional. Tudo falso... deu no que deu. 
Falando em gestão: a maior empresa do Brasil, submetida a todo tipo de sangria, apresenta-se em estado crítico. A produção de petróleo apesar do pré-sal caiu pela primeira vez em 30 anos. A geração e a transmissão de energia elétrica encontra-se à beira do colapso e nós, indivíduos e empresas, sujeitos ao racionamento iminente. A produção de álcool de cana foi desbaratada pela política de preços irrealista e insustentável. A moeda se valoriza e o mercado de ações sobe somente quando as notícias dão conta da perda de popularidade da presidenta. Escândalos atrás de escândalos pipocam nos jornais envolvendo pessoas de todos os escalões do governo e dos partidos da base aliada.
E o mentor de tudo isso, o avalista mor, ainda tem a coragem de se propor ou aceitar que proponham seu nome como alternativa? Lula será alternativa à Dilma? Como assim? Não é ele o maior responsável por tudo isso a que a nação brasileira está submetida? Não foi ele o mágico que tirou da cartola uma incompetente para incensá-la a presidente? Pois agora a cobrança deve ser dirigida a ele. Como é que é, senhor Molusco, nos explique direitinho os critérios que nortearam a sua "brilhante" escolha. Como é que o poste que iria iluminar tudo, segundo suas palavras, acabou por nos deixar a todos na escuridão?!
É isso que a oposição tem que fazer: debitar a Lula os resultados desse fiasco total.

domingo, 13 de abril de 2014

Oposição light



Como mineiro admiro o que ele fez em Minas como governador, mas, na esfera nacional, penso que Aécio pode até sapatear no palco das candidaturas, mas não tem estofo para bater de frente com um partido aguerrido como o PT. 
O PT quer manter-se no poder a todo custo. E quer mais, quer a ditadura, a censura e o silêncio dos opositores. E para isso vão à luta com unhas, chifres, rabos e tridentes.
Aécio quer ser presidente, mas um presidente "light", moderninho, conciliador.
Até penso que a capacidade de conciliação seja uma virtude política, como foi por exemplo aquela praticada por seu avô, Tancredo, mas há hora e lugar para isso. Não se pode fazer política de conciliação com quem quer destruir o adversário. E, pior, no caso do PT, com quer destruir a própria arena democrática onde os adversários se enfrentam. Isso está demonstrado na prática por todos os regimes totalitários de esquerda ou de direita. Os demais partidos são eliminados e os "outros", os opositores,  são perseguidos à extinção. E quem for contra o partido único é contra a Pátria!!!
Para o embate com o PT precisamos de um político mais firme, de pulso mais forte, de temperamento mais aguerrido, capaz de dizer a verdade e dar o troco quando necessário.
Não percebo no momento uma figura assim liderando a oposição. Precisamos de um Carlos Lacerda, de um Brizola, não digo nas idéias, mas na capacidade de luta.  No PSDB, destaca-se pela luta incansável o Senador Álvaro Dias, mas, por artes da política, sequer é cogitado para uma disputa majoritária nacional.
Assim fica difícil. Qualquer manobra do Molusco acaba por "dar certo". Se Dilma está fazendo um péssimo governo, Lula, que a sacou do baú da desimportância política, indicou e apadrinhou, não tem culpa de nada, antes aparece como sendo ele mesmo uma possibilidade de salvação da pátria.
Se o líder da oposição não assumir desde já uma postura aguerrida, apontando o descalabro administrativo em que os governos Lula e Dilma nos colocaram e propondo soluções de curto e médio prazo, estaremos afundando ainda mais rapidamente no caos social e econômico.

terça-feira, 1 de abril de 2014

O país das maravilhas

Você entraria em um avião, se soubesse que o piloto nunca comandou um Boeing e que aprendeu a pilotar em um curso por correspondência e o máximo de experiência que ele tem é a de ter, um dia, voado em uma asa delta?

Pois, no Brasil, somos todos passageiros em um voo em que o piloto, ou melhor, a "pilota" está exatamente nessas condições. Tudo o que Dilma teve de experiência de gestão até ser alçada à presidência da República, foi a de dona de uma lojinha de bugigangas de 1,99, que faliu!
Podem dizer que antes disso, já tinha exercido a função de ministra das Minas e Energia e ministra da Casa Civil. Em ambos os casos, foi um desastre.

Como ministra das Minas e Energia, Dilma era a presidente do Conselho de Administração da Petrobras, o mesmo conselho que, com sua anuência, aprovou a compra da refinaria de Pasadena, o negócio bilionário mais mal contado da história deste país. E, como ministra da Casa Civil, deixou que sob suas barbas a sua secretária, a tal de Erenice Guerra, fizesse tráfico de influência dentro do palácio do Planalto.  Além disso, foi sob seu comando que se tentou montar um dossiê falso sobre despesas da dona Ruth Cardoso, o que Dilma posteriormente apelidou "banco de dados".

Esses não são propriamente belos exemplos de gestão. Isso está mais para atividade clandestina e, nessa área, sim, sabemos que Dilma tem bastante experiência. Afinal, a guerrilheira Estella, Patrícia, Marina, Wanda (seus vários codinomes) era quem geria as finanças da organização. VAR-Palmares. E, permanece até hoje não esclarecida a sua participação no roubo do cofre da amante do Adhemar de Barros. O que se sabe é que por causa das brigas pela divisão do dinheiro a organização cindiu-se em duas.

É com esse "curriculum vitae" que a pilota se apresenta aos pobres viajantes de terceira classe desse voo sem destino e sem rumo. Como diz o gato para Alice no país das maravilhas: "para quem não sabe onde quer ir, qualquer caminho serve."

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