quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

As frases do Ano (2015)

O ano de 2015 foi próspero para o Dilmês, aquele idioma primitivo, falado pela "presidenta" da República. Aliás, "presidenta" foi a primeira palavra que aprendemos nesse idioma.

Em 2015, tivemos uma coleção de frases fantásticas em Dilmês como nunca-antes-na-história-deste-país.  Ficou até difícil fazer a seleção, mas aqui vão 13 (homenagem) pérolas selecionadas:

1- Explicando para nós, ignorantes, que o mosquito "Aedes aegypti" virou um vírus e que boat um ovo que pica as pessoas:

 É o vírus Aedes "egipsi" com as suas diferentes modalidades: o chikungunya, zika vírus. Nós vamos lançar lá em Pernambuco, o nosso primeiro teste do nosso plano de ação de prevenção a esse vetor, que é o zika vírus, por conta da questão da microencefalia.

O mosquito transmite essa doença porque ele coloca um ovo e esse ovo tem o vírus que vai transmitir da doença.

2- A famosa Saudação à Mandioca:

"E aqui nós estamos comungando a mandioca com o milho. E, certamente, nós teremos uma série de outros produtos que foram essenciais para o desenvolvimento de toda a civilização humana ao longo dos séculos. Então, aqui, hoje, eu tô saudando… eu tô saudando a mandioca. Acho uma das maiores conquistas do Brasil”.

3-  A mulher sapiens:

“Eu acho que a importância da bola é justamente essa, o símbolo da capacidade que nos distingue como… Nós somos do gênero humano, da espécie Sapiens. Então, para mim essa bola é um símbolo da nossa evolução. Quando nós criamos uma bola dessas, nós nos transformamos em Homo sapiens ou mulheres sapiens”.

4 - Viajando no tempo (o legado de antes):

“Eu acredito que nós teremos uns Jogos Olímpicos que vai ter uma qualidade totalmente diferente e que vai ser capaz de deixar um legado tanto… porque geralmente as pessoas pensam: ‘Ah, o legado é só depois’. Não, vai deixar um legado antes, durante e depois”.

5- A importância da porta pra dentro e da porta pra fora:

“Da porta para dentro, a mãe ela é essencial. Da porta pra fora, os dois são muito importantes. Agora, da porta pra dentro o pai também é importante. (…) A gente admira o pai, a gente admira a mãe, a gente ama o pai e a mãe”.


6- Estocando vento:

“Até agora, a energia hidrelétrica é a mais barata, em termos do que ela dura com a manutenção e também pelo fato da água ser gratuita e da gente poder estocar. O vento podia ser isso também, mas você não conseguiu ainda tecnologia para estocar vento. Então, se a contribuição dos outros países, vamos supor que seja desenvolver uma tecnologia que seja capaz de na eólica estocar, ter uma forma de você estocar, porque o vento ele é diferente em horas do dia. Então, vamos supor que vente mais à noite, como eu faria para estocar isso? Hoje nós usamos as linhas de transmissão, você joga de lá para cá, de lá para lá, para poder capturar isso, mas se tiver uma tecnologia desenvolvida nessa área, todos nós nos beneficiaremos, o mundo inteiro”.

7- Pagando para a Caixa quando ela fica com o "nosso" dinheiro e quando nós ficamos com o dinheiro "dela".

“Quando chega no fim do ano, geralmente, a Caixa fica com mais dinheiro do que era o necessário. Mas, no mês em que ela não ficou com aquele dinheiro, nós pagamos juros para ela. Ou seja, se ela adianta o pagamento para nós, nós pagamos juros para ela. Se ela fica com nosso dinheiro, nós pagamos para ela… não, nós pagamos para ela juros quando ela fica com o nosso dinheiro, e ela paga para nós quando nós ficamos com o dinheiro dela”.

8- O estado de Roraima vira capital:

"Quero dizer para vocês que, de fato, Roraima é a capital mais distante de Brasília, mas eu garanto para vocês que essa distância, para nós do Governo Federal, só existe no mapa. E aí eu me considero hoje uma roraimada, roraimada, no que prova que eu estou bem perto de vocês."

9- A natureza-morta zumbi:

"E tem uma, tem uma pintura dela que eu acho genial, é… como é que é?Natureza Morta… Ai, eu tinha de lembrar a palavra. Natureza Morta… é uma contradição em termos: de que que é o quadro? É uma natureza morta? Rodando, você entendeu? É o stand still a Natureza Morta, aí a Remedios Varo vai lá e faz… ela bota uma mesa e os componentes da natureza morta estão girando. O nome é interessantíssimo. O nome tem uma certa, uma certa ironia."

10- Fixação em aeroportos:

"Já que eu falei de transporte eu vou falar, ao mesmo tempo, do aeroporto. O aeroporto que é uma outra forma de transporte. Aliás, outra infraestrutura, me desculpe, outra infraestrutura de transporte, para uma outra forma que é a forma dos aviões que são essenciais nesse país continental."

11- Dobrando a meta que não existe:

"Não vamos colocar meta. Vamos deixar a meta aberta, mas, quando atingirmos a meta, vamos dobrar a meta."


12 - Até para dar boa noite, ela complica:

"Boa noite, gente. Boa noite, todas vocês e vocês ─ aí é para os homens”.


13 - A Copa Olímpica:

"Nós temos certeza que faremos uma Copa segura, uma Copa que vai garantir… Aliás, desculpa, uma Olimpíada. É que eu falei em Copa, e estou com a Copa na cabeça. Mas nós fizemos uma Copa segura. E aí, eu disse para eles até que se nós fomos capazes de garantir segurança em 12 cidades, nós somos capazes de garantir a segurança em uma cidade...

Quero dizer que, então, todos aqueles que quiserem participar dessa Copa... dessa Olimpíada, que venham aqui e que venham e participem com a certeza que serão muito bem recebidos e que nós teremos condições de dar o atendimento adequado."

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

O buraco é mais embaixo

O buraco, nas contas públicas, em Novembro, bateu récorde: quase 20 bi. O rombo anual em 11 meses já tinha alcançado a inacreditável taxa de 65% do PIB e as projeções do Banco Central indicam que ao final de Dezembro o déficit alcançará 66,9% do valor de toda a riqueza gerada no país no ano. Em outras palavras, o governo gasta mais do que arrecada um valor equivalente a 2/3 da geração de riqueza no país.

Se esse déficit tivesse que ser imediatamente coberto por impostos, teríamos que entregar ao governo mais 2/3 das receitas produzidas durante o ano de 2015, além daquilo que já pagamos que já é 33% do PIB. Isso significa que o governo teria que confiscar 100% de toda a riqueza nacional.

A nossa "sorte" é que o déficit vai sendo empurrado de um ano para outro. Mas esse é o fator que mais alimenta a inflação. De nada adianta o Banco Central aumentar mais os juros. Só os bancos vão ganhar com isso e a inflação continuará a correr solta, realimentada por sua vez pelo próprio aumento da taxa de juros. Sem uma vida fiscal correta e responsável não há controle da inflação. O governo Dilma está massacrando a Lei de Responsabilidade Fiscal e isso é um motivo grave para o impeachment. Não é preciso mais nada.

O marasmo econômico é consequência do desajuste fiscal, da inflação e do descrédito no governo e em suas equipes econômicas. Basta a saída da Anta do Planalto para que o quadro mude completamente. Com a sua saída o déficit não será zerado de imediato, nem a inflação cairá a níveis civilizados da noite para o dia. Mas a reversão das expectativas dos investidores daria um empurrão, um tranco favorável à economia e em seguida uma melhora na arrecadação, reduzindo o déficit e consequentemente a inflação em um segundo momento. Todo mundo sabe disso e o que falta é fazer o mundo político sair do autismo em que vive e pisar no chão. Se eles não caírem na real por conta própria, nós, o povo,vamos ter que fazê-los cair e mostrar para eles que o buraco é muito mais embaixo.

sábado, 26 de dezembro de 2015

Previsões para 2016

Fazer previsões para 2016 não está sendo tarefa fácil para os astrólogos, numerólogos, tarólogos e videntes de plantão. Fora as esperadas catástrofes naturais e as habituais calamidades provocadas pelo Homem, não está fácil prever o que vai acontecer no mundo; e menos ainda no Brasil.
O Brasil é um caso à parte, pois como disse Gustavo de Loyola ex-presidente do Banco Central, "No Brasil até o passado é incerto". Portanto, tenho pena desses videntes profissionais. Sua profissão está se tornando de alto risco.
Entretanto, algo pode ser feito. Já que prever os acontecimentos está "osso", que tal fazer previsão sobre Não-acontecimentos? Um vidente poderia simplesmente prever o que não vai acontecer em 2016. Até eu, que não tenho esses dons, arrisco uns palpites. Aqui vão algumas não-previsões, ou melhor, previsões de coisas que não acontecerão em 2016:

1- Nem você, nem eu, ganharemos na loteria em 2016. Com certeza absoluta, posso dizer que não ganharei, pois não jogo. E se ainda assim eu ganhar, ficarei feliz de ter errado a previsão, pois como dizia o Millôr: É melhor ser pessimista que otimista, pois o pessimista fica feliz quando erra e quando acerta.

2- Essa é fácil: a inflação e o desemprego não vão cair em 2016.

3- E essa mais fácil ainda: O Brasil não ficará nos primeiros 10 lugares dos Jogos Olímpicos do Rio. É bem capaz de o Kazaquistão ficar na nossa frente.

4- Os petistas não se convencerão que o partido que defendem é na verdade uma organização criminosa. Continuarão a usar as camisetas do Che, as sandálias franciscanas, os cabelos e barbas desgrenhados e as bolsas a toracolo ensebadas, pregando a revolução marxista com sua bíblia debaixo do braço.

5- Dilma não terminará o ano sentada na cadeira que já pertence ao Temer, oops! Ato falho!

6- E, para completar, infelizmente, em 2016 o mundo não será um lugar pacífico para se viver.








quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Sem Simone e sem Dilma

Natal sem Simone e Ano Novo sem Dilma, são os meus votos para os amigos nesse final de ano. O CD da Simone cantando aquela versão tupiniquim horrível de "So this is Christmas", mata a belíssima canção de John Lennon, do mesmo modo que a persistência de Dilma no cargo de presidente está matando a economia do país.
Não é possível que vamos atravessar 2016 como fizemos em 2015: vendo a economia se retrair e a inflação avançar sem movermos de fato as nossas forças no sentido de impor ao Congresso que faça a vontade do povo. Agora em 2016 a situação será pior, a inflação já começa lá no alto (11%) e não dá sinais de trégua, apesar da recessão profunda de quase 4% do PIB. O desemprego será  a tônica de 2016. Empresas que foram segurando as demissões à espera do que iria acontecer já estão perdendo o fôlego, estão se endividando e, com as taxas de juros na estratosférica, essa situação não pode perdurar por muito tempo.
Infelizmente o próximo ano será o ano da quebradeira, das contas sem pagar e do desemprego. Será que assim o povo acorda? E vai pras ruas pedir, não, exigir o impeachment.
Dirão alguns que o mau governo não é motivo para impeachment. Pode não ser no país dos bacharéis, onde o papel e o carimbo valem mais que a realidade, mas na vida real, onde as contas tem que ser pagas e as pessoas precisam comer, vestir e se locomover, um governo caótico deveria ser motivo não só de impeachment, mas de prisão da equipe que o sustém. Não se faz isso com o povo, esse que teoriamente detém o poder soberano e, por soberano, deveria ter o direito de destituir qualquer governo quando lhe fosse interessante. O povo deveria ter o direito de propor uma moção de desconfiança, que seria votada em todo o país e deveria depor governos mentirosos, incompetentes e corruptos.
Não dar esse poder ao povo, fonte da soberania, é que é golpe.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Lá vem pacote!

Dilma marcou uma reunião extraordinária com a equipe econômica no dia 28 de dezembro! No meio das festividades de final de ano, quando a nossa atenção se desvia dos acontecimentos planaltinos. Com qual objetivo? Salvar a economia? Conta outra!
Ficamos patinando o ano inteiro e agora no apagar das luzes Dilma, a "gênia", encontra a saída! Se já perdemos 362 dias não fazendo nada, Dilma só tentando escapar do impeachment, agora no 28º dia do último mês do ano, precisa fazer reunião extraordinária?
Meu sexto sentido me diz que algo vem por aí. E, partindo de quem parte, só pode ser, ou uma coisa tresloucada e estapafúrdia, ou uma bomba contra nós, os pagadores de impostos desse país. Ou as duas coisas juntas, que é mais provável.
Não me espantaria se ocorresse uma reedição do Plano Collor, com confisco e tudo mais. Tudo pelo bem do Brasil, é claro! Essa doida é capaz de tudo. Pode ser também uma  medida provisória retornando com a CPMF. Como só pode vigorar no ano seguinte ao do decreto a nova CPMF (ou qualquer nome que tenha) tem que ser publicada ainda em 2015, para valer já a partir de 01/01/2016. Por isso a reunião no dia 28 de dezembro e com o Congresso em recesso!!!
Fiquemos atentos. Vamos ter que fazer pressão nas ruas. Ou então suportar mais uma tungada no nosso bolso. Coisa boa, com certeza, não vem por aí.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Biografias

Vivemos tempos tão estranhos que, quando a biografia de algum homem público não é manchada por revelações do submundo do crime organizado contra a República, os próprios homens públicos fazem questão de manchar sua biografia. É o caso dessa entrevista de Dalmo Dallari.
Ele capitaneou o processo de impeachment de Collor e tentou abrir um processo semelhante contra FHC. Agora diz que é golpe!

Um Lula dizer uma coisa dessas é admissível, até porque não se pode pedir coerência a um oportunista safado como ele, mas o doutor Dalmo Dallari? Um jurista de 84 anos de idade, que já deveria ter atingido aquele estágio da vida em que predomina mais a razão que as paixões! E ainda critica o doutor Hélio Bicudo atribuindo-lhe ressentimentos contra o PT que o teriam levado a assinar o pedido de impeachment contra Dilma.

Não é ressentimento, não, doutor Dalmo, é sabedoria e coragem! É conhecimento de como as coisas estão funcionando no PT. É o exercício da capacidade de indignação, característica das pessoas que tem honestidade intelectual. Infelizmente essa honestidade intelectual é o que está faltando ao dr. Dallari. Triste e vergonhoso, a não ser que a senilidade já o tenha levado a não saber mais o que está falando.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Lá vai Levy!

Lá vai, Levy! Há menos de um ano foi convocado para o cargo de ministro da Fazenda e o aceitou como uma missão, uma vez que ninguém queria segurar aquela batata quente.
Ficou durante todo esse tempo batendo na mesma tecla, a do ajuste necessário nas contas públicas. Nada conseguiu e agora sai do governo deixando a situação econômica do país pior do que quando entrou. Isso não foi sua culpa, não foi ele quem piorou a situação, mas ele foi ingênuo ao aceitar o cargo. Foi ingênuo em acreditar que poderia colocar um pouco de sanidade nessa "administração". Foi ingênuo em pensar que dona Dilma lhe daria crédito e autoridade. Acaso o PT permite que alguém trabalhe a favor do Brasil? O PT só aceita e apoia quem trabalha a favor do PT, mesmo assim trai e abandona quando essa pessoa não é mais interessante aos objetivos do Partido.
E essa senhora que ocupa a presidência é uma psicopata! Descolada da realidade, sem sentimento de culpa, age tão somente por interesse, ou interesses.
Quando o convocou para o ministério da Fazenda foi porque temia que o Brasil perdesse o grau de investimento e o nome de alguém ligado à banca (no caso, ao Bradesco), poderia dar-lhe alguma credibilidade. Não foi para que Levy fizesse isso ou aquilo, foi para que ele ficasse de vitrine, ou melhor, ficasse como um refém, servindo de garantia para as agências de risco.
Acontece que Levy até que tentou fazer alguma coisa para que a economia saísse do caos, mas sem o apoio real do governo estava se lançando em uma missão impossível. E, como nada se mexia e a economia só piorava, o Brasil acabou por perder o grau de investimento. Então, no raciocínio torto da dona Dilma, Levy não é mais necessário.
A saída do ministro, para a grande estrategista do Planalto, resolve também um dos seus (dela) problemas: passa a não sofrer mais as críticas da ala radical de seu partido e deixa a petralhada menos desconfortável. Além disso, ela pensa que se reinaugurar a gastança pública, terá mais apoio da população e isso a ajudará a combater o impeachment.

Pior para o Brasil, mas quem se importa?

Erro Supremo

Errare humanum est. Já que a moda é gastar o latim, vamos nessa. A nossa Suprema Corte, com todo o latinório ultrapassado, e a verborragia ininteligível, esdrúxula e arcaica, errou feio. Para errar assim, podia ser em português mesmo. Pra quê gastar o latim?!
Errou porque interferiu nas atribuições de outro poder. Errou porque atribuiu ao Senado um poder de veto que a Constituição não atribui. Os senadores representam os Estados, por isso são em mesmo número para cada Estado. O deputados representam o Povo, aquela entidade em nome da qual tantos crimes se cometem e tantas barbaridades são praticadas, sem que o Povo em si participe de alguma coisa. Os deputados são eleitos proporcionalmente e, ao menos em tese, deveriam levar ao parlamento uma amostra da população que representam. 
Ao atribuir ao Senado uma função que ele não tem e dar-lhe um poder de decisão que pode ser contrária à decisão da Câmara, o Supremo está descaracterizando a democracia representativa. Já é um problema atual a baixa representatividade do parlamento, a desconexão entre suas decisões e  o desejo da nação, e aí vem o Supremo, ao invés de melhorar, piorar a situação.

Outra questão é a decisão sobre a comissão do impeachment. Em uma democracia, quanto mais escolhas melhor, certo? Errado para o STF. A Corte decidiu que não pode haver chapa concorrente à chapa oficial. Isso é cerceamento do direito de escolha dos deputados e, afinal, do direito de escolha dos eleitores que esses deputados representam!! Obrigá-los a fazer uma eleição com chapa única? O que tem isso de democrático? Isso está mais parecido com as eleições do Politburo na Rússia Soviética do que com a funcionamento de uma democracia moderna.
O Supremo Tribunal Federal prestou um desserviço à democracia no Brasil e ao invés de colaborar para a solução do impasse político e econômico está ajudando a bagunçar ainda mais as instituições. 
Diante desse quadro absurdo, deve se ressaltar o voto lúcido dos ministros Dias Tóffolli, Facchin e Gilmar Mendes.
A menção desonrosa vai para Celso de Mello. Não se podia esperar isso do decano do Tribunal.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Cascas de banana

Alguém precisa dizer a Dilma que o ministro da Fazenda se chama Joaquim Levy e não Nélson Barbosa. Na mesma semana em que Levy diz que não aceitará ficar no governo se a meta de superavit para 2016 for zerada, vem a doutora em economia cubana dizer que vai zerá-la..
Deve ser porque está acostumada a dobrar as metas. Assim, quando atingir a meta, a gente dobra. Além, disso, passou um recado muito claro para o ministro: se quiser cair fora, passe bem! 

A partir desse ponto fica insustentável a permanência de Joaquim Levy no governo. Se ficar, será ele também um zero. No meu ponto de vista, ele jamais deveria ter aceito fazer parte dessa palhaçada governamental, mas já que aceitou, devia ter caído fora na primeira vez em que foi desautorizado. Se continuar a fazer parte dessa pantomima, vai jogar sua credibilidade e sua fama de competente para o ralo.
Henrique Meirelles, aparentemente foi mais esperto. Ao ser sondado, disparou que só aceitaria o cargo se tivesse carta branca. Está esperando o convite até agora, porque dona Dilma não é de dar carta branca para ninguém.

Do outro lado do balcão e diante dessa bagunça, as agências de "rating" já decidiram retirar do Brasil o grau de investimento. Isso significa menos investimento externo e juros mais altos para os empréstimos vindos de fora. Em outras palavras, mais aprofundamento da recessão. E se hoje o Fed aumentar os juros nos Estados Unidos, aí é que a vaca vai pro brejo de vez. 

Pode piorar? Com Dilma sempre pode, pois existe também a possibilidade de ela colocar Nelson Barbosa na Fazenda, o que seria um desastre total nesse momento. Mas uma coisa que aprendemos com o governo dessa Anta é que, entre um erro de consequências moderadas e um erro de consequências graves, ela fatalmente escolherá o segundo. Inevitável! Quem tem propensão para atravessar a rua com o objetivo de escorregar na casca de banana que está do outro lado, não pode agir diferente. Rezemos!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Microcefalia política

Pensar e falar são duas funções cognitivas correlatas. Quem não sabe pensar, não sabe falar e vice-versa. Esse é o caso da atual ocupante da cadeira presidencial no Planalto.
Se essa dona não consegue produzir uma frase que faça sentido lógico, que tenha sujeito e predicado, o que se pode esperar dela em termos de administração ou estratégia de governo? Nada! É por isso que estamos descendo a ladeira em movimento acelerado há 5 anos.
Ela é tão obtusa e tão desconectada da realidade que nem é capaz de perceber a sua absoluta incapacidade de gestão. Além disso é prepotente e auto-suficiente, portanto não ouve ninguém, entende os acontecimentos da maneira torta que seu raciocínio permite e se põe a tomar decisões erradas com absoluta convicção.
Essa senhora tem que ser impedida de continuar no governo! Ela é um risco enorme e permanente para o país. Está destruindo aceleradamente o futuro da atual geração de jovens adultos egressos ao mercado de trabalho. Está comprometendo 20 anos de nosso desenvolvimento.
E tudo isso vem acompanhado de um falatório sem pé, nem cabeça, que, quando faz algum sentido, é um delírio ou uma mentira.


A continuidade de seu governo vai, cada vez mais, expor o Brasil aos riscos de retrocesso econômico e social. A fuga dos investimentos é uma realidade palpável e, como não temos poupança interna, sem o capital estrangeiro, não há como fazer a economia crescer. Não existe ministro da Fazenda que faça  milagres. Aliás, não entendo o que Joaquim Levy ainda está fazendo nessa pantomima! Se é um economista competente como dizem que é, por que ainda está se sujeitando a conviver com essa camarilha do Planalto e submeter-se a humilhações como já  se submeteu? O que ele ganha com isso?
O que as ratazanas fazem agora, junto com sua chefa, é só tentar salvar esse mandato podre, não se sabe para quê, e que se dane o país inteiro.. Nada de elegante, ou desprendido, ou patriótico, podemos esperar. Eles vão se agarrar aos cargos, como náufragos no pescoço do salva-vidas, com unhas e dentes, sem o menor pudor. Enquanto puderem irão sorver o que ainda lhes resta de benesses. Não sabem pensar de outra maneira. É um caso a ser estudado, de microcefalia política.



domingo, 13 de dezembro de 2015

Um rio que era doce

Dizem que essa barragem que se rompeu era "benchmark". Imagine!
Um problema que se vive hoje nas corporações é essa questão da imagem suplantar a realidade. Muito semelhante ao que acontece nas redes sociais, todos querem ficar "bem na fita". Todos estão permanentemente felizes de trabalhar na corporação. Todos sentem orgulho da empresa. Todos vestem a camisa". Todo mundo está alinhado com os valores da empresa. A linguagem e as atitudes politicamente corretas dominam a vida corporativa e esse é um ambiente no qual é quase impossível ser divergente. Daí os relatórios são todos maravilhosos e quase tudo é "benchmark". Até que a força da realidade se impõe.

Mais cedo ou mais tarde, a realidade sempre vai se impor, por isso o desafio da gestão corporativa atual é conseguir separar o joio do trigo. Um gestor, que não se deixa enganar e que insiste em enfrentar dureza da realidade, ao invés de se acomodar com a tranquilidade da zona de conforto e dos tapinhas nas costas, é sempre um chato! É mal visto pelos subordinados e pelos superiores. Sua carreira termina ali.
Esse tipo de gestor, que deveria ser celebrado pelas empresas como um dos seus mais preciosos ativos, é massacrado pelo grupo que só faz "política" e que quer se livrar dele o mais rápido possível.

Não sei a partir de quando as empresas passaram a adotar esse padrão pausteurizado de administração. Suponho que foi quando os RH's passaram a ser dominados pelo "psicologismo" e pelo relativismo cultural. Assim como os pais foram proibidos de castigar os erros dos filhos, nas grandes corporações passou a ser malvisto apontar erros dos subordinados. O que antes era chamado pelo nome de erro, trabalho mal feito, negligência, passou a ser chamado de "oportunidade de melhoria". Os empregados passaram a ser chamados de "colaboradores", como se o que eles fizessem ali não fosse uma obrigação, uma contrapartida pelo salário que recebem.

Agora tudo, nas empresas, tem que passar por uma avaliação de 360 graus, em que o chefe avalia e é avaliado pelo seu subordinado. Daí institui-se um pacto tácito. O chefe avalia bem o seu funcionário para, em troca, ser em avaliado por ele. Ficam todos bem, ficam todos felizes e garantem o recebimento dos seus bonus anuais. Dá pra levar assim por um bom tempo. Em geral, a primeira consequência é uma certa perda de produtividade, mas as grandes corporações, gigantescas e semi-monopolistas como são hoje em dia, não se ressentem de imediato e continuam fazendo seu lucro e distribuindo seus dividendos conforme o previsto. Até que...uma barragem se rompe e sai lama para todo lado! Literal e figurativamente. E o prejuízo não fica restrito àqueles que auferiram o lucro. O prejuízo é distribuído por toda a sociedade.

Era uma vez um rio que era doce. Agora está amargo. Suas águas tem o gosto de barro, de lama. Esse rio já vinha morrendo por conta do descaso dos governos. Agora recebeu um ataque maciço por conta de um decaso corporativo. Era uma vez um rio que era doce.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Probidade presidencial

Temos visto circular pela mídia e até mesmo saltar da boca de pessoas ditas bem-pensantes, que "em termos pessoais, Dilma é honesta", ou "não há nada pessoalmente contra Dilma", "Dilma não recebeu propina para si". Isso é dito, ou escrito, como se fosse uma virtude da governanta.

Não roubar é um comportamento fundamental de qualquer cidadão e, daqueles que exercem uma função pública, um requisito fundamental! Mas isso não é tudo. Um presidente da República tem que ser probo; e probidade não é apenas não roubar para si. Probidade é não deixar que roubem o dinheiro público, seja para quem for, seja para qual partido for, seja para financiar campanhas políticas, ou simplesmente para rechear a conta bancária do larápio.

Se Dilma recebeu, ou não, dinheiro em sua conta pessoal, aqui ou no exterior, é irrelevante. O que é relevante é que essa senhora esteve sempre envolvida em todos os maiores escândalos de corrupção que ocorreram neste país nos últimos 10 anos. Só para relembrar:
1- Pasadena - a compra da famigerada refinaria em 2008 foi autorizada por ela, então, presidente do Conselho da Petrobras.
2- Cerveró - acusado por ela de ter produzido um relatório "falho", que a teria levado ao erro, foi, entretanto, promovido a diretor financeiro da BR Distribuidora, cargo que ocupou até março de 2014, já em pleno escândalo da Lava Jato.
3- Erenice Guerra - sua secretária, que a substituiu como ministra na Casa Civil, Erenice já se envolveu em pelo menos 2 casos de "malfeitos". O primeiro foi o tráfico de influência que exercia em favor de seu filho lobista. Agora, Erenice é investigada na operação Zelotes. Apesar das suspeitas, Erenice é "membra" do Conselho da Cia. Hidrelétrica do S. Francisco, a CHESF e do Conselho Fiscal do BNDES. Parece piada, mas não é.
4- Pedaladas em 2014 e em 2015 - a maquiagem contábil patrocinada pelo governo Dilma visava camuflar os problemas econômicos que já surgiam em 2014, para garantir a sua eleição. Depois, em 2015, tentou de todas as maneiras constranger o TCU, que lhe apontava os crimes de responsabilidade.
5- Emissão de decretos não numerados abrindo crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional, como requer a Constituição.

O que mais seria preciso para caracterizar a improbidade? Um governante que faz e permite que façam ações dessa ordem pode ser considerado probo, honesto? Só sob um conceito bastante relaxado de honestidade.

Quem quiser defender dona Dilma e seu mandato inútil que a defenda, é um direito de escolha, mas não precisa torcer os fatos e a verdade para fazer essa defesa. Dilma pode ser tudo, mas em suas atividades públicas, quer como ministra, quer como presidenta, demonstrou cabal improbidade, além da incompetência, arrogância e ignorância, mas essas três últimas "qualidades", infelizmente, não são condições impeditivas de se exercer a presidência. Só a improbidade. Mas isso já basta!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Carta na manga

A Carta de Temer já entrou para a história política como a jogada de mestre de quem, querendo sair do governo, sem poder sair (afinal o cargo de vice-presidente é um cargo eletivo e com mandato definido e não fica bem um vice-presidente oposicionista), acabou ficando e saindo.

Ficou porque a elegância e a conveniência política mandam que se preservem as aparências. O vice não pode demonstrar publicamente que está coçando de vontade de sentar-se na cadeira da Presidência. Portanto, tem que manter o ar de distanciamento, de fleugma, mesmo que esteja fervendo por dentro.

Por outro lado, Temer não fez e nem fará um gesto para ajudar Dilma a vencer essa batalha. Por várias, razões. Uma delas é que o PMDB não se esquece que o PT e a Anta quiseram engolí-lo logo no início do primeiro mandato. O objetivo do PT era desidratar o PMDB e usá-lo como massa de manobra apenas para ter os votos que necessitava no Congresso e, ao mesmo tempo, enfraquecer o "aliado" para fortalecer a si mesmo, na sua tentativa de buscar uma hegemonia que lhe garantisse a perpetuação no poder. Em outras palavras, que lhe garantisse a implantação de uma ditadura disfarçada, nos moldes da Bolívia ou da Venezuela. O PMBD não se esquece disso e sabe que o PT não é um aliado confiável.
A segunda razão, pela qual Temer não ajudará Dilma, é que Temer é o vice-presidente. E a única razão de existir o vice-presidente é que ele é quem assume a presidência em caso de vacância por qualquer motivo.

E olha que os vices, no Brasil, tem assumido com muita regularidade, a começar do primeiro. Floriano Peixoto era vice de Deodoro, a quem sucedeu por causa de sua renúncia. Delfim Moreira era vice de Rodrigues Alves, que faleceu antes de tomar posse, de gripe espanhola. Nilo Peçanha era vice de Afonso Pena, a quem sucedeu em virtude da morte do presidente. Café Filho assumiu, por poucos meses, após o suicídio de Getúlio. João Goulart assumiu a presidência com a renúncia de Jânio. Sarney assumiu com a doença e morte de Tancredo. Itamar Franco assumiu com o impeachment de Collor. A lista é grande e tudo indica que vai aumentar.
Portanto essa Carta foi uma bela maneira de dizer adeus à aliança com o PT.  O desgaste não é apenas pessoal. O desgaste político é de todo o partido, que não vai querer, nas eleições de 2016, carregar nas costas o peso da prximidade com o PT. Uma proximidade que já não oferece vantagem alguma ao PMDB, ao contrário, hoje lhe proporciona só desvantagens.
Doravante, Temer vai ficar quieto. O que queria fazer já fez. A carta já provocou as reações desejadas. Seu trabalho agora continua nos bastidores, nas conversas e quem vai atuar no front serão os seus amigos fiéis. Prestemos atenção a eles para entendermos o pensamento e a estratégia de Michel Temer. Dona Dilma agora vai ver como é que um profissional faz política. E os ingênuos não pensem que não há mais cartas na manga, porque ainda existem muitas. Cada uma delas, vai ser jogada a seu tempo.


 







 

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Novidades

Nem sei por onde começar. A pauta política está abarrotada de tantos fatos novos se atropelando, que fica difícil escolher um tema. Vamos portanto a todos, ao mesmo tempo e misturado.

1- Na carta de Michel Temer destaca-se a meu ver uma frase lapidar: Democrata que sou, converso, sim, senhora Presidente, com a oposição. Sempre o fiz, pelos 24 anos que passei no Parlamento.
Essa frase demonstra como é que o PT se relaciona com a oposição. Oposição, para o PT, não é para ser respeitada, é para ser massacrada, extinta. Um partido totalitário tem por ideal extinguir a oposição, como se fez em todos os regimes socialistas, pois a principal característica de uma democracia é a existência da oposição. O exemplo clássico nos vem do berço da democracia moderna, o Reino Unido. No Parlamento britânico há o bloco político do "governo de Sua Majestade" e o da "oposição de Sua Majestade". Michel Temer destaca isso muito bem começando a frase com "democrata, que sou..." como a dizer "democrata, que a senhora não é".

2- O vazamento do conteúdo dessa carta, por si só, é outro fato político da maior relevância. Das duas, uma: ou foi o próprio Temer que a fez  vazar ou foi o Planalto. Se foi o Planalto, tentaram encurralar o Temer (para que desmentisse a carta)  e fizeram mais uma das suas já costumeiras burradas estratégicas. Se foi o próprio Temer, não é preciso dizer que agiu então como uma raposa velha, criando o fato consumado de seu desembarque da aliança governista. Há muito que o presidente do PMDB quer "sair" do governo. Agora parece que achou o caminho.

3- Lula chamou o senador Delcídio de imbecil. Não por tentado obstruir a justiça, mas por ter se deixado gravar de modo tão "primário". Delcídio pode ser mesmo um imbecil, mas o filho de Lula, Luiz Cláudio, é mais do que um imbecil completo. Para tentar engambelar a PF sobre os tais projetos que justificariam os 2,4 milhões que recebeu, o laranja apresentou um plágio, uma colagem de textos tirados da internet! Francamente! Mais primário do que isso é impossível! E agora? O que vai acontecer? Só resta ao ministério público fazer o seu indiciamento e ao juiz Sérgio Moro, julgá-lo. Ou seja, vai dar cadeia pro molusquinho. Será que seu papai vai deixá-lo mofar no xilindró? Ou vai confessar que a propina, recebida na conta da empresa do filhote, era do papai mesmo? Vamos esperar pra ver.



domingo, 6 de dezembro de 2015

Dia 13 de Dezembro

O dia 13 de dezembro tem um significado especial para nós, brasileiros. Nesse dia, há exatos 47 anos, era proclamado o AI-5, Ato Institucional que implantou de vez a ditadura militar no país. Dentre outras coisas, o AI-5 aboliu o instituto do "habeas corpus", impediu o judiciário de apreciar os atos do poder executivo, assim como conferiu ao presidente da República o poder de dissolver o Congresso e legislar em seu lugar.
No próximo dia 13 estaremos fechando um ciclo. A data que marcou o ínicio de uma ditadura de direita talvez seja o dia que venha a marcar o fim de uma tentativa de ditadura de esquerda. Sim, por que o plano do PT era o de se perpetuar no poder. Não consta, em sua cartilha, a alternância de poder como um fator de estabilidade democrática. Ao contrário, esse partido fez de tudo para que jamais viesse a abandonar o poder, incluindo nisso até mesmo uma aliança com a direita e a instituição da corrupção como mecanismo de controle político.
É por isso que petistas de alto coturno, a começar pelo próprio Lula, se dispuseram a beijar publicamente a mão de Maluf, a abraçar a família Sarney, a adular e beneficiar as grandes construtoras, como a Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez. Essa foi a aliança do PT com a direita pragmática, para a qual nada importa, desde que garantam para si as melhores fatias do bolo.
E ainda tem a coragem de chamar de direitistas àqueles que querem restabelecer a plena democracia no país! Pois bem, no dia 13 sairemos às ruas, para dizer ao Congresso que queremos, sim, o impeachment dessa incompetente e corrupta. Os motivos são inúmeros, desde as pedaladas fiscais, às fraudes no processo eleitoral, desde os desvios de dinheiro da Petrobras para a campanha, à má gestão proposital da economia, levando-nos à atual recessão, para garantir a vitória nas urnas. Motivos não faltam e se faltassem, bastaria a vontade popular por absoluta maioria, pois é essa vontade popular que tem que prevalecer quando os representantes desse mesmo povo tomarem as decisões no Congresso.
Se o Congresso não representar o povo, não há razão para existir Congresso. Será que vamos ter que cair em outro AI-5 para os políticos acordarem?  Espero que não.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Parlamentarismo Já!

De vez em quando o Brasil causa espanto mesmo a nós brasileiros, que já devíamos estar acostumados com essa macunaímica nação. É que a gente não se dá conta que tem uma estrutura institucional feita para dar errado e só percebe isso em certos momentos críticos, quando se está na beira do precipicio.
Agora, nesses tempos de Lava Jato, ficam claras algumas situações meio absurdas. Por exemplo: uma só pessoa é a responsável por decidir se o processo de impeachment anda ou não. Essa pessoa, por motivos os mais variáveis, desde os mais responsáveis e patrióticos aos mais inconfessáveis e mesquinhos, pode bloquear todo o processo e contra essa decisão não há apelação possível! É o caso dessa prerrogativa do presidente da Câmara. Esse poder está todo concentrado em suas mãos. E foi usado como moeda de barganha com o poder executivo. Inadmissível que os chefes de ambos os poderes tenham feito uso de uma ferramenta institucional para salvaguardar interesses pessoais.
Outro caso que incomoda é o chefe do poder executivo poder nomear os ministros de um outro poder, no caso, o Supremo. É óbvio, que, mesmo que a nomeação seja ética, e feita nos conformes da lei, ou seja, que se escolha uma pessoa de notável saber jurídico e reputação ilibada, imparcial ela não será. Um presidente só vai nomear para ministro da Suprema Corte alguém com quem tenha afinidade ideológica, para não dizer pessoal. O ministro Lewandowski, por exemplo, exercia advogacia no ABC, tendo sido Secretário de Governo em S.Bernardo do Campo. Sua mâe é pessoa das relações de dona Marisa Letícia. Isso terá influenciado a nomeação? Não se sabe, mas fica a suspeita. Outro caso que causa estranheza é o do ministro Dias Tóffoli, bacharel em Direito, ex-advogado da CUT e do PT, que, sem nenhum título de mestrado ou doutorado, sequer tendo sido aprovado em concurso para juiz, foi alçado à condição de ministro do Supremo por vontade, pura e simples, do presidente da República, um semi-analfabeto. Onde é que está o notório saber jurídico? Notório para quem? Para as hostes do PT? Talvez.
Se, por uma hipótese absurda, alguns membros do STF estivessem envolvidos no conluio para obstruir a Justiça, conforme o senador Delcídio quis fazer crer em sua conversa com Bruno Cerveró, qual seria a solução institucional? Quem os faria perder o mandato e responder pelos seus crimes? O próprio STF (como está estabelecido na Constituição)? O Congresso totalmente desacreditado e cheio de suspeitos? A presidente em vias de perder seu próprio mandato? 
É preciso que a nação por seus representantes assuma a tarefa de reconstruir as bases de nossas instituições, tirando o poder das castas de se nomearem e "punirem" entre si e acabar com essa troca de favores (ou de chantagens) entre os poderes da República. Enquanto essa situação perdurar estaremos em uma democracia incompleta e sujeita a trancos e barrancos todas as vezes em que se instaurar um impasse político. Cada vez mais fica claro que o sistema parlamentarista é uma solução para as democracias modernas.

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