Pois, por ironia do destino e confirmação de nossa índole, o futuro da Lava Jato na Suprema Corte do país está dependendo simplesmente... da sorte ou do azar, dependendo do ponto de vista! O novo relator do processo jurídico mais importante da nossa história será escolhido por sorteio! É espantoso e é muito azar nosso, ou melhor, somos um país projetado para não dar certo.
Um sorteio! É isso que vai definir se o relatório cairá nas mãos de um Lewandowski, ou de um Dias Tóffoli, e não nas de um Celso de Mello ou de um Edson Facchin, ou até mesmo nas mãos de um Gilmar Mendes.
Mas é o regimento do Supremo, dirão alguns! Pois que se exploda o regimento! O que está em jogo é o interesse e o futuro da nação! Se até as Constituições são mudadas ao sabor de interesses, nem sempre confessáveis, por que não se pode mudar um regimento interno de uma instituição?
Somos o país da letra morta! O que está escrito só vale quando o poderoso de plantão quer que valha. Recentemente tivemos um belo exemplo disso quando o então presidente desse mesmo Supremo violentou a Constituição ao fatiar a pena da ex-presidente admitindo que ela retivesse os direitos políticos ao arrepio do texto constitucional. E ficou por isso mesmo! Se alguns dos seus togados colegas teve pruridos, coçou-se em silêncio!
O caso de Renan Calheiros, que também afrontou uma decisão de um ministro dessa mesma Corte, e os demais lhe deram cobertura, com o aval e a "costura" de um acordo vergonhoso, conduzido pela própria presidente da instituição! A mesma presidente que agora vem abanando esse Regimento em nossa direção para dizer que o nosso futuro será decidido por sorteio!
Pelamordedeus, Cármen Lúcia! Tome uma decisão corajosa ao menos uma vez na sua carreira e entre para a história designando um novo relator que seja um ministro sob o qual não pese nenhuma suspeita de parcialidade, a tal da reputação ilibada, lembra-se?
Se cair com Lewandowski, ou com Dias Tóffoli, será a desmoralização Suprema! Esse é o risco ao qual dona Cármen está querendo nos submeter.