sábado, 23 de dezembro de 2017

Reféns de Gilmar Mendes

Gilmar Mendes está desafiando a nação e o próprio poder do qual faz parte. Esse esquece, ou finge esquecer, que todo governo democrático está baseado no consentimento dos governados. É isso que está na Constituição, quando se diz que "todo poder emana do povo". Em suma, é o povo que detém o poder constitucional permanentemente e o exerce através dos seus representantes, até quando quiser ser representado.

Se e quando, o povo concluir que os representantes já não correspondem à sua confiança, acaba-se o governo e tem que se constituir outro. No regime parlamentarista isso fica bem claro, com o voto de desconfiança e a destituição de todo governo que já não represente a vontade popular.

No regime presidencialista é mais difícil aferir essa vontade no intervalo entre as eleições. Mas essa dificuldade não muda a realidade das coisas. Gilmar Mendes está se colocando frontalmente contra a vontade da maioria dos brasileiros. Como dizia antes, ele se esquece que está lá, nessa função, pura e simplesmente pela vontade do povo. Não é direito adquirido, nem direito divino.

Ao perpetrar esse festival de arbitrariedades, travestidas em atos legais, Gilmar Mendes está provocando que alguém, que tenha coragem cívica para tanto, peça o seu impedimento.

A nação não pode ser refém de um ministro do Supremo. A nação não pode ser refém de ninguém!

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

O vampirismo de Lula

O que deve fazer um país com uma entidade deletéria, mas com influência sobre grande parte dos cidadãos e que prega a dissolução do Estado tal como concebido pela sociedade e o extermínio das instituições, em benefício de um projeto pessoal de poder?

Imagine-se um Hitler, ou um Stalin, diante de seus respectivos povos, pregando o que pregaram, mas de antemão esses povos sabendo a qual desastre essa pregação os levaria. O que deveriam fazer? Deixá-los livremente continuar seus planos diabólicos e chorar depois do leite derramado?

Apesar de não ser uma figura comparável a Hitler ou Stálin, o que Lula está fazendo é, guardadas as devidas proporções, a mesma coisa. Ele já demonstrou que não respeita as leis do seu país. Ele acha, ou quer nos fazer crer, que seria uma pessoa excepcional por causa  da sua origem e por isso mesmo estaria acima das leis e das convenções. O que vale para os demais não pode valer para ele, senão é preconceito.

Na verdade, Lula é apenas mais um ladrão que se enfiou na política e a usa para seu benefício próprio. Nem sequer do partido Lula está a serviço. Ao contrário, é o partido que o serve e do partido ele se serve.

Quando isso acabar (e um dia acabará) é que os autênticos e honestos (ainda acredito que haja) partidários da esquerda vão se dar conta do mal que Lula e seu grupo fizeram para o próprio PT. O lulismo destruiu o PT destruindo-lhe a alma. Como é que  depois de tudo o que já veio à tona, até mesmo depois de condenado por corrupção, Lula ainda tem a coragem de subir em um caminhão e dizer as coisas que disse, no Rio, sobre a Petrobras, sobre a Lava Jato e sobre o próprio e sofrido estado do Rio de Janeiro?

Devia ter pudor e vergonha de pisar lá. Devia ter pudor e vergonha de aparecer em público até mesmo em eventos do PT. Devia fazer como Mercadante, que sumiu depois do que se revelou sobre ele. Mas, Lula é esperto demais para isso. A estratégia dele é se manter na mídia, falando pelos cotovelos, lançando-se cada vez mais candidato, para emparedar a decisão dos juízes que irão julgar sua participação nas próximas eleições.

Se a Justiça ceder, Lula será candidato para se blindar. Se a Justiça funcionar, pelo menos, Lula, mais uma vez, posará de vítima (seu papel preferido) das classes dominantes. E azar do seu partido, azar da esquerda que confiou nele. A Lula só importam seus próprios e personalíssimos interesses.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Golpe no foro

O que se podia esperar de Dias Tóffoli? Nada diferente do que se viu ontem na sessão plenária do Supremo.  Dias Tóffoli está apenas sendo o lacaio que sempre foi.
O pedido de vistas a essa altura do julgamento foi golpe no próprio Supremo! Foi uma ação de obstrução ao processo e um golpe na decisão já tomada de reduzir o foro privilegiado aos crimes relacionados ao mandato parlamentar.

Mas o papel de Dias Tóffoli nesse golpe, me parece ser apenas o de menino de recados. Foi escalado para dar a cara a tapa, enquanto os verdadeiros artífices do golpe ficam à sorrelfa (para usar um antiquado termo, bem ao gosto dos homens da capa preta). Esse golpe foi articulado no Planalto, dias antes da sessão. Lá estiveram  Aécio, Gilmar Mendes e o próprio Dias Tóffoli, a convite do vampiro-mor, mas tudo foi apenas uma coincidência, é claro!

A intenção do golpe é que, enquanto dura o pedido de vistas e o resultado final da votação não pode ser proclamado, a Câmara articule a salvação de Temer e dos demais ex-presidentes, indo na direção contrária à decisão do STF. Segurar o processo para que não possa ter aplicação imediata é a moeda com que Temer paga aos parlamentares o favor que lhe fazem, concedendo-lhe o foro especial para depois que sair da presidência. Isso agrada muitíssimo também a um outro ex-presidente, não é? Vamos ver então como votará o PT, paladino da moralidade dos outros, nessa matéria.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Eles contra nós

Nós, brasileiros, estamos exauridos, enojados, cansados dessa atividade pútrida a que dão o nome de política. E, pior, estamos sem esperança, sem expectativas sobre o que ocorrerá daqui pra frente. A classe política foi nos encurralando em um beco sem saída, quando só o que fizeram foi tramar, contra nós, uma escapatória, para eles continuarem impunes e exercendo os seus podres poderes.

A população brasileira está descrente de que as eleições de 2018 irão resolver nossos problemas. Na verdade, a população está descrente de que eleições, quaisquer que sejam, resolvam os nossos problemas. Isso equivale a dizer que a população brasileira já não mais acredita no regime democrático representativo, porque representativo é que esse sistema não é. Portanto, eleições realizadas dentro do mesmo processo viciado irão fatalmente  conduzir ao mesmo resultado desastroso. Está aí a bastante provável reeleição de Renan Calheiros para mais 8 anos de foro privilegiado a demonstrar que o sistema não funciona a nosso favor. Está aí a possível candidatura de Aécio a deputado federal, com boas possibilidades de ser eleito simplesmente por causa do sistema proporcional, com votos dados ao partido e a outros candidatos, os chamados "puxadores de voto". Está aí a candidatura Lula, apesar da condenação - um acinte às leis e à decência - que pode até não ganhar, mas vai provocar agitação e polarização contra a candidatura Bolsonaro. 

Será ótimo para Lula que Bolsonaro se torne seu principal adversário. Bater nele é fácil e assim as mazelas e os crimes de Lula saem do foco da discussão. Afinal, pode-se recriar o mito da candidatura do "bem" contra o "mal", do "progressista" contra o "retrógrado", do "tolerante" contra o "homofóbico", etc, etc.

 É por isso que não sai a reforma política. É por isso que não sai o voto distrital. Do jeito que está, está muito bom para eles.

Agora, já não bastam remendos. O Brasil precisa de uma refundação, que tem que ser feita sem a participação dos bandidos e das organizações criminosas que usurparam o poder. Como é que se faz isso é que é o problema. É por isso que tanta gente hoje clama por uma intervenção militar. É porque sabe que, dentro da classe política tradicional, não se encontra a solução. E sabe ainda que a classe política tradicional vai continuar manobrando pela impunidade e pela continuidade da roubalheira. Sabe que os nossos problemas de segurança, saúde  e educação, desigualdade e desemprego, vão continuar sendo os mesmos, ou - mais provavelmente - vão piorar. O Rio de Janeiro e sua ALERJ estão a nos mostrar aonde chegaremos.

Cada vez fica mais claro que a solução não passa pela repetição do que já não deu certo. Alguma coisa terá que ser feita, fora do sistema atual. Não estou vendo outra saída que não seja a intervenção militar, a não ser a intervenção divina, mas essa está mais difícil.


quarta-feira, 15 de novembro de 2017

República de bananas

No país da piada pronta, hoje comemoramos a proclamação da República. Que República? Sabendo ou não o que fazia, o marechal Deodoro, caquético e doente, a proclamou, mas entre essa proclamação e a realidade vai uma distância enorme.

O fato é que a república, ainda hoje, é um regime que está longe de existir no Brasil.

O regime republicano, por definição, exige que todos os cidadãos, a ele submetidos, sejam iguais perante a Lei. Mas aqui, somos um país de privilégios, cada casta lutando para preservar os seus e conquistar outros mais, pouco se importando com "o resto".

E "o resto" são todos aqueles que não tem condições de conseguir para si, ou para seu grupo, privilégios equivalentes aos dos demais. Ou seja, se alguma parte desse "resto", por algum motivo, consegue chegar ao topo da pirâmide, tudo o que fazem é estender esses privilégios também para si.

Foi o que e viu quando a camarilha do PT chegou ao poder. Em qualquer esfera em que atuaram, desde as primeiras prefeituras conquistadas até a chegada triunfal à presidência da República, o que e viu foi essa camarilha buscar para si os privilégios dos quais seus antecessores ( e adversários) sempre usufruíram. Foi nesse momento que o PT deixou de meter medo no restante da classe política e no empresariado corrupto enganchado há séculos no poder.

Nesse momento, se viu que o discurso deles era só discurso e que tudo o que eles queriam era também uma fatia do bolo, então todo mundo relaxou. Afinal, o bolo dá para todos. O bolo é infinito. Quando acaba, pensam eles, é só recorrer à patuleia e extorquir mais impostos.

Assim também pensava a corte francesa em Versailles, obviamente antes de todo mundo ser levado a apresentar o pescocinho à guilhotina.

E o PT chegou com fome! Tal qual um bando de mendigos invadindo uma loja de doces, o PT se lambuzou todo. Comeu com a boca aberta, destroçou as vitrines, quebrou as taças, jogou farelos para todo lado. Foi por isso que - felizmente para nós - deram com os burros n'água. Foi com tanta sede ao pote, que o pote caiu e quebrou. E, na queda, está arrastando todos os demais.

O maior problema que temos agora é que os demais, que estão sendo arrastados, são profissionais. Eles sabem como fazer as coisas. Não é à toa que tem mantido esses privilégios intocados há séculos. E estão fazendo tudo o que podem para continuar a mantê-los assim. O caso Aécio é o maior exemplo de como a oligarquia reage às ameaças a um de seus membros.

O que temos que fazer, nós, a patuleia, o povo ignaro, é tomar as rédeas do poder e transformar esse país definitivamente na república longamente esperada, ao invés de nos conformarmos em continuar a ser apenas os bananas.

sábado, 11 de novembro de 2017

A morte de um partido

O PSDB morreu. Acabou. O partido foi assassinado pelo seu próprio presidente, Aécio Neves.

Ao tomar a decisão de afastar da presidência interina o senador Tasso Jereissati, Aécio agiu como um chefe mafioso. Tomou posse do partido e automaticamente expulsou da agremiação todo o grupo que lhe faz oposição.

Se o Brasil não fosse o país que é, um senador, pego em gravação pedindo dinheiro a um empreiteiro, já estaria automaticamente fora, não só do partido, mas da política. Entretanto, ao tomar de assalto o comando do partido, o que Aécio está fazendo é entronizar, na agremiação, a gangue que o apoia (a ele Aécio). Nesse caso, em quê o PSDB seria diferente do PMDB?
Vai ficar lá, apoiando o moribundo governo Temer em troca de cargos, exatamente como faz o PMDB. E tentando melar a Lava Jato, exatamente como faz o PMDB.

O PSDB errou, vem errando e muito, mas até então o erro era a eterna indefinição de que lado o partido está. Agora que esse lado ficou claro, o partido não tem mais razão de existir. Para fazer esse papel sujo e fisiológico já há outro partido, que faz até melhor: o PMDB. Não há necessidade, no espectro político, de um PMDB do B.

Os tucanos perdem de longe não só para o PMDB, mas principalmente para o PT. Para começar não tem militância, muito menos fiéis religiosamente ligados ao partido. Não tem também comunicação com o povão. Seus líderes são gente refinada, de salões, com mestrado e doutorado, não sobem em carroceria de caminhão. E quando tentam ser mais "do povo" viram piada inesquecível, como Fernando Henrique, por exemplo, comendo buchada de bode.

O que ainda dava algum crédito ao partido era aparentemente não estar envolvido na corrupção da Petrobras. Isso valeu até que o presidente do partido foi desmascarado. Isso foi um golpe mortal, mas agora esse mesmo presidente aplica-lhe o golpe de misericórdia.

Em 2018, o PT sairá aleijado, mas ainda vivo. Mas o PSDB pode encomendar desde já o caixão.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Ministério da Transparência!!!

Nesse país-da-piada-pronta, existe um "troço", na estrutura de governo, a que se chama Ministério da Transparência. Quá, quá, quá!...
Depois de rir bastante, temos que começar a chorar ao nos depararmos com a triste realidade desse "troço".

Entre suas atividades recentes, diz reportagem da Folha, se incluem a proteção mafiosa a empresas indiciadas pela Lava Jato. Um exemplo transparente de conluio contra o cidadão é o da Engevix. Por 2 anos, o processo administrativo que impediria negócios com o Estado, ficou parado no TCU, por determinação do Ministério da Transparência sob a alegação que a empresa teria proposto um acordo de leniência. E, durante esse tempo, nada aconteceu. Não houve acordo algum, nada foi confessado e o único beneficiado até agora foi a Engevix.

O pior da história e ponto fulcral da piada é que o Ministério da Transparência se recusa a informar quais são as empresas beneficiadas por suspensões idênticas. Alega sigilo!

Por respeito ao cidadão brasileiro, que nessa altura, já virou motivo de chacota internacional, esse ministério deveria ser extinto, ou, na impossibilidade, devido aos comprometimentos do governo Temer com o toma-lá-dá-cá, seu nome deveria ser mudado para Ministério da Opacidade, ou da Ocultação, ou, mais definidor ainda, Ministério do Por-Baixo-dos-Panos.

sábado, 28 de outubro de 2017

Barraco no quintal de dona Cármen

Já estava passando da hora! Até que enfim, alguém peitou Gilmar Mendes. E não foi um joão-ninguém qualquer, foi um de seus colegas, de sua altura, da mesma instituição. O ministro Barroso lavou a nossa alma. Disse o que muita gente desejava dizer àquele poço de prepotência e vaidade, que, infelizmente, ocupa uma das cadeiras da mais alta Corte do país.

Gilmar Mendes é um dos responsáveis pelo crescente descrédito que atinge um dos poderes da República.

A classe política, o legislativo e o executivo já estão desacreditados há muito tempo. O que ainda se salva, em parte, é o poder judiciário, que, entretanto, vem descambando para o mesmo abismo. Se isso permanecer assim, estará estabelecido o desmanche total das instituições do Estado brasileiro.

As instituições - e tudo o que existe no mundo político - não existem simplesmente porque isso esteja escrito, preto no branco, no livrinho da Constituição! As instituições existem porque se acredita nelas e se quer que elas existam e, principalmente, que elas cumpram as suas funções.
Portanto, pela vontade da maioria, expressa de uma maneira ou de outra, elas podem passar a não existir mais. Mas, como não há vácuo no poder, alguma outra coisa virá para substituí-las.

Parece que uma epidemia de insensatez atacou os ocupantes do alto escalão da República. No afã de se salvarem e salvarem os amigos, estão todos flertando com o perigo, pouco se importando com a nação. Seria bom que refletissem um pouco e, pessoas como Gilmar Mendes, parassem de provocar avalanches ao pé da cordilheira.

Seguidores do Blog

No Twitter:

Wikipedia

Resultados da pesquisa