domingo, 27 de maio de 2018

Povo de saco cheio!

Crise de representatividade! Essa é a crise de fundo no panorama político brasileiro. É a mãe de todas as crises. Há muito tempo, nós, cidadãos, deixamos de considerar os agentes políticos como nossos representantes. Votamos neles de algum modo e esquecemos seus nomes logo em seguida, porque sabemos que, tão logo assumam os cargos para os quais foram eleitos,  imediatamente deixarão de representar os nossos interesses.

Essa é a explicação para o crescente número de votos brancos, nulos e abstenções. Na última eleição para presidente, no segundo turno, as abstenções, votos brancos e nulos foram de 38,8 milhões em um total de 142,8 milhões de eleitores (fonte: TSE http://bit.ly/2sdqlzx). Isso representou mais de 27% do eleitorado!

Para senador, as abstenções, nulos e brancos chegaram a 37% do eleitorado (53 milhões), ou seja, o número de pessoas que se recusou a escolher um senador dava para eleger um presidente da República.

Deve-se ter em conta que isso foi em 2014, há 4 longos anos! De lá para cá, o que foi desvelado e escancarado desse mundo político, piorou ainda mais a percepção do eleitorado sobre seus supostos representantes. Dependendo de como decorrerá o ambiente político e quem serão os candidatos às próximas eleições, o número dos que se irão se recusar a escolher um presidente pode ser mais que 50% do eleitorado. Isso significará que o possível eleito não terá mais que 1/4 do apoio dos eleitores. Em outras palavras, estará contra ele 75% da nação.

E aí, como ficamos? Não há lei que preveja o que deve ser feito nesse caso, mas o certo é que terá legitimidade zero, quem for eleito em tais circunstâncias. Já iniciará o governo caindo! Não haverá estabilidade política para ninguém governar assim.

A culpa disso evidentemente é da classe política que esticou a corda da nossa tolerância até o limite do insuportável. Essa nossa resposta será um grande NÃO a tudo o que está aí.

O tempo das mágicas acabou. O povo não tem mais paciência e é por isso que tanta gente pede abertamente pela intervenção militar. É porque o saco encheu mesmo.

sábado, 26 de maio de 2018

A nova estratégia lulista

O recente silêncio de Lula e seus hipnotizados militantes pode ser um bom ou um péssimo sinal. Bom seria se esse silêncio significasse que, finalmente, a turba lulista enlouquecida teria se curvado à realidade e começado a se recolher à insignificância política da qual nunca deveriam ter saído. Mas esperar isso desses fanáticos fundamentalistas é querer demais.

Há um grupelho - cada vez menor, mas ainda assim barulhento - que jamais deixará de exercer essa militância político-religiosa, porque simplesmente não podem fazer isso. Seria admitir que tudo o que fizeram no campo político de sua atuação foi uma nulidade completa. Portanto, deve-se concluir que esse grupelho não está se rendendo à realidade. O que deve estar acontecendo é que estão mudando de tática e de estratégia.

Viram que no grito não ganham, portanto, estão mudando os métodos. Estarão submergindo estratégicamente para que o povo se esqueça deles e de Lula e, quando menos esperarmos, surgirem com Lula livre da cadeia por alguma liminar escalafobética ou mesmo por um indulto presidencial? É possível.

Hoje, Demétrio Magnoli, em sua crônica na Folha levanta a hipótese de que está sendo costurado um acordo entre Lula e Ciro Gomes. Segundo Magnoli, Lula posará de candidato até o último minuto, para impedir que surja no PT alguma alternativa, o que beneficia Ciro. Em seguida, já não sendo possível manter essa candidatura fictícia, e sendo tarde para que o PT lance outro candidato próprio, será declarado o apoio à candidatura de Ciro, que, se e quando eleito, lhe dará o benefício do indulto. Teoria conspiratória? Pode até ser, mas é melhor prestar atenção nisso.

Ciro tem feito um discurso cada vez mais agradável aos ouvidos da esquerda lulista: diz que vai reverter a lei do teto de gastos e reinstalará o controle político na Petrobrás. Com esse discurso reforça-se a candidatura de Bolsonaro, como contraponto. É tudo que todos eles querem. Ciro/Lula querem disputar com Bolsonaro e Bolsonaro quer disputar com Ciro/Lula.

Qualquer possível candidato equilibrado, de centro, liberal-conservador, está fadado a perder e muito possivelmente nem chegue ao segundo turno. Isso seria mais um grande mal que Lula poderia fazer ao país. Mas tudo indica que Lula não está nem aí para o seu próprio partido, muito menos para o país.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Triple A

Na indústria dos games, o Triple A é uma classificação que indica o topo da qualidade. Na classificação das agências de risco é a melhor classificação que pode ser dada a um tomador de empréstimos. E por aí vai.

Como o Brasil é um país criativo temos outros tipos de triple A. O PSDB por exemplo, tem o seu triplo A que vai acabar afundando de vez o partido: Aécio, Azeredo e Alckmin. Aécio jogou fora todo o capital político acumulado na eleição em que quase ganhou da Dilma. Azeredo flutua como um fantasma sobre a sigla. Não é nada, nem candidato a nada, mas foi (ou ainda é?) um cacique importante em um partido de muitos caciques e poucos índios. Alckmin, coitado, continua sendo o picolé de chuchu, sem graça, sem gosto e sem votos. E o partido insiste em apresentá-lo como candidato a presidente, logo quem, na ultima vez em que se candidatou, conseguiu a proeza de ter menos votos no segundo turno do que no primeiro!

Aécio faz parte de outro grupo triplo A. Trata-se agora da investigação da PF em que a academia BodyTech, de Alexandre Accioly, teria lavado propina da Andrade Gutierrez para Aécio. É o triplo A da corrupção.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Cartão corporativo para ex-presidente

O Brasil é um país de coitadinhos. Ao mesmo tempo é um país de bonzinhos. Bonzinhos e coitadinhos se completam.

Não resolvemos a exclusão social, mas gostamos de dar Bolsa-Família. As prisões são masmorras medievais que não reintegram ninguém e são dominadas pelo crime organizado, mas temos progressão de penas. Um condenado a 30 anos, fica só 5 anos em regime fechado, se tiver dinheiro e bons advogados, é claro. Para os demais, a masmorra eterna, muitas vezes sem julgamento.

Não resolvemos o problema da exclusão educacional, mas os menores de 18 anos, não podem ser presos, mesmo que tenham cometido crimes bárbaros, sabendo perfeitamente o que faziam.

Não temos um sistema de saúde universal de qualidade, mas não se pode tocar nos zumbis das cracolândias. Eles tem de ficar ali vegetando, expostos aos riscos de toda espécie e submetidos ao poder dos traficantes, mas seu direito de ir e vir está sendo constitucionalmente respeitado.

Os absurdos continuam por aí afora, atingindo de uma forma ou de outra todas as classes de cidadãos e permeando todas as instâncias da vida civil. Dentre esses absurdos, de repente, descobrimos que ex-presidentes tem direito a cartão corporativo! O do Lula foi cassado agora, quando seus demais "direitos" foram retirados.

Como é que é cara-pálida? É isso! Ex-presidentes tem direito ao uso de cartão corporativo. Ou seja, eles entram no governo, roubam enquanto estão lá, saem a contragosto, mas com aposentadoria garantida e cumulativa com todas as demais que porventura já usufruam e, além dos seguranças, ordenanças (leia-se mordomo particular), motoristas, ainda podem gastar sabe-se lá quanto em um cartão corporativo. O pior é que todos esses penduricalhos não devem estar sujeitos a impostos de natureza alguma. Aposto.

Do mesmo jeito que os auxílios-moradia, auxílios-terno, auxílio-isso, auxílio-aquilo, do judiciário e dos deputados, esses deliciosos penduricalhos não integram a base do salário e não estão sujeitos ao pagamento de imposto de renda.

Já passou o tempo de nós, a patuleia, suportarmos isso calados.  Um dia, esse país terá de virar uma democracia igualitária. Vai demorar, mas vai.


quinta-feira, 10 de maio de 2018

Garantistas da impunidade

Quem mora em outro planeta e escuta a argumentação dos chamados ministros garantistas do Supremo, deve pensar que o Brasil vive sob um regime autocrático. O que querem esses "juízes" com sua argumentação?

Dizem propugnar pelo devido processo legal e até importam um anglicismo para isso ("due legal process"), deixando, nesse caso, o tradicional latinismo de lado, apesar de o nosso direito (infelizmente, digo eu) não seguir o modelo saxão
Mas, quem seria contra o "due legal process" a não ser um ditador empedernido?  Até mesmo nos governos teocráticos islâmicos, há um devido processo legal a ser seguido, o que por si só não significa nada. E, especificamente no caso da Lava Jato, há ou houve algum caso em que o devido processo legal não tenha sido obedecido?

Outro argumento usado por eles é que defenderiam o integral direito de defesa. Novamente, quem, em algum regime democrático, seria contra o direito de defesa do acusado? Há que se notar porém que o direito de defesa não se pode confundir com obstrução de justiça. Esse direito visa garantir que nenhum inocente seja considerado culpado, o que seria uma injustiça contra uma pessoa, uma falha no processo judiciário. Mas jamais poderia servir como válvula de escape para culpados se eximirem de sua prestação de contas, o que seria uma injustiça contra todos os demais cidadãos observantes da lei.

A Constituição brasileira e o corpo do direito no Brasil permite até que o acusado minta em seu favor. Ora, se uma pessoa é inocente do que lhe acusam, não precisa mentir; aliás, basta dizer a verdade, a verdade é o seu verdadeiro escudo de defesa. Se precisa mentir é porque tem algo a esconder dos seus julgadores e, por óbvio, isso não pode ser algo legítimo ou legal. Mas está lá na Constituição e não necessitamos de juízes "garantistas" para fazer prevalecer esse direito.

Também dizem os garantistas estarem atentos à obtenção ilegal de provas. Aqui cabe uma discussão filosófica. À parte a questão legal da obtenção, a questão principal, factual, é se são provas ou não.  Se alguém grava ilegalmente um vídeo em que um assassino estrangula sua vítima, a prova, por ilegal, deixa de ser prova? Altera o fato concreto? No caso da obtenção de provas por meios ilegais, seria o caso até de se punir quem ilegalmente agiu na sua obtenção, mas não punir a sociedade inteira anulando uma prova concreta de criminalidade. Os advogados dos bandidos são hábeis em usar esse pretexto para livrar o seu cliente da condenação, mesmo que o fato criminoso esteja alí, visível e provado à exaustão.
Obviamente, para que fique claro, provas obtidas sob tortura não são provas, por definição.

Outro ponto defendido pelos garantistas é a questão da presunção de inocência. "Todo cidadão é inocente até prova em contrário", reza a Constituição e a Declaração dos Direitos do Homem.
De novo, ninguém estaria contra essa afirmação em nenhum regime democrático. Mas, uma vez julgado dentro do devido processo legal, tendo tido  amplo direito de defesa, um cidadão, ainda assim, sofre uma condenação, deixa de ser presumidamente inocente e passa a ser presumidamente culpado.

Claro que lhe cabe o direito de apelar a uma instância revisora, mas o condenado somente recupera o direito de ser presumidamente inocente, se houver a reversão da sentença condenatória e somente após essa reversão.
Isso significa fazer valer, dar eficácia, à sentença judicial, seja em que estágio for. Caso contrário o que se tem nas instâncias inferiores não é julgamento, nem sentença, mas apenas uma "opinião".

Quando, portanto, os juízes autodenominados garantistas fazem todo aquele teatro em suposta defesa da liberdade, na verdade estão defendendo é a impunidade. Esse é o principal motivo de termos chegado ao estado de barbárie que chegamos.

domingo, 6 de maio de 2018

Progressão de pena a jato

O país está acabando e tem gente fazendo força pra isso. Essa segunda gangue, digo, segunda turma do Supremo está preparando um forte pontapé no traseiro de todos nós, em direção ao abismo. Há a suspeita de que eles concederão prisão domiciliar ao bandido de nove dedos, o chefa da quadrilha, o capo dei tutti i capi.

Se isso acontecer, mais uma vez fica estatelado na cara de todos os brasileiros, que somos realmente um país de castas. Tivesse a esquerda um mínimo de honestidade intelectual e ideológica, deveriam ser os primeiros a recusar privilégios. O que se vê na "vida real" é que são os primeiros a clamar, a reivindicar, por eles.

Se há que se conceder um benefício extraordinário ao Lula, qual seja, um regime de progressão de pena instantâneo, por que aos demais apenados não se concede o mesmo benefício?

Ou será que há um medinho escondido aí? Medo da vingança do capo mafioso? Ou medo de o capo entregar coisas cabeludonas dos bastidores dos podres poderes, incluindo aí, obviamente, os bastidores do poder judiciário?

Um presidente da República sabe de muita coisa e, especialmente, sabe de muita tramóia. Como é que se indicam os ministros do Supremo, por exemplo? Quais são as barganhas acertadas entre as partes? Quais e de que tamanho são os rabos que se deixam presos na gavetas, como garantia de que os "acordos" serão cumpridos?

Essas e muitas outras perguntas passarão pela cabeça dos brasileiros, eternos pagadores das contas dos outros, se mais esse golpe nas instituições for perpetrado pelos senhores ministros. Já não basta o golpe que deram, sob o comando de Lewandowski, alterando na marra o texto constitucional, para deixar a Dilma livre para disputar eleições. Daqui a pouco, livram o Lula não só da cadeia, mas o liberam para concorrer de novo à presidência.

Eles gostam de brincar com fogo. Ou então, não tem alternativa. Vá saber!

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