segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Natal

Natal era antigamente! Fazia mais frio, chovia mais, a gente era mais feliz, acreditava em Papai Noel e, como dizia Fernando Pessoa, todos ainda estavam vivos!

É isso que fazia o Natal tão especial, aquele Natal que ainda estamos procurando por ele, no fundo do baú das nossas memórias. E lá está, envelhecido mas intacto, cheio de estrelas, de pingentes coloridos, de sorrisos, de paz, de carinho, de amor!

É esse o Natal pelo qual ansiamos e queremos reviver! No entanto é tão fácil! Ele está aqui, ao nosso lado, na lembrança dos nossos queridos que já se foram, mas que estão presentes nos olhos vivazes dos nossos filhos. Ele está aqui nas nossas caixinhas de presentes que desembrulhamos com os amigos a dizer a eles: eu te amo! Ele está aqui no calor da mão carinhosa que aperta a nossa e nos transmite o seu calor!

O Natal não se foi. Não irá nunca, mesmo que não faça tanto frio, mesmo que não chova tanto, ou chova muito mais. Mesmo que o olhar do pai, ou da mãe, tenha que ser procurado no olhar do filho ou da filha. Está tudo junto e misturado, nesse fenômeno que se chama Vida e que renasce a cada ano, a cada mês, a cada dia, quando está presente o Amor.

Feliz Natal a todos que compartilham conosco a alegria da amizade.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Vergonhas nacionais

Não sei se falo do Lewandowski ou da cadelinha do Carrefour, bárbaramente assassinada. Acho melhor falar da cadela, pois Lewandowski é caso perdido de vergonha nacional.

A cadelinha do Carrefour de Osasco foi mais uma vítima da estupidez humana. Agimos como se fôssemos os donos do universo e tudo estivesse à nossa disposição, inclusive a vida de outros seres. E quando falamos de animais, automaticamente nos excluímos da categoria, como se fôssemos ETs vindo não se sabe de onde.

Esquecemos que somos macacos e de uma espécie muito perigosa para as demais. Quando se encontram, um macaco humano e outro animal, a chance de esse outro animal sofrer danos é enorme. Estão aí, para provar essa tese, as matanças de elefantes para extrair o marfim ou para simplesmente posar para fotografias, como fez o ex-rei da Espanha, Juan Carlos em época recente.

Alguns vão dizer que não é bem assim, que amamos os nossos pets. Gatos e cães chegam a ser tratados melhor que muitos outros seres humanos. Verdade, mas isso não quer dizer que somos bonzinhos com os animais em geral. Muita gente neurótica com seu cãozinho é capaz de maltratar ou negligenciar uma criança por exemplo. Estou misturando de propósito as categorias, incluindo humanos e demais  animais no mesmo grupo, o que é apenas a verdade biológica.

E, nas estatísticas, também está tudo misturado, pois fica comprovado que quase sempre quem agride animais, frequentemente é o mesmo agressor da mulher e dos filhos. A constituição psíquica é a mesma, a do covarde que tenta compensar seu sentimento de inferioridade, sobrepondo-se fisicamente aos mais fracos. Seus alvos são aqueles que certamente não conseguirão enfrentá-lo de igual para igual. Daí as crianças, as mulheres e os animais domésticos serem as suas vítimas preferenciais.
Nessa mesma categoria estão os patrões que abusam de seus empregados, sem falar no assédio.

A propósito desse tema, voltemos ao Lewandowski. O que fez ele? Usou de um poder que não é dele, mas da República, e com isso intimidou e fez calar uma voz que o incomodava. 

Por essas e por outras, é que cada vez mais o povo se volta para os militares em busca de uma proteção que já não encontra nas outras instituições. Lewandowski com esse comportamento somente comprovou que, na pessoa de certos ministros, o Supremo é, sim, uma vergonha!

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Geleia geral (2)

Como acontece frequentemente, os artistas tem uma visão que, muitas vezes, antecipa o futuro. Assim, o conceito da geleia geral, como descrição da meleca cultural na qual vivemos agora, foi, de certo modo, antecipado pelos tropicalistas.

Como chegamos a isso? Como involuímos da bossa nova para o rap, do conceito de pátria ao conceito de mátria (conforme Caetano), aquela de tetas inesgotáveis, a vaca profana (de novo, Caetano) dos nossos dias?  Da língua de Camões, para a língua dos surfistas?

Acho que a resposta é simples. Segundo C. G. Jung, a civilização é apenas uma camada de verniz muito tênue aplicada em cima de um brutal substrato bárbaro e animal e que, por qualquer motivo, ou descuido, à barbárie retornamos num piscar de olhos. Basta ir a um jogo qualquer em um estádio para comprová-lo! Por qualquer motivo, o grupo, supostamente civilizado, se transforma rapidamente em uma horda de vândalos.

Manter as conquistas civilizatórias exige muito esforço e um grande dispêndio de energia. Isso se chama EDUCAÇÃO! O processo educativo é um processo anti-entrópico e portanto exige esforço e investimento permanente de energia para se manter. Em outras palavras, é muito mais fácil destruir que construir; o caos se instala por si só, basta não fazermos nada.

Sociedades, porém, que estejam em risco, quer por falta de alimentos, ou por estarem submetidas a ditaduras ou ao crime organizado, não dispõem de recursos para investir na educação. Nessas sociedades, a regressão à barbárie se dá em poucos anos, ou meses. Mesmo em sociedades que aparentemente conseguem manter um certo padrão civilizado, como é o caso do Brasil, formam-se bolsões de barbárie localizados em áreas onde o Estado não esteja presente.

A linguagem, ou a deterioração dela, acaba por ser o sinal mais evidente dessa regressão. O vocabulário decai, a sintaxe simplifica-se, a possibilidade de nuances de expressão ou de pensamento desaparece.

É nesse contexto que se instala a geleia geral: uma mistura amórfica de conceitos misturados, ouvidos aqui e ali, retalhos culturais costurados aleatoriamente e sem qualquer projeto. Se daí sairá algo que preste, só o tempo dirá.  Tomando como exemplo a música popular brasileira, sabemos que involuímos da bossa nova para a tropicália, daí para o rock made in Brasil, depois para o hip-hop, o rap e chegamos à Jojô Toddynho: "Que tiro foi esse, viado? Quer causar, a gente causa. Quer sambar, a gente pisa. Quer causar a gente causa; quem olha o nosso bonde pira."


sábado, 17 de novembro de 2018

Geleia geral

Nos anos 70, o movimento tropicalista lançou o conceito de que vivíamos no Brasil, um ambiente cultural mistureba, ao qual Torquato Neto chamou Geleia Geral (nome de uma de suas composições).

O conceito não era, em si, depreciativo, até porque a Tropicália pretendia ser uma continuação do Modernismo e seu movimento antropofágico. Caetano está para Tarsila do Amaral, assim como Manuel Bandeira está para Tom Zé.

O movimento antropofágico defendia que o Brasil absorveria tudo o que vinha de fora, devorava tudo sem qualquer critério ou distinção, e depois devolvia esse material reciclado e transformado em cultura brasileira. Continuando desse ponto, esse material cultural reciclado seria designado como Geleia Geral.

Essa, a definição por excelência, do que a cultura passou a ser no Brasil: uma geleia geral. Antes disso, predominava a cultura "alienígena". Estudávamos latim no colégio, líamos os "clássicos", falávamos empolado nos salões e nas ocasiões oficiais. Ninguém entendia (menos ainda entende agora) as letras dos nossos hinos. "Ouviram do Ipiranga as margens plácidas, de um povo heróico o brado retumbante" era a frase-terror dos alunos de análise sintática! Onde está o sujeito? E o objeto direto? Quando não era isso, era Camões!

Pois bem, nos anos 70 passamos a viver as reformas do ensino e, pouco a pouco, a geleia geral foi se introduzindo sorrateiramente no currículo escolar e hoje nos damos conta de que os jovens não precisam ir à escola para aprender coisa alguma. Se forem à escola para absorver essa geleia, é pura perda de tempo e de dinheiro. Eles já vem com ela e, possivelmente, terão mais a transmitir à escola do que a escola a eles. A geleia geral está em toda parte e, principalmente, na internet e nas redes sociais.

Ninguém sabe, nem quer saber, quem foi Camões, mas todos sabem o nome do rapper da hora. Ninguém lê mais de 3 parágrafos, nem tem tempo e paciência nem mesmo para um vídeo de mais de 3 minutos.

De repente, nos perguntamos: isso é bom ou ruim? Como foi que isso aconteceu? O que nos levou a isso e aonde isso nos levará?

Respostas (ou melhor, hipóteses) vejam nos próximos capítulos.

domingo, 11 de novembro de 2018

O verdadeiro Golpe

Golpe, quem deu, na semana passada, foi o quase ex-senador Eunício Oliveira, conjuminado com o presidente do Supremo, Dias Tóffoli. Isso, sim ,foi golpe! Um golpe contra a nação brasileira!

Em um momento crucial da vida nacional, o país lutando para sair de uma grave crise, com um índice de desemprego ainda estratosférico, vem esse sujeitinho ensebado, com cabelo de glicerina e unhas bem tratadas, que tem apenas mais 2 meses de mandato pela frente, já que perdeu fragorosamente a eleição, perpetrar esse golpe parlamentar que levará o Tesouro Nacional a dispender mais de 4 bilhões de reais por ano de acréscimo nas despesas para pagar esse aumento dado ao judiciário!

Francamente, isso é caso de alta traição. Nem sequer legitimidade tem esse senhor e os senadores que o apoiaram para pôr em pauta tal votação. Não foi reeleito e a legislatura termina em 2 meses. Ainda mais, o efeito que isso causará nos cofres públicos somente será sentido pela nação, a partir do próximo mandato presidencial. Será mais uma dificuldade que o governo Bolsonaro terá que enfrentar.

Por que Tóffoli tramou isso agora com Eunício? Porque todos sabem que a partir do dia 01 de janeiro as coisas mudam no país e a chance de uma proposta dessas ser aprovada na próxima legislatura é quase zero! A ministra Cármen Lúcia já havia dito que não encaminharia essa proposta, que não seria o momento adequado. Mas Tóffoli assumiu em Setembro e fez a gracinha. Até aí, apesar de anti-patriótica, dá para entender a motivação corporativista dele. Mas, qual seria a do Eunício? Teria havido algum acordo por baixo dos panos? Eunício, perde agora o foro privilegiado. Quer ficar bem com o judiciário?Chegamos a esse ponto?

Resta apelar ao senso de responsabilidade de Temer e esperar que ele vete esse aumento. E Eunício Oliveira não perde por esperar.

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

O simbolismo da campanha Bolsonaro

Tenho lido nos jornais, artigos de pessoas idôneas, sem comprometimento ideológico, espantadas com o que aconteceu no país.

Ainda não conseguiram entender o fenômeno Bolsonaro. Agora já admitem que não foi uma vitória do fascismo, nem de uma possível ditadura; admitem que as minorias serão respeitadas conforme as leis e a Constituição exigem. Portanto, o voto em Bolsonaro não foi, e nem poderia ser, um cheque em branco, nem foi apoio a um suposto vale-tudo.

Até porque, nem o presidente eleito, nem seu vice, nem ninguém de sua equipe, postularam isso. A campanha foi feita em cima de temas que são caros ao cidadão comum. E é apenas o cumprimento das promessas de campanha,o que o povo espera. Nada mais, nada menos.

Portanto, não dá para entender o espanto dessas mentes privilegiadas. O que a maioria do povo, o cidadão comum que faz supermercado, pega ônibus, enfrenta o trânsito, trabalha, quer? Quer apenas viver em paz. Quer ter trabalho, quer ter segurança para andar nas ruas, quer ter um sistema de educação condigno para seus filhos. Quer criar sua família com seus valores morais, sem interferência do Estado. Quer professar a religião de sua escolha, ou nenhuma religião, também sem interferência do poder público.

E, sobretudo, NÃO QUER continuar a carregar nas costas um governo e um sistema político corruptos e perdulários.

Bolsonaro sintetiza tudo isso que a maioria quer. E passa credibilidade, porque é sincero, não faz jogo político, não fala para agradar ao interlocutor, mesmo que suas opiniões pessoais sejam politicamente incorretas.

Assustados, esses articulistas, sem mais nada o que dizer, derramam  interrogações sobre a possibilidade de se concretizarem essas promessas, que são a esperança da nação. Fiquem tranquilos, o povo foi quem fez a campanha e  foi o povo que votou em si mesmo. E vai ser o povo que realizará essas expectativas. Bolsonaro é, antes de mais nada, um símbolo, como um líder deve ser.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

De poste em poste

Finalmente! Até que enfim acabou a campanha eleitoral mais longa da história brasileira. Lula já era candidato desde o final de 2010, quando saiu do cargo, deixando em seu trono, reservado para si no futuro, o primeiro poste.

Pretendia voltar coberto de glória em 2015, mas o poste criou vida própria e o impediu. Depois do impeachment, mesmo com a ameaça de ir para a cadeia, lançou-se candidato permanente até ser impedido pela Justiça eleitoral, quando cedeu lugar ao segundo poste.

Agora, felizmente, estamos livres desse fantasma. Vão chorar, espernear, gritar aos 4 ventos que o fascismo e a extrema-direita venceram no Brasil, mas estarão fora do poder. As oligarquias nordestinas (também em processo de dissolução cadavérica) sabem muito bem que as máfias não sobrevivem sem o "pudê". Alguns clãs ainda restam, mas são os últimos remanescentes dessa velha política.

O povo tomou o poder nas mãos. As redes sociais libertaram o indivíduo da tutela da mídia. Hoje cada um pesquisa por si o que quer ler ou assistir. Sejam notícias falsas ou verdadeiras, cada um escolhe livremente o que quer ver e em quê quer acreditar. O "big data" tem essa vantagem: aceita todo e qualquer lixo, mas depura-o e, ao fim e ao cabo, não resta nenhuma fantasia de pé, ou melhor, só resta aquela na qual alguém queira acreditar.

Caciques já não mandam, nem "fazem a cabeça" de ninguém. Aqueles políticos e seus partidos que não compreenderem isso, vão ficar a ver navios. O caso Alckmin foi emblemático. Prócer de um partido tradicional desde a redemocratização, com capilaridade em todo o território nacional, tendo ungido já um presidente e vários governadores de Estados importantes, com o maior fundo partidário e o maior tempo de televisão, conseguiu mirrados 4% dos votos.

Dessa eleição histórica, o PT saiu esfacelado, mas o PSDB simplesmente acabou. O PT ainda é um partido nordestino, mas o PSDB não tem mais território. A eleição de João Dória em São Paulo e Eduardo Leite no Rio Grande do Sul, não mudam esse quadro. Aliás, ou Dória vai mudar de partido, ou mudar o partido. O grão-tucanato já não tem mais poder de decisão.

Quanto ao PT, vão se recolher ao nordeste por mais 4 anos e continuar falando para os seus nichos, nas universidades públicas, na choradeira do meio artístico e nos rincões mais atrasados do país. Isso até que, se Bolsonaro fizer o governo que está prometendo, o nordeste também seja redimido dessa praga, que só se sustenta na miséria e no subdesenvolvimento.

sábado, 27 de outubro de 2018

As pesquisas

Era previsível as pequisas Datafolha e Ibope apresentarem, na reta final, os votos em Bolsonaro caindo e os do Haddad subindo. Isso é mais uma fake news.
Nada me convence que, a esta altura do segundo turno, eleitores que iam votar no Bolsonaro tenham resolvido votar no poste do Lula! Não dá!

Mas as pesquisas, pouco se incomodando com a falta de credibilidade a que se submeterão, continuam a fazer o jogo sujo da esquerda, criando uma hipotética virada para influenciar principalmente os indecisos e aqueles que estão dispostos a anular o voto ou votar em branco.

A se considerar as pesquisas Datafolha e Ibope, Dilma teria sido eleita senadora por MG. Ficou em quarto lugar. O segundo turno para eleição do governador seria disputado entre Anastasia e Pimentel, com Anastasia em primeiro lugar. O resultado foi que Pimentel nem passou para o segundo turno e Anastasia foi superado por Zema, até então, um  ilustre desconhecido dos mineiros.

Diante desse quadro, só nos resta refugiarmo-nos no Instituto Paraná, que foi  quem mais acertou no primeiro turno.

Mas a grande pesquisa, a única que vale, será feita amanhã, o dia em que devemos marcar como o dia do fim do lulo-petismo. A nação brasileira, que já começou a depurar a política no primeiro turno,vai acabar de enterrar as pretensões hegemônicas e totalitárias do PT amanhã.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

O fenômeno Bolsonaro

Bolsonaro é um fenômeno político e social. O príncipe dos sociólogos deve estar se remoendo, pois nenhuma das decantadas teorias sócio-políticas previu a ocorrência desse fenômeno.
Só que, sem serem sociólogos, qualquer butequeiro ou motorista de táxi (e todos tem o meu respeito) já sabia:  os tucanos falharam em sua principal e, talvez, única virtude, que seria deter o PT, acabar com a farra do PT com o dinheiro público, impedir a hegemonia autoritária do PT.

O PSDB se esquivou dessa tarefa muitas vezes. Principiou no mensalão. Durante todo o processo não se ouviu um pio da ave emplumada. Nada. Parecia que estavam em outro planeta.
Agora sabemos por quê. É que o alto tucanato estava também envolvido nas mesmíssimas maracutaias e não podia atirar, nem a primeira, nem a última pedra. Tudo terminou com a publicação do diálogo gravado entre Aécio e Wesley da JBS. A partir daí o PSDB perdeu de vez seus eleitores, que migraram para onde? Não seria para o PT.

Surgiu então um deputado meio tosco, do baixo clero, um não-intelectual, que condensava em seu discurso algumas besteiras, mas também e principalmente uma mensagem clara de repúdio a tudo o que essa esquerda fez ao país. E mais, esse deputado tinha dois trunfos inegáveis: não estava envolvido em corrupção e transmite sinceridade no que diz. É um político diferente desses da velha política, que escapam pela tangente às perguntas difíceis. Bolsonaro não.  Bolsonaro responde. E responde sinceramente, o que lhe deu às vezes algumas dores de cabeça e o fez dizer coisas insensatas, das quais pode ter se arrependido, ou que tenha dado munição aos seus adversários. Mas não importa, o que fica é a imagem de alguém que pensa e fala o que pensa, mas que é capaz de ter humildade para rever posições e admitir que não domina certos áreas. E nem poderia.

Não é um demiurgo, feito o Lula. Bolsonaro é o anti-Lula. E por isso vai ganhar essa eleição. E o PSDB, que recusou a si mesmo esse papel, desaparecerá da cena política brasileira. Foi a inércia do PSDB que criou o fenômeno Bolsonaro. Talvez para o melhor, esperamos e confiamos.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Petismo com Xampu

O PSDB afinal se revelou ser um partido sem espinha dorsal. Fazia um contraponto ao PT, mas tudo era apenas questão de poder. Ideologicamente, ambos a mesma bosta.

Os dois estão no mesmo espectro, o da chamada esquerda brasileira. A diferença é que o PSDB é mais bonitinho, mais asseadinho, mais burguesinho, ou seja, um tucano nada mais é que um petista com xampu.

Sim, porque os petistas, fundamentalistas que são, podem ser reconhecidos de longe, pela cara enraivecida, pelas barbas e cabelos sebentos, pelas roupas de um movimento hippie anacrônico, pelas sandálias! Homens, mulheres e demais gêneros são vistos em nichos "culturais" ou em repartições públicas, seu habitat preferido, quando não nos bancos das universidades fazendo uma eterna graduação ou uma "pós".

Já os tucanos gostam de ser vistos como intelectuais finos, alguns admitem até o figurino neo-liberal, que de liberal não tem nada. FHC é seu líder máximo! Mas qual a contribuição que esse líder deu ao Brasil em tempos de lava jato? Uma defesa envergonhada, talvez porque soubesse das falcatruas em que seus próceres (Aécio à frente) estavam metidos.

Ambos, PSDB e PT estiveram no governo. Em conjunto foram 22 anos! Uma geração inteira, nasceu e cresceu sem conhecer outra gente no governo. E hoje nos deparamos com esse assalto à nação, que atingiu o paroxismo no governo petista, mas já era prática corrente nos governos anteriores. O PSDB nada fez para mudar essa prática e ainda hoje só faz ajudar o Brasil andar para trás.

Essa última cartinha de FHC foi um vexame! Conclamar os demais grupos políticos, incluindo o centrão para tomar mais uma vez o poder foi demais. E não se ouviu uma palavra dos tucanos sobre o atentado político ao candidato Bolsonaro!

O lado bom é que os tucanos tiraram as penas de uma vez e perderam o rumo. Já não representam mais uma força política. Acabaram-se como seu candidato, que está se desmilinguindo em praça pública e não sabe se corre para esquerda ou pra direita.

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Facada fatal

Dessa vez, erraram a mão.

Essa facada, que visava tirar da cena política, o candidato que realmente representa uma ameaça às pretensões totalitárias da esquerda, acabou sendo fatal para a própria esquerda.

Foi fatal porque expôs, inequivocamente, a toda a nação, com quem é que estamos lidando; expôs a verdadeira face cruenta dessa monstruosidade política que se chama esquerdismo, mas nada mais é do que uma organização criminosa para a qual não há limites éticos.

Agora, muitos dos que tinham dúvidas, que achavam que os crimes, atribuídos ao PT e comparsas, seriam apenas teorias conspiratórias, caíram na real. No brilho daquela lâmina, atrevidamente sacada no meio de uma multidão, ficou claro que estamos em guerra! E que eles estão dispostos a tudo!

Celso Daniel, a  primeira vítima emblemática, foi morto de emboscada, à noite, em local ermo. O tempo se passou, o PT abocanhou o poder e a sensação de intocabilidade e impunidade permanece, apesar de seu chefe estar trancafiado em Curitiba. Mas, tal como, os chefes de facções, de lá, de trás das grades, ele continua a dar as cartas e a mover as peças do xadrez político.

A partir dessa constatação, temos que mudar a estratégia. Não dá para fazer experiências, não dá para ser romântico e dá para votar em um candidato cujas ideias melhor se afinam com as nossas porque o risco é grande.

Essa facada no Bolsonaro não atingiu o objetivo imediato e a primeira consequência foi aumentar-lhe os índices de intenção de voto e diminuir o seu índice de rejeição. Mas lembremo-nos que Zé Dirceu está solto e nada me convence que não haja seu dedo nessa tentativa de assassinato. A mente diabólica desse ex-guerrilheiro não pára de urdir planos de poder. Caso a esquerda consiga enfiar um assecla seu na disputa do segundo turno, estaremos perdidos. O Brasil vai virar um campo de batalha.

A jararaca tem que ser abatida de um só golpe, no primeiro turno. Não se pode dar-lhe a chance de contra-ataque. Portanto, não é hora de preciosismo, de escolher o candidato ideal. Temos que escolher o candidato possível que derrote o PT e os demais candidatos da OrCrim.



quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Nação de mendigos

Ninguém está suficientemente treinado para sobreviver a essa calamidade que atende pelo nome de Brasil. O incêndio no Museu Nacional é apenas uma ponta do iceberg de desmandos, incúria, má fé, prevaricação, corrupção e roubalheira pura e simples, que se abateu sobre a administração pública.

Todas as mazelas que vivemos no país são consequência dessa mesma causa.

Historicamente, nunca fomos um país com cidadania plena, nem temos muita noção de coisa pública. A mistura entre o público e o privado sempre foi um dos motivos para o interesse de aproveitadores em ocupar posições importantes na estrutura do Estado, mas no passado havia ainda algum pudor, alguma simulação de respeito ao público e ao país, e isso limitava a ação desses predadores. Aqueles que não conseguiam manter a aura de probidade eram normalmente execrados publicamente e sobreviviam na política às custas de sua clientela a cujos interesses atendiam quando se tornava necessário atender.

Haviam figuras populistas, que se tornaram folclóricas, como Adhemar de Barros, Waldomiro Lobo, Benedito Valadares, Tenório Cavalcanti... Mas mesmo assim eram uma minoria. E corrupto mesmo, dessa turma, só o Adhemar, com quem passou a ser identificado o mote: "rouba, mas faz".

Com a redemocratização, aos poucos, o espaço público foi sendo dominado por espertalhões que acabaram por se tornar a liderança política, sem a qual não se faz nada, não se aprova um projeto. Temer e sua camarilha do MDB não estão lá por acaso, foram levados de andor pelo PT. E o MBD foi parte do governo e apoiador de todos os presidentes desde o fim da ditadura militar, não interessando o espectro ideológico. E isso ocorreu porque todos os partidos tradicionais sempre procuraram o apoio do MDB, que nunca se negou a isso, claro, mas, como qualquer prostituta, desde que lhe pagassem o preço pedido.

Hoje sabemos qual foi o preço. E seguindo o mesmo caminho, outros partidos também passaram a vender seu apoio.
FHC pode ter inaugurado esse estilo de governar com a votação da emenda constitucional da re-eleição, mas Lula e seu partido fizeram disso uma obra de arte. Roubaram à vontade, mas usaram, como ainda usam, a justificativa da "causa política que não se curva à moral burguesa", a "defesa dos pobres" como remissão de todos os pecados. É por isso que, enquanto Aécio se encolhe e se esconde, Lula continua bravateando uma candidatura à presidência.

Realmente, o incêndio que destruiu o Museu Nacional pode ser uma metáfora do Brasil. A organização criminosa conseguiu dominar a administração pública e transformar um país, que poderia ser rico e pujante, em uma nação de mendigos.





quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Palhaçada!

A defesa de Lula e o PT estão colocando a Justiça brasileira contra a parede. O cara já foi condenado, está cumprindo pena e comporta-se como um coronel manda-chuva que não se submete às leis e às decisões do Estado.

O pior é que o Estado, sob o poder Judiciário, deixa-se levar a essa situação ridícula. Em qualquer outro país, um condenado preso, sequer se atreveria a candidatar-se, nem mesmo a síndico, quanto mais ao cargo de presidente do seu país. Aqui, toda essa palhaçada é levada a sério.

O problema é que o poder judiciário no Brasil parece que foi criado para não agir, para não exercer seu poder contra o poderosos. Nessa classe se incluem os muito ricos e os que possuem poder político.

Apesar de preso, Lula continua sendo um intocável. Ao ser decretada sua prisão, ele ainda teve o privilégio de fazer um comício e decidir quando e como se entregaria à Justiça. Recebeu uma cela especial, até com banheiro privativo. Recebe visitas constantes de seus correligionários e culmina, agora,  com a inscrição de sua candidatura, aceita pela Justiça Eleitoral.

Será impugnada, pelo bem e pela preservação de um mínimo de legalidade no país, mas só pelo fato de a inscrição ter sido aceita, isso demonstra o quanto o poder Judiciário se ajoelha diante do caudilho.

O que deveria ter sido feito é a Justiça eleitoral ter recusado a inscrição, pelo simples fato de que Lula é um condenado em cumprimento de pena. Bastaria isso. Como não fez o que devia, agora a Justiça tem que se submeter a essa palhaçada sem fim.

domingo, 5 de agosto de 2018

Martha não está morta!

Martha Suplicy resolveu abandonar a vida pública, ou melhor, a vida partidária. Foi a melhor decisão que tomou nos últimos 30 anos! A psicóloga e psicanalista Martha Suplicy tem uma contribuição muito melhor a dar ao seu país do que a Martha Suplicy política, petista ou peemedebista.

Martha é uma lutadora pela igualdade de direitos da mulher e pelo respeito à diversidade de orientação sexual há muito tempo. Esse importante papel, entretanto, foi abandonado por conta das atividades político-partidárias que exerceu e dos cargos que ocupou.

Acredito que sua opção política tenha sido sincera, embora errada. Todos erramos! A maior parte dos eleitores brasileiros elegeu o PT para governar o país por 14 anos e só há pouco se deu conta que isso foi um erro. Martha também se deu conta e saiu do partido que ajudara a fundar. Mas foi para um partido ainda pior, no meu ponto de vista.

Agora parece que casou-se, pelo visto. Ou a ficha caiu de vez e ela concluiu que deveria voltar para a atividade da qual  não deveria ter saído. Espero que ainda possa dar sua contribuição ao processo civilizatório deste país, lutando pelo reconhecimento legítimo de valores liberais, tai como a igualdade de todos perante a Lei e o direito de plena cidadania das minorias, quaisquer que sejam.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Bem feito!

Estou achando ótimo o golpe rasteiro que Lula deu em Ciro Gomes! Pelo menos agora, o palhaço-coronel vai aprender o que é se aliar ao Lula e ao PT. Essa esquerda ridícula, que resolveu passar por cima de todos os crimes cometidos pelo caudilho, para dar-lhe um apoio supra-partidário em nome de um "projeto social", agora está vendo como se comporta um capo mafioso.
De uma vezada só, Lula tirou da reta o bocó do Ciro, a neta do Miguel Arraes e o Márcio Lacerda.

Marília Arraes agora promete briga, mas está sem cacife para tal, pois não tem outra razão para a briga a não ser o ressentimento explícito. Mas ressentimento não resolve nada na política.

O outro que ficou a ver navios é o Márcio Lacerda que achava que seria o candidato de seu partido (PSB) ao governo de Minas, mas que agora terá que apoiar ou ficar neutro diante da candidatura do Fernando Pimentel.

Não devia ser novidade para eles, afinal é assim que sempre se comportou o PT, sempre alinhado com seus próprios interesses acima de tudo. E, ainda mais, os interesses do PT sempre se confundiram com os interesses de Lula, tal como em Cuba ou na União Soviética, onde os interesses do Partido Comunista sempre foram indistinguíveis dos interesses do caudilho de plantão.

A esquerda não tem um projeto de país, a esquerda tem um projeto de poder, não interessa como, não interessa às custas de quem, ou de quê.

terça-feira, 31 de julho de 2018

Greve de fome socialista

No Brasil até greve de fome é desmoralizada. A incansável tchurma do PT resolveu criar mais um factoide, convocando 5 gatos pingados do MST para fazerem uma "greve de fome" em frente ao STF pela libertação de Lula.
Esses atos em defesa do presidiário estão, como Neymar na Copa, ficando cada vez mais ridículos.

Esse movimento chama a atenção não só pelo ridículo, mas por outros detalhes em questão. O principal deles foi destacado pelo  "O Antagonista" que é a terceirização da greve de fome. Nenhum cacique, nem mesmo o chefe do MST, Pedro Stédile, participa dessa greve. Eles tem a quem terceirizar e são muito importantes para se submeterem a esse desconforto e correrem esse "risco".

Ao contrário de Gandhi, o grande líder político indiano, que não pedia a ninguém para fazer greve de fome em seu nome, os daqui são mais espertos. Eles terceirizam.

Queria ver a Gleisi Hoffmann, o Lindbergh, a Jacyra Feghali e o próprio Stédile, quem sabe até o Chico Buarque, o Martinho da Vila, macilentos e desgrenhados depois de uma semana sem comer. Isso, sim, daria manchetes mundiais.

O próprio Lula deveria ser o primeiro a fazer a greve de fome, até porque isso se coaduna perfeitamente com o novo Lula, o Lula-Zen, que faz meditação e acalma as pessoas que conversam com ele, segundo declarou a monja Coen, que o visitou, mas também não quis entrar para o grupo do jejum.

Faço a maior campanha para que Lula adira à greve de fome, afinal  a liberdade que se pleiteia é a dele; e, sendo o maior interessado, nada mais justo que faça também o maior sacrifício.

O que não é justo e até anti-socialista é pegar uns pobres coitados, que não significam nada do ponto de vista histórico e político, e explorá-los obrigando-os a correr esse risco de vida em prol do Chefe. Nada mais selvagemente capitalista. Se a greve for mesmo para valer eles morrerão certamente, pois Lula não será libertado por esse motivo. Mas, como estamos habituados com a igualdade comunista, sabemos que todos somos iguais, só que  alguns são sempre mais iguais que os outros.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Terceiro-mundismo

A França, merecidamente, ganhou a Copa. O que se viu, porém, de saques e depredação foi vergonhoso para um país que se diz civilizado e que pertence ao invejado primeiro-mundo.

Jovens encapuzados invadiram lojas nos Champs Eliséés e sairam com garrafas de vinho e champagne. Ou seja, não foi protesto (aliás nem poderia ser), nem fome, nem, porventura, uma excepcional sede. Foi pura e simplesmente um ato de vandalismo, de desrespeito ao patrimônio alheio, digno dos piores momentos do terceiro-mundo. Foi um ato de quem não recebeu suficiente educação de modo a lhe impor um super-ego que o impedisse de agir apenas por instinto. Foi um ato infantil, de quem não conhece limites, do "eu quero eu pego".

Dá o que pensar que isso tenha acontecido em um país como a França. E não foi só em Paris. Isso ocorreu em todo o país. Ao todo, cerca de 292 pessoas foram presas por saques e vandalismo. Quem são essas pessoas? A mídia não descreveu o seu perfil. Por outro lado, mais indigno ainda foram as agressões sexuais denunciadas por muitas mulheres no Twitter, conforme manchete do Le Figaro.

Posso estar enganado, mas nunca soube de vandalismo, saques e agressões contra mulheres quando somos nós, brasileiros, a comemorar um título da Copa. Nesse ponto cabe a interrogação: será que somos mais civilizados, ou os franceses é que decaíram?

sexta-feira, 29 de junho de 2018

A Orcrim está ganhando a Copa

O Brasil se classificou! Todo mundo deve estar muito feliz! Afinal Copa do mundo é o assunto mais importante do país. Que se dane a bolsa em queda, o dólar nos píncaros, a economia patinando há 3 anos e o desemprego estacionado na casa dos 12 milhões. O importante é ganhar a Copa!

Pois bem. Aos trancos e barrancos passamos às oitavas de final ganhando da Sérvia, esse fenômeno do futebol. E agora teremos mais um período em que o humor nacional oscilará da mais profunda depressão à euforia tresloucada!
Dá o que pensar! Freud escreveria tratados sobre esse fenômeno, de um povo vilipendiado pelos seus governantes e que não reage a isso, mas canaliza toda a sua energia para um simples jogo de futebol, como se disso dependesse sua vida, seu bem estar, o bem estar de seus filhos, a prosperidade da nação.

Não estou negando o valor do esporte, mas há que se ter a devida proporção das coisas. A seleção brasileira pode ganhar ou perder e isso não alterará em nada a vida das pessoas. Portanto, torçamos, vibremos, mas acabada a partida, vamos cuidar das nossas vidas. Há muitas coisas importantes e urgentes a serem feitas no Brasil. Ainda há solução, mas é preciso que dediquemos nossa atenção, nossa vigilância e nossa cobrança, não ao cabelo ou aos gols do Neymar, mas à organização criminosa que atua em Brasília e que não está descansando no seu intento de vencer a nação.

domingo, 27 de maio de 2018

Povo de saco cheio!

Crise de representatividade! Essa é a crise de fundo no panorama político brasileiro. É a mãe de todas as crises. Há muito tempo, nós, cidadãos, deixamos de considerar os agentes políticos como nossos representantes. Votamos neles de algum modo e esquecemos seus nomes logo em seguida, porque sabemos que, tão logo assumam os cargos para os quais foram eleitos,  imediatamente deixarão de representar os nossos interesses.

Essa é a explicação para o crescente número de votos brancos, nulos e abstenções. Na última eleição para presidente, no segundo turno, as abstenções, votos brancos e nulos foram de 38,8 milhões em um total de 142,8 milhões de eleitores (fonte: TSE http://bit.ly/2sdqlzx). Isso representou mais de 27% do eleitorado!

Para senador, as abstenções, nulos e brancos chegaram a 37% do eleitorado (53 milhões), ou seja, o número de pessoas que se recusou a escolher um senador dava para eleger um presidente da República.

Deve-se ter em conta que isso foi em 2014, há 4 longos anos! De lá para cá, o que foi desvelado e escancarado desse mundo político, piorou ainda mais a percepção do eleitorado sobre seus supostos representantes. Dependendo de como decorrerá o ambiente político e quem serão os candidatos às próximas eleições, o número dos que se irão se recusar a escolher um presidente pode ser mais que 50% do eleitorado. Isso significará que o possível eleito não terá mais que 1/4 do apoio dos eleitores. Em outras palavras, estará contra ele 75% da nação.

E aí, como ficamos? Não há lei que preveja o que deve ser feito nesse caso, mas o certo é que terá legitimidade zero, quem for eleito em tais circunstâncias. Já iniciará o governo caindo! Não haverá estabilidade política para ninguém governar assim.

A culpa disso evidentemente é da classe política que esticou a corda da nossa tolerância até o limite do insuportável. Essa nossa resposta será um grande NÃO a tudo o que está aí.

O tempo das mágicas acabou. O povo não tem mais paciência e é por isso que tanta gente pede abertamente pela intervenção militar. É porque o saco encheu mesmo.

sábado, 26 de maio de 2018

A nova estratégia lulista

O recente silêncio de Lula e seus hipnotizados militantes pode ser um bom ou um péssimo sinal. Bom seria se esse silêncio significasse que, finalmente, a turba lulista enlouquecida teria se curvado à realidade e começado a se recolher à insignificância política da qual nunca deveriam ter saído. Mas esperar isso desses fanáticos fundamentalistas é querer demais.

Há um grupelho - cada vez menor, mas ainda assim barulhento - que jamais deixará de exercer essa militância político-religiosa, porque simplesmente não podem fazer isso. Seria admitir que tudo o que fizeram no campo político de sua atuação foi uma nulidade completa. Portanto, deve-se concluir que esse grupelho não está se rendendo à realidade. O que deve estar acontecendo é que estão mudando de tática e de estratégia.

Viram que no grito não ganham, portanto, estão mudando os métodos. Estarão submergindo estratégicamente para que o povo se esqueça deles e de Lula e, quando menos esperarmos, surgirem com Lula livre da cadeia por alguma liminar escalafobética ou mesmo por um indulto presidencial? É possível.

Hoje, Demétrio Magnoli, em sua crônica na Folha levanta a hipótese de que está sendo costurado um acordo entre Lula e Ciro Gomes. Segundo Magnoli, Lula posará de candidato até o último minuto, para impedir que surja no PT alguma alternativa, o que beneficia Ciro. Em seguida, já não sendo possível manter essa candidatura fictícia, e sendo tarde para que o PT lance outro candidato próprio, será declarado o apoio à candidatura de Ciro, que, se e quando eleito, lhe dará o benefício do indulto. Teoria conspiratória? Pode até ser, mas é melhor prestar atenção nisso.

Ciro tem feito um discurso cada vez mais agradável aos ouvidos da esquerda lulista: diz que vai reverter a lei do teto de gastos e reinstalará o controle político na Petrobrás. Com esse discurso reforça-se a candidatura de Bolsonaro, como contraponto. É tudo que todos eles querem. Ciro/Lula querem disputar com Bolsonaro e Bolsonaro quer disputar com Ciro/Lula.

Qualquer possível candidato equilibrado, de centro, liberal-conservador, está fadado a perder e muito possivelmente nem chegue ao segundo turno. Isso seria mais um grande mal que Lula poderia fazer ao país. Mas tudo indica que Lula não está nem aí para o seu próprio partido, muito menos para o país.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Triple A

Na indústria dos games, o Triple A é uma classificação que indica o topo da qualidade. Na classificação das agências de risco é a melhor classificação que pode ser dada a um tomador de empréstimos. E por aí vai.

Como o Brasil é um país criativo temos outros tipos de triple A. O PSDB por exemplo, tem o seu triplo A que vai acabar afundando de vez o partido: Aécio, Azeredo e Alckmin. Aécio jogou fora todo o capital político acumulado na eleição em que quase ganhou da Dilma. Azeredo flutua como um fantasma sobre a sigla. Não é nada, nem candidato a nada, mas foi (ou ainda é?) um cacique importante em um partido de muitos caciques e poucos índios. Alckmin, coitado, continua sendo o picolé de chuchu, sem graça, sem gosto e sem votos. E o partido insiste em apresentá-lo como candidato a presidente, logo quem, na ultima vez em que se candidatou, conseguiu a proeza de ter menos votos no segundo turno do que no primeiro!

Aécio faz parte de outro grupo triplo A. Trata-se agora da investigação da PF em que a academia BodyTech, de Alexandre Accioly, teria lavado propina da Andrade Gutierrez para Aécio. É o triplo A da corrupção.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Cartão corporativo para ex-presidente

O Brasil é um país de coitadinhos. Ao mesmo tempo é um país de bonzinhos. Bonzinhos e coitadinhos se completam.

Não resolvemos a exclusão social, mas gostamos de dar Bolsa-Família. As prisões são masmorras medievais que não reintegram ninguém e são dominadas pelo crime organizado, mas temos progressão de penas. Um condenado a 30 anos, fica só 5 anos em regime fechado, se tiver dinheiro e bons advogados, é claro. Para os demais, a masmorra eterna, muitas vezes sem julgamento.

Não resolvemos o problema da exclusão educacional, mas os menores de 18 anos, não podem ser presos, mesmo que tenham cometido crimes bárbaros, sabendo perfeitamente o que faziam.

Não temos um sistema de saúde universal de qualidade, mas não se pode tocar nos zumbis das cracolândias. Eles tem de ficar ali vegetando, expostos aos riscos de toda espécie e submetidos ao poder dos traficantes, mas seu direito de ir e vir está sendo constitucionalmente respeitado.

Os absurdos continuam por aí afora, atingindo de uma forma ou de outra todas as classes de cidadãos e permeando todas as instâncias da vida civil. Dentre esses absurdos, de repente, descobrimos que ex-presidentes tem direito a cartão corporativo! O do Lula foi cassado agora, quando seus demais "direitos" foram retirados.

Como é que é cara-pálida? É isso! Ex-presidentes tem direito ao uso de cartão corporativo. Ou seja, eles entram no governo, roubam enquanto estão lá, saem a contragosto, mas com aposentadoria garantida e cumulativa com todas as demais que porventura já usufruam e, além dos seguranças, ordenanças (leia-se mordomo particular), motoristas, ainda podem gastar sabe-se lá quanto em um cartão corporativo. O pior é que todos esses penduricalhos não devem estar sujeitos a impostos de natureza alguma. Aposto.

Do mesmo jeito que os auxílios-moradia, auxílios-terno, auxílio-isso, auxílio-aquilo, do judiciário e dos deputados, esses deliciosos penduricalhos não integram a base do salário e não estão sujeitos ao pagamento de imposto de renda.

Já passou o tempo de nós, a patuleia, suportarmos isso calados.  Um dia, esse país terá de virar uma democracia igualitária. Vai demorar, mas vai.


quinta-feira, 10 de maio de 2018

Garantistas da impunidade

Quem mora em outro planeta e escuta a argumentação dos chamados ministros garantistas do Supremo, deve pensar que o Brasil vive sob um regime autocrático. O que querem esses "juízes" com sua argumentação?

Dizem propugnar pelo devido processo legal e até importam um anglicismo para isso ("due legal process"), deixando, nesse caso, o tradicional latinismo de lado, apesar de o nosso direito (infelizmente, digo eu) não seguir o modelo saxão
Mas, quem seria contra o "due legal process" a não ser um ditador empedernido?  Até mesmo nos governos teocráticos islâmicos, há um devido processo legal a ser seguido, o que por si só não significa nada. E, especificamente no caso da Lava Jato, há ou houve algum caso em que o devido processo legal não tenha sido obedecido?

Outro argumento usado por eles é que defenderiam o integral direito de defesa. Novamente, quem, em algum regime democrático, seria contra o direito de defesa do acusado? Há que se notar porém que o direito de defesa não se pode confundir com obstrução de justiça. Esse direito visa garantir que nenhum inocente seja considerado culpado, o que seria uma injustiça contra uma pessoa, uma falha no processo judiciário. Mas jamais poderia servir como válvula de escape para culpados se eximirem de sua prestação de contas, o que seria uma injustiça contra todos os demais cidadãos observantes da lei.

A Constituição brasileira e o corpo do direito no Brasil permite até que o acusado minta em seu favor. Ora, se uma pessoa é inocente do que lhe acusam, não precisa mentir; aliás, basta dizer a verdade, a verdade é o seu verdadeiro escudo de defesa. Se precisa mentir é porque tem algo a esconder dos seus julgadores e, por óbvio, isso não pode ser algo legítimo ou legal. Mas está lá na Constituição e não necessitamos de juízes "garantistas" para fazer prevalecer esse direito.

Também dizem os garantistas estarem atentos à obtenção ilegal de provas. Aqui cabe uma discussão filosófica. À parte a questão legal da obtenção, a questão principal, factual, é se são provas ou não.  Se alguém grava ilegalmente um vídeo em que um assassino estrangula sua vítima, a prova, por ilegal, deixa de ser prova? Altera o fato concreto? No caso da obtenção de provas por meios ilegais, seria o caso até de se punir quem ilegalmente agiu na sua obtenção, mas não punir a sociedade inteira anulando uma prova concreta de criminalidade. Os advogados dos bandidos são hábeis em usar esse pretexto para livrar o seu cliente da condenação, mesmo que o fato criminoso esteja alí, visível e provado à exaustão.
Obviamente, para que fique claro, provas obtidas sob tortura não são provas, por definição.

Outro ponto defendido pelos garantistas é a questão da presunção de inocência. "Todo cidadão é inocente até prova em contrário", reza a Constituição e a Declaração dos Direitos do Homem.
De novo, ninguém estaria contra essa afirmação em nenhum regime democrático. Mas, uma vez julgado dentro do devido processo legal, tendo tido  amplo direito de defesa, um cidadão, ainda assim, sofre uma condenação, deixa de ser presumidamente inocente e passa a ser presumidamente culpado.

Claro que lhe cabe o direito de apelar a uma instância revisora, mas o condenado somente recupera o direito de ser presumidamente inocente, se houver a reversão da sentença condenatória e somente após essa reversão.
Isso significa fazer valer, dar eficácia, à sentença judicial, seja em que estágio for. Caso contrário o que se tem nas instâncias inferiores não é julgamento, nem sentença, mas apenas uma "opinião".

Quando, portanto, os juízes autodenominados garantistas fazem todo aquele teatro em suposta defesa da liberdade, na verdade estão defendendo é a impunidade. Esse é o principal motivo de termos chegado ao estado de barbárie que chegamos.

domingo, 6 de maio de 2018

Progressão de pena a jato

O país está acabando e tem gente fazendo força pra isso. Essa segunda gangue, digo, segunda turma do Supremo está preparando um forte pontapé no traseiro de todos nós, em direção ao abismo. Há a suspeita de que eles concederão prisão domiciliar ao bandido de nove dedos, o chefa da quadrilha, o capo dei tutti i capi.

Se isso acontecer, mais uma vez fica estatelado na cara de todos os brasileiros, que somos realmente um país de castas. Tivesse a esquerda um mínimo de honestidade intelectual e ideológica, deveriam ser os primeiros a recusar privilégios. O que se vê na "vida real" é que são os primeiros a clamar, a reivindicar, por eles.

Se há que se conceder um benefício extraordinário ao Lula, qual seja, um regime de progressão de pena instantâneo, por que aos demais apenados não se concede o mesmo benefício?

Ou será que há um medinho escondido aí? Medo da vingança do capo mafioso? Ou medo de o capo entregar coisas cabeludonas dos bastidores dos podres poderes, incluindo aí, obviamente, os bastidores do poder judiciário?

Um presidente da República sabe de muita coisa e, especialmente, sabe de muita tramóia. Como é que se indicam os ministros do Supremo, por exemplo? Quais são as barganhas acertadas entre as partes? Quais e de que tamanho são os rabos que se deixam presos na gavetas, como garantia de que os "acordos" serão cumpridos?

Essas e muitas outras perguntas passarão pela cabeça dos brasileiros, eternos pagadores das contas dos outros, se mais esse golpe nas instituições for perpetrado pelos senhores ministros. Já não basta o golpe que deram, sob o comando de Lewandowski, alterando na marra o texto constitucional, para deixar a Dilma livre para disputar eleições. Daqui a pouco, livram o Lula não só da cadeia, mas o liberam para concorrer de novo à presidência.

Eles gostam de brincar com fogo. Ou então, não tem alternativa. Vá saber!

sexta-feira, 27 de abril de 2018

País de ladrões

Na semana passada, tive um  vidro do carro quebrado para roubarem uma mochila que estava no porta-malas. Nessa mesma sexta, quase no mesmo horário, vencia o prazo, condescendentemente concedido pelo juiz Sérgio Moro, para que um ladrão, que esteve ocupando a presidência da República, se entregasse à Justiça. São dois extremos de um mesmo fenômeno: somos um país de ladrões?!

Com certeza, boa parte do povo brasileiro não é, mas vale a pena refletirmos sobre o que  faz com que, na nossa cultura, esteja tão disseminado esse desrespeito ao direito do outro, à propriedade do outro, à vida do outro.

Valores morais e civilizatórios se adquirem em casa, no berço. Uma parte do nosso povo não tem a minima condição de viver com dignidade; nesse ambiente e nessa situação, a adoção de valores morais e civilizatórios soa mais como piada. Mas isso não explica tudo. Isso não explica porque alguém que ,por exemplo, frequente uma academia de classe média alta, tenha que trancar todos os seus pertences com cadeado. E, se não o fizer, com bastante probabilidade será roubado. Isso significa que o ato de furtar não tem sanção interna, o superego o ignora. E o superego é formado pela sanção cultural. É a cultura onde você foi criado e na qual vive que determina os padrões morais de seu comportamento, o que é certo e o que é errado.

A cultura brasileira, muito bem retratada e representada pela cultura carioca, sempre foi permissiva, leniente com as "espertezas". Alguns sociólogos de araque chegaram até a justificar essa permissividade como uma reação das "classes exploradas ao controle das classes dominantes".  Roubar e enganar o outro, desrespeitar o espaço publico, seria uma forma de rebelião contra a "exploração capitalista".

Pois é, deu no que deu. As prisões superlotadas, a marginalidade crescendo exponencialmente, as classes exploradas sendo mais que exploradas, escravizadas, pela nova classe dominante delas: o crime organizado do tráfico; e a violência assustadoramente crescente. 

Nada acontece por acaso. O assassinato da vereadora Marielle Franco, não importa se quem a matou seja das milícias ou do tráfico, esse assassinato, repito, é mais uma consequência de tudo isso. É mais uma consequência da nossa tolerância com as infrações, com o desrespeito às regras.

Daí a chegarmos ao quadro político que chegamos foi apenas uma questão de tempo. Que lugar ou posição seria melhor para os delinquentes ocuparem se não uma posição de poder? De controle da máquina e do dinheiro público? Esse afã de ser eleito e reeleito nada tem a ver com a vontade de servir. Tem a ver coma vontade de se servir, ou como dizia o Pe. Antônio Vieira a respeito dos administradores públicos: "eles não querem o nosso bem, eles querem os nossos bens".




quarta-feira, 18 de abril de 2018

O Brejo

Há pouco tempo, Cora Rónai escreveu uma crônica excepcional a
que deu o título "A caminho do Brejo" e, na qual, explicitava os motivos pelos quais o Brasil estava indo pro Brejo.

Pois bem, já não estamos mais indo pro Brejo, já chegamos nele e estamos nos atolando rapidamente. A deterioração do país é visível e perceptível dia a dia. O Rio de Janeiro, por exemplo, está sob intervenção e, nem mesmo assim, a segurança melhora. Ao contrário, parece que, desde que se decretou a intervenção, o crime organizado resolveu enfrentar o aparato estatal-militar e dizer: aqui não! Aqui é nosso território e vocês não mandam.

O paquidérmico estado brasileiro nem de longe consegue enfrentar essas milícias e "comandos" do tráfico. O assassinato da vereadora Marielle foi uma resposta brutal, um recado direto às autoridades, a mostrar que o crime organizado na base da pirâmide social está se tornando incontrolável. E isso acontece porque o crime organizado no topo da pirâmide social extrapolou todos os limites.

A impunidade tolerada até agora pela sociedade brasileira nos levou a isso. Ficamos imprensados entre o crime organizado de baixo e o de cima. Além disso e também por conta disso, as instituições estão se esboroando, ruindo de modo espetacular. Já nenhum dos 3 poderes é mais respeitado no país.O parlamento é considerado um covil de ladrões, o executivo é apenas uma extensão dele e agora o Supremo passou a ser visto pela população como mais um coadjuvante nessa ópera macabra que se transformou a vida política da nação.

Nesse momento, muitos se voltam para as forças armadas! Mas o que podem fazer as forças armadas subordinadas a esse executivo degenerado e corrupto? Só existe uma possibilidade de as forças armadas representarem uma salvação: é não se submeterem mais ao poder executivo. Isso significa golpe, não há outra definição.

Outra possibilidade é afundarmos nesse brejo até a desagregação social. Em outras palavras, até a anarquia e a selvageria. Estamos entre 2 opções muito difíceis.

sábado, 7 de abril de 2018

Finalmente

Finalmente, cumpriu-se a Justiça! Nunca antes na história deste país um ex-presidente da República foi preso em consequência de crimes comuns cometidos durante e depois do exercício do cargo.
Isso é uma demonstração de que as coisas estão mudando. Menos rapidamente do que gostaríamos, mas estão mudando. 
Em 500 anos de história acostumamo-nos à descrença de que poderosos pagariam por seus crimes.
Pela ação e destemor de jovens juízes e procuradores, o Brasil dá o primeiro passo em direção a uma república de fato.
Resta a nós, nas próximas eleições, nos livrar do que resta de entulho atrasado e corrupto ainda na vida pública.

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Lula lá

Estou apostando que Lula não vai se entregar em Curitiba. Isso não coaduna com seu papel, sua máscara política. Lula tem que continuar apostando na narrativa do nordestino pobre, operário, que chegou "lá" e que, por causa dessa afronta às elites, foi perseguido até chegar à prisão.

A espetacularização midiática de sua prisão hoje, é tudo o que ele quer, ou melhor, é tudo o que lhe resta. E ele vai se aproveitar desse ensejo até o último momento.
Por isso, vai ficar no bunker do Sindicato, cercado dos "cumpanhêro" e será preso lá, com direito a fotos e capas em todas as mídias. Esse será o espetáculo!

A triste e prosaica verdade porém é que um reles chefete de uma organização criminosa, que mentiu para seus eleitores durante décadas, foi finalmente alcançado pela Justiça e será trancafiado numa cela (até com muitas mordomias para o meu gosto) de prisão.

Assim é que acaba uma biografia de quem poderia ter sido, não um mito, mas um líder político verdadeiro e que poderia ter mudado o seu país, mas que preferiu se render às antes demonizadas elites, às mordomias, ao luxo proporcionado pelo dinheiro fácil, obtido às custas do sacrifício das classes sociais que dizia defender.

Lula foi comprado pelo poder econômico e aderiu a ele com muita vontade e muita alegria. Tranquilo, porque se sabia blindado pelo partido e pelos adoradores de mitos. Certo da impunidade porque em sua megalomania se achava acima das leis e acima do bem e do mal.

A ficha ainda não caiu e vai demorar para cair. Afinal foram tantos anos de endeusamento que não se despe dessa fantasia assim, de uma hora para a outra. Mas não é nada que um bom período da cadeia, não acabe por trazer à realidade. Finalmente, veremos Lula lá.

Supremo machismo

Foi interessante observar  como reagiram os ministros do Supremo, Lewandowski e Marco Aurélio, indignados com os votos de suas colegas. Interromperam-nas, agrediram-nas verbalmente, só faltaram mandá-las calar a boca ou irem pra casa lavar pratos.

Discordaram dos votos, mas esqueceram-se dos rapapés corteses com que costumam brindar seus colegas homens. Aliás, quanto a esses, mesmo expondo opiniões e votos em desacordo com o desejo e o interesse da dupla, mesmo seguindo na mesma linha de raciocínio das ministras, tiveram suas falas menos interrompidas e mais silenciosamente respeitadas.

Marco Aurélio chegou até a dizer que Rosa Weber votara como votou por ser inexperiente. Ao que ela respondeu, bem respondido, que tem 42 anos de magistratura e que quem acompanha sua trajetória sabe que ela vota dessa forma e que não se afasta dos seus princípios, sendo um deles, o respeito à colegialidade. Coisa que, digo eu, nem Marco Aurélio, nem Lewandowski, nem Gilmar Mendes parecem respeitar.

Aliás, esse trio, parece querer ditar normas no Supremo a seus colegas. Só não perceberam que a realidade mudou. Já houve tempo em que os conchavos de gabinete definiam os votos das turmas e do plenário. Hoje os novos ministros demonstram estar muito mais sintonizados com as ruas e o clamor público.
 Tem gente que não gosta. Diz que a Corte tem que se manter infensa a pressões externas. Balela! O STF nunca foi imune a essas pressões. Só que, antes, elas vinham de dentro do arcabouço institucional e dos escritórios de advocacia remunerados a peso de ouro.

Isso foi um dos fatores que nos levaram a situação atual. Essa Corte, supostamente impermeável à pressão, foi que permitiu a impunidade neste país até chegar ao ponto que chegou. A garantia da impunidade, reforçada pelo foro privilegiado, obviamente estimulou, estimula e estimulará, a ação deletéria daqueles que querem se apropriar do Estado em benefício próprio.

Há que dizer também, e ninguém diz, que essa impunidade interessa obviamente aos escritórios de advocacia, remunerados com o mesmo dinheiro surrupiado do Estado. Escritórios esses, muitas vezes pertencentes a membros do próprio Supremo. Ou seja, tudo faz parte do Mecanismo que subtrai do povo o retorno devido pelos impostos pagos.

A postura machista de Lewandowski e Marco Aurélio, representa os últimos estertores de um tempo, que, esperamos, esteja cada vez mais ficando no passado.





terça-feira, 3 de abril de 2018

Vale tudo?

No decorrer desses últimos anos, várias vezes nos dissemos que o Brasil estaria em uma encruzilhada institucional, que, dependendo do que acontecesse, o país andaria para frente ou para trás. Dessa vez, entretanto, a situação chegou ao paroxismo entre essas duas possibilidades.

Estamos diante de um Estado dominado pelo crime organizado versus uma sociedade civil indefesa. O que resta de idoneidade nas instituições estará em teste amanhã. Ou temos uma Justiça que funciona e funciona para todos, ou a justiça que temos está também cooptada pelo crime. Nesse caso, que Deus nos acuda.

Se a Justiça estiver cooptada, acabou o que restava de civilidade na vida brasileira. A barbárie já está instalada entre nós. Estamos acostumados a viver em sobressalto sob a ameça de a violência irromper em nossas vidas a qualquer momento, mas, ainda que só formalmente, as instituições existem e mais ou menos funcionam.

Se a Justiça se ajoelhar, nada mais resta de esperança de podermos recuperar uma vida normal em sociedade, a não ser o Poder Militar. Esse será a última cidadela da população indefesa e, mesmo esse, temos duvidas se conseguirá restabelecer alguma normalidade a curto prazo.

A decisão se vamos para a barbárie ou para a civilização será amanhã e está nas mãos do Poder Judiciário.

terça-feira, 27 de março de 2018

A cólera das Legiões

A história deveria ser revista e analisada pelos agentes políticos a título de aprendizado para suas ações presentes e futuras. Afinal, não há big data maior, nem mais importante, do que os eventos históricos havidos desde que o Homo sapiens desceu das árvores.

Pois a história nos ensina que, mesmo o maior império que existiu no planeta, em extensão, influência cultural, poder econômico e militar relativos às demais sociedades contemporâneas, o império Romano acabou em anarquia. Não foram as invasões bárbaras que destruíram o império, ao contrário, foi a destruição do império que permitiu as invasões bárbaras.
E o império foi destruído de dentro para fora, pela inépcia, corrupção e incúria dos seus governantes e a aceitação passiva e lasciva da população. Imperadores devassos e tiranos como Calígula, Nero e Cômodo representavam apenas a ponta do iceberg de degradação que se espalhava por toda a sociedade. Não teriam chegado ao poder em uma Roma republicana e austera dos primeiros tempos.

A anarquia chegou a tal ponto que as Legiões destacadas para manter o status quo, ou seja, garantir no poder os devassos, resolveram elas mesmas preservar o poder para si e exercê-lo, na falta de melhor opção.

Qualquer semelhança com o Brasil de hoje não é mera coincidência. A diferença é que nem de longe o Brasil pode se comparar ao império Romano, mas a degradação segue o mesmo padrão. Isso deveria fazer um alerta aos detentores do poder nas várias esferas, pois as legiões se cansam. Cansam-se de ser os guarda-costas dos que visivelmente não deveriam ocupar a posição que ocupam. Quando os governantes não tem mais nem o respeito, nem a admiração dos governados, deixam de ter legitimidade. O povo só respeita as autoridades que se fazem respeitar. E as legiões são o braço armado do Povo. Elas estão lá para servir à Pátria e não aos governos passageiros.

O aviso do General Mourão foi claro: "Cuidado com a cólera das Legiões".

segunda-feira, 26 de março de 2018

Um tribunal horrível: mistura do mal com o atraso.

Tente-se explicar para qualquer cidadão, mais ou menos instruído, por que cargas d'água uma pessoa condenada em primeira instância e em segunda instância, por unanimidade, ainda não pode ser presa? Ou seja, por que a sentença não vale? Só passa a valer se o Supremo disser que vale? Então, toda pessoa ameaçada de ser presa terá que apelar ao Supremo. Isso equivale a dizer que o Supremo não fará mais nada, doravante, a não ser julgar pedidos de habeas corpus.

Se não for assim, então o STF rasgou a Constituição, especificamente no seu artigo 5º: "Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,..."

Hoje fecha-se mais um capítulo. Esgotam-se as possibilidades de recurso na 2ª Instância. Por unanimidade, os embargos de declaração foram rejeitados pelos 3 brilhantes desembargadores. Nessa hora temos orgulho da Justiça. Essa nova geração de juízes e promotores está dando um show. Mostra-se extremamente profissional, não se deixando contaminar por ideologias ou por interesses políticos.

Em compensação, que nojo e que vergonha nos dá a Suprema Corte! Que desrespeito à própria Justiça. São um bando de velhos, enrolados nas togas pretas, como vampiros, a confabular entre si numa fala empolada e ultrapassada e a desrespeitar solenemente os deveres de imparcialidade e isenção, sem o menor escrúpulo de consciência. Salvam-se ali, alguns, como o ministro Barroso que disse, com todas as letras, o que pensamos de seu colega Gilmar Mendes: "uma pessoa horrível, mistura do mal com o atraso e com pitadas de psicopatia!... V.Excelência envergonha esta Casa. Está sempre atrás de algum interesse que não o da Justiça."

Não é preciso dizer mais nada, a não ser que o diagnóstico vale para a Corte como um todo, respeitadas as poucas exceções.

quinta-feira, 22 de março de 2018

Mãe Dinah sabe tudo

Mãe Dinah fez um contato paranormal comigo e me soprou no ouvido o resultado do plenário do STF amanhã no julgamento do pedido de "habeas corpus" do bandidão de Garanhuns.

Os votos dos ministros Facchin, Luiz Fux, Barroso e Cármen Lúcia já são conhecidos e são a favor da prisão após julgamento em segunda instância. Os votos de Celso de Mello, Marco Aurélio, Lewandowski e Dias Tófoli também são conhecidos e são contra. Até aí está 4 a 4 e nenhuma novidade.

Resta saber agora, como votarão, a ministra Rosa Weber e os ministros Alexandre de Moraes e ...Gilmar Mendes.

Nesse ponto entra Mãe Dinah e diz que Alexandre de Moraes e Rosa Weber votarão pela prisão após segunda instância, ou seja, votarão conforme a jurisprudência recentemente estabelecida. Gilmar Mendes, a prima-dona do Supremo, votará contra e será voto vencido, mas terá cumprido a missão para a qual foi designado, sabe-se lá por quem, a que preço e por que meios.

A ânsia e o quase desespero que demonstra o ministro Gilmar Mendes a respeito desse assunto, ele que tinha opinião oposta até pouco tempo, chegam a causar espanto e perplexidade aos brasileiros. O que estará por trás dessa atitude? A quem, ou o quê, Gilmar Mendes teme? Algum dia saberemos a resposta.

Por enquanto, apesar de Gilmar Mendes, o resultado permanecerá 6 a 5 e os capangas de Lula podem preparar as caravanas para passar noites bem frias na porta da cadeia de Curitiba em solidariedade ao seu líder.

terça-feira, 20 de março de 2018

Patrono da Insegurança Jurídica

O ministro Celso de Mello, fiel à sua biografia, vai hoje à tarde liderar um grupo de colegas para pressionar a ministra Cármen Lúcia a pôr de novo em pauta  a questão da prisão após julgamento em segunda instância.

Há, pelo menos, um fato em sua biografia que explica porque o ministro Celso está se prestando a esse papel ridículo. Quem nos conta a história é o celebrado advogado Saulo Ramos, que, teria apadrinhado Celso de Melo em sua indicação ao STF. Saulo Ramos revela em seu livro "O Código da Vida" um episódio nada edificante sobre o afilhado a quem acabou por chamar de "ministro de merda".

Só um ministro de merda, em um país de merda, se prestaria a um papel desses. O Supremo já decidiu por 2 vezes essa questão. Quantas mais serão necessárias para que afinal se firme uma jurisprudência a respeito?

Do jeito que se comporta, indo e vindo, o Supremo está a indicar que essa instância não basta. Precisamos de mais uma, talvez um Supremíssimo Tribunal, instância essa que geralmente tem sido exercida por Deus ou, em priscas eras, por sua então representante da Terra, a Santa Madre Igreja.

Mesmo o entendimento, atualmente em vigor, de que para ser preso, alguém terá que ser condenado em 2 instâncias, já é por si só uma excrescência jurídica! Afinal, para quê serve então a primeira instância? Para dar apenas uma opinião? cuja opinião terá que ser ratificada ou retificada obrigatoriamente por uma segunda instância? Pois é disso que se trata.

Em países mais civilizados, a condenação à prisão passa a valer desde o momento em que o juiz natural exara a sentença. A presunção de inocência se encerra aí. Afinal, a sociedade estabeleceu no Contrato Social que um juiz é uma pessoa preparada, isenta e idônea, para proferir sentenças com força de Lei.
Claro, que o condenado (e, em tese, até o absolvido) terá direito a recurso, mas aguardará esse recurso já cumprindo a pena. Qualquer coisa diferente disso é retirar valor das decisões tomadas em primeira instância. Em outras, palavras: é o estabelecimento da Insegurança Jurídica, o que é a mesma coisa de não ter Justiça.

O que querem então, agora, alguns togados de alto coturno? Estabelecer a Insegurança Jurídica na mais alta Corte do país! Nem as decisões lá tomadas tem valor definitivo! Podem ser modificadas ao sabor do momento político ou dos interesses envolvidos. Será que a salvação do Lula da cadeia merece lançar-se o país em tal bagunça institucional?

domingo, 18 de março de 2018

Fábrica de Mitos

A esquerda deve estar em festa! Afinal, caiu-lhe ao colo, de graça,  um mito perfeito, exatamente em uma hora que estavam a lhe faltar os mitos tradicionais.

Com os deuses-de-pés-de-barro se esboroando nos inquéritos e condenações da Lava Jato, eis que surge um candidato perfeito a tomar-lhes o lugar. Esse candidato, ou melhor, essa candidata ainda surge com a melhor vestimenta possível para o Mito: a da mulher desvalida, pobre, negra, homossexual e, ainda por cima, sob a  forma de cadáver, uma mártir.

Um mito morto tem a grande vantagem sobre os mitos vivos de ser um mito com a história encerrada. Só tem passado. Imagine-se se Lula tivesse sido assassinado no período da ditadura militar! Seria eternamente o Mito do operário massacrado pela Direita, pelas Classes Dominantes. Para o Mito Lula, infelizmente, ele sobreviveu tempo suficiente até para se aliar às Classes Dominantes e amealhar uma fortuna para si e para seus filhos, o que - convenhamos - não fica muito bem para mitos que se prezem.

Então, mesmo que os fanáticos continuem a gritar, o Mito Lula perdeu a força. Por isso, nesse momento, a esquerda precisava desesperadamente de um novo Mito, especialmente em ano de eleição; e não havia melhor figurino do que essa vereadora para encarnar a decantada bandeira das minorias das quais a esquerda se apropriou, como se defendê-las fosse um privilégio só seu.

A vereadora Marielle não tem futuro, mas seu mito tem e há que limpar também o seu passado de quaisquer manchas que porventura tenha havido. Nesse quesito, o de reescrever a história, a esquerda tem muita prática e 'know-how', assim como no da censura às vozes discordantes.

Qualquer um que levantar a hipótese que Marielle teria conexões com o crime organizado, ou que teria sido apoiada pelo Comando Vermelho, ou que isso ou aquilo, será imediatamente processado por um grupo auto-intitulado Advogados Voluntários, por supostamente atacar a honra de um ser impoluto. De mortuis nil nisi bonum (*), dizem os latinistas e os hipócritas. O texto que estão encaminhando pelas redes sociais é:

"Se você vir alguma difamação ou atentado à memória de nossa companheira Marielle Franco, encaminhe o print ou link do posts para o email tal"

É assim que funciona a fábrica de mitos.

(*) Dos mortos se diz apenas o bem.


quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

O peso da realidade

Até os petistas estão começando a cair na real. Já admitem que, com Lula preso,  não há possibilidade de ele ser candidato a nada.
O julgamento dos tais embargos de declaração (uma simples manobra protelatória) deve acontecer em março, portanto daqui a um mês e pouco começa a execução da pena e o antes todo-poderoso líder sindical vai pra cadeia como qualquer outro reles mortal que infringiu a Lei.

A pirotecnia petista, entretanto, continua. Estão dizendo que vão montar barraca na frente do apartamento de S.Bernardo, que farão caravanas para visitar o dito-cujo na cadeia, que Lula vai se rebelar e dar trabalho aos agentes penitenciários, etc. Mas isso é apenas pirotecnia, jogo de cena, para manter a militância militante, já que está clara a crescente falta de entusiasmo do petismo tradicional.

Muitos estão abandonando o barco de fininho, outros continuam o discurso lulo-chavista, mas cada vez mais sem empolgação. E aqueles, que só iam às manifestações a poder de mortadela, nem isso fazem mais. Portanto, a pirotecnia visa apenas manter o petismo ainda dentro do jogo político, mesmo que perdendo de 7 a 0 e tentando sair da zona de rebaixamento.

A realidade, mais cedo ou mais tarde, impõe o seu peso. A corda já foi esticada ao máximo, agora está na hora de enfrentar a opinião pública da única maneira democrática que existe: tentar conseguir os votos. Essa é a hora da verdade. Sem votos não há partido político e as eleições de 2016 foram emblemáticas para o PT  em termos de perda de prefeituras em todo o país.

Agora, que a situação do PT está consolidada como um partido corrupto, líder de uma aglomeração organizada de partidos criminosos, vamos ver qual será a resposta do eleitor.


sábado, 17 de fevereiro de 2018

Em que estado deixaram o Rio?

Todo mundo concorda que o Rio é uma das cidades mais belas do mundo, o cartão postal do Brasil. Mas todo mundo concordará também que esse cartão postal vem sendo sistematicamente destruído há décadas.

E, na minha opinião, o que destruiu o Rio foi a carioquice; foi a carioquice echperta (sic) dos seus habitantes, a malandragem cantada em prosa e verso como uma característica vantajosa do seu povo, a capacidade de burlar, enganar e passar pra trás os "otários", de não obedecer à lei e safar-se sempre impune, de ter sempre à mão um jeitinho para escapar dos controles, de conhecer as pessoas "certas" no aparato estatal para resolver os próprios problemas por debaixo do pano.
E houve um momento em que essa malandragem foi posta em comparação superior com a seriedade dos paulistas. O paulista só pensaria em trabalho e o carioca era o que saberia viver bem. Deu no que deu. Não que S.Paulo seja o paraíso (longe disso) mas não há termo de comparação com o atual estado do Rio.

Seria injusto dizer que essa seja uma característica só do Rio, mas que foi ali que ela se manifestou com todo vigor e pujança foi e, além disso, de tão exaltada, a malandragem carioca foi exportada e copiada em quase todo o restante do território nacional. O modelo carioca, o padrão carioca de ser e viver, foi exportado pela rede Globo e tornou-se um modelo admirado e invejado em todo o país.

O que colhemos agora são os frutos desse comportamento deletério. Aquilo que a classe politica infligiu ao país é uma consequência do nosso modelo de vida, dos nossos valores. Essa classe política não surgiu do nada, não veio de Marte, ela surgiu no meio da sociedade brasileira e foi por essa sociedade escolhida para os cargos públicos.

No Rio a situação está só mais crítica e mais avantajada, mas é assim mesmo, o Rio sempre foi a caixa de ressonância do país. Tudo o que o Brasil tem, de melhor ou de pior, aparece no Rio em escala monumental. Ali está agora escancarada a falência desse modelo, a falência total do Estado Brasileiro. O Rio está há muito tempo loteado e dominado por gangues de todo tipo. Lá não se sabe mais quem é bandido e quem é polícia.

A corda foi esticada tanto e há tanto tempo que não será uma simples intervenção federal de um ano que resolverá essa situação. Mas, há que começar em algum ponto e de alguma maneira, ou então, fechar as fronteiras, declarar o Rio um Estado fora da União e rezar para que o resto do Brasil ainda possa ser salvo.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Prostituição Republicana

A atividade política nessa república de bananas é realmente uma prostituição. O último áudio da deputada Cristiane Brasil nos mostra como as coisas são dentro desse bordel. A dita cuja, que quer, porque quer, ser ministra do Trabalho, foi gravada ameaçando seus subordinados quando exercia a função de Secretária do Envelhecimento Saudável da Prefeitura do Rio.

As pérolas da então Secretária foram:
"Se eu perder a eleição de deputada federal...No dia seguinte, eu perco a secretaria. No outro dia, vocês perdem o emprego. Só tem importância na política quem tem mandato. Só tem mandato quem tem voto. Só tem voto quem tem pessoas como vocês que estão na ponta ajudando a gente pedir e propagar o voto. Do contrário, não funciona"

É assim, com esse pragmatismo,  que o bordel funciona. E como a única coisa que interessa à prostituta e ao prostituto é o dinheiro, haja dinheiro público para satisfazer os apetites de Suas Excelências.

Isso vale para quase todos os partidos e espectros ideológicos, se é que existe tal coisa no Brasil. Vale para quem está no governo e para quem está na oposição, ou seja, a prostituição política no Brasil é republicana.

Enquanto isso, o país real, aquele que gera riqueza e sustenta a putaria, continua sua luta aos trancos e barrancos. Até quando?

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

A maldição da Presidência

Desde a proclamação, essa famigerada república vem, de convulsão em convulsão, mal e porcamente se sustentando. Disso todos sabemos e qualquer livro de história nos mostrará os trancos e as interrupções do processo democrático.

Em paralelo, o cargo mais elevado dessa mesma república, não tem feito muito bem aos seus ocupantes, de modo que chega até a ser espantoso que, diante de tais estatísticas, alguém ainda se disponha a concorrer a esse cargo.

Começando pelo primeiro, Deodoro da Fonseca, que renunciou e morreu logo depois, passando por Rodrigues Alves que morreu de gripe espanhola antes de assumir um segundo do mandato e por Afonso Pena que morreu em pleno mandato, de pneumonia. Delfim Moreira ficou demente, Júlio Prestes foi eleito, mas não assumiu por causa da Revolução de 30. Washington Luis foi preso e exilado. Café Filho, licenciou-se por problemas cardíacos. Jânio renunciou. Jango foi deposto. Castelo Branco  morreu em acidente aéreo logo depois de deixar a presidência. Costa e Silva sofreu um AVC e morreu durante o mandato. Figueiredo teve que se operar às pressas em Cleveland. Tancredo morreu antes de assumir. Collor foi deposto. JK concluiu o mandato, mas foi cassado, preso e morreu em trágico acidente de carro. Dilma perdeu o mandato e de Getúlio não é preciso dizer mais nada.

Quanto a Lula, bem, esse já está condenado, será preso e ainda tem muitos processos pela frente.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

O candidato honesto

A que ponto chegamos! A qualidade mais apreciada dos possíveis candidatos às próximas eleições - se não a única exigência, que faz o coitado do eleitor - é a honestidade!

Como se isso não fosse a condição básica, sobre a qual deveriam se erigir todas as outras, para que alguém se dispusesse a pleitear o voto do seu concidadão. A palavra candidato, não custa repetir, vem do latim "candidus" que significa branco, imaculado. Na República romana, os postulantes aos cargos públicos, se vestiam de branco, a cor da pureza, a indicar que, se não fossem cidadãos sem máculas, sequer poderiam disputar aqueles cargos.

Já que estamos falando de Roma antiga, vale exclamar como Cícero, no primeiro discurso contra Catilina: "O tempora, o mores" (Ó tempos, ó costumes). Nessa mesma catilinária, Cícero pergunta: Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?

Essa é a pergunta que devemos fazer àqueles que insistem em se candidatar depois de terem conspurcado o cargo público. Já que eles mesmos não se envergonham de voltar ao púlpito a pedir votos, já que os tempos e os costumes permitem que um condenado faça caravanas pelo país, antecipando-se ilegalmente à campanha eleitoral e nada lhe acontece, cabe ao cidadão comum expressar o seu repúdio, o seu horror, a sua intolerância a essa situação da maneira que puder.

Por isso, todos devemos nos juntar, pelas redes sociais, em caravana cívica, em vigília permanente até o dia 24 de janeiro, quando a justiça - esperamos - dará um fim a esse Catilina de Garanhuns.




Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?
Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós?
A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia?
Nem a guarda do Palatino,
nem a ronda noturna da cidade,
nem o temor do povo,
nem a afluência de todos os homens de bem,
nem este local tão bem protegido para a reunião do Senado,
nem a expressão do voto destas pessoas, nada disto conseguiu perturbar-te?
Não te dás conta que os teus planos foram descobertos?
Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem?
Quem, dentre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, onde estiveste, com quem te encontraste, que decisão tomaste?
Oh tempos, oh costumes!

                                                                          Marco Túlio Cícero

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Lula pode?

Lula, em vídeo gravado em 2006,  ainda presidente, se preparando para uma visita ao Rio Grande do Sul faz uma "brincadeirinha" com a cidade de Pelotas, chamando-a de "exportadora de veado" (sic). Nunca ouvi um petista reclamar disso! Se fosse o Bolsonaro que tivesse dito essa frase estaria sendo crucificado em praça pública pelas Gleisis, Marias do Rosário e Jeans Willis. Como foi Lula quem disse, não tem problema. Lula pode fazer tudo o que quiser. Pode roubar, pode mentir, pode enganar o eleitor, pode ser amigo dos ricaços, chefe de gangue mafiosa, pode até ser homofóbico, machista ou qualquer outra coisa. A religião petista o absolve de todos os pecados.

Quem não pode e não deve absolvê-lo é a Justiça do Brasil. No dia 24 estaremos todos de olho em Porto Alegre, quando o TRF terá o papel histórico de mandar esse farsante para o lugar que ele merece: atrás das grades.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

E agora, Justiça?

E então, começamos 2018! Ano de Copa e ano de eleição! Será que o Brasil anda? A classe política não fará outra coisa que não seja tratar de garantir mandatos para simplesmente preservar seus privilégios. Vários buscarão, além do interesse na manutenção desses privilégios, a óbvia proteção do foro privilegiado, uma das excrescências jurídicas desse país tropical.
O banditismo que assola o poder político no Brasil fará o possível e o impossível para garantir a própria impunidade e a continuidade do sistema.
O grande teste do povo brasileiro serão as urnas de 2018. Se esses bandidos forem reconduzidos aos cargos, então podemos jogar a toalha e salve-se quem puder!

E, pairando sobre toda esses excrementos políticos, desponta a figura do inefável Molusco de nove dedos. O partido ao qual pertence, há  muito deixou de ser um partido político e converteu-se em uma organização mafiosa. Se o Brasil tivesse instituições sérias, esse "partido" já teria sido banido do mapa político. Já está mais que claro, que o PT é uma organização nefasta para a nação, é uma entidade assombrosa e assombrada, definitivamente corrupta e corruptora. Não que outras organizações com nome de partido não o sejam, mas o PT é a pior delas, porque o PT ainda insiste, apesar dos fatos, em querer se apresentar como um partido íntegro. Os outros partidos, como o PMDB  e o PSDB não fingem ser o que não são. Mas o PT, apesar da corroboração assustadoramente farta dos fatos, insiste em se proclamar legítimo e honesto, assim como insiste na mesma tecla o seu líder máximo, a sua deidade maior e absoluta.

O país está à deriva e não há timoneiro à vista. De qualquer modo, não podemos correr o mínimo risco de um povo ignorante, como o nosso, acabar elegendo de novo esse demagogo farsante. Mecanismos para impedir isso já estão previstos na Lei, basta que a Justiça não se furte ao seu papel.




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