quinta-feira, 28 de julho de 2016

O vexame de Lula lá

Lula já pôs o Brasil em outras saias justas. Quando conseguiu trazer os Jogos Olímpicos para o Rio, sabendo de antemão que a preparação ia ser uma "zona", nos impôs a tremeda saia justa, cujo aperto só agora estamos sentindo.
É como aquela história do camarada que perde  emprego, já gastou o fundo de garantia, e vem o cunhado passar as férias em sua casa com a família toda. O camarada não tem dinheiro, mas tem que fazer as gracinhas para as visitas. O Brasil é hoje o cara que perdeu o emprego e as visitas são as delegações do mundo inteiro. E o responsável por isso, wstá é tentando se esconder do juiz Sérgio Moro.

O que nos leva a outro vexame. Apelar para ONU, denunciando todo o sistema judiciário do seu país, como se aqui fosse uma ditadura, como se não houvesse uma segunda instância, como se não houvesse uma Suprema Corte, é demais.
Lula, um ex-presidente, contra o qual nada aconteceu ainda de fato, embora todas as evidências denunciem que ele roubou e deixou roubar, recorre a um foro internacional e expõe seu país dessa maneira.
Isso seria impensável, até mesmo para os padrões do PT.  O Brasil não merece isso. Desfazer a imagem do país dessa maneira, nem os inimigos fariam, se o Brasil os tivesse.
Nem na época da ditadura militar, em que Lula foi preso e tinha todas as justificativas para se considerar um perseguido político, apelou para o Comitê de Direitos Humanos da ONU.

É vergonhoso o que esse sujeito é capaz de fazer para tentar escapar das garras da justiça comum. O medo dele é justificado, mas não porque vivamos em um país sem instituições, como ele quer fazer crer,. O medo é justificado porque ele sabe que é culpado, e sabe que as provas, mais cedo ou mais tarde, irão cair nas mãos da PF e do MP, se lá já não estiverem. A primeira tentativa de escapar foi a nomeação para ministro do agonizante governo Dilma, cujo documento o Bessias lhe levou para "usar em caso de necessidade".
Como perdeu não só o foro privilegiado, como também o comando do governo, não tinha mais a quem apelar dentro de seu país. Como sabe que terá que enfrentar a Justiça brasileira, usou, como última cartada, essa tentativa ridícula de tornar político um crime comum de roubalheira, expondo mais uma vez, o Brasil aos olhos internacionais.
Está difícil virar essa página. A justiça bem que poderia andar mais rápido para pôr um fim nisso. E Lula, lá, na cadeia.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

O que começa errado...

Há um ditado que diz: o que começa errado, não tem jeito de acabar certo. Os Jogos Olímpicos estão aí para confirmar mais uma vez o ditado.
Tudo começou com um ataque megalomaníaco de Lula e seus acólitos, que pensavam que podiam tudo, e, ao mesmo tempo, usariam os Jogos Olímpicos, assim como a Copa, para imitar os ditadores militares e insuflar um falso orgulho de "Brasil Grande" no rebanho votante.
Todos os ditadores e projetos de ditaduras, de esquerda ou de direita, sabem que uma excelente maneira de anestesiar o povo é criar uma atmosfera triunfalista, que una os súditos sob um pretexto de nação enfrentando adversários ou inimigos, o tal do "nós contra eles". A guerra é um bom mecanismo desse naipe. As grandes competições esportivas também. Esse foi um grande motivo para Lula pavimentar seu projeto de perpetuação no poder. E agora cá estamos nós, uma nação quebrada, que herdou a responsabilidade de fazer esses Jogos Olímpicos.
Vai ser um vexame! Aliás já está sendo! Essa semana o NY Times apresentou uma foto da baía de Guanabara com um cadáver flutuando (ver abaixo). vamos dizer o quê? Uma imagem vale mais que mil palavras.


 O fato de os alojamentos das delegações não estarem prontos não causa nenhuma surpresa. Aliás, surpresa seria se estivessem. 
Afinal, para os padrões brasileiros, tivemos muito pouco tempo para nos preparar. Foram só sete anos!
Nossa escala de tempo para implantar projetos é outra. Não podemos contar em anos, mas em décadas, quando conseguimos.



No fatídico dia 02/10/2009, em que o Rio foi a cidade escolhida para sediar os Jogos de 2016, Lula declarou, com lágrimas nos olhos, naquele seu estilo triunfalístico de então, deixando entrever no entanto o eterno complexo de vira-latas: "É dia de comemorar porque o Brasil deixou de ser País de segunda classe" "Hoje, o Brasil conquistou a cidadania internacional. Quebramos o último preconceito. Provamos que temos competência para fazer a Olimpíada" - como se realmente, gastar quase 15 bilhões de dólares na campanha, que, sabe-se lá como foi conduzida, fosse mesmo uma prova de competência para realizar os Jogos.

Repetindo: O Brasil gastou 14,4 BILHÕES de dólares só na campanha para trazer os Jogos para o Rio (mais que as outras finalistas, todas muito mais ricas que o Rio). Países como a Suécia se recusaram, dizendo que têm outras prioridades.
E deixamos de fazer escolas, hospitais, modernizar os portos, melhorar o transporte público, para satisfazer interesses particulares e de uma só cidade do país.  Tudo em nome da malfadada politicagem.

Agora, temos que fazê-la. Já gastamos mesmo. Os cínicos dirão que sem os Jogos esses hospitais, essas escolas, etc,. não seriam construidos do mesmo jeito. É bastante provável, mas não ficaria tão absurda e tão agressiva contra o povo brasileiro, essa falta de respeito com o nosso dinheiro. E não correríamos o risco de um grande vexame internacional, como estamos correndo. Esse risco é muito maior que o de um atentado terrorista.
Aliás, com corpos boiando na baía, não precisamos de outros atentados terroristas, o terrorismo interno, o terrorismo da casa já basta.


 

Contabilidade do Rombo

É preciso ir fazendo a contabilidade do que se roubou no Brasil durante os anos dos governos do PT, senão a gente perde a noção. Isso é um dado importante, inclusive sob o ponto de vista dos historiadores do futuro, quando tentarem analisar o que houve nos subterrâneos do poder nesses anos turvos e turbulentos.
Evidentemente, todos os números que forem citados agora, ainda serão provisórios. O buraco é sempre muito mais embaixo do que a gente imagina; e esqueletos não param de sair dos armários. Mas já dá pra fazer umas continhas:

1- Ferrovia Norte-Sul - superfaturamento de 236 milhões, segundo o Ministério Público Federal.
2- Petrobras - desvio estimado de 60 bilhões, fora o prejuízo provoado por má gestão.
3- Eletrobras - a ser apurado
4- BNDES - a ser apurado
5- CEF: ainda não avaliado.
6- Banco do Brasil - a ser apurado
7- Previdência Social: 200 bilhões é o rombo estimado atual.
8- Contas públicas (deficit fiscal) : 150 bilhões em 2016.
9- Fundos de pensão: 113 bilhões
10- Aposentados - superfaturamento nos empréstimos consignados. Valor total a ser apurado.

Disse o Pondé que levaremos 50 anos para nos recuperarmos desse "choque de gestão" do PT. É verdade. Isso, se nesses 50 anos, nosso povo não tiver esquecido tudo e dado a chance outra vez a essa corja.

O grande teste será ainda nesse ano, nas eleições municipais. Vamos ver se nós, o povo, aprendemos alguma coisa e se as instituições evoluíram para barrar os bandidos antes sequer que se apresentem como candidatos.

sábado, 23 de julho de 2016

O Brasil "fake"

Vivemos uma era no Brasil em que tudo era factóide. O país estava "dando certo", os pobres tinham ascendido à classe média, a economia estava sob controle, a inflação não existia, nem deficit público, o PIB, se não era ótimo, ia ficar. O goveno ia investir na construção de 800 aeroportos, o dinheiro do pré-sal ia financiar a educação, a  transposição do S.Francisco ia acabar com os problemas da seca no Nordeste, o trem-bala entre Rio e S.Paulo traria muito mais conforto e eficiência no maior corredor de transporte do país. Que mais? Devo estar me esquecendo de alguma coisa, afinal eram tantas as maravilhas!

O Brasil real, como era de se esperar, deu as caras, talvez um pouco mais cedo que os manipuladores de marionetes gostariam, e fez os mitos se desvanecerem como fumaça. A realidade dura e crua se impôs a todos, os que acreditavam e os que descriam da narrativa petista. Acabou-se o faz-de-conta. Chegou a hora de botar os pé no chão e trabalhar duro não só para avançarmos como sociedade, mas também para nos recuperarmos do prejuízo e do retrocesso.

Mesmo assim, alguns resquícios do mundo de fantasia ainda persistem. Um exemplo disso é o patético vídeo em que a empresária Luíza Trajano, do Magazine Luiza, tenta conduzir a tocha olímpica por algns metros, em Franca-SP. 
Demonstrando absoluto desconhecimento do que ia fazer, logo depois da "arrancada" é advertida por uma das atletas acompanhantes para levar a tocha apenas com uma mão. 
Aos 30 segundos de maratona, começa a se entusiasmar e chega até a acenar para o público. Com 1 minuto de corrida extenuante, começa a dar sinais de que vai falhar, passa do trote para um andar trôpego e logo desmorona no chão.
Uma metáfora perfeita do governo de sua amiga dileta, Dilma Rousseff. E, quem sabe, uma premonição do que vão ser os Jogos Olímpicos no Rio. Esperemos que não.


quinta-feira, 21 de julho de 2016

Se o Brasil der certo

Lula disse, em sua mais recente (e melancólica) viagem a Pernambuco, que só não será candidato em 2018 "se o Brasil der certo". Ufa!
Dessa vez, acertou em cheio. Não será candidato, pois o Brasil vai dar certo, está dando certo! 

Bastou a retirada desses sanguessugas do poder e já começou a dar certo. Além do mais, temos pessoas na administração pública que falam a língua portuguesa, e cujo raciocínio a gente entende. Isso por si só já é um alívio, um fator desestressante, um rumo em direção ao "dar certo".

Além disso, se o Brasil estiver "dando certo", antes de 2018, o senhor Luiz Inácio Lula da Silva e familiares serão chamados pela Justiça para responder por seus crimes. Portanto, será inelegível e sequer poderá ser candidato, conforme proibição constante na Lei da Ficha Limpa.

Lula tocou no ponto central. Se o Brasil der certo, ele jamais poderá ser candidato  a coisa alguma. Seu destino agora é outro. Tudo parece calmo na superfície, mas a Lava Jato continua se movendo. É uma questão de muito pouco tempo para o Brasil começar a dar certo de novo.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Espodumênio

Você sabe o que é espodumênio? Nem eu. Quero dizer, eu não sabia até ontem. Fiquei sabendo hoje que é um mineral, descoberto em 1800, na Suécia, por ninguém mais, ninguém menos, que o estadista brasileiro José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência.
Eu não sabia também que José Bonifácio era químico e mineralogista, além de tudo mais. Tinha ele um perfil eclético, muito parecido com o de Benjamim Franklin, que também era político e cientista!

A partir daí, as informações sobre Bonifácio não pararam de me surpreender: formou-se em Ciências Naturais na Universidade de Coimbra, foi professor de Geologia na mesma universidade, fez parte da Academia de Ciências de Lisboa, descobriu, descreveu e nomeou 4 novos minerais. Em 1797, foi eleito membro da Real Academia de Ciências da Suécia, aquela que confere o prêmio Nobel. Falava 12 idiomas! O homem era um gênio! E quase não se sabe nada dele em nosso país.

José Bonifácio foi ainda tutor de D. Pedro II e inspirou no imperador o gosto pela ciência. Era abolicionista e favorável ao ensino público gratuito em todos os níveis. Mas, suas ideias liberais não prevaleceram, pois foi exilado por D. Pedro I em 1923, só retornando ao país em 1929 e, sendo novamente preso em 1933 por causa de intrigas políticas, acabou por se retirar da vida pública. Assim perdemos um estadista.

Espodumênio pode ser um nome bem feio, mas esse e um outro mineral, a petalita, também descoberto por José Bonifácio, são grandes fontes de lítio, elemento químico com grande aplicação na cerâmica, na indústria eletro-eletrônica (baterias), na indústria nuclear e até na medicina. E a popularização dos carros elétricos tornará o lítio mais valioso que o petróleo, no decorrer desse século.

Espodumênio, José Bonifácio e carros elétricos, quem diria, estariam tão relacionados assim?

terça-feira, 19 de julho de 2016

O Golpe Turco

Erdogan é um candidato a ditador. Disso não há dúvida. À semelhança de Putin, passou de primeiro-ministro a presidente, mas manda tanto, ou mais, do que mandava antes. Seu partido é controlado com mão de ferro. E, além de tudo, traz um viés religioso. Política e religião juntos produzem um combustível de alta capacidade inflamável.

Esse golpe está muito mal explicado. Já são 6 mil pessoas presas, entre civis e militares, acusados de conspiração. É possível uma coisa dessas? Um golpe tramado por 6 mil pessoas já é uma coisa absolutamente fora do comum. E, um golpe tramado por 6 mil pessoas, e que ainda falha, é algo mais do que extraordinário!

É evidente que essas prisões são, na verdade, um expurgo que o Erdogan está promovendo com relação aos seus adversários políticos. E a Europa e os Estados Unidos não vão poder dizer nada, porque afinal têm que defender a "democracia" turca.

Para se ver livre desses adversários, Erdogan quer agora restaurar a pena de morte, que havia sido abolida em 2004. Tudo muito democraticamente, votado pelo parlamento, etc., etc.

Alguns países parece que tem uma sina da qual não se livram. A Rússia, por exemplo, não consegue sair de um regime autocrático. A China, idem. A Turquia está no mesmo grupo, junto com outros países do Oriente Médio, que não se livram dos chamados "homens-fortes". O México, Argentina e o Brasil não conseguem se livrar de políticos fisiológicos e venais. A Itália e o Japão não se livram das máfias. A África inteira não se livra da miséria, da doença, da fome, e da corrupção. 

É triste de se ver esse espetáculo de desperdício de recursos naturais e humanos. Houve um momento, na virada do séc. XIX para o séc. XX em que se acreditou que seria apenas uma questão de tempo e toda a humanidade partilharia o desenvolvimento tecnológico e cientifico. E, com isso, as abissais diferenças na qualidade de vida das pessoas, simplesmente desapareceriam.

Mas logo em seguida, vieram as duas grandes guerras e a guerra fria, a desfazer esse sonho e a colocar, em lugar dele, o pesadelo do Terror permanente. Hoje é mais fácil acreditarmos na autodestruição da espécie humana, do que na utopia de um desenvolvimento e progresso compartilhado. A Turquia é um bom exemplo. No início do século XX, conseguiu se desfazer das amarras do atraso religioso, quando Kemal Atatürk fundou a chamada Turquia moderna. Mudou o alfabeto e vários costumes à força e sua sombra política se projetou desde então até quase os nossos dias na vida do povo turco.

Tudo, porém, que a Turquia conseguiu avançar nas primeiras décadas do séc. XX parece estar retrocedendo com a recente ascensão dos partidos religiosos. Temos caminhado, no século XXI,  rapidamente em direção à barbárie. Resta saber se esse processo vai eventualmente estancar e reverter. Se depender dos líderes políticos do momento a esperança é escassa.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Cara de pau dos políticos

A cara-de-pau dos políticos brasileiros não tem limites. Com tantos problemas a resolver, com a nação em frangalhos, necessitando de ações firmes para sua recuperação, o que fazem os senhores senadores, liderados por Renan Calheiros? Resolvem votar em regime de urgência uma lei contra o "abuso de autoridade", ou seja, uma lei para domar a Lava Jato e demais operações presentes e futuras.

Quando se reclama do número absurdo de partidos, que impede o exercício pura e simples da representação democrática, todos reconhecem a situação esdrúxula, mas não movem uma palha para resolvê-la.
Quando se fala do cipoal de leis e decretos que impedem o funcionamento normal das instituições, quando as empresas se afogam em uma legislação fiscal kafkiana, espera-se que o Congresso vote, em regime de urgência, uma reforma tributária e uma reforma política. Mas há quantos anos se fala disso e o Congresso finge que não é com ele?

Mas na hora em que se sentem ameaçados pelo simples cumprimento da Lei, resolvem votar uma outra lei que lhes reforce a impunidade. Não basta o foro privilegiado. Não basta a leniência do Supremo. Não basta a chicana dos advogados pagos com o mesmo dinheiro que roubaram. Querem ainda mais. Querem estar imunes à lei. Querem continuar, como sempre, vivendo em um país de privilégios, bancados por nós, os idiotas.

No próximo dia 31, temos que ir de novo às ruas para fazer a nossa voz ser ouvida. Mais uma vez, vamos dizer a esses canalhas, que o poder não é deles. O poder é nosso. E nós o exerceremos, quer eles queiram ou não.
Eles insistem, mas nós insistiremos também. Não queremos Dilma, não queremos Lula, não queremos PT, mas não queremos também Renan Calheiros, nem Eduardo Cunha, nem Gleisi Hoffman, nem Waldir Maranhão, nem Romero Jucá, nem..., nem..., nem... A lista é grande, mas sabemos todos os nomes desses canalhas, que tentam se esconder sob o manto do mandato parlamentar.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Queda da Bastilha (2)

Falando ontem sobre a Bastilha, não podia prever o que aconteceria mais tarde, em plena celebração, em Nice. O mundo está ficando um lugar muito perigoso! A qualquer momento, uma pessoa, aparentemente sem motivo real, resolve dar cabo da própria vida levando consigo o maior número possível de outros seres humanos. Não interessa a identidade desses outros, nem o que eles fizeram ou deixaram de fazer. Nem o que sejam, velhos, adultos ou crianças, homens ou mulheres, a que grupo social ou etnia pertençam, que religião sigam, que partido político ou ideologia apoiem. Basta que estejam em um certo lugar, a uma certa hora, e estão condenados "a priori".

A falta de lógica, de racionalidade, a determinar esses atos terroristas deixa a todos atônitos. Não há a menor possibilidade de se prever e, consequentemente, de se prevenir. Essa aleatoriedade deixa-nos perplexos, a correr riscos em todo canto, e a identificar suspeitos em qualquer um que se aproxime. Cada desconhecido representa um risco. A máxima de Sartre se converte em realidade física palpável: o inferno são os outros.

É esse o objetivo do Terror? Deixar a "civilização ocidental" insegura, com medo? O que se consegue com isso? 
Há um perigo maior à espreita. Pessoas com medo procuram a segurança, e estão dispostas a pagar o preço, qualquer preço, para obtê-la. Esse é o terreno fértil onde vicejam ideias xenófobas e anti-libertárias como as de um Donald Trump. Se essa corrente vencer, aquilo que conhecemos como "civilização ocidental" fundada na liberdade e na democracia, terá desaparecido.

A extrema direita está cada vez mais confortável para expor seus programas e suas ideias, baseadas na exclusão e no ódio. A esquerda, ou o que resta dela, também não ajuda, ao defender outro tipo de ditadura e dar ensejo à corrupção desenfreada. O desencanto com a democracia representativa é geral e a frustração das pessoas dá lugar a todo tipo de atitude, até as mais extremas como essa que aconteceu em Nice. Esse rapaz, de origem tunisiana, não tinha vínculos com nenhuma organização terrorista, sequer era muçulmano praticante. Era apenas mais um frustrado, que saiu de seu país de nascimento em busca de um sonho, que não se concretizou e não se concretizará jamais para nenhum dos outros, que ainda não se mataram, mas que já estão à espreita.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Queda da Bastilha

O cabeleireiro de François Hollande ganha o equivalente a mais de 35 mil reais por mês! Um escândalo se escancara na França.
Hollande devia ter em conta que, no mesmo dia de hoje, há 300 anos, fez se uma Revolução em seu país, após a qual, o que se cortava não eram propriamente os cabelos, mas a cabeça inteira dos governantes.

Os tempos e os lugares mudam, mas a cupidez humana permanece intacta. Basta ter uma pequena chance, e o bicho homem está lá, aprontando das suas, puxando um vantagenzinha daqui, um privilegiozinho dali. Isso quando não roubam descaradamente como fez outro presidente francês, Giscard D"Estaigne, ao receber diamantes, em propina, de um ditador africano, o Bokassa.

Para nós, brasileiros, quase que é um pequeno alívio. Afinal se até eles, os desenvolvidos europeus, se envolvem em falcatruas! Por que não, nós, tupiniquins?

Na verdade, o salário do Kamura de lá, é um absurdo em termos éticos, mas não é ilegal, nem se compara ao que se fez e se faz por aqui, mas o problema é a mensagem. Estamos entrando em uma era em que a política tradicional está caindo no descrédito. É isso o que explica a ascensão de um Donald Trump, por exemplo. O Brexit pertence à mesma categoria de fenômeno: os eleitores não se sentem representados pelos políticos.

Quando isso acontece só há um modo de se resolver a situação: os representantes acabam por ter suas cabeças cortadas, fisica ou metaforicamente.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

A ameaça de Lula

Na hora em que percebe que a tempestade amainou, Lula dá as caras de novo. Agora volta a ameaçar a nação com sua eventual candidatura em 2018. Disse ele: se existir um risco de retrocesso das nossas políticas sociais, vou me candidatar.

É uma mentira atrás da outra. Em primeiro lugar, Lula e seus cúmplices nunca estiveram preocupados com as "políticas sociais" a não ser naquilo em que elas serviam para lhes dar votos e eventualmente encher as burras do partido e deles próprios com dinheiro público.
O caso de Paulo Bernardo, maridão da Gleisi Hoffman, deixa isso muito claro. A "política social" do empréstimo consignado a aposentados serviu muito bem como um aparato que permitiu que ele embolsasse alguns milhões.

Quantos milhões a mais foram embolsados também em outros "programas sociais"? Ainda não sabemos, mas o Ministério Público já aponta fraudes de 2,5 bilhões no Bolsa Família. Entre beneficiários do programa encontram-se defuntos, pessoas sem CPF, pessoas com múltiplos CPF's, servidores públicos, doadores de campanhas, empresários e por aí vai.

E qualquer atitude no sentido de corrigir ou redimensionar o programa será chamada de "retrocesso". Só não acredito que Lula se candidate. Isso é só balela, que, ele pensa, irá nos aterrorizar. Em primeiro lugar, até 2018, essa múmia deverá estar é na cadeia pelos crimes que cometeu e coordenou, como grande capo da Orcrim. Em segundo lugar, se houvesse a possibilidade e ele se candidatasse, sofreria uma derrota fragorosa, para ficar na história, e ele sabe muito bem disso e não vai se arriscar a carregar isso na biografia.

Então, por quê ele faz isso? Porque não tem mais nada a fazer. Seu partido está no fundo do poço. Seu poste, desalojado do poder. Seus "aliados" querendo evitar a proximidade. Essa é portanto uma tentativa de se manter na mídia, de não ser enterrado politicamente. É o que lhe resta, pateticamente, a fazer.













quinta-feira, 7 de julho de 2016

O velho jogo não acabou (ainda)

Na última postagem, com meu otimismo renitente, escrevi que o velho jogo tinha acabado. 
Fui desmentido logo em seguida por ninguém menos que a figura jurídica do Supremo Tribunal. Eis que o Tribunal mandou a PF averiguar e, eventualmente punir, os autores dos bonecos infláveis que representam o ministro Lewandowski e o procurador Janot. Diz o despacho do Tribunal da Inquisição, oops, STF: 
"Tais condutas, no entender desta secretaria, que atua no estrito exercício de suas atribuições funcionais, representaram grave ameaça à ordem pública e inaceitável atentado à credibilidade de uma das principais instituições que dão suporte ao Estado Democrático de Direito, qual seja, o Poder Judiciário, com o potencial de colocar em risco –sobretudo se foram reiteradas– o seu regular funcionamento", diz o texto.
"Configuram, ademais, intolerável atentado à honra do Chefe desse Poder e, em consequência, à própria dignidade da Justiça Brasileira, extrapolando, em muito, a liberdade de expressão que o texto constitucional garante a todos os cidadãos, quando mais não seja, por consubstanciarem em tese, incitação à prática de crimes e à insubordinação em face de duas das mais altas autoridades do país."

Grave ameaça à ordem pública?  Inaceitável atentado à credibilidade do poder judiciário? Data venia, como gostam de ouvir os senhores ministros, inaceitável atentado à credibilidade desse Egrégio Tribunal são decisões estapafúrdias, como a que prolatou esta semana o ministro Celso de Melo, voltando atrás, monocraticamente, à decisão do colegiado que mandara cumprir mandado de prisão aos condenados em segunda instância. Isso, sim, é grave atentado à ordem, pois ninguém mais sabe se será preso ou não, após segunda condenação, o que vai depender do entendimento do juiz a quem for designado o caso. É a justiça imponderável. A justiça casual. O que mais poderia atentar à credibilidade desse poder?
Incitação à prática de crimes? Não é a impunidade, quase garantida pelas procrastinações que o Supremo apoia, a maior incitação à prática de crimes? Quando um ministro, como Tóffoli, manda soltar um alto suspeito de lesar aposentados, que mensagem está passando à sociedade? Com certeza não é uma mensagem de credibilidade. Com certeza não é uma mensagem de respeito à ordem pública.
Por último, a mensagem fala em insubordinação às altas autoridades? Aí está o foco do nosso problema: servidores úblicos são considerados autoridades, altas autoridades. Não estão lá para servir, mas para serem servidos.
Essas chamadas altas autoridades são servidores públicos!!! São pagas com o nosso dinheiro e devem satisfações a todos os brasileiros!!! Não é o contrário!

Quanto ao argumento de extrapolação da liberdade de expressão, não nem para discutir. Liberdade de expressão é como virgindade. Ou há ou não há. Só faltava agora o nosso Egrégio e Sacrossanto Tribunal querer restaurar a censura no país.

Finalmente: só dói quando é no calo deles? O sacripanta e seu poste foram mais do que caracterizados em pixulecos por mais de um ano e ninguém pensou em atentado, ameaça à ordem pública, ou extrapolação da liberdade de expressão. Quando agora, o alvo das críticas, são as figuras impolutas de toga preta, aí ocorre essa reação absolutamente desproporcional! Assim não dá, senhores ministros. A regra tem que ser a mesma e valer para todos.

terça-feira, 5 de julho de 2016

O velho jogo acabou

Apesar de todas as evidências de que vivemos hoje em um novo país,  que a sociedade internalizou as mudanças de paradigma, que as redes sociais deram voz e vez a quem só podia sussurrar nos breus das tocas, a classe política ainda não se convenceu disso e insiste em nos oferecer mais do mesmo.

Seja o Cunha, seja o Renan, sejam magistrados como esse desembargador Ivan Athiê, todos pretendem continuar jogando  o mesmo velho jogo que muito bem conhecem e muito bem manipulam, mas não dá mais. O jogo agora é outro e outras são as regras.

O jogo agora que vale é o que está sendo proposto pela força-tarefa de Curitiba, pelo juiz Sérgio Moro, pelos jovens membros do Ministério Público, pela Polícia Federal. Essas são as novas regras, não adianta espernear na tentativa de reverter à situação anterior. Isso só demonstra que a classe política tem dificuldade de entender o país, de entender o que querem os seus "representados", e que se afasta cada vez mais da população. As consequências podem ser desastrosas.

Quando a classe política tradicional perde contato com o povo que deveria representar,  abre-se um vácuo de representatividade. Como na natureza não existe vácuo permanente, essa função será logo preenchida por um grupo, ou mesmo uma pessoa, que se apresente ao povo como um novo e legítimo representante. Aventureiros com carisma se prestam logo a esse papel, especialmente aqueles que, por não fazerem parte de "tudo isso que aí está" chegam com um discurso "novo" e afinado com os medos, os anseios e as frustrações nacionais.
Medos, anseios e frustrações é o que não falta ao Brasil de hoje e a manipulação dessas emoções pode levar o país a embarcar em mais uma experiência totalitária. Os Jaires Bolsonaros por aí estão arrebanhando cada vez mais adeptos. Podem ainda ser poucos. Podem muitos não declararem envergonhadamente esse apoio, mas isso já ocorreu em outros países, não custa lembrar e uma vez presentes as condições, forma-se uma avalanche cujo efeito manada fica impossível de ser controlado.

Em outras palavras, a democracia é um sistema frágil, que exige muito compromisso e responsabilidade dos agentes políticos, o que, infelizmente, tem faltado reiteradas vezes no Brasil. O velho jogo acabou. É preciso que esses agentes políticos se convençam disso o mais rápido possível para que a sociedade possa ser ver representada na liderança deles. Caso contrário a sociedade vai procurar por outro tipo de liderança.

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