quarta-feira, 20 de julho de 2016

Espodumênio

Você sabe o que é espodumênio? Nem eu. Quero dizer, eu não sabia até ontem. Fiquei sabendo hoje que é um mineral, descoberto em 1800, na Suécia, por ninguém mais, ninguém menos, que o estadista brasileiro José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência.
Eu não sabia também que José Bonifácio era químico e mineralogista, além de tudo mais. Tinha ele um perfil eclético, muito parecido com o de Benjamim Franklin, que também era político e cientista!

A partir daí, as informações sobre Bonifácio não pararam de me surpreender: formou-se em Ciências Naturais na Universidade de Coimbra, foi professor de Geologia na mesma universidade, fez parte da Academia de Ciências de Lisboa, descobriu, descreveu e nomeou 4 novos minerais. Em 1797, foi eleito membro da Real Academia de Ciências da Suécia, aquela que confere o prêmio Nobel. Falava 12 idiomas! O homem era um gênio! E quase não se sabe nada dele em nosso país.

José Bonifácio foi ainda tutor de D. Pedro II e inspirou no imperador o gosto pela ciência. Era abolicionista e favorável ao ensino público gratuito em todos os níveis. Mas, suas ideias liberais não prevaleceram, pois foi exilado por D. Pedro I em 1923, só retornando ao país em 1929 e, sendo novamente preso em 1933 por causa de intrigas políticas, acabou por se retirar da vida pública. Assim perdemos um estadista.

Espodumênio pode ser um nome bem feio, mas esse e um outro mineral, a petalita, também descoberto por José Bonifácio, são grandes fontes de lítio, elemento químico com grande aplicação na cerâmica, na indústria eletro-eletrônica (baterias), na indústria nuclear e até na medicina. E a popularização dos carros elétricos tornará o lítio mais valioso que o petróleo, no decorrer desse século.

Espodumênio, José Bonifácio e carros elétricos, quem diria, estariam tão relacionados assim?

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