sexta-feira, 31 de maio de 2013

Luz no fim do túnel?

Finalmente alguma dose de bom senso baixou em uma instância de governo. Refiro-me ao pronunciamento do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que declarou que "agora é o investimento que será o carro-chefe do crescimento econômico e não o consumo". 
O problema é saber se dona Dilma concorda. Afinal ela é a chefa e o Banco Central não tem autonomia alguma. Se Tombini conseguir implementar essa visão estaremos finalmente escapando do círculo vicioso a que o populismo consumista de Lula e Dilma nos levaram. Deveria ser ele então o ministro da Fazenda e não aquele escorregadio lacaio de salão.
Outra questão que surge é: quem vai investir? O empresariado brasileiro ou o governo? O primeiro, em sua maioria, não acredita no governo e alguns espertos (e amigos do rei) só "investem"  com dinheiro do BNDES. O governo por sua vez, não tem mais capacidade de investir e muito menos de gerir depois o investimento feito. Resta o capital externo, que também não virá a um país que o hostiliza e não oferece segurança institucional, nem jurídica. Hoje as regras são umas, amanhã são outras, a depender dos humores e das conveniências do chefete de plantão.
Para piorar, o ano que vem é ano eleitoral e outras forças entram em jogo, suplantando o bom senso. Se tivéssemos um estadista no governo, as ações a serem tomadas seriam as necessárias ao controle da inflação e retomada sustentável do desenvolvimento econômico. Mas isso é querer demais de uma pessoa sem capacidade e que foi alçada ao poder apenas pelo voluntarismo de um líder carismático mas ignorante.  
Apesar disso tudo, resta uma tênue esperança pela fala de Tombini. Pode ser, ao menos, uma luz no fim do túnel.

sábado, 25 de maio de 2013

A bolsa e a vida ou O Neo-coronelismo

Impressionante a quantidade de gente que acorreu às agências da Caixa por causa do boato de que o programa Bolsa-Família ia acabar. Aí fica patente o que é esse programa.
O governo ao invés de investir na educação, na preparação da mão-de-obra para que possa galgar um desenvolvimento individual sustentável, prefere "investir" na esmola. E por quê? Porque a esmola causa dependência e é isso que o neo-coronelismo quer. Do mesmo modo que nas fazendas antigas ( e algumas nem tão antigas assim) o patrão criava uma relação de dependência nos seus empregados e assim obtinha a sua servidão, transformando-os virtualmente em escravos, os novos coronéis repetem o mesmo modelo, sob o pretexto de fazer justiça social. Mas o que eles, coronéis, querem mesmo é o controle sobre a massa pobre, ignorante e dependente.
O interessante é que, Lula, de origem pobre, repete o padrão de comportamento a que sua classe social de origem estavam submetidos. Parece que para Lula a dialética se resume em apenas trocar de lado. Ao invés de lutar contra a opressão e libertar as pessoas, o que faz é apenas conseguir um meio de se transformar ele próprio no opressor. Isso aconteceu com muita freqüência no Brasil escravagsita. Muitos escravos libertos, procuravam, tão logo tivessem condições para isso, adquirir seus próprios escravos. Só assim sentiam-se realmente livres. Pois, hoje, o PT repete esse mesmo modelo. Trransformou-se no novo coronel que compra o apoio dos pobres pela  dependência. E, implicitamente os ameaça: se deixarem de apoiar o partido, a benesse acaba. Não há luz no fim do túnel, porque não há nem fim do túnel. O bolsa-família é para sempre. Não há resgate social. O objetivo é manter a pobreza e a dependência de modo a garantir os votos atuais e futuros. Assim passou a funcionar a política no Brasil.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Quarto de despejo

O presidente do Supremo, min. Joaquim Barbosa, mais uma vez disse a verdade nua e crua, com todas as letras, e sem salamaleques, nem rapapés. Disse que os partidos políticos são de mentirinha, que não têm consistência ideológica nem programática, que querem o poder pelo poder, que o Congresso é inteiramente dominado pelo Executivo e que isso é uma afronta à independência dos poderes, consagrada como cláusula pétrea na Constituição.
Não disse mais que a verdade que todos nós sabemos, sentimos e que ninguém diz porque não é de bom tom.
O nosso Parlamento historicamente nunca foi lá de grande independência. Durante as várias ditaduras e regimes autoritários que tivemos o Congresso se mostrou, ou subserviente, ou foi fechado, ou extinto. O mesmo se pode dizer também, infelizmente, do poder Judiciário, que se submeteu-se e calou-se durante os regimes fortes, não levantando a voz nem mesmo em defesa dos direitos humanos inalienáveis.
Mas nunca-antes-na-história-deste-país, em épocas de normalidade democrática, se viu um Congresso tão submisso, tão lacaio, tão venal, como esse que temos. O Congresso hoje é apenas um anexo, um quarto de despejo do palácio do Planalto. Sua função é apenas referendar o que o Executivo manda fazer. A tal base-aliada que, nem é base, nem aliada, só quer as benesses dos cargos, não se sabe para fazer o quê (ou melhor, sabe-se).
E todos fingem surpresa com as palavras do ministro Joaquim. Alguns fingem até indignação! Que grandes atores a televisão está perdendo! Deveriam ser convocados para a próxima novela. Audiência por audiência não vai fazer diferença nenhuma.
E o ministro Barbosa prossegue, como João Batista, clamando sozinho no deserto de homens e de idéias em que se transformou o palco da política nacional.    

domingo, 19 de maio de 2013

Mal-amada Chauí

Marilena Chauí, aquela militante petista da USP que confunde filosofia com ideologia, na semana passada em um evento no Centro Cultural de S.Paulo, berrou ao microfone que odeia a classe média. Ela tem o direito de amar e odiar quem quiser, mas, sendo filósofa e professora e tendo dito isso em pronunciamento público, algumas perguntas ficam no ar. Se ela odeia a classe média, não deve portanto pertencer a ela. Ninguém odeia a própria classe, a não ser em flagrante caso de esquizofrenia. Portanto à classe média ela não deve pertencer. Não pertence, evidentemente, à classe proletária. É uma professora universitária, donde se conclui que está incluída na elite cultural do país. Deve ter um salário, que talvez não se aproxime daquele dos próceres da república, que ela tanto defende, mas que não pode sequer ser comparado ao salário de um proletário. Portanto, à classe proletária ele não pertence também. Sobrou o quê? A classe rica, a elite, a classe "dominante".
Outra pergunta que fica no ar é como é que alguém, especialmente uma filósofa e professora, pode odiar uma classe inteira? Imagine-se uma professora dizendo: eu odeio a classe proletária; ou mesmo, eu odeio os ricos! Pode-se odiar uma pessoa, uma ideia  uma proposição, mas odiar uma classe inteira é uma generalização inaceitável, especialmente quando dito por alguém que em função da formação profissional, deveria ser contra generalizações.
O mais "interessante" é que dona Chauí diz que defende o ponto de vista de que o acesso aos bens de consumo não representa mudança de classe, representa, sim, o fato de que a classe alcançou direitos que antes lhes eram negados. Até aí, o raciocínio parece ir bem. Mas em seguida ela acrescenta: "E porque eu defendo esse ponto de vista? Não é apenas por razões teóricas e políticas. É porque eu odeio a classe média!" 
Quer dizer que os ódios e amores da filósofa é que vão determinar em que classe social alguém será enquadrado? Como ela odeia a classe média, todos os seus desafetos serão classificados ali  E qual classe ela ama? Não sei, mas imagino. A partir daí, todos os economistas e sociólogos serão obrigados a consultar a doutora Marilena para saber como classificar as pessoas, suas rendas, seu consumo, etc.
É esse tipo de gente que está "fazendo a cabeça" dos nossos jovens sob o pretexto de lhes ministrar instrução de nível universitário? É esse tipo de gente que, pagos com o salário retirado dos impostos da classe média, está "ensinando" os nossos jovens a "pensar"?
E dona Dilma não deve ter ficado nada satisfeita. Ela, que anda bajulando e tentando conquistar os votos da classe média para a sua reeleição, vai dizer o quê? Vai desdizer o que uma das sumidades de seu partido berrou ao microfone em bem alto e bom som?

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Política do Oba-Oba

Todos nós nos lembramos daquele "oba-oba" de Lula e Dilma celebrando as descobertas do pré-sal e a nossa "autossuficiência" energética. A descoberta do pré-sal foi em 2006 e a festa do oba-oba foi em 2008 (o preço do barril de petróleo estava em 130 dólares)! Já se vão quase 7 anos e o que aconteceu de lá para cá?
A Petrobrás foi capitalizada, na maior operação de mercado como "nunca-antes-na-história-do-capitalismo", mesmo assim, em valores de hoje,  acabou perdendo 47% em valor de mercado no período de 2010 até março de 2013! Perdeu também o posto de maior empresa brasileira para a Ambev.
E a tal autossuficiência nem de longe foi atingida, ao contrário, a Petrobrás começou a a andar para trás em termos de produção. Na época, Dona Dilma, na sua encarnação de ministra da Casa Civil, disse que "em poucos anos seremos exportadores de petróleo".
Pois em fevereiro deste ano, a presidente da estatal, Graça Foster, disse, com todas as letras: "Se vocês me perguntarem, eu diria que [a produção] é 2% negativo. Não tem condição de fazer produção adicional porque não tem condição física para isso".
Enquanto isso, naquele país do norte, que a nossa esquerda "inteligentinha" (como diz o Pondé) tanto despreza e cuja decadência já foi tantas vezes cantada e anunciada, eles fizeram o "para-casa" direitinho, sem alarde, sem patacoadas e sem "oba-oba". Desenvolveram suas reservas de petróleo e gás de xisto e já estão dando um show. Em breve serão autossuficientes (eles, sim,  serão de verdade) em energia. Só por causa disso, o preço do petróleo começou a cair já fechando abaixo de 100 dólares o barril e a indústria européia já está pensando em voltar a usar o carvão, uma vez que o gás ficou tão barato que barateou também o preço do carvão. 
E por aqui, no país das maravilhas? Bem, por aqui o gás ainda é muito caro! E o petróleo, idem. Sacumé, o tal custo-Brasil e a participação do governo jogando dinheiro pela janela encarece tudo. Além disso, não temos produção de gás natural suficiente no Brasil. Precisamos do gás da Bolívia, ou seja, temos que negociar com o falso índio cocaleiro, amicíssimo do PT. E, obviamente, fazer o que ele quiser. É assim a autossuficiência "made in Brazil".
Com mais uma "descoberta" dessas iremos à falência.




domingo, 12 de maio de 2013

Mãe!





A foto acima é de uma mãe protegendo o filho com seu próprio corpo, durante um tiroteio em Israel. Não importa se a mãe é judia ou palestina. É uma mãe. E mãe não tem nacionalidade, nem pátria. Mãe é universal.
Nesse Dia das Mães essa é a minha homenagem a todas aquelas mulheres que, não importa o que sejam, nem quem sejam, no momento em que exercem o papel de mãe, se transformam no Amor puro.
Parabéns a todas as mães e obrigado!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Criatividade brasileira

No Brasil, ocorre um fenômeno estranho: há muita gente altruísta na política. Muito mais que nos outros países do planeta. Deve ser por causa do nosso clima, das nossas praias, do nosso sol. Todo mundo quer fazer o bem para a nação, todos querem salvar o povo. É por isso que não há oposição. Nem pode haver!
Quem é que vai ser contra a salvação pública? Quem vai ser contra  a melhoria das condições de vida, de segurança, de saúde e de educação do povo? Nunca-antes-na-história-destepaíz se viu um governo tão eficiente, cercado e apoiado por uma classe política tão abnegada, que só quer fazer o nosso bem, que só quer o melhor para o país.
Agora, por exemplo, o vice-governador de S.Paulo, Guilherme Afif, sem deixar de ser vice-governador, virou ministro do governo Dilma. Acumula duas funções para o bem de todos nós. É muita vontade de colaborar e salvar a nação! De tanta gente querendo salvá-la é que a educação, a infraestrutura, a economia, a segurança e a saúde ficaram como estão.
Afif pertence, no momento, ao partido do Kassab. Já foi malufista, já foi liberal, já foi do DEM, agora é um nada gosmento. Pertence a um partido que "não é de direita, nem de esquerda e nem de centro" conforme a definição dada por seu fundador. Não é governista e nem de oposição, muito pelo contrário. Segundo o próprio Afif, ele é um "construtor de pontes", um pontífice portanto.
O que será que está querendo nos dizer? Afif constroi tantas pontes que vai ficar ministro sem deixar de ser vice-governador, ou seja, na hora em que o Alkmin for viajar, ele, Afif, sai correndo de Brasília e senta-se no Palácio dos Bandeirantes. Aí faz, durante 2 ou 3 dias, oposição ao governo Dilma. Depois volta para seu chiqueirinho perto da presidenta e passa a defender esse mesmo governo. Mas, como não pode legalmente receber dois salários, teve de abrir mão de um deles. Que pena! Abriu mão logo do menor dos dois...para o nosso bem, claro!
Essa "muderna" política brasileira é muito criativa. Não se parece com nada antes conhecido. Do mesmo jeito que o PT inventou o protesto a favor, o PSD inventou a oposição a favor. De vento em popa.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Desabafo



Republico texto de Matê Mantovani, publicado originalmente no Facebook em 09/05/13. 



Estão confundindo FALTA DE CONDIÇÕES PARA O TRABALHO MÉDICO com falta de médico... A solução para termos médicos fora do eixo sul-sudeste e nas cidades do interior é a criação do Plano de Carreira para os médicos que prestam concursos públicos e, obviamente, a melhoria nas condições gerais de saúde pública, educação e segurança nessas localidades. 

O Plano de Carreira colocou promotores e juízes nas mais longínquas regiões do Brasil, sem que o Governo recorresse à importação de magistrados estrangeiros! Além disso, não adianta encher de médicos cubanos, se não houver acesso a medicamentos, instrumentos médicos de trabalho, exames diagnósticos laboratoriais e de imagem, leitos nos hospitais, técnicos de enfermagem, enfermeiros, etc. O médico precisa de recursos para trabalhar. MÉDICO NÃO É MÁGICO! 

Quando esses cubanos descobrirem que nesses locais não tem escola de qualidade para seus filhos estudarem, não tem água potável e saneamento básico; quando descobrirem que nos Hospitais e Postos de Saúde faltam os recursos mínimos para o exercício da medicina, que as condições de trabalho são extenuantes e desumanas, que as estradas são perigosas e mal-conservadas, que falta segurança e a violência os ameaça, que há dificuldade de deslocamento para os Congressos e outros Cursos de Reciclagem Médica, que as Prefeituras não pagam os salários prometidos, e o que pagam é sempre com atrasos; quando eles começarem a ficar 2-3 meses sem receber um centavo; quando morrerem pacientes em seus braços por falta de recursos para o atendimento e "salvamento"; quando precisarem escolher quem vive e quem morre limitados pela carência de vagas nos centros cirúrgicos e nos CTIs; quando descobrirem que estudaram tantos anos para não conseguirem exercer um trabalho digno e de qualidade; quando forem ameaçados pela população em sua angustiante espera diante da excessiva demanda para o limitado atendimento; quando se sentirem responsabilizados por uma carência da qual não têm culpa, e ainda verem o Governo deixando entender ao povo que o problema da saúde pública não é a falta de investimento mas a "falta de vontade e solidariedade" dos médicos; quando se sentirem enganados e injustiçados; e, finalmente, quando perceberem a furada em que se meteram, o que irá acontecer? Vão nos importar médicos somalianos, nigerianos, burundianos??

Por que o Governo brasileiro não faz as coisas do jeito certo? Porque essa é uma medida superficial e eleitoreira. Não visa o bem-estar do povo, não objetiva a melhoria do SUS. O Governo sabe muito bem que a solução para essa carência passa por profundas mudanças nos investimentos em Saúde Pública e na valorização dos profissionais de saúde, o Governo também conhece os benefícios dos Planos de Carreira para as profissões que prestam serviços essenciais ao povo. Mas medidas de qualidade custariam a ele tempo e dinheiro. Essa é mais uma medida barata, populista, irresponsável e ineficaz, que visa enganar o pobre brasileiro. Mas é também a medida que vai conquistar a simpatia e os votos dos desavisados...

terça-feira, 7 de maio de 2013

Aprenda Dilmês primitivo. É de graça!

Se você tiver interesse em aprender a falar o Dilmês, não tem problema. O idioma é muito fácil. 
Em primeiro lugar, desconecte o Tico do Teco e vice-versa. Você já está preparado então para pronunciar as primeiras frases em Dilmês.
Use a expressão "no nosso guverno" em qualquer contexto. Pode ser iniciando uma frase, no meio ou no fim. "No nosso guverno" ajuda a contextualizar a próxima asneira que será dita, além disso, reafirma sempre que há dois presidentes no Brasil: ela e ele, o inefável!
Terceiro: pegue qualquer coisa que possa parecer importante, ou que seja do interesse especial dos despossuídos e diga que isso foi feito, ou criado, "no nosso guverno".
Mas, cuidado, não deixe as frases fazerem muito sentido. No meio do raciocínio (se é que se pode chamar de raciocínio) mude abruptamente de rumo. Tá falando da seca no nordeste? Emende com conclusões como "a invenção da caxirola" que vai projetar o país no cenário internacional. Tá falando do papa? Diga que apesar de o papa ser argentino, "nosso guverno" não vai deixar eles ganharem a copa. Esqueça esse negócio de frase com sujeito, predicado e complementos. Isso é coisa ultrapassada. Quer ver exemplos?:

  • "Eu enviei para o Congresso quando vetei a medida, aliás, vetei parte da Lei dos Portos, dos Portos não, dos Royalties, e era do Petróleo, que mudava os contratos para trás"
  • "A MP que define essa parte, essa parte dos royalties que é royalties, participações… essa parte da lei, aliás royalties, participações especiais e os recursos do pré-sal, destina à educação… essa lei, ela está parada porque ela está sub judice."
  • "Todos os países para caminharem e caminham mais rápido quando há consenso, quando se constrói consensos. Consenso é algo que tem que ser construído, então caminha melhor.
E para finalizar, essa pérola:
  • “No que se refere à seca, só tem um jeito. O homem e a mulher têm de teimar”
Entendeu? Nem eu. Mas o idioma Dilmês é só para ser falado, não é para ser compreendido. Entendeu agora? Tá aprovado!

Exército do B

Tudo indica que, em silêncio vai sendo posto em prática um plano de implantação de um regime autoritário (para dizer o mínimo) no Brasil. Não é paranóia, nem teoria conspiratória. Basta ver os sinais e interpretá-los à luz de uma inteligência mediana.
Já não é a primeira vez, que o PT insiste em censurar a imprensa, chamando essa censura de "controle social da mídia". Pois bem, cara-pálida, controle já sabemos que desejam, mas o "social" é de quem? "Social" significa "do partido". O partido já se identificou com o "social". Quem é contra o partido é contra o "social". Daqui a pouco, tal como Luiz XIV, o partido se identificará com  o Estado e, então, quem for contra o partido, estará sendo contra o Estado. Esse processo de identificação com o Estado (na verdade apropriação indébita do Estado) já está avançado, via aparelhamento das instituições. Mais alguns passos e o Estado estará todo nas mãos do PT.
O segundo passo, foi a  tentativa de submeter o poder Judiciário ao Congresso. E o Congresso é dominado, cooptado ou comprado, por quem? Essa tentativa de submissão do poder Judiciário não foi só uma retaliação pelo resultado do julgamento do Mensalão. Ela se presta a interesses ainda muito maiores.
A terceira manobra está nas ações da tal Força Nacional de Segurança Pública. O governo simplesmente decidiu que pode enviar a tal Força Nacional para intervir nos Estados sem sequer consultar os respectivos governadores. Para isso emitiu um decreto presidencial em março, que passou desapercebido por todo mundo.  Nesse decreto há uma cláusula que libera o emprego da Força em qualquer parte do território nacional por simples pedido de ministro de Estado. 
Essa Força Nacional está se parecendo mais com uma milícia, uma guarda pretoriana da presidenta, um exército número dois. Na Alemanha nazista as SS foram mais ou menos uma Força Nacional que se colocou acima do próprio exército alemão (a Wehrmacht). O ministro da Justiça informa, com muita candura, que o pacto federativo não será ferido pela iniciativa! Como não? Um ministro mequetrefe qualquer, a mando da mandona, decide "pedir" a intervenção em algum Estado por motivos que não hão de faltar e o governador desse Estado fica igual a marido traído. Se isso não fere a Federação, não sei o que mais poderia ferí-la.
Esse decreto já está valendo! Senhores Governadores, está na hora de tomarem uma posição em defesa da Constituição e da autonomia dos Estados.

domingo, 5 de maio de 2013

Paraíso da bandidagem

Uma americana foi seviciada e estuprada durante horas em uma van no Rio. Uma dentista foi queimada viva dentro de seu consultório em S.Bernardo. Um jovem de 19 anos foi assassinado por um delinquente de quase dezoito anos apesar de não ter reagido ao assalto e ter entregue o celular. Na sexta passada, outra mulher foi estuprada no Rio, dentro de um ônibus.
Em nenhum desses casos, se viu a cara compungida da presidenta, nem mesmo de mentirinha, lamentando o fato, nem mesmo por empatia com a "classe" das mulheres, as vítimas mais frequentes. 
Em nenhum desses casos, se viu autoridade alguma se manifestar, nem se compadecer com os familiares.
O que se vê são os iluminados de sempre a vociferar que alterar a maioridade penal não vai resolver, que as causas é que tem que ser atacadas, que isso, que aquilo. Ninguém se abala em dizer que:

  1. as leis valem para todos, maiores ou menores.
  2. os incapazes tem que ter alguém que responda por eles, até mesmo criminalmente.
  3. se incapazes não tiverem quem os tutore, o tutor passa a ser automaticamente o Estado, que tem que recolhê-los das ruas, dar-lhes educação, impedir que se tornem reféns do tráfego, etc. 
O que não pode acontecer é não se fazer nada e permanecermos todos à mercê do terror que a delinquência de maior ou menoridade estão nos impondo. A punição da lei não é vingança. Aliás a punição da lei veio, no processo civilizatório, exatamente para substituir a vingança, que era a justiça feita com as próprias mãos. Repito: a punição legal não é vingança, mas tem que ter o efeito de dissuasão para ser efetiva. A punição tem que ser tal que os indivíduos, dentro de um grupo,  se conformem em controlar sua animalidade, seus instintos, e agir conforme as regras.
No próprio crime organizado existem leis e elas são cumpridas. Poucos desafiam um traficante, por exemplo, porque sabem quais serão as consequências. No entanto desafia-se diariamente a polícia, a Justiça e o estado de Direito, exatamente porque sabem que nada lhe acontece. Ninguém teme uma lei que não pune.
Mas, no Brasil, de repente, viramos uma sociedade que tem horror à punição. Essa palavra, junto com a repressão, foi banida do nosso vocabulário. Tornamo-nos um paraíso dos delinquentes onde ninguém jamais é punido. Só que esse paraíso, para alguns, é um inferno para outros. É um inferno para as vítimas e seus parentes e amigos, que tem que continuar sua saga de sofrimento sem reparação e sem solidariedade alguma do Estado ou das ONG's que se dizem protetoras de Direitos Humanos. E os demais cidadãos honrados, tem que seguir desarmados, desprotegidos e também sujeitos à mesma violência a qualquer momento; e não podem sequer reclamar pois são taxados de fascistas, direitistas, repressores e outros pejorativos.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

País zumbi

No Brasil, a cultura da impunidade e de as pessoas não terem responsabilidade pelos seus atos está beirando a patologia. A continuar assim o país inteiro vai ter que se deitar no divã para descobrir os motivos dessa infantilidade coletiva. Aqui ninguém é responsável por nada. O indivíduo dirige embriagado e mata, mas nada lhe acontece a não ser um aborrecimentozinho de ter que responder a um inquérito. Há alguns anos, um irresponsável, dirigindo muito provavelmente bêbado, pois saia de uma boate pela manhã, em Belo Horizonte, veio dirigindo por uma avenida movimentada na contra-mão, atingiu o veículo de um pai que levava as criançãs pro colégio e matou esse pai de família. O que lhe aconteceu? Até agora, nada.
Estamos assistindo estarrecidos ao espetáculo macabro de "menores de idade" de quase dezoito anos assaltando, atirando, mesmo tendo obtido o objeto do desejo, ateando fogo às pessoas, estuprando, sabendo de antemão que nada vai lhes acontecer (aos "menores" é claro). Toda criança de sete anos sabe o que é certo e o que é errado. Sabe o que pode e o que não pode ser feito em sociedade. Entretando, aos adultos de 16/17 anos é concedido um indulto prévio.
A pobreza e a desigualdade são um crime constante que se comete neste país contra uma grande parcela do nosso povo, mas não explicam e não podem justificar essa violência. Até porque nada pode justificar a perda de uma vida. O que explica essa violência é a cultura da impunidade que anda solta e que propicia a corrupção, o tráfico de drogas, o contrabando de armas. A culpa da violência pode e deve ser debitada a essa classe política nojenta que só assume as funções públicas para se locupletar, que nada faz para propiciar uma educação de qualidade ao povo, que quer enganar a todos fingindo que sair da miséria é ganhar mais de 70 reais por mês, fingindo que que bolsa-disso e bolsa-daquilo vai resgatar alguém da desigualdade, fingindo que o incentivo ao endividamento e à  gastança descontrolada com bugigangas inúteis é meio de ascenção social.
É nesse caldo de cultura que proliferam os vírus e as bactérias da violência, do desrespeito à vida e aos outros seres humanos e animais. Uma nação não é um hino, uma bandeira colorida, um nome, um time de futebol. Uma nação é apenas a expansão de uma comunidade de famílias, de seres interligados por um parentesco de sangue, de língua e de cultura. Estamos deixando de ser tudo isso. Estamos nos desmanchando como nação. Estamos nos tornando um país zumbi, cheio de mortos-vivos andando por aí, sem sentido, sem coesão e sem objetivo.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

A segunda dama

A segunda-dama anda furiosa. Rosemary Nóvoa não quer pagar o pato sozinha, afinal tudo o que ela fez foi com o conhecimento e consentimento da maior autoridade da República de então. Ela não tinha, nunca teve, poder próprio. Aliás, seu poder estava escondido debaixo da saia. O deslumbrado presidente de então é quem lhe proporcionava, além das mordomias, claro, o poderio do qual ela fez uso e abuso à vontade.
Abandonada à própria sorte, tendo de enfrentar acusação atrás de acusação, a segunda-dama acusou o golpe e promete...tchan, tchan, tchan,...vingança! Quer melar o jogo jogando a lama no ventilador. Seria bom que o fizesse. A nação penhorada agradeceria. Nada melhor pra tirar os podres para fora do que uma "ex" irada.
Desde que a PF começou a operação, Lula desapareceu da vida da Rose, coitada. Nem para dar um telefonema de apoio. Nada.  Ele, que não é bobo,  sabe muito bem que alguém pode gravar sua conversa, a começar da própria Rose. E Lula não é de dar apoio a ninguém. Não fez isso com Dirceu, não fará com Rosemary. Caiu? Se vire. Lula é antes de tudo um sindicalista.

Aliás, só para registro, Lula, o falastrão, mantém um silêncio muito significativo há 160 dias. Vai até "escrever" no The New York Times, mas não fala nada sobre a Rose. Os tempos mudam. Na época de Cartola eram as Roses que não falavam.

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