quinta-feira, 7 de maio de 2020

Quem não deve, não teme

O capítulo mais recente da interminável novela política brasileira é essa resistência inexplicável de o governo entregar ao Supremo a gravação da reunião de ministros, citada pelo Moro, como prova de quem é que mente e quem é que diz a verdade.

Logo após a demissão de seu ministro da Justiça, Bolsonaro fez questão de vir a público e, em transmissão televisiva, dizer que iria publicar o vídeo dessa tal reunião como prova de que o ex-ministro mentia. Não só mentia, como o caluniava. Não só o caluniava, como o traía.
Melhor oportunidade para destruir a argumentação do Moro seria essa. Os fatos são, ou deveriam ser, incontestáveis.

Não dá para entender ou justificar então essa atitude de lutar com unhas e dentes para que essa gravação não seja revelada. Motivos de Estado, uma pinoia! Segredos de Estado,  por suposto, não serão revelados por um ministro do Supremo, afinal um outro poder da República. É assim que as coisas funcionam, ou deveriam funcionar.

Vamos ver se Celso de Mello na sua, talvez, última oportunidade de proferir uma decisão que pode ser histórica como ministro do STF, não recue, não trema, como já fez em alguns outros momentos cruciais. Aquele, a quem Saulo Ramos chamou "juiz de merda", tem essa oportunidade histórica de cravar uma estrela dourada na própria biografia. 

Quanto ao Bolsonaro, essa atitude só diminui sua credibilidade e dá margem aos ataques dos inimigos. A esquerda nunca teve um alvo tão fácil. Eles nem estão se aproveitando muito da situação. Aliás, a esquerda não precisa bater em Bolsonaro. Ele e seus filhos batem em si mesmos.

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