sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Bye, bye, Lula

Temos visto alguns colunistas fazerem uma análise pra lá de condescendente nos extertores do governo Lula. Não sei porque fazem isso. Parece aquele caso de falecidos, dos quais não é de bom tom falar coisas negativas, como se canalhas também não morressem. No caso Lula, encerrando-se o mandato, é como se a "entidade" falecesse, pois já não terá mais o poder da caneta e não lhe adiantará de muita coisa ter toda essa popularidade que está sendo alardeada e da qual eu também duvido muito.
Mas o fato é que esses colunistas, alguns que até faziam críticas ao governo petista, parece que se arrependeram e passaram agora a vislumbrar bondades nesse infeliz governo. Para mim uma coisa é fundamental: nenhum governante tem que ser elogiado quando faz aquilo que é correto e é sue dever. Ele não o faz como um favor ao povo. É sua obrigação. Para isso foi eleito e disputou eleição sem ser obrigado a tal. Portanto governar com respeito às leis e com o objetivo de fazer o bem à sua nação não é mais que obrigação de todos eles. E, quando um governo não acerta, temos todos o direito de lhes cobrar explicações e retificação desses erros. Quando não o fazem temos o direito de depô-los e escolher outro. Isso não é golpismo, nem udenismo, isso chama-se respeito à leis.
Se o governo Lula tem algo de bom foi na condução da economia que isso se revelou e, mesmo assim, tudo derivando da política econômica implantada pelo antecessor e escondendo alguns problemas debaixo do tapete ou deixando algumas bombas-relógio armadas para a sua sucessora. No balanço geral, o mal que esse governo fez ao Brasil vai demorar para ser extirpado. Esse mal se traduziu na institucionalização da corrupção, do balcão de negócios, do uso privado das instituições públicas, da falta de respeito às leis, do populismo deslavado, do culto à personalidade, do  aparelhamento político dos órgãos do Estado, da cooptação do legislativo e do judiciário, do acobertamento das malfeitorias dos amigos, da abdicação da defesa dos direitos humanos, do uso da mentira como instrumento político e da enganação de uma população simples e ignorante. Sem falar nas tentativas de calar a imprensa e os opositores e da condução da política externa brasileira para o lado das piores ditaduras como nunca antes da história desse país se havia feito. Esse legado que vai permanecer ainda pelo menos por mais quatro anos, será difícl de ser extirpado. 
Não foi o governo Lula que inventou tudo isso. Sabemos da corrupção endêmica nas nossas plagas, do desinteresse pela coisa pública, do clientelismo, etc. O problema é que o PT surgiu como uma força renovadora, que iria lutar contra essas mazelas hsitóricas e estabelecer uma nova maneira de se fazer política. O problema é esse, é a demosntração de que não há salavação e todos saõ mesmo igualmente podres e corrputos. Isso nos tira, como nação, a capacidade de lutar por melhores práticas. Isso nos leva ao conformismo de que sendo impossível lutar contra essa realidade é melhor aderir a ela. Se o fizermos em pouco tempo estaremos amargando um lugar entre as nações mais atrasadas no planeta. A escolha será nossa. Por mi, já bats. Adeus, Lula. Tchau. Lula nunca mais.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Me engana que eu gosto

Antigamente havia garotas-propaganda. Quem sabe hoje, pos-modernamente, possa haver velhotes-propaganda. Se puder, um candidato natural ao título para a propaganda do Viagra seria esse deputado Pedro Novais, indicado ministro do Turismo. Todos já sabem da história: o homenzinho gastou num certo Motel Caribe a soma de 2156 reais. Nesse motel, a diária de 24 horas custa 398 reais. A explicação da alta despesa é que o deputado deu ali uma festa tendo vários casais como convidados. Esse tipo de festa, em outras épocas menos politicamente corretas, se chamava suruba mesmo. E o quê que um senhor de 80 anos estaria fazendo nessa suruba é de se perguntar. Mas até aí não temos nada com isso. O problema todo é que ele cobrou da Câmara, portanto de nós contribuintes,  o reembolso dessa "despesa" a título de verba indenizatória. O fato de já existir essa tal verba indenizatória é um descalabro, mas isso fica para outro comentário. Pego com a mão da massa, ou a boca na botija, como queiram, declarou ter sido "um erro" e disse que vai devolver o dinheiro aos cofres públicos.
É preciso muita cara-de-pau de um lado e muita apatia do outro para que um caso como esse, não só seja possível, como ainda vá ficar por isso mesmo.
A dona Dilma o convidou para o ministério do Turismo, aquele que vai reger as obras da Copa e das Olimpíadas, portanto um ministério polpudo e com muita visibilidade em seu governo. Escolheu um velhote de 80 anos, do baixo clero da Câmara, só porque é apadrinhado de quem?
Advinhem! É só ir puxando o fio que do outro lado aparece um indefectível bigode. É ele mesmo, José Sarney é o padrinho, the Godfather. Essa Sarna está em todos os meandros de corrupção da política desse país. Como consegue se infiltrar em todos os cantos, sorrateiramente, sem barulho, como uma micose que gruda e jamais sai? Sarney é outro velhote, ou melhor, velhaco, que insiste em fazer parte do nosso deplorável quadro político.  Talvez não faça surubas em motéis. Prefere fazê-las no Congresso mesmo, a portas escancaradas, com transmissão televisiva. Ali temos que assistir a essa presença nefanda a urdir conchavos, acordos escusos, pressões, imposições, tudo em nome de uma governabilidade que nada mais é que uma máscara para o mais deslavado fisiologismo e para a mais indisfarçável corrupção. Nem uma despesa de 2 mil reais se deixa passar. Tudo tem que se açambarcado, apropriado, porque afinal o Estado lhes pertence.
Nisso tudo o que ainda mais espanta é que dona Dilma, se se enganou e convocou a pessoa errada, deveria imediatamente voltar atrás e desconvidá-lo. Mas, não, isso não pode ser feito porque não pode criar caso com o santo PMDB e é impensável desfeitear Sarney.
Infelizmente tudo isso nos sinaliza que nada vai mudar. A mulher que foi "enganada" por Erenice agora pede para ser "enganada' pelo velhaco do Turismo. Quem é que está enganando quem? Pobre Brasil!

Já vai tarde!

A morte do Quércia nos proporciona um momento de reflexão: a qualidade da política brasileira é como a lei da entropia, sempre tende a piorar.
Perto do que o PT (adversário ferrenho) aprendeu a fazer, Quércia pode ser considerado um reles amador. Ele e Sarney, depois da morte de Ulisses Guimarães, tomaram conta do que um dia foi um partido de oposição à ditadura militar e destruiram a alma desse partido transformando-o nesse espectro que aí está a nos assombrar. 
Não lamento sua morte e nem farei seu panegírico. A morte não redime ninguém de nada, ao contrário, torna definitivo tudo o que fizeram. Portanto, o Brasil não perde nada com sua ausência e que desapareça da nossa memória pois nada de bom ou de útil deixou para os seus conterrâneos.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O Natal com Hugo Chavez

Hoje, supostamente, era para se falar do Natal, de Paz, de Harmonia, mas não dá para ficar calado e passivo diante do que está acontecendo ao nosso lado, com os nossos irmãos venezuelanos. Hugo Chavez escancarou de vez a ditadura que mal conseguia disfarçar. Concedeu-se o direito de legislar por decreto por 18 meses. O projeto original era de 12, mas uma deputada mais realista que o rei propôs aumentar pra 18 meses e, (claro quem seria contra?), foi aprovado pela Assembléia Nacional.
Olhando a foto ao lado, os que tem um "pouco mais" de idade lembram-se de alguma coisa? Não parece repetição do mesmo velho e desgastado filme? só que com outros nomes e outros atores? Nesse país, há não muito tempo, tivemos a mesma luta; os "mesmos" estudantes sairam às ruas em protesto contra a ditadura militar e foram acompanhados pelos libertários de então: artistas, professores, intelectuais, pessoas da imprensa e até, pasmem, por gente que hoje se encontra ao lado de Chavez e sua nova velha ditadurazinha sulamericana.
Agora, entretanto, ao invés de levantarem sua voz em protesto, muitos "líderes",  libertários e progressistas em oposição à ditadura da época, se calam diante do absurdo que ocorre na Venezuela.
De uma figura como Lula, não se pode esperar mesmo muita coisa. Foi invenção de um general, o  Golbery do Couto e Silva, que o queria justamente para dividir a oposição à ditadura militar. O bruxo Golbery inventou o líder operário "confiável", assim como reinventou um PTB "de direita" com Ivete Vargas e tal. Hoje podemos dizer que o bruxo foi bem sucedido. Sua cria aí está, provando, para quem quer que seja, que o ex-líder operário pode ser tudo, menos oposição às ditaduras. Ao contrário, se tivesse encontrado um ambiente mais propício, uma democracia mais frágil, quem sabe? Não faltaram áulicos a insuflar idéias liberticidas, haja vista as várias tentativas de restaurar a censura, possibilitar um  terceiro mandato ou o tal Plano de "Direitos Humanos", tudo travestido sob a forma de uma democracia "popular" baseada nos índices de popularidade presidencial.
Agora que na Venezuela, fica tudo mais claro, talvez seja melhor para nós outros. Assim quem se calar ou defender a truculência chavista não terá desculpa alguma, estará assumindo a posição de inimigo da democracia.
Dá pena perceber que junto daqueles estudantes brasileiros, que sairam às ruas e tiveram a coragem de enfrentar a truculência militar no Brasil, havia tantos que só a queriam substituir por outra truculência.
Que haja Paz e Felicidade ao bravo povo venezuelano. Que busquem coragem e conforto na história, que nos mostra que todas as ditaduras tem um fim; e, quando os povos são corajosos, esses crápulas normalmente ainda pagam pelo que fizeram.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Gilberto Carvalho o bajulador


Carta do presidente Fernando Henrique ao Estadão a respeito das aleivosias levantadas pelo "amarra-cachorro" de Lula, Sr. Gilberto Carvalho, aquele, do caso Celso Daniel.


Li com espanto a entrevista do sr. Gilberto Carvalho publicada neste jornal na edição de domingo passado (“Ninguém engana a Dilma nem põe faca no pescoço dela”, 5/12, A10). Espanto porque imaginei que o entrevistado devesse estar mais preocupado em se defender de insinuações que podem manchar a sua biografia ─ a de haver sido receptador de propinas extorquidas por um bando de seus companheiros de partido que teriam usado a administração petista de Santo André para obter recursos para uso político, como afirmam procuradores estaduais ─ do que em dar curso a calúnias contra mim.
Lula, segundo o entrevistado, recusa o termo “mensalão” para caracterizar os desatinos praticados nas relações entre seu governo e a Câmara dos Deputados, quando da alegada compra de apoios políticos. Na verdade, trata-se de mero jogo de palavras para negar a periodicidade da propina, e não sua existência. Artifício semelhante a outro ─ este com consequências jurídicas maiores ─ quando afirmou que o dinheiro utilizado naquelas práticas teria sido obtido de “sobras de campanha”, esquecendo-se de que houve transações entre poder público e agentes privados como no caso da Visanet.
Para melhorar a imagem presidencial, Gilberto Carvalho diz que Lula, ao negar que seu governo tenha comprado votos, me acusa nominalmente de tê-lo feito para aprovar a emenda da reeleição. Ora, jamais houve qualquer indício nem qualquer afirmação direta de que eu assim procedera. Mais ainda, os rumores sobre uma escuta telefônica feita entre deputados de um Estado que estariam envolvidos em tais práticas aberrantes surgiram num jornal meses depois de aprovada a referida emenda, com votação avassaladora ─ 80% no Senado e margem de mais de 20 votos acima dos 308 requeridos na Câmara.
No caso, a referida escuta teria feito alusão ao primeiro nome de um de meus ministros. Para evitar dúvidas o ministro eventualmente aludido foi, por decisão própria, à Comissão de Justiça da Câmara, prestou todos os esclarecimentos e desafiou quem dissesse o contrário da verdade, que era sua inocência. Posteriormente, três ou quatro deputados ─ mais tarde ligados à base do governo Lula ─ renunciaram a seus mandatos para evitar cassações, confessando culpa, mas sem qualquer envolvimento do PSDB e muito menos do governo ou meu.
Se não fosse o suficiente ser um procedimento contrário à ética, mesmo em termos pragmáticos, seria de todo descabido comprar o que era, explicitamente, oferecido: a opinião pública, os editoriais de toda a mídia e a maioria avassaladora do Congresso Nacional eram favoráveis à emenda da reeleição, contra a qual se batiam isoladamente o PT e os “malufistas”, pela razão de haver nessas correntes quem quisesse disputar as eleições presidenciais e temesse minha força eleitoral, comprovada na reeleição em primeiro turno em 1998. Estes são os fatos.
Custa-me a crer que Lula, para se defender do indefensável no caso do mensalão, ataque a honra de um ex-presidente que foi seu amigo nas horas difíceis e que não usa de artimanhas para desacreditar adversários. Dói mais ainda que pessoas como Gilberto Carvalho ecoem o sabidamente falso para endeusar o chefe. Sinal dos tempos, que arrastam mesmo os que parecem ser melhores a cair na calúnia, na mesquinharia e na mediocridade.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Felicidade, esperanto e otras cositas más

O ministério já está quase formado, com a cara de... Lula! Nada de novo no front. Nenhuma novidade impactante. Na economia, sabemos que vai continuar a mesma gestão, com os mesmos acertos e , infelizmente, com os mesmos erros. O Copom e o BC continuarão a monitorar a economia via taxa de juros. Até agora parece ter dado certo, mas até quando isso será possível? 
Na política, para variar, vai continuar tudo também na mesma. Os mesmos vícios já se anunciam, o velho fisiologismo, a barganha de cargos, nenhuma idéia nova, nenhum plano para a  nação, nenhum ideal, tudo pura e simplesmente em função de interesses mesquinhos, pessoais, escusos. O pais que se dane!
Essa corja política brasileira que se apossou do estado, temos que reconhecer, é muito eficiente em seus propósitos. Conseguiu sobreviver por todo o século XX, mudando para não mudar e já vai adentrando o século XXI,  já finda a sua primeira década, fazendo o que sempre fez: roubando o futuro da nação!
Basta ver os resultados da educação brasileira. Estamos em 57º e 58º lugar entre 65 nações.  O Brasil, apesar da propaganda oficial, ainda tem 79 milhões de pessoas que vivem com menos de mil reais por mês de renda familiar!!!!. São 13 milhões de pessoas a depender do Bolsa-Família (mais que a população inteira de Portugal). A tal classe média B, cuja renda familiar ultrapassa os 10 mil reais, é constituída de apenas 3 milhões de viventes.
E, nessa altura do "campeonato" ainda vem um senador do nível de um Cristóvam Buarque, propor uma emenda constitucional para incluir o direito à felicidade na nossa Constituição e quer acrescentar na grade curricular da escola pública o ensino do esperanto. Pelo amor de Deus, isso só pode ser gozação. 
Como disse o jornalista Clóvis Rossi hoje na Folha: "Emergente? Só a cabeça."
Pois eu diria: Emergente, nem o rabo!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Decifrando Lula

A esfinge vai se deixando revelar. O senador Tasso Jereissatti em seu discurso de despedida do Senado disse que ficou decepcionado com Lula: "Lula foi uma decepção em vários sentidos. Lula nos decepcionou como político, como liderança comprometida com a ética e com a honestidade, como símbolo da mudança nas relações do governo com a sociedade, do Executivo com os demais poderes e, principalmente, como esperança de algo realmente novo na vida nacional". Esses sentimentos de frustração e decepção com certeza afloraram nas mentes e corações de muitos outros brasileiros, incluindo a mim.
Também fui ingênuo em acreditar, no passado, que o PT representaria algo novo na política brasileira e que Lula, o líder operário, tal qual o "bon sauvage" de Rousseau, nos iria redimir de nossa história centenária de coronelismo, peleguismo e dominação oligárquica.
Mas, eis que, chegando ao poder, Lula e o PT nos mostraram sua verdadeira face. Ninguém se transforma naquilo que não é. Portanto, a cara que Lula e seu partido passaram a mostrar a nação, era a carantonha feia e escusa que durante tanto tempo conseguiram esconder: a cara do oportunismo, da desfaçatez, da falta de ética, do maquiavelismo político, do lobo em pele de cordeiro. A cara do próprio regime que preconizavam e que, implantado em outros países, levou tantos sers humanos à dor, ao medo, ao desespero e morte. Não à toa, o primeiro ensaio já se dava nas prefeituras, como a de Santo André e que. muito coerentemente, terminou em um crime ainda não totalmente esclarecido.
Mas Lula é ainda maior que seu partido. O partido naufragou nas marolas do escândalo do mensalão, mas ele, entregando os "cumpanheros" para não entregar a si, sobreviveu politicamente. Sobreviveu e até chegou aos píncaros da glória da popularidade, mas não convenceu nem aos adversários, nem a si mesmo, que seria o grande líder que todos gostaríamos, no passado, que fosse. Por isso, agora vai deixando o que lhe resta de máscara cair. Lula não é do PT, nem é realmente de "esquerda". O unico partido de Lula é ele mesmo. Aprendeu isso no mundo sindical e jamais esqueceu, porque isso é o que lhe deu até hoje a sobrevivência política. Lula não tem ideologia, Lula é o político de resultados: não importa quem foram os adversários de ontem, nem quem sejam os aliados de hoje, o que interessa é empalmar o poder e nele permanecer. Se amigos cairem, paciência. Se inimigos, que ontem o vilipendiavam até mesmo na sua vida pessoal, forem agora convenientes que substituam os amigos de outrora. Assim vemos o PPS que foi aliado de outras derrotas, como a de 89, tornar-se naturalmente oposição ao seu governo. E Collor e Sarney, que eram os próprios diabos encarnados, tornam-se amigos de infância. É patético ver os vídeos em que Lula vociferava contra o clã Sarney e compará-los com os atuais em que vocifera a favor do clã Sarney. Como é que essa oligarquia jurássica, conseguiu, sem gritos e sem alarde, cooptar aquele que parecia ser o seu maior inimigo político e fazê-lo seu cão de guarda, rosnando e mordendo do alto dos palanques? Sábia oligarquia e esperta. Segue à risca o ditado: " o bom cabrito não berra" e permanece sempre à espreita dos líderes sem alma aos quais possa atrair com o simulacro do poder para continuar mandando e desmandando nesses tristes trópicos.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A Dilma de barba - Criador e credor

Aos poucos vai se compondo o ministério que, segundo o guru, vai ter a cara da Dilma. Só se ela for uma mulher barbada, porque até agora, foi Lula quem indicou, sugeriu e apontou ministros aqui e acolá. Começou com o Mantega na Fazenda, pôs o dedo mindinho na indicação da Míriam Belchior (ex-Celso Daniel) para o Planejamento, confirmou o Jobim na Defesa, Palocci na Casa Civil e por aí vai, dando pitacos sem a menor cerimônia. Aliás, elegância é o que não se pode esperar do "nosso líder", coisa que ele tem tanto quanto cultura e educação. 
Como disse o jornalista Ricardo Setti, Lula podia indicar, mas devia ser mais discreto, pois afinal deixa a Dilma constrangida. Mas, fora o fato que constrangimento é algo ao qual os petistas e assemelhados parecem imunes, pega mal pra dona, né! Tirando a guerrilha, ela já não tinha história política, foi guinchada à candidatura como um poste, nunca falou coisa com coisa, disse e desdisse o que tinha dito, portanto já está passando da hora de se mostrar ao país, de dizer quem é e afinal a que veio. Mas o caudilho não deixa. Ele não quer largar o osso de jeito nenhum. Vai participar da cerimônia da posse até o último minuto. Vai ofuscar como puder a festa de sua criatura; afinal ele se julga dono dela, foi o seu criador e agora será o seu credor eterno. Vai cobrar essa conta até o último centavo e não se sabe até quando a gerentona vai aguentar fazer o papel de subalterna. O problema é que, quando houver o rompimento, ela cairá definitivamente no colo do PMDB, como refém. As aves de rapina que compoem esse partido estão só esperando pra ver e torcendo para que seja logo.

domingo, 21 de novembro de 2010

Vergonha nacional

Mais uma vez o governo brasileiro nos envergonha como nação ao se abter de votar resolução da ONU condenando o Irã por desrespeito aos direitos humanos e violência contra as mulheres. Não se pode compreender que interesse tem esse governo em ficar ao lado de ditaduras medievais como a teocracia iraniana. O quê, como nação, ganha o Brasil? O quê vale tanto que faz  o PT rasgar os últimos frangalhos de sua honra e de sua história para bajular um ditadorzinho ridículo como esse.


O Irã tem uma respeitável história milenar e uma cultura muito mais vasta e profunda que esse fundamentalismo que se apresenta como a face mais visível do país. E, nós, ao invés de apoiarmos os grupos dissidentes que querem trazer o seu país à liberdade e reinserí-lo na comunidade civilizada, damos apoio à barbárie, ao retrocesso, ao horror. Isso não faz jus à história do Itamaraty, nem à hsitória das nossas relações exteriores. A partidarização de todas as esferas do poder público e das instituições do Estado (que pertencem a todos e não a uma facção partidária) foi o maior desserviço que o lulismo e o petismo fizeram a esse país. Como aconteceu com o getulismo, cujos germes ainda estão na nossa cultura e na nossa legislação,  vai demorar uma geração ou mais para que nos livremos dessa praga.
De agora em diante, todas as mulheres que forem violentadas e mortas no Irã cairão na conta do PT e desse nefando presidente. Acredito em uma justiça superior, transcendente, que vai dar a Lula o que é de Lula. Vamos ver.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Cartas Marcadas

Publico aqui a íntegra da carta enviada pelo Sr. Sérgio Machado à Câmara Brasileira do Livro, a respeito do prêmio Jabuti.
Parabéns ao Sr. Machado pela digna atitude, tão difícil de ser ver por essas bandas onde se corre atrás de fama e de dinheiro, custe o que custar.



Rio de Janeiro, 9 de Novembro de 2010
Exma. Sra.
Rosely Boschini
Presidente da Câmara Brasileira do Livro
Exmo. Sr.
José Luis Goldfarb
Presidente da Comissão do Prêmio Jabuti
Prezados Senhores,
O Grupo Editorial Record - composto pelas editoras Record, Bertrand, Civilização Brasileira, José Olympio, Best Seller e Verus - decidiu que não participará da próxima edição do Prêmio Jabuti para claramente manifestar sua discordância com os critérios de atribuição do Livro do Ano de ficção e não-ficção. Tais critérios não só permitem como têm sistematicamente conduzido à premiação de obras que não foram agraciadas em seleções prévias do próprio prêmio como as melhores em suas categorias.
Como editores preocupados com a Cultura e a ampliação da leitura no Brasil, nós entendemos que um prêmio literário visa a estimular a criação literária reconhecendo-a pelo critério exclusivo da qualidade. Não aceitamos - principalmente em um país como o nosso, onde quase sempre o mérito é posto em segundo plano - que o principal prêmio literário atribuído pelo setor editorial possa ser conferido a um livro que não esteja entre aqueles considerados os melhores em seus respectivos gêneros.
Infelizmente, a edição de 2010 do Jabuti não foi a primeira em que essa situação esdrúxula ocorreu. Em outra oportunidade, o mesmo agraciado deste ano preferiu não comparecer à entrega do prêmio, talvez por não se considerar merecedor da distinção. Grande constrangimento na cerimônia. Em 2008, a situação se repetiu, com o agravante de o então vencedor da categoria Melhor Romance do Jabuti ter conquistado também todos os outros prêmios literários conferidos no Brasil. O episódio causou tal estranheza e mal-estar que foi grande a repercussão na imprensa. Na época, passamos a acreditar que seriam feitos os necessários ajustes na premiação para que esses equívocos parassem de ocorrer.
Vimos, porém, que os critérios equivocados continuaram em vigor em 2010, com a diferença somente de o autor agraciado desta vez aceitar a láurea. Tomamos então a decisão de não mais compactuar com a comédia de erros. As normas do Jabuti desvirtuam o objetivo de qualquer prêmio, pondo em desigualdade os escritores que não sejam personagens mediáticos. Para não mencionar fato ainda mais grave: quando é evidente que a premiação foi pautada por critérios políticos, sejam da grande política nacional, sejam da pequena política do setor livreiro-editorial.
Como a inscrição das obras concorrentes ao Jabuti é um ato voluntário de cada Editora participante, e feito de forma onerosa, optamos por não mais participar da premiação, até que as medidas necessárias para a correção de seu rumo sejam adotadas.
Atenciosamente
Sergio Machado
Presidente
Grupo Editorial Record




segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mudando de assunto

Para mudar de assunto, já que a política saturou, gostaria de comentar o novo trabalho de Maria Bethânia. Não vi, nem ouvi ainda, mas já gostei. Bethânia é simplesmente uma artista superlativa. Tudo o que faz é bom. Nunca se deixou levar por modismos, nem fez nada "comercial". Canta com alma, ou melhor solta a voz  e deixa a alma cantar.  
Abandona-se à intuição e acerta sempre. Cada trtabalho é uma jóia, burilada e detalhada com um esmero de ourives. E quando sobe, descalça, ao palco, parece que uma entidade nela se incorpora e, alí,  aquela mulher adquire uma outra estatura, transporta-se e nos transporta para um outro mundo, atemporal e mágico.
Bethânia é um bem cultural do Brasil. Errei quando disse que uma entidade se incorpora nela. Não, não se incorpora, Bethânia é a própria entidade.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A hora da ressaca

O nosso guia está ressaqueado. Talvez por ter-lhe "caído a ficha" que seu governo acabou. Apesar de ter feito a sucessora, nada será mais como antes. Todos os olhares, todos os holofotes voltam-se para a criatura. E o criador sai, discretamente ou não, de cena. Loas serão tecidas, sua sapiência e sagacidade serão exaltadas, mas nada disso substitui aquela sensação afrodisíaca do exercício do poder. Promovido a  povo no dia 1º de janeiro, Lula ainda será um mito vivo para os seus seguidores e correligionários, claro,  mas ainda assim mito e do qual todos convenientemente se afastarão pouco a pouco em busca das novas luzes que despontam, pois  assim é a natureza humana. 


Isso talvez explique o súbito mal-humor do presidente desde o dia da eleição, com aquele discurso absolutamente despropositado. Parecia até que estava perdendo. Depois sumiu e só foi reaparecer na tal entrevista coletiva, em que não conseguiu disfarçar o ressentimento não-se-sabe-de-quê da oposição. Talvez o que doa em Lula é saber que não foi a unanimidade que gostava de imagnar que fosse. Talvez porque 60% dos eleitores não votaram em sua candidata. Talvez porque saiba que, no fundo, no fundo, jamais poderá se comparar em estatura política e intelectual ao presidente Fernando Henrique Cardoso. Talvez por antecipar que o julgamento da história não será magnânimo como foram seus áulicos e nem brando como foi a oposição. A história o julgará pela aliança com as velhas oligarquias, pela falta de escrúpulos, pela demagogia, pelo assistencialismo barato, pela roubalheira que se implantou no governo, pelo aparelhamento do estado, pela falta de perspectiva histórica, pelo autoritarismo e pelo desprezo às instituições republicanas.

Por isso tem que continuar mordendo, tem  que continuar raivoso e espumante, vociferando que quem não concorda com ele, é porque tem preconceito. Vítima de seu complexo de inferioridade, podia aproveitar o tempo ocioso que terá pela frente para fazer uma psicoterapia.  Para o país, será tarde, mas quem sabe possa se reconciliar consigo mesmo, pois com o julgamento da história não tem mais jeito.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

E agora, José?

E agora, José Serra? Fez tudo o que quis e como quis na campanha, desde as hesitações iniciais até à imposição do próprio nome em detrimento de uma escolha mais democrática que seria dada pelas prévias. Não adianta agora cobrar do Aécio, como se dele fosse a culpa da derrota. Os mineiros, Serra, não gostam de cabresto. Minas foi desprezada pela prepotência paulista, portanto aguentem as consequências! O PSDB em Minas teve acachapante vitória para o governo estadural e para o senado. Pois esses mesmos eleitores se recusaram a conduzir o Serra ao planalto. A mensagem está clara. Só não entende quem não quer. Se o PSDB continuar a ser um partido de cara paulista, dominado por paulistas, com mentalidade paulista e não se abrir para o Brasil terá o destino de ficar na oposição para sempre. Ou melhor, nem na oposição, que isso o partido não sabe fazer, será pois no limbo político mesmo.
O PSDB tem os melhores quadros? Sim. E daí, se não consegue fazer esses quadros emergirem para a alta direção do governo central? Tem que abrir-se para o Brasil real e aceitar as influências dos demais Estados da federação, caso contrário: ostracismo. E, pior para nós, cidadãos que teremos que aguentar mais alguns anos de demagogia terceiro-mundista.

sábado, 30 de outubro de 2010

O dia "D"

Falta 1 dia! Amanhã vamos decidir para que lado vai o Brasil. O Serra não é meu candidato do peito, não chega sequer perto de quem eu gostaria de ver presidindo esse país, mas vai ter que ser ele, não tenho outra opção.

  • Voto em Serra para não eleger a Dilma, candidata visivelmente despreparada, sem argumentos, com o viés autoritário de dona da verdade, prepotente, manipuladora dos fatos, maquiavélica, populista e demagoga. Enfim, um modelo acabado e perfeito daquilo que, de pior, a esquerda totalitária e radical conseguiu produzir.
  • Voto em Serra para não reconduzir o PT ao Planalto. Os oito anos de petismo bastaram para desencantar-me. Confesso, envergonhado,  que votei em Lula duas vezes: contra o Collor em 89 e contra o próprio Serra em 2002. Mas, como disse, o Millor, "a menor distância entre a ideologia e o poder é a corrupção". Para mim, o PT acabou na época da revelação do mensalão. Depois, com os aloprados e que tais, a minha convcção só se aprofundou. Na verdade, já estava acabando por dentro com Celso Daniel, e com o Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto mas a gente ainda não sabia. E, especialmente, nesse final de governo, ao descer da cadeira de presidente para subir no palanque de cabo eleitoral, o Lula acabou por revelar sua verdadeira face, aquela que  provavelmente nunca tenha deixado de existir mas esteve maquiada durante algum tempo, a do líder sindical pelego, aproveitador e demagogo. Lula é uma pessoa que viveu e sobreviveu somente às custas do sindicalismo de mdoelo fascista implantado pelo famigerado Getúlio Vargas no Brasil. É um "lider" político que não estudou e nem trabalhou porque não quis, e nem precisava, pois tinha a máquina do partido sob controle e viveu às custas, ou da contribuição sindical, ou do salário do partido. Isso antes de ganhar  a Bolsa-Ditadura por ter sido preso por um mês.
  • Voto em Serra para não ter que aturar Zé Dirceu comandando os porões da República. 
  • Voto em Serra para não ver a desfaçatez dos oligarcas,  outrora xingados, Sarney, Collor, Renan, et caterva,  rindo na nossa cara.
  • Voto em Serra pela alternância de poder, para não termos todos os ministros do Supremo indicados pelo PT por exemplo.
  • Voto em Serra para não ter que ver a economia do país se perder novamente devido ao absurdo que já chegou o deficit público.
  • Voto em Serra para termos uma reforma tributária séria.
Não acredito que o Serra vá surpreender com uma administração maravilhosa, mas fará um governo mediano e daqui a quatro anos poderemos votar no Aécio ou na Marina, por exemplo. Voto por um governo de transição para apear o PT, o partido traidor, do governo, para sempre. Que saia e nunca mais volte.


terça-feira, 12 de outubro de 2010

Quem é Dilma?

O tema da atual discussão sobre o aborto tornou-se o o assunto principal da campanha e, segundo o PT, está sendo explorado contra a Dilma por motivos meramente eleitoreiros.
Mas a culpa disso é do próprio PT e da candidata, que não definem claramente a sua posição. Se tivessem a coragem de assumir aquilo que está no programa do partido e esteve em ações de governo como a tentativa de aprovar o projeto de lei 1135, com certeza a discussão seria muito mais produtiva para ambas as partes: as que defendem e as que são contra o direito ao aborto. 

Ambas são politicamente legítimas numa democracia. O PT e  a Dilma têm o inegável direito de lutar por suas convicções, sejam elas quais forem. O que não têm, de maneira alguma, é o direito de mentir para o eleitor. O eleitor tem de saber, antes de votar, qual será o programa de governo e quais são as ideias que os candidatos defendem, para poder escolher livre e corretamente de acordo com seus valores pessoais. Quem não concordar com as ideias, que vote contra. Democracia é simples assim!

O que não pode ser feito é fingir que se vai fazer uma coisa, para, depois de eleitos, fazer outra. Isso se chama estelionato eleitoral. Rouba-se aqui do eleitor o seu voto, sendo isso ainda  mais grave num país onde uma grande parte da população é iletrada e mal informada.

Por não assumir uma posição clara, ou melhor, por assumir, às vésperas da eleição, uma posição oposta à que já assumiu em passado recente, a candidata do PT se vê enredada nessa discussão bizantina e já não sabe mais o que diz ou  faz. Recebe ataques da parcela mais conservadora do eleitorado, que não se convence de sua "sinceridade", e perde adeptos na ala chamada "progressista" que identifica um retrocesso em sua posição.

Esse problema de ambiguidade parece perseguir a  candidata. Começou pelo mestrado e doutorado inexistentes, que teria sido "apenas um mal-entendido". Depois pela foto no blog que. na verdade, era de Norma Bengell. Depois por declarações contraditórias com relação ao MST. Depois pelo polêmico programa de direitos humanos que foi assinado e "desassinado". Os mais emblemáticos foram o caso da Erenice (que era pessoa de inteira confiança, indicada para ser ministra que se transformou subitamente em mera ex-assessora) e o caso do aborto, posição difícil de se assumir politicamente, mas é isso que o eleitor quer ver e tem o direito de saber, como disse a revista Veja dessa semana: quem é afinal e o que pensa Dilma Roussef?

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Fim do primeiro turno! E agora?

As mulheres definiram esse primeiro turno das eleições. A candidata oficial nunca obteve a maioria dos votos femininos, mas já ia conquistando uma certa igualdade com o Serra entre as mulheres, quando uma outra mulher   de seu próprio grupo foi o pivô da debandada. E Dilma perdeu mais votos entre as mulheres que entre os homens.
Por outro lado, despontou um terceiro caminho viável e, coincidência, uma outra mulher. Essa sim, com sua fala mansa, seu carisma contido, sua falta de bravatas e sua singela sinceridade foi conquistando corações e mentes. Pena que para chegar ao povão seja necessário tempo e exposição na mídia. Mas Marina veio para ficar e em 2014 estará provavelmente de novo trazendo uma esperança para essa nossa política tão desgastada e tão desacreditada. Espero que o esquema vitorioso que levou Marina aos 20 milhões de votos seja mantido ao longo desses longos quatro anos que estão por vir e possamos chegar a 2014 com essa opção de voto: límpida e necessária.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Ateus X Fanáticos

O papa, em visita à Inglaterra, comparou os ateus com os nazistas. Disse que o ateísmo do século XX foi que propiciou regimes como o nazismo.
Engraçado como os "líderes" políticos gostam de torcer  a verdade. A história está cheia de governos, regimes  e/ou poderes absolutamente intolerantes e na sua quase totalidade tiveram, como causa e justificativa, uma religião qualquer. Até parece que o papa  desconhece a Inquisição na Europa e o genocídio na América, comandado pelos espanhóis, sob a bandeira cristã e a desculpa de "evangelizar" os gentios. Quem foi, senão a Igreja, que assinou a concordata de Latrão com o governo fascista de Mussolini? Quem foi, senão a Igreja, que fez vista grossa à deportação, prisão e extermínio, de judeus e ciganos sob o nazismo? Como faz hoje vista grossa à pedofilia que ocorre debaixo de suas saias, oops, batinas. Sem esquecer que a Igreja fez acordos também com o governo ditatorial de Franco na Espanha (concordata de 1941 e 1953) e de Salazar em Portugal (concordata de 1940).
E para coroar, seria espantoso que o papa não soubesse que  Hitler e Goebbels eram católicos e nenhum deles deixou de pagar seus dízimos em tempo algum.
Ora, papa Bento, nos poupe. Já somos bem crescidinhos para engolir esses contos da carochinha. Invente outros. Peça ajuda aos aiatolás e talibãs, pois afinal eles governam teocracias.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O ovo da serpente

Tá aí para quem não queria ver: o ovo da serpente sendo chocado. 


Nós, povinho besta, estamos assistindo, alguns anestesiados, a  maioria inconscientes e uns poucos assustados e sem saber a quem recorrer, à formação de um estado fascista no Brasil.
Nem Getúlio, o populista maior de nossa história fez tanto. Porque Getúlio podia ser populista mas era inteligente o suficiente para distinguir entre sua ação política e a realidade. Lula não. Lula acredita ser a oitava maravilha do século XXI. Está convicto que é o político mais genial que nunca antes nesse país já houve. Só porque conseguiu escapar ileso, por absoluta incompetência da oposição, aos vários escândalos de seu governo. Só porque a massa ignara, ludibriada pelas esmolas governamentais o aplaude e apóia. Com isso ele quase se sente um Rei-Sol: o Estado sou Eu!


Já há um bom tempo que abdicou do seu papel de magistrado, de presidente de todos os brasileiros, para ser o chefe de uma facção.  E uma facção fanática, cega, que o segue e obedece sem titubear, aliás como qualquer bom partido fascista faz com seu "Duce". 


Para piorar as coisas a oposição também abdicou do seu papel,  perdeu a embocadura, não sabe como se dirigir à nação e oferecer uma alternativa. A demagogia e o populismo mais tosco e depravado foram elevados à condição de método de governo. A história é reescrita retirando-se fatos indesejados e acrescentando-se outros mais adequados ao momento histórico.
Criam-se factóides como o famigerado PAC, implementam-se as bolsas assistencialistas, amordaça-se a imprensa e compra-se a outra parte e lá vamos nós rumo ao abismo.  Os sindicatos estão sob controle. A aproximação com outros regimes totalitários já se completou com o "abraço fraterno" ao Irã. Até uma Leni Riefenstahl (a cineasta oficial do Reich) morena,  o nosso "fuhrer" já tem. O que falta?
Os outros dois poderes da República nunca realmente tiveram capacidade de enfrentar o executivo. O legislativo  até que tentou algumas vezes, mas foi rapidamente dominado e por sua enorme capacidade de adesão ao poder dominante não pode ser considerado um empecilho à vontade do executivo. E o judiciário, fechado em sua concha impenetrável, ou caixa preta como querem outros, sequer esboçou reação quando, de outras vezes a Constituição foi rasgada e a democracia extirpada de nossas terras. Ao contrário, o que vimos foi o poder judiciário convalidando todos os Atos de exceção do regime militar de 64.
Agora, surgida do nada, por obra e graça do seu chefe e criador, vem essa senhora ser eleita "presidenta" do Brasil.  Das duas uma: ou ela será o que esperamos: uma simples vassala a serviço do nosso aiatolá, sem vontade própria e sem plano de governo; apenas esquentando a cadeira para quando ele voltar em toda a sua glória; ou nos surpreenderá adquirindo vida depois de eleita e querendo ela mesma ser a dona do seu nariz. Isso pode ser melhor ou pior, depende de para que lado essa dona vai pender. Se resolver voltar aos tempos mais adrenérgicos da militância armada, rapidamente cairemos no regime totalitário. Se resolver virar boazinha e andar de mãos dadas com os donos da banca continuará com o "plano" de seu antecessor, mas aí pode não querer entregar-lhe a  cadeira de volta. Será interessante ver como o aiatolá reagirá.


Lembremo-nos também que Hitler disputou (e ganhou) eleições. Depois, foi o que se viu.

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