quarta-feira, 25 de março de 2020

Perigo para o vírus

A história da humanidade é uma vergonhosa sucessão de horrores: guerras, pilhagens, assassinatos, estupros, escravidão, torturas, enfim, sofrimento de todas as formas e graus, imposto aos nossos semelhantes por causa de etnia, raça, cor da pele, nacionalidade, gênero, casta, nível social, religião, gosto, cultura e por mais qualquer outra ínfima coisa que possa servir para nos distinguir uns dos outros.

O outro, o diferente, é sempre visto como a encarnação do Mal. Entretanto, mesmo os iguais, não são tão iguais assim. Os reinos e impérios, desde sempre, mesmo que constituídos de apenas um grupo étnico homogêneo, tal como os mongóis, os aztecas e os egípcios, todos eles impuseram mais sofrimento do que benefícios às respectivas populações. A começar muitas vezes na família. 
Não era incomum, em muitas culturas, que a sucessão na liderança do grupo fosse precedida ou sucedida por um derramamento de sangue dentro da própria família. Isso chegou a ser até uma tradição no Império Otomano, quando a morte de um sultão, implicava em que o herdeiro e sucessor, imediatamente, ordenasse a execução de todos os seus irmãos.

Ou seja, o Homo sapiens é uma espécie animal muito feroz e muito perigosa! Sem sombra de dúvida, a espécie mais perigosa do planeta. Onde chegamos, houve destruição, seja de espécies vegetais, seja de espécies animais, seja do ambiente físico.

E estamos com medo de um vírus!


domingo, 22 de março de 2020

Loucos anos 20

Esse veio com força! Não suspeitávamos em dezembro, o que seria esse ano bissexto! Agora já dá para sentir-lhe o pulso. Veio com força!

Além das vidas perdidas, o maior problema, que nos deixará esse 2020, será a recessão econômica, até porque não dá para estimar precisamente ainda o tamanho do buraco e sua duração.

Tenho para mim, que essa queda da economia poderá ser maior que a depressão decorrente da quebra da Bolsa em 1929. O desemprego será produzido quase que imediatamente, decorrente das falências e paralisações inevitáveis.

Entre 1929 e 1932, o PIB mundial caiu 15%. Em relação ao PIB estimado da época, a queda foi de aproximadamente 24 bilhões de dólares.
Agora, as previsões são de uma perda econômica de 3 a 4 trilhões de dólares, entre 2020 e 2023.

Claro que, considerando o tamanho da população à época e agora, a perda do PIB per capita em 1929 é imbatível, mas, o impacto da recessão atual sobre uma população muito maior, pode ser mais devastador.

Essas rupturas costumam acelerar ou precipitar acontecimentos históricos. O crash de 29 foi seguido pela ascensão de regimes totalitários em todo o mundo e pela Segunda Guerra Mundial. A derrocada política do comunismo em 1989, que culminou com o fim da União Soviética em 1990, foram precedidos e influenciados pelo desastre de Chernobyl em 1986.

Resta-nos torcer para que a queda não seja tão profunda e duradoura e que as mudanças que, porventura, vierem a ocorrer sejam aquelas benéficas das quais andamos tão necessitados.


domingo, 8 de março de 2020

Show Medicina

Aviso: Se não tiver estômago não leia esse post.

O Dr. Dráuzio Varella em seu recente show televisivo em uma penitenciária, ao se deparar com um(a) transexual e ao ficar sabendo que havia 8 anos o(a) transexual não recebia visitas sequer da família, emocionou-se e o(a) abraçou. Foi um momento Shirley Temple na Globo.

O "clima" criado na ocasião indicava que o(a) presidiário(a) teria sido abandonada(a) pela família por causa de sua sexualidade. O Dr. Dráuzio, então, com o abraço, deu uma estocada e uma lição de moral nos intolerantes. Tudo muito bonito e educativo na telinha.

Agora na vida real: o(a) presidiário, recluso por mais de 30 anos, estuprou algumas crianças de 3, 5, 7 anos de idade, tendo sido preso, julgado e condenado a essa pena, por ter estuprado e estrangulado uma criança de 9 anos, ter mantido o cadáver em sua sala por 2 dias (sabe-se lá por quê e para quê) e depois o jogado à porta do infeliz pai dessa infeliz criança.

O(a) transexual não recebe visitas da família, não é porque sejam pessoas frias, egoístas e sem sentimento; ao contrário, eles sentem vergonha e nojo pelo que ele(a) fez a essas criaturas indefesas.

Diante da reação negativa, Dr. Dráuzio apela para a santidade: estava lá como médico e não como juiz; e, como médico não pergunta a seus pacientes o que eles fizeram.

Muito bonito! Entretanto,...
1-Se o(a) transexual é paciente do Dr. Dráuzio, ele sequer poderia expô-lo(a)
assim na televisão. 
2-Como médico, o Dr. Dráuzio sabe que esse(a) presidiário(a) é um(a) psicopata irrecuperável.
3- Sabe também que há parentes dessas crianças sofrendo muito mais que sofre o psicopata (aliás os psicopatas não sentem empatia e portanto não sofrem por ninguém).

Mas essas pessoas não cometeram crimes, não estão presas, não tem portanto
direito ao abraço televisivo do médico Global.
Desculpe-me, Dr. Dráuzio, o senhor não estava lá como médico, estava lá, sim, como showman de um programa televisivo.


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