terça-feira, 26 de janeiro de 2021

No quartel...de Abrantes!

 A pergunta a se fazer não é se o Estado brasileiro é mais, ou menos, eficiente. A questão é se já houve um Estado no Brasil, que possa ser chamado por esse nome. Existe uma classe que se aboletou no poder desde as caravelas, que não tem a menor noção de coisa pública, que só pensa nos próprios interesses e que se especializou em desenvolver mecanismos muito eficazes de autopreservação. 

"Façamos a revolução, antes que o povo a faça". Essa frase deveria ter sido proferida por Maria Antonieta enquanto dava tempo, mas foi proferida por um dos próceres da política nacional, o governador mineiro Antônio Carlos de Andrada. Essa frase resume a ideologia dessa classe política. Em primeiro lugar, distingue-se do povo, contra o qual quer agir rápido. Em segundo, se deixar o povo agir, seus privilégios estarão perdidos. Terceiro, sabe muito bem se apropriar dos desejos da plebe e fingir realizá-los para que a plebe se acalme e tudo continue como dantes no quartel de Abrantes.

Há uma versão italiana, cujo Estado é tão capenga como o nosso, dita pelo personagem do romance de Lampedusa, o príncipe de Falconieri: "Para que as coisas permaneçam iguais, é preciso que tudo mude".

Tudo isso me vem à mente, ao assistir ao vídeo do espólio encontrado em presídio de Goiás: 22 pistolas e revólveres, 4423 munições, 527 celulares, 1538 chips de celular, 1 celular via satélite, entre outros "brinquedos". Como é que isso acontece? Todos nós já sabemos ou imaginamos.

Ao fim e ao cabo, chega-se à mesma conclusão: não há Estado no Brasil. O que há é um ajuntamento interesseiro de uma classe que nunca deixou o poder, mesmo quando aparentava fazê-lo.

Enquanto isso, nós, o povo, que não reage, continuamos a viver no quartel de Abrantes.



sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Fora isso

 No Brasil, a esquerda é hipócrita, a direita é burra e o centro é corrupto. Essa frase poderia ser atribuída a Roberto Campos, mas não é dele. Eu diria, reformando o texto, que a esquerda é hipócrita e corrupta, a direita é burra e corrupta e o centro é corrupto e corrupto.

A corrupção está em todas as bases. A corrupção é um esporte nacional, desde um simples fura-fila de vacina, até as centenas de milhões surrupiados da nação, na cara-de-pau. Sendo assim, ela impregna todo o sistema e cria mecanismos para sua perpetuação. É como um virus, que, inclusive, sofre mutação quando se sente ameaçado.

Os fanáticos e os ingênuos ainda pensam que o governo Bolsonaro luta contra a corrupção. Eu também já fui ingênuo, não posso apontar o dedo aos demais. Mas Bolsonaro se distingue dos demais corruptos pelo seguinte: primeiro, é burro, limitado intelectualmente. Essa é uma característica da direita fanática da qual ele não escapa; segundo, é corrupto de baixo clero, tipo Severino Cavalcanti, contenta-se com alguns caraminguás, rachadinhas e coisas semelhantes. Mas Bolsonaro é louco também, não se importa em botar fogo no país se lhe surgirem as oportunidades e por isso, talvez, seja tão perigoso quanto Lula.

Agora,  demonstrando que sua liderança não tem rumo, diante dos erros primários cometidos durante a pandemia, com a taxa de aprovação em queda livre, só resta a ele cair no colo do Centrão corruptão integralmente. Fora isso é o impeachment.

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Carma ruim

 Às vezes, fico pensando: se Kardec estiver certo, o que será que nós, brasileiros, fizemos em outras vidas para merecer isso? Devemos ter feito parte das hordas de Gêngis Khan, das tropas SS nazistas nos campos de concentração, ou qualquer coisa semelhante. Pois não é possível termos nascido em um país como esse, com as maravilhas que tem, mas com a classe de políticos e governantes que surgem, uns atrás dos outros, assim, sem termos feito nada para merecer isso.

Vivemos uma geração inteira sob as cavalgaduras militares, depois vem Sarney!!!! E depois vem Collor!!! 

Quando temos um governante de aspecto melhorzinho, inteligente, de fala elegante e macia, é o bosta do FHC. 

Em seguida, saímos de Lula, caímos na Dilma, da Dilma pro Temer, do Temer para o Bolsonaro. É demais! 

Sem falarmos no Congresso, cujas bancadas conseguem ser piores a cada legislatura; e do Supremo não precisamos falar. A casa que já hospedou Evandro Lins e Silva, Nélson Hungria, Aliomar Baleeiro, Temístocles Cavalcanti e Pedro Lessa, agora abriga um Lewandowski, um Dias Tóffoli, um Nunes Marques!

Será que somos assim mesmo? Esse carma está difícil de aguentar!

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