sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Trancos e solavancos

O Reino Unido, em duas semanas, resolveu seu problema político. Nós conseguimos a proeza de arrastar por mais de um semestre o processo de destituição de um governo corrupto e inepto.

É claro que não se pode comparar o Brasil ao Reino Unido. A distância é interplanetária. Eles estão em um mundo e nós em outro. Lá, o primeiro ministro quando percebe não ter mais o apoio da base, renuncia ao cargo, sem maiores tergiversações, nem apego. E sai elogiado até pelos adversários.

Aqui, o que se vê, são todos se agarrando com unhas e dentes às cadeiras, às cortinas e às mesas, e, quando saem, saem carregando as tralhas pessoais e públicas e fazendo o possível e o impossível para não perderem as benesses do poder. Claro também que, os que perdem benesses em Pindorama, perdem muito mais do que os que as perdem no reino de Sua Majestade, porque, quando estão no poder aqui, têm muito mais benesses que os poderosos de lá.

Aqui, o Estado, infelizmente, é visto como uma terra sem dono, um despojo de guerra, ao qual todos se atiram, cada qual querendo levar a melhor parte. Não exsite a menor noção de serviço à nação, de amor à pátria. Isso parece uma coisa tão antiga, tola, risível. Amor à pátria? A última vez em que ouvi essas palavras, ditas seriamente, sem cinismo, já faz mais de meio século.

Nessa época, eu pensava que o Brasil seria uma grande nação logo em breve. A questão parecia ser apenas conseguirmos romper com o subdesenvolvimento representado pelo baixo nível de educação e pelo atraso industrial. Esse último já vinha sendo atacado pelo desenvolvimentismo de JK e o problema da educação parecia ser apenas uma questão de tempo, uma vez que a indústria precisaria de mão de obra mais qualificada.

O ciclo virtuoso foi interrompido pela má política, que acabou por nos atirar em uma ditadura. De novo a esperança se reacendeu quando FHC repôs a nossa economia nos trilhos. De novo, a má política, o messianismo cheio de má fé, nos tolheu o caminho e nos jogou nesse lamaçal de delinquência moral e descalabro social.

Nesse vaivém, nesses trancos e solavancos,  desperdiçamos meio século. O país é rico, mas o desperdício também tem limites e as vidas humanas são breves; para muita gente não haverá uma segunda oportunidade.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

República no brejo

Enquanto essa turma toda não for enfiada no xadrez não teremos paz no país. O que eles fazem diuturnamente e (como diz a Anta-mór) noturnamente não é outra coisa senão confabular e conspirar para escaparem, senão todos, ao menos uma grande maioria, das ações penais das diversas investigações correntes.
O presidente do Senado, um mafioso, que até já renunciou ao mandato para escapar de uma cassação por recebimento de propina, é o chefe dessa conspiração. Muita gente não assume claramente essa posição, mas torce nos bastidores, para que a reação à Lava Jato e demais operações dê certo. 

Abre-se um parêntesis: por falar em bastidores, onde anda o senador Aécio Neves? Houve impeachment, houve posse do Temer, defenestração e prisão de Eduardo Cunha e do Palocci, novas denúncias contra Lula e agora essa briga entre o juiz Vallisney e a Polícia Legislativa, e não se ouve uma palavra do presidente do PSDB? - fecha-se o parêntesis.

Agora o Supremo, via ministro Teori,  resolve meter a colher no meio e chamar a si as investigações de possível obstrução de Justiça por parte da Polícia Legislativa, aliás, por parte de Renan Calheiros, a defender-se e defender os seus comparsas criminosos. Esperemos que a chamada se traduza em investigação, conduzida pelo STF sobre o que esses senadores faziam para apagar os indícios de suas ilegalidades e não seja mais um processo a mofar nas gavetas, como já existem 11 deles, relativos ao Renan.
Se não for isso, o Supremo terá se transformado em uma casa de proteção da bandidagem travestida de políticos, um valhacouto.
Já que o poder Executivo e Legislativo estão absolutamente desmoralizados perante a população, é preciso que, pelo menos o Judiciário também não o seja, ou a República terá ido pro brejo e tudo pode acontecer então.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Bancos e seguradoras

Hoje eu vou mudar totalmente de assunto. Vou falar das arapucas legalizadas que só existem para tomar dinheiro das pessoas. O governo é quem mais toma, compulsoriamente, mas ao menos, teoricamente, devolve alguma coisa. Essas outras arapucas são privadas e sequer prometem devolver alguma coisa. Elas cuidam somente dos interesses dos "acionistas". Nada mais.

Uma delas é a "indústria" da religião prêt-a-porter. Depois da Constituição de 88 que garantiu a isenção tributária para as demais religiões, além da católica que já tinha esse privilégio, houve uma proliferação desenfreada de "igrejas" evangélicas. Até Eduardo Cunha tinha uma igreja para chamar de sua. E, coerentemente, uma empresa chamada jesus.com. Isso mesmo, jesus ponto com! E que está declarada em seu Imposto de Renda! 

Esse ramo de negócios, não se precisa dizer, é altamente lucrativo. As pessoas compram a salvação, ou a paz de espírito, ou a cura de doenças físicas e psicológicas, com as doações "espontâneas" que fazem aos pastores. Além de tudo, a salvação é um produto que tem que ser renovado a cada dia. Não é como uma televisão ou um carro, que se compra e depois passa-se alguns anos, sem precisar trocar. A salvação é um tipo de apólice de seguro da alma. Se as prestações não forem pagas, a apólice perde a validade e a igreja, como as companhias de seguro, não devolve o que você já pagou. E, o melhor, para essas seguradoras, oops, igrejas, é que o benefício do segurado só vai ser pago no além. Quem morrer, verá!

A outra arapuca são os bancos e suas carteiras de investimentos, que oferecem com insistência aos seus clientes, mas quem ganha mesmo nessas operações é o próprio banco. Suas taxas de administração variam de 1,5 a 3,5 %!!! Se uma incauto aplica 10.000 em um VGBL para receber 100% do CDI (ou seja, entre 14 e 14,5% ao ano), mas o banco lhe toma 3,5%, ele só recebe 11%. O banco está lhe surrupiando 25% do retorno da sua aplicação. 
Isso sem contar que, ao aplicar, o banco já lhe cobrou uma "taxa de carregamento" que podem ser outros 3,5% ou até mais. Na verdade o banco é quem deveria pagar a "taxa de carregamento" ao aplicador, pois pega o dinheiro do cliente e o empresta a outros clientes a taxas que variam de 3 a 7% ao mês!!!

Os bancos obviamente remuneram os seus gerentes regiamente por conta dessas aplicações. É por isso que os gerentes não deixam os clientes em paz e vivem oferecendo seguros, títulos de capitalização, previdência privada, etc. Todo cuidado é pouco. Parodiando o Pe. Vieira: O banco não quer simplesmente o seu bem, ele quer os seus bens!

Como ficar livre dessas arapucas? Simples, não fazendo o que eles querem, mas o que você pesquisou e definiu que é o melhor para sua aplicação financeira ou da alma. Ao invés de pagar dízimos para igreja, compre ações. Há risco? Há, mas com as ações você pode ganhar. E certamente ganhará, se tiver paciência e souber comprar. Ao invés de depositar 500 ou 1000 reais todo mês no VGBL, viaje, coma em bons restaurantes, aproveite a vida que você tem agora; você nem sabe se, um dia, vai pôr a mão nessa aposentadoria! Tomara que sim, mas quem sabe com certeza garantida em "certidão passada em cartório do céu"?como dizia Vinicius de Moraes.  Em resumo, poupe um pouco, aproveite muito e não confie em bancos, nem em igrejas.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Um senadoreco

O atleta esperneou feio diante da ação da PF em cumprimento a uma ordem do juiz Vallisney de Oliveira (guardem esse nome!). Atleta é o codinome do senadoreco, Renan Calheiros, nas planilhas da Odebrecht. Um senadoreco que já renunciou à presidência do Senado por ter prevaricado e, eleito novamente, tudo indica que prevaricou de novo. Há dois problemas aí: um, a lei que permite uma coisa dessas, o outro problema é o eleitor, que reelege um Maluf, um Fernando Collor, um Jader Barbalho e um Renan Calheiros.

O senadoreco, esperneando, chamou de juizeco ao juiz Vallisney por este ter autorizado o prisão de agentes da polícia legislativa.
Aí vem uma grande pergunta? Para quê existe essa policia legislativa? Para manter a segurança do Congresso não basta a polícia militar do Distrito federal, ou, se for o caso, a Polícia do Exército? Essa polícia legislativa é apenas uma milícia a serviço de bandidos travestidos de parlamentares.


Renan está raivoso porque sente a aproximação do xilindró. O STF bem que podia acelerar os oito processos em que ele está envolvido e, de imediato, destituí-lo de suas funções como fez com Eduardo Cunha. Em seguida, abrir o processo e julgá-lo com celeridade, como fez o juiz Sérgio Moro, com o mesmo Cunha.

Qual é a diferença entre Eduardo Cunha, Lula e Renan Calheiros? A meu ver, nenhuma, a questão é só de dimensão dos crimes, que variavam conforme a oportunidade dada a cada um de cometê-los, em razão da função pública que exerceram.

Renan Calheiros na presidência do Senado só faz por desmerecer a instituição. Calígula, para demonstrar seu desprezo pelo Senado Romano, fez nomear seu cavalo, Incitatus, senador. Será que essa gente vai fazer o Senado brasileiro chegar ao mesmo nível?

domingo, 23 de outubro de 2016

País da hipocrisia

No Brasil, a gente tem que ir se acostumando. Sempre haverá um modo de os nossos políticos nos surpreenderem, por mais calejados que sejamos. Agora, por exemplo, a operação Métis da PF desvenda a ação sofisticada da polícia legislativa para obstruir a Justiça e proteger investigados detentores de mandato, ou mesmo sem mandato.

Um policial, Geraldo César de Deus de Oliveira, confessou ter ido ao Maranhão, fazer uma varredura na casa do genro do senador Lobão, por ordem do presidente do Senado!!! Fez o mesmo na Casa da Dinda, residência particular do nosso velho conhecido Fernando Collor. É uma polícia sendo cooptada e posta a serviço de uma bandidagem travestida de senadores.

Eles, tomaram o Estado de assalto. Tomaram conta e, mesmo sob investigação, continuam agindo nas sombras, continuam organizando o crime e se protegendo uns aos outros, no melhor estilo da máfia siciliana.
Está claro, para todos os cidadãos de bem, que o Estado necessita de mecanismos rápidos e eficazes para vencer essa turba, ou vamos perder de balaiada, porque eles são rápidos, eles não tem escrúpulos de apelar para quaisquer meios. Eles não estão parados, ou dormindo à espera que a PF lhes venha bater à porta. Não! Ele estão agindo o tempo todo para se proteger.

Assim, por causa de escrúpulos ou tecnicalidades, estamos sujeitos a ver um Lula fugindo para o Uruguai, por exemplo. Um Sarney e uma Gleisi mandando apagar evidências. Um Renan tentando aprovar uma lei de amordaçamento dos juízes, do Ministério Público e da Polícia Federal e colocando funcionários públicos para agir em seu favor como contra-espiões.

Outra coisa, que precisa mudar, é a suavidade das punições. Uma pessoa que sofreu impeachment por roubo, como foi o caso do Collor, jamais poderia exercer (ou mesmo disputar) qualquer cargo público. Um condenado a 18 anos de reclusão, após cumprir 3 anos em regime fechado tem direito ao regime semi-aberto. Ora, um condenado a 18 anos não cometeu um crimezinho qualquer. Entretanto, fica 3 anos preso, bonzinho, fazendo ares de beato e sai da cadeia, com possibilidade de repetir tudo, como de fato, repetem.

Somos o país da hipocrisia. Temos a capacidade de aceitar uma verdadeira guerra civil pela ruas, onde se mata por causa de um celular; as nossas prisões estão desumanamente superlotadas; as condições carcerárias, para quem não tem dinheiro, são sub-humanas, entretanto consideramos um horror uma condenação à prisão perpétua, por exemplo. Na Lei, naquilo que só vale para os ricos e poderosos, a pena tem que ser abrandada para proporcionar a "recuperação" do condenado. Haja hipocrisia!

Se essa mentalidade não mudar, não haverá Lava Jatos que cheguem.

sábado, 22 de outubro de 2016

Codinomes

Dá para fazer um estudo sócio-psicológico dos apelidos do pessoal da propina, revelados pela operação Lava Jato.

Começou com o "Brahma", para designar o chefe da quadrilha, o mesmo que, nas planilhas da Odebrecht recebe o codinome de "Amigo". Ficou famoso também o "Feira" e sua mulher "Dona Xepa".
O estudo desses codinomes revela muita coisa, desde a imagem que deles tinham os corruptores, os ativos da relação, até características físicas ou de personalidade exibidas por eles.
Fico pensando: se a adoção de codinomes visava esconder a verdadeira identidade do agente passivo, por que não se adotava um codinome neutro, como XY57A, ou simplesmente um número de matrícula, tal como 007?
A segunda pergunta é: quem seria o criativo responsável pela invenção e adoção desses codinomes? Seria sempre a mesma pessoa? Ou o Departamento de Propinas, oops, Operações Estruturadas, tinha uma divisão que cuidava da atribuição desses apelidos de acordo com certas normas e regras burocráticas?
Acho que essas perguntas ficarão sem resposta, até porque são meras curiosidades socio-piscológicas. Os codinomes só interessam à Lava Jato até serem decifrados. Depois, viram folclore.

A lista é extensa e aqui vão alguns casos mais emblemáticos. O Italiano Antônio Palocci é uma referência óbvia. O Pós-Itália, já exige alguma interpretação, mas fica claro quando se considera que Guido Mantega, também tem origem italiana e sucedeu ao Palocci como ministro da Fazenda.
Feira, codinome de João Santana,  é evidentemente uma referência à feira de Santana. Dona Xepa se refere à barganha que se faz com os produtos restantes no final da feira.

Cajú poderia ser referência à cor dos cabelos de algum político, o que dificultaria muito a identificação, mas a referência é mais simples e direta, trata-se apenas de Romero Jucá.

Moch faz referência à famosa mochila onde João Vaccari Neto carregava dinheiro vivo, mas em outras planilhas, ele é identificado simplesmente como JVN.

Proximus é Sérgio cabral, governador do estado, onde está a sede da Petrobras, o alvo da sangria. Escritor é Sarney, membro da Academia Brasileira de Letras e autor de "Marimbondos de Fogo". Rio é Marcelo Nilo.

Atleta é Renan Calheiros, talvez uma referência às suas performances fora do Senado. Nervosinho é Eduardo Paes, o que não deixa de ser uma crítica, assim como Caranguejo atribuído a Eduardo Cunha.

Avião é o codinome da bela deputada pelo PCdoB, Manuela D'Ávila e Lindinho o de Lindbergh Farias. E não deixam de ter uma pitada de humor os codinomes Drácula, para Humberto Costa, Colorido para Fábio Branco e Eva para Adão Vilaverde.

Mais hilário ainda é houve até quem quisesse escolher o próprio apelido. Foi o caso da doleira, Nelma Kodama, que escolheu o codinome Angelina Jolie. Esse seria mesmo um codinome bastante difícil de se relacionar à pessoa. Basta olhar a foto da doleira e cada um conclua por si.
E há outros casos, também mais complicados de se correlacionar, ou mais misteriosos, como Passivo, atribuído a Jacques Wagner. Por quê será?  Por outro lado, Gim Argello era identificado como Alcoólico, o que é óbvio demais para quem queria esconder a identidade.

Agora com a liberação dos dados das contas da Suíça, não teremos mais codinomes, mas as verdadeiras identidades dos ladrões de dinheiro público. Perde-se em folclore, mas ganha-se em respeito à coisa pública.












quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Quem tem medo do STF?

A nossa Suprema Corte é uma vergonha! O Supremo não prende ninguém. Mas solta! Acabou de indultar o Zé, apesar de o meliante ter reincidido e continuado a receber propina até mesmo já cumprindo pena pelo mensalão. Mas foi indultado pelo ministro Barroso, com justificativas "técnicas". Esse é o Supremo, que envergonha e indigna toda uma nação.

O caso do Eduardo Cunha é outro mau exemplo. Ficou lá dançando entre as liminares, preliminares e "finalmentes", sem que nada acontecesse, até que o alvo do processo perdesse o mandato. Aí, o ministro Teori decidiu que o pedido de prisão, feito pelo Janot ao STF, tinha perdido a razão de ser, porque o candidato a réu não tinha mais foro especial e mandou a papelada para o juiz Moro, que decidiu em uma semana, o que o Supremo ficou punhetando por quase 1 ano sem decidir.

Outro exemplo é o do senador Renan Calheiros. Já são sete processos! E o Renan continua livre, leve e solto a confabular com seus cúmplices, a conspirar contra a República, a obstruir a justiça e a fazer sabe-se lá mais o quê. 

É por isso que todo bandido, quando pode, quer ter o foro privilegiado. Dá para entender. É por isso também que a Justiça ainda é tão desacreditada no país e o juiz Sérgio Moro acabou por se tornar um herói nacional. Se a Suprema Corte quiser se atualizar e se modernizar, vai ter que fazer um esforço hercúleo para isso. Quem sabe usando a energia que demonstram ter quando se trata de defender seus salários e vantagens de toda espécie. O povo, aquele ser amorfo, dito soberano, que foi homenageado pela presidente do STF em sua posse, aguarda e quer que seja assim.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Vale para todos!

A operação Lava Jato segue um esquema lógico, tático e estratégico. A prisão de Eduardo Cunha hoje tem vários propósitos, mas um deles se destaca. A esquerda, raivosa, vai dar urros de alegria por seu maior inimigo ter sido atingido, mas logo em seguida virá a prisão do Exu de Garanhuns, e aí, quem gritou louvores à Lava Jato, vai fazer o quê?

A alegação de perseguição política não se mantém, porque afinal foi Cunha quem aceitou o pedido de impeachment e por isso foi demonizado pelo PT. Como se sustenta uma teoria conspiratória de perseguição, se inimigos de dois lados distintos estão sendo alvejados indistintamente?

O que a prisão do Cunha vem demonstrar é que a Lava Jato é republicana. Quem quer que tenha prevaricado será denunciado, investigado e, se provada sua culpa, punido. Não interessa quem seja.
Isso devia ser o normal, mas no Brasil isso é absolutamente excepcional! Nunca antes na história desse país tantos poderosos foram parar nas celas. Que seja essa, a inauguração de uma nova era, aquela que cumpra integralmente a Constituição que diz que todos são iguais perante a Lei. Erga omnes! Ou seja, vale para todos!

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Estada All Inclusive em Curitiba

Oitenta pessoas se postaram em frente ao prédio onde mora o Lula, em S.Bernardo, para supostamente impedir a sua (dele) eventual prisão. Essa é a mobilização das massas, tantas vezes apregoada pelo MST, MTST, CUT, Rui Falcão e pelo próprio Lula, como ameaças à sociedade brasileira? Essa "massa popular" é quem vai garantir que a lei ou uma decisão judicial seja descumprida no país? Esse é o "exército do Stédile"?
Por falar nele, por onde anda Stédile? E por onde anda Franklin Martins? Os dois são especialistas em "mobilização popular" e estão escondidos em uma hora dessas!

Pois, esses oitenta desocupados foram pernoitar ao relento em frente a (uma das) residências de Lula, por causa de boatos, ou suspeitas, que a ordem de prisão do Exu iria ser expedida a qualquer momento. É claro, que há motivos para esse pânico entre as hostes ainda fieis ao Demiurgo. Dilma hora pra outra, ele pode ser preso. Afinal, já é réu em 3 processos, é investigado em outros 4 e, à medida que as investigações e delações vão se desenrolando, a situação do "líder operário" vai se complicando cada vez mais.

Já há até bolsas de apostas, ou melhor, bolões na internet, sobre em que data Lula será conduzido a uma estada all-inclusive em Curitiba. Há outras apostas também sobre os anos de condenação que pegará. Tem gente apostando que não serão menos de 60. Acho pouco, em vista da quantidade de processos em que poderá ser arrolado e, tendo em conta, as penas aplicadas a outros corruptos. Marcelo Odebrecht já foi condenado a 19 anos de reclusão, assim como Gim Argello. Renato Duque, a 50 anos até agora, somando-se as penas em 3 processos. Pedro Correa, a 20 anos. João Vaccari, a 24 anos somados até agora. Pedro Barusco, a 47 anos somados. E por aí, segue-se a fieira de condenados a mais de 20 anos de reclusão.
Sendo Lula o chefe de todo o esquema, proporcionalmente qual será a sua pena? Não menos que 60 anos; e ainda parece suave.

domingo, 16 de outubro de 2016

PEC241: a saúde e a educação

De repente, todo mundo ficou preocupado com a educação e a saúde. Não que esses assuntos não nos preocupassem, mas é que, de repente, esses itens passaram à pauta das redes sociais, especialmente do pessoal da esquerda.

Eles são contra a PEC 241, do Teto dos Gastos, por causa da Saúde e da Educação. Não querem que os invetimentos nessas áreas sejam congelados. Só se esquecem de esclarecer que a PEC 241. por si só,  não tem a intenção de congelar os investimentos em saúde e educação. O que a PEC quer congelar são os gastos do governo como um todo.

Dentro de orçamentos realistas e limitados, como acontece em qualquer país responsável, os governos definirão as prioridades. Já disse alguém que "exercer a política é definir prioridades".
Se as prioridades forem Educação e Saúde, os investimentos para essas áreas estarão garantidos. É claro que haverá então cortes em áreas não prioritárias, como por exemplo, o inchaço da máquina adminitrativa, os aumentos de salários para o executivo, legislativo e judiciário e outras despesas improdutivas.

É disso que se trata essa postura contra a PEC 241. A máscara que usam é a defesa da saúde e da educação, mas o interesse real que defendem é o dos seus próprios cargos, salários e mordomias. É contra a possibilidade de controle nessas áreas, que eles se insurgem.
Obviamente, se dissessem que estariam defendendo interesses mesquinhos assim, não teriam público, nem adesão. Mas disfarçando tudo em uma apaixonada defesa da educação e da saúde, quem há de ser contra?

É de se lembrar que esses mesmos agentes, estiveram por 14 anos no poder, e o que melhorou na saúde e na educação no Brasil? Tiveram o orçamento desengessado, navegaram em período de prosperidade, e o que fizeram para melhorar a educação e a saúde? De repente, esses itens passaram a ser a prioridade máxima!
Na verdade, são. O Brasil está atrasado nessas duas áreas, mas não se resolverão esses problemas, se o país quebrar. Se hoje não temos dinheiro suficiente para melhorar os investimentos na educação e na saúde, temos que "agradecer" ao PT, que nos levou a esse estado de calamidade.
Sair dessa situação exigirá sacrifícios de todos, inclusive da classe burocrática e administrativa desse país, que já tem privilégios suficientes. Tenham a santa paciência!

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Eduardo Lula Cunha da Silva

Lula se achava acima da Lei, o Intocável da República! Contava com a arruaça e a baderna que os militantes de seu partido iriam fazer, arrastando as multidões de pobres e deserdados, beneficiários do Bolsa-Família, em protesto contra qualquer tentativa de ação legal que o atingisse. Enganou-se. Enganou-se redondamente.

O país se cansou dele. Os pobres e deserdados começaram, primeiro a duvidar da pose de santo, depois a crer que Lula só queria mesmo era se locupletar, como os outros a quem ele acusava de cometer os crimes que já estava cometendo. Lula atacava as elites, mas o populacho foi informado que Lula se dava muito bem com as elites, prestava a elas muito bons serviços e era muito bem remunerado por isso.

Lula escapou do mensalão por vários motivos: 
1) nós não estávamos preparados para investigar corretamente o crime organizado; 
2) havia o benefício da dúvida, até porque muita gente achava Lula ignorante demais para ter uma ideia daquelas.
3) o julgamento demorou 7 anos para ocorrer. Quando se iniciou (em agosto de 2012) o governo Lula já tinha se encerrado, diminuindo a pressão política sobre ele.

Agora, no processo da Lava jato e seus desdobramentos, a situação é muito diferente. Quando Lula foi conduzido coercitivamente a prestar depoimento, ainda houve uma certa comoção, amplificada por Rui Falcão e outros asseclas do partido. Dilmona ainda estava no poder e agia nos bastidores a favor do seu mentor e mestre. Aí o episódio de vira, não-vira, ministro, teve repercussão pela CUT e MST em manifestações de rua, permitindo a Lula, mais uma vez, representar o espetáculo de si mesmo, chorar diante da câmeras e tentar insuflar as massas com o discurso de perseguido.
Já na quarta denúncia, desta vez, em outra operação, depois de já ser réu em 2 processos, com mais investigações correndo no Supremo e em outras instâncias, o ímpeto dos seus defensores esmoreceu. O PT já está percebendo, após o fiasco eleitoral, que talvez seja melhor se desvencilhar da imagem de Lula. Lula já deu o que tinha que dar ao partido. De agora em diante, só lhe trará prejuízos. Lula vai se assemelhando cada vez mais a Eduardo Cunha. Um tem conta na Suíça, com todas as suas digitais, mas nega ser o titular e diz que a conta é de um Trust. O outro tem sítio em Atibaia e um triplex no Guarujá, mas nega ser o dono e diz que são de amigos. Qual é a diferença entre eles? A única grande diferença é que Lula (ainda) tem um partido para chamar de seu. Daqui a pouco não haverá mais diferença alguma.

domingo, 9 de outubro de 2016

Outubro Vermelho: combate ao câncer da corrupção.

"Corrupção não é ficção. E tem que ser combatida! "  disse o Procurador Deltan Dallagnol. Aí aparece um monte de gente a procurar defeito na fala ou no comportamento do Procurador. Chegam até a apelar para as crenças religiosas dele, como motivo para desqualificar suas ações. Chamá-lo de fanático religioso é dos menores pejorativos que usam para atacá-lo.

Como se ao longo da história jurídica desse país não tivéssemos juizes, promotores e advogados que adotam ou adotaram confissões religiosas e, nem por isso, foram desqualificados. A título de grande e irrefutável exemplo, cito o Dr. Sobral Pinto, católico apostólico romano, que defendeu o comunista ateu Luis Carlos Prestes e - detalhe -_sem cobrar pelos serviços.

Não há como contra-argumentar a não ser por má-fé: O combate à corrupção deve ser feito, nem mesmo por motivos moralistas, mas porque é uma agressão ao direito de todos. O corrupto procura obter vantagens para si, às custas de suprimir direitos de outras pessoas. O corrupto não se satisfaz com a divisão equitativa dos bens públicos, ele quer uma parcela maior para si, não importa se outros vão perder.
Assim, a corrupção pode ser um crime de colarinho branco, aparentemente limpinho, asséptico, mas suas consequências são habitualmente manchadas de sangue. 

São crianças que não têm assistência adequada e perdem a vida por causa de doenças perfeitamente evitáveis, como a zika e a dengue. São mulheres que ainda morrem de parto. São jovens que se prostituem e se drogam por falta de perspectiva melhor. São gerações inteiras que crescem sem educação e sem possibilidade de futuro decente. É a insegurança que nos atinge no dia a dia por causa da ineficiência do Estado e da corrupção policial. É o transporte público que nos falta, transformando um simples ato de ir ao trabalho em uma corrida de obstáculos estafante e sem sentido.
São obras públicas que não saem ou acabam custando 5 a 10 vezes o valor orçado. É o sucateamento das estradas, o que tem custado muitas vidas.

Somente os desvios da Petrobras chegam a 60 bilhões!! É um espanto! Isso cobriria o deficit público de 2015, com sobra. Se formos apurar os desvios do BNDES, da Caixa, dos Fundos de Pensão, da Eletrobras, o deficit de 2016, de 170 bilhões, também estaria coberto. Ou seja, a corrupção drena os cofres públicos e nos deixa todos à mingua. À mingua do Estado que se ausenta de suas obrigações e só não se ausenta na hpra de cobrar impostos.

Estamos assistindo à situação lastimável a que chegou o Estado do Rio de Janeiro. Vitrine do país, o Rio já vem se deteriorando há muitas décadas e mostrando a que ponto chegaremos nos outros Estados, se as coisas persistirem como agora. A decadência do Rio vem sendo anunciada há muito tempo. Não foi porque a capital do país saiu de lá. Foi porque a corrupção se instalou no coração do poder local. 

Já nos anos 70 eram os famosos bicheiros que agiam livremente e controlavam o carnaval (Escolas de Samba, venda de ingressos, etc.). Tudo sob o nariz das autoridades, que sempre fingiram não ver nada; da contravenção "evoluiram" para o tráfico de drogas, os comandos e agora as milícias. Um exército particular, uma força paramilitar se instalou no Estado e fica cada vez mais difícil removê-la. Agora já migraram definitivamente para a política. Isso fica demonstrado pelas execuções sumárias antes das últimas eleições. E tem controle territorial, tal como as FARC. São verdadeiramente um Estado dentro do Estado.

Se não se combater de maneira séria e responsável a corrupção institucionalizada, os demais Estados vão acabar da mesma forma. E, no caso do Rio de Janeiro, a solução hoje já não é possível ser adotada dentro da normalidade, a solução hoje requer medidas de exceção, com intervenção federal, ajuda do Exército, e leis excepcionais por um período de tempo. Mas nada será duradouro sem a erradicação desse câncer. Erradicação cirúrgica e quimioterapia por alguns anos.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

A regra do jogo

Sem recuperação da indústria não há recuperação econômica sustentável. A atividade industrial, juntamente com a atividade agrícola, estão na base da pirâmide econômica. Todas as demais atividades, sejam de comércio, sejam de serviços, dependem da produção agrícola e da produção industrial.
Esse é um ponto preocupante nos dados da economia brasileira: a atividade industrial continua caindo. Caiu 3,8% em agosto em relação a julho. Ainda não há dados de setembro. 

O país se desindustrializou fortemente nesses 3 últimos anos. Isso não foi por acaso. Foi consequência da "Nova Matriz Econômica", uma parafernália de idéias "geniais" saídas da cabela daquela louca, voluntariosa e sem contato com a realidade, que ocupou o palácio do Planalto.
As atividades econômicas são dados da REALIDADE objetiva. Não adianta forjarem-se teorias e pretenderem enquadrar a realidade econômica dentro delas. É mais ou menos como querer mudar a lei da gravidade.

O Brasil é um país hostil à atividade empresarial. O cipoal de regras e leis, a estrutura tributária infame e a carga tributária escorchante, a burocracia asfixiante, a insegurança jurídica, o paternalismo da legislação trabalhista, tudo isso age em conjunto para impedir o empreendedorismo, para afugentar investidores novos e expulsar os antigos. Nessa estrutura só há um vencedor: a corrupção! Para ela, nada melhor que a confusão, nada melhor que um ambiente opaco, entraves burocráticos, cartorialismo e mudanças nas regras do jogo.

Já disse um desses corruptos, recentemente pegos pela Lava Jato: "Isso [a corrupção] era a regra do jogo". Sim, isso é um jogo em que alguns espertos fazem as regras para beneficiarem a si e trapacearem em cima dos bobos pagadores de impostos, que somos nós, os cidadãos.

Precisamos melar esse jogo, misturar as peças no tabuleiro e fazermos as regras, nós mesmos, aquelas que atendam aos nossos interesses e não aos dessa turma de sanguessugas.


quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Eleições municipais

"Ninguém mora na União, o cidadão mora é no município" essa frase de Hélio Beltrão explicita muito bem a importância do município na vida e na qualidade de vida das pessoas.
É no município que se enfrenta o trânsito caótico do dia a dia; é no município que se sente a insegurança de andar nas ruas, ou mesmo de ficar dentro de casa; é no município que se vai a um posto de saúde, que se vacina, que se casa, que se nasce, que se registra, que se trabalha, que se diverte, etc. 
Daí a importância que tem uma eleição municipal. O povo acordou para a política, principalmente para a política nacional, que se faz em Brasília, mas ainda não se deu conta inteiramente que é na política municipal que a nossa vida pode mudar mais rapidamente e de maneira mais eficaz. A começar pelos impostos municipais que pagamos, passando pela escolha de prioridades e pela elaboração do orçamento.
Ainda há que caminhar nessa direção, mas já se percebe, no resultado dessas últimas eleições, uma mudança de rumo. O que ficou mais evidente foi a derrocada do PT. Em São Paulo, o PT, em 2012, obteve 70 prefeituras. Agora só conseguiu fazer 8 prefeitos. No Paraná tinha 40 prefeituras, agora só tem 10. Em Minas, caiu de 113 para 40. Na Bahia, seu reduto, passou de 92 para 38. No Rio Grande do Sul, outro reduto, passou de 72 também para 38 prefeituras. No Pará, passou de 23 para 7, em Goiás de 16 para 3. O único Estado em que o PT conseguiu aumentar o número de prefeituras foi...o Piauí, o Estado mais pobre da federação. Isso talvez explique a preferência da esquerda pelos pobres: quanto mais pobres houver, melhor para eles.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

O desmanche do PT

Ao final da eleição, os políticos se debruçam sobre os números para tentar entender o recado do eleitor. É óbvio, que aqueles, cuja análise revelar dados ruins, não vão dizer isso em público, mas terão que enfrentar essa realidade, mesmo que a portas fechadas, se quiserem continuar a exercer seu papel na política.

Dessa vez os recados foram muitos. Em primeiro lugar, o número de votos nulos e brancos e abstenções que ficou em torno de 35 a 38%, superando, individualmente,  os votos de cada um dos eleitos. Esse elevado número de pessoas, que não escolheram um representante, está a dizer que a classe política não lhes oferece nada com que eles se identifiquem. Isso é a falência da política.

Em segundo lugar, a derrocada do PT, como expressão de força política. Esse partido que recém ocupou a presidência por 14 anos, fez, em todo o país, em mais de 5.000 municípios, menos de 300 prefeitos.
Só conseguiu eleger mais prefeitos que seu arquirrival, o PSDB, em quatro Estados: Rio Grande do Sul,Bahia, Acre e Piauí. Nos demais perdeu e em alguns perdeu de feio dos tucanos.
Por exemplo: no Mato Grosso do Sul, não elegeu um nome sequer, enquanto o PSDB fez 36 prefeitos; no Mato Grosso, fez 3 prefeitos contra 39. Na Paraíba conseguiu eleger 1 alcaide petista contra 36 tucanos. Em Goiás, a proporção foi de 3 contra 77 e em São Paulo, de 8 contra 164.

No Espírito Santo, o PT conseguiu eleger 1 prefeito, enquanto os tucanos elegeram 12; em Alagoas foram 2 contra 17; em Rondônia, 1 contra 5, no Pará, 7 contra 32 e no Rio Grande do Norte, 2 contra 10.
Em Minas Gerais foram 41 prefeitos do PT, contra 132 tucanos. Nem mesmo em Pernambuco o PT conseguiu eleger número maior de prefeitos do que o PSDB (foram 7 contra 12).

Desta vez, nem mesmo se confirmou a preferência pelo PT no Norte e no Nordeste. Nessas duas regiões, somente 3 Estados (já citados) deram-lhe a preferência.

O recado está dado. Quem souber ler e entender ainda terá possibilidade de sobrevivência política. Quem não souber, já pode encomendar o jazigo.

PT tropeçou na democracia

O PT começou a receber o recado das urnas. O povo, esse ser místico tão bafejado pelo partido, mostrou que não quer mais o PT na liderança de coisa alguma; sequer dos municípios onde vivem.
Senão vejamos: em 2000 o PT elegeu 187 prefeitos; daí foi crescendo e chegou a 644 em 2012. Uma eleição depois, agora em 2016, conseguiu eleger somente 256 prefeitos no primeiro turno e só tem possibilidade de eleger mais 7, se todos os que foram para o segundo turno ganharem.
E, pode prever, situação semelhante ou pior em 2018, nas eleições gerais para o Congresso.
Não há o que discutir. As urnas já disseram tudo. Nem mesmo a militância paga ou beneficiária pode argumentar, afinal, segundo a sua cartilha totalitária, eles são os únicos que governam em nome do POVO e para o POVO. Portanto, o que o POVO decidir não pode ser contestado.
Pois foi esse mesmo POVO que decidiu que não quer mais o PT na vida política do país. O POVO foi enganado umas tantas vezes, mas acabou por descobrir a verdade.
Esse POVO agora tem como referência o juiz Sérgio Moro, que onde quer que chegue, é recebido com aplausos, elogios, incentivo e agradecimentos.
Democracia é, antes de tudo, alternância de poder. Isso estava fora dos planos do PT, mas, felizmente para o Brasil, o PT acabou tropeçando na democracia.



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