domingo, 28 de maio de 2017

Caos necessário

O Brasil é um país muito engraçado! As leis aqui, além de não valerem para todos, não tem aplicação imediata após sua aprovação e publicação. Fazem-se leis, aliás fazem-se leis em profusão, mas sua aplicação depende...
Depende de quem é por elas atingido, depende de quem está mandando, depende do momento e das circunstâncias.

Querem um exemplo? Dilma e Temer concorreram juntos na mesma chapa; quem votou em um, automaticamente votou no outro. A campanha foi a mesma, borrifada com propinas milionárias como já suspeitávamos e agora temos certeza. A lei é clara e simples: em caso de constatado o abuso do poder econômico, a chapa deve ser cassada! Resolvida a questão? Não!

Surgem no horizonte, Cassandras de todo tipo a vociferar que, se a chapa for cassada e Temer perder o mandato, será o caos! Portanto, a chapa não pode ser cassada, concluem. Mas, e a lei? Dane-se a lei!

Que bela contribuição ao aprimoramento institucional do país estão a dar esses próceres da nação! Aprimoramento institucional, em primeiro lugar quer dizer: o império da Lei! O império da à lei é o que importa em países civilizados, não importa o que aconteça, não importa quem seja atingido. A lei tem que estar acima de todos e valer para todos. Isso é civilização, isso é democracia, isso é progresso social.

O maior mal dessa colônia malfadada é exatamente esse, que vem desde os tempos do descobrimento: a lei não é válida para todos. Isso permitiu as maiores distorções históricas, isso permittiu o ambiente de impunidade que aqui floresceu, isso proporcionou a relação incestuosa entre o poder econômico e o poder político, isso determinou o nosso atraso político, cultural, social e civilizatório.

Se Temer perder o mandato agora, talvez seja o caos mesmo. Mas é disso que estamos precisando. Estamos carentes de um caos que afinal jogue por terra toda essa nossa vergonhosa história e desse caos talvez possa surgir um país novo.


sábado, 27 de maio de 2017

País insano

De repente, me vi perguntando? Pode um país perder a sanidade? A resposta, assustadora, é: pode! 

Sabe-se que, grupos de pessoas podem começar a agir como se fossem um único indivíduo, tendo reações comuns e até mesmo sentindo as mesmas emoções, ao mesmo tempo. Freud chamava isso de "contágio psíquico". Jung alargou o conceito, considerando o fenômeno uma manifestação do inconsciente coletivo.

Esse "contágio" nos afeta a todos, por exemplo, quando se chega em um grupo em que as pessoas estão rindo. Mesmo sem saber a causa do riso, acabamos por rir também. O mesmo acontece no conhecido caso do bocejo. Basta alguém bocejar na nossa frente, que somos assaltados por uma vontade incontrolável de fazer o mesmo.

Esse fenômeno está presente nas manifestações de torcidas de futebol, nas histerias coletivas de fundo religioso ou politico; enfim, nós, seres humanos, nem sempre agimos como indivíduos livres e independentes uns dos outros. Em outras palavras, todos somos, em maior ou menor grau, afetados pela psique coletiva.
Assim sendo, podemos ser contaminados pela sanidade ou pela insanidade dos outros.

Historicamente, sabemos de casos em que grupos populacionais enormes, até mesmo países inteiros perderam a sanidade mental. A Alemanha (e, em menor grau, a Itália) dos anos 30 e 40 são exemplos clássicos; os pogroms contra judeus e ciganos no leste europeu e as caças às bruxas dos puritanos norte-americanos no século XIX, são outros exemplos.

Agora parece que vivemos no Brasil uma situação de insanidade coletiva. As manifestações dessa insanidade são as depredações de patrimônio publico e privado por qualquer motivo, ou melhor, sem motivo algum. O que se viu em Brasília na semana passada ficou claro. Mas, ao mesmo tempo, em que vândalos quebravam vidraças em Brasília, ocorria uma manifestação em S.Paulo "a favor" da cracolândia! Dá para acreditar em uma coisa como essa?

Em um país, que não dá conta de tratar seus doentes que morrem nas portas dos hospitais públicos, que não dá conta de pagar seus aposentados, querem que o governo gaste dinheiro público para manter uma cracolândia! Segundo os manifestantes, o governo deveria instalar banheiros públicos para os viciados (o nome politicamente correto é "usuário"), oferecer psicólogos, psiquiatras, médicos de várias especialidades, assistentes sociais, etc., etc, etc. Isso é defendido por alguns advogados, juristas e promotores! É ou não é um exemplo de loucura coletiva?

É óbvio que em uma situação ideal, em um país com recursos, como uma Suécia, por exemplo, a abordagem dos viciados deveria ser conduzida de um modo mais, digamos, holístico, mas, em um país que não consegue oferecer educação básica às suas crianças, sinto muito, mas a prioridade não é tratar de "usuários" de crack!


Coisas do passado: Bandidos e mocinhos

Houve uma época em que a gente sabia quem era bandido, quem era mocinho. Não só no cinema ou na TV, mas também na chamada "vida real".
As coisas começaram a complicar quando Lúcio Flávio, bandido carioca do anos 70, assaltante de bancos e joalherias, teve de reafirmar: "Polícia é polícia, bandido é bandido".
Isso era um sinal de que as coisas estavam se misturando. Daí pra frente, só piorou.

Hoje, nem no governo, nem na oposição, nem no executivo, nem no legislativo, nem no judiciário, podemos dizer com certeza quem é bandido e quem não é.
Parafraseando a energúmena: não se pode dizer quem é bandido, quem não é. Todos são inocentes e todos são bandidos. Enfim, todos vão roubar e o povo é quem vai perder.

Pois foi agora, em março de 2017, depois do impeachment, em plena Lava Jato, estavam esses bandidos confabulando, não só para destruirem a operação de limpeza, mas para continuarem acertando as contas entre si, comprando segredos, pagando por crimes pretéritos, ajustando crimes futuros. Inacreditável!

De repente, descobrimos que não há opção política! São todos, todos, ladrões. E diante dessa situação nos perguntamos como é que ficam as instituições? Vamos tê-las oficialmente comandadas por criminosos, ou, na melhor das hipóteses, suspeitos?
Na presidência da República já está sentado um deles. Na presidência do Senado e da Câmara, outros. Dentro do Supremo Tribunal, vários. Nos demais tribunais e outras instâncias, já há até gente presa. O principal líder do PT, réu em 6 processos. O principal líder do maior partido de oposição ao PT, destruído politicamente.

Quem sobra? Quem (ainda) não se maculou por ser recente na atividade política, como João Dória. Esperemos que se mantenha assim!
Ou quem sempre foi um "outsider" como Jair Bolsonaro.

A esse ponto chegamos, pela irresponsabilidade e pela ganância desses filhos da puta! Não há outra palavra para definí-los.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Quebra de decoro

É até ridículo o parlamento brasileiro falar em quebra de decoro! Se o decoro fosse assim tão importante, Aécio Neves já estaria cassado. Ou não foi quebra de decoro ele ter dito a Joesley que o seu "boy" para a coleta da grana "tem que ser um que a gente mata ele antes de delatar".

Que conversa de mafioso é essa? Além do mais, o tal do Fred (Frederico Pacheco de Menezes, que está preso) é, nada mais, nada menos, que seu primo! É filho da prima de sua mãe. Foi diretor de Gestão Empresarial na Cemig, até 2015.

isso indica que a Cemig também deve ser investigada. Afinal já suspeitas de uma relação mal explicada, de compra e venda de ações, entre a Andrade Gutierrez e a Cemig, pelas quais a construtora teria ganho muito dinheiro, em detrimento da estatal. Vamos ver se o Ministério Público em Minas toma a iniciativa de investigar e se há algum juiz com coragem de levar a investigação à frente, com isenção, como faz o juiz Sergio Moro em Curitiba.

Está na hora de abrir a caixa preta da administração tucana em Minas e por em pratos limpos essas histórias, a do aeroporto em Cláudio, a das propinas da Cidade Administrativa e da Linha Verde, e outras mais, que surgirem no horizonte. Minas não pode ser um feudo de ninguém. Nem dos petistas, nem dos tucanos, nem de nenhum outro partido ou administração. O mensalão mineiro foi escamoteado e nunca andou. O governador era o tucano Eduardo Azeredo. Aqui são todos compadres, até o PT e o PSDB se bicam e se beijam. Pior para os mineiros.

Hoje, temos que agradecer aos céus pelo fato de Aécio não ter ganho as eleições. Provavelmente não teríamos esse desdobramento da Lava Jato e, por medo e raiva do PT, ainda estaríamos defendendo o governo dele. Por essa e por outras, é que, apesar de tudo, ainda há esperança para o Brasil. Mas vamos ter que depurar a sujeira toda. Doa a quem doer.

sábado, 20 de maio de 2017

Democracia representativa?

Fica muito claro, nas falas do Aécio, como ele atuava nos bastidores para aprovar a anistia do caixa 2, a lei do abuso de autoridade e para combater o projeto de lei de iniciativa popular das 10 medidas contra a corrupção.
E pensar que esse sujeito quase foi eleito presidente! E pensar que esse sujeito foi líder da "oposição" ao governo do PT!

Agora fica tudo muito claro. Quando a gente reclamava da oposição light que o PSDB fazia ao governo do Lula e da Dilma, estávamos era fazendo (mais uma vez) o papel de bobos. Agora sabemos que não havia, nunca houve, oposição nenhuma. A briga deles era para saber quem ficava com a maior parte do butim.

E aí vem a pergunta: esses caras foram eleitos para quê mesmo? Qual é a legitimidade de alguém que, eleito para defender uma ideia, um programa, na verdade estava enganando os eleitores o tempo todo? Que representatividade tem essa nossa classe política? Que democracia é essa sob a qual vivemos?

Para ser assim, é melhor uma ditadura descarada; ao menos se sabe quem é o inimigo e não se espera do ditador nenhuma representatividade. Esse disfarce de democracia representativa é o que de pior pode acontecer na política, porque não é representativa, nem democracia e só pode conduzir ao caos, à anarquia; isso depois de dilapidar os recursos de um país inteiro.

É por isso que as nossas estradas, ferrovias e portos estão caindo aos pedaços. É por isso que não há hospitais, nem postos de saúde decentes, nem medicamentos, nem material hospitalar; nem escolas, nem um sistema de educação eficaz. É por isso que não há segurança nas ruas, que o tráfico prolifera comandando verdadeiras cidades. Estamos sob o domínio do crime organizado em todos os níveis.

E não adianta clamar por novas eleições! Para eleger quem? Não temos um sistema de "recall" em que pudéssemos destituir os políticos do cargo ao verificarmos o desvio de função! Isso seria uma solução: após um período de, por exemplo, 2 anos de mandato, os políticos deveriam ser submetidos a uma nova avaliação popular. Se não atingissem um nível minimo de aprovação, perderiam automaticamente o cargo.

Outro fator moderador dos apetites seria a perda de mandato definitiva para quem aceitasse qualquer cargo no executivo. Afinal, o sujeito foi eleito para o poder legislativo. Ao aceitar cargo em outro poder, terá reunciado automaticamente ao mandato. Simples assim. Tão simples, que não parece factível em um país como o nosso.

Há algumas décadas, fomos à ruas pedir o fim da ditadura militar e o retorno dos civis ao poder. Se soubéssemos no que ia dar, será que teríamos feito aquilo?


sexta-feira, 19 de maio de 2017

Partido da Roubalheira

Gentem! Fiquei até mudo! A realidade ganhou de longe da ficção. Até House of Cards admitiu a derrota.
A gente já sabia, suspeitava, deduzia, tinha quase certeza, mas uma coisa é imaginar e outra é ouvir e ver, preto no branco, a desfaçatez com que essas figuras tratavam a coisa pública.

Mesmo depois de deflagrada a Lava Jato, mesmo depois de prisões emblemáticas terem sido feitas, a sanha desses criminosos era tal que continuavam a confabular e a exercer suas atividades criminosas, no melhor estilo das máfias mais encarniçadas do planeta. 

Continuavam não, continuam. Devem continuar. Afinal de contas, ainda estão soltos os principais chefes e seus capangas: Dilma e Lula, Aécio e Temer, Geddel e Jucá, Moreira Franco e Renan. Alguém ainda será ingênuo de pensar que estão todos quietinhos, sentadinhos em frente à televisão, vendo seus nomes serem expostos, correndo o risco de serem presos, e não vão fazer nada para tentar impedir isso?

Uma coisa fica clara para a população: não há partidos no Brasil! O partido é um só, o Partido da Roubalheira. Os partidos são apenas fachadas de organizações criminosas, para cumprir um dispositivo legal. Não há programa partidário, ideologia, nem oposição política. Estão todos do mesmo lado. E contra nós!

Destruiram totalmente o que restava de credibilidade na  política! Apossaram-se do Estado e o usaram a seu bel prazer para conseguir vantagens pessoais através de empresas que também se beneficiavam dessa relação. E dane-se a população! Danem-se os que pagam impostos. Dane-se a nação! Dane-se a pátria!

E agora vamos ter que ficar ouvindo mais mentiras dos mesmos cafajestes que continuarão a tentar justificar o injustificável? Não há na República nenhuma instância que a possa proteger desse assalto? Meu Deus! Chegamos a uma situação impensável tal como nunca se viu antes na história do Brasil. Isso demonstra que as coisas podem sempre piorar. Que ninguém duvide!





quinta-feira, 11 de maio de 2017

A culpa é da falecida

Dá até dó, coitado! Como pode uma pessoa ser tão azarada assim? Uma alma pura, honestíssima,  que, por azar, vive cercada de gente corrupta por todos os lados! E ele nem desconfia de nada e de ninguém!
São os amigos milionários corruptos, os companheiros de partido corruptos, auxiliares de governo corruptos, capachos corruptos, indicados para várias diretorias da Petrobras corruptos, irmão corrupto, filhos corruptos, nora corrupta e agora até a falecida.

Uma única vez, alertado pela imprensa que Renato Duque, seu indicado para um cargo de Diretor na Petrobras, poderia estar recebendo propinas, imediatamente o convocou para uma conversa no hangar do aeroporto de Congonhas em S.`Paulo - um local bem apropriado para uma conversa desse tipo, diga-se de passagem -  e disparou à queima roupa: "Estão dizendo que você recebe propinas e as deposita contas no exterior? Você tem contas no exterior?" Ao que o outro respondeu: "Não". Pronto! Assunto encerrado! 

Afinal, não é função do presidente da República zelar pelo patrimônio público, nem mandar investigar casos suspeitos em sua administração! Isso é coisa para o Ministério Público que fica fuçando na vida das pessoas! Não! O presidente tem coisas mais importantes a cuidar, tais como, por exemplo, fazer lobby para empreiteiras para alavancar o desenvolvimento do país!

As pessoas não entendem como é difícil ser presidente! As pessoas, burguesas que são,  não aceitam que um semi-analfabeto possa chegar a um cargo tão elevado, por isso, o perseguem. E, como ele tem esse azar, de sempre aparecer um corrupto em seu círculo próximo, essas pessoas aproveitam-se disso para atacá-lo politicamente.

Nunca se viu na história desse país, um ex-presidente ser tão enxovalhado, mas, apesar de tudo, ele vai se candidatar novamente e, se ganhar, vai mandar prender todos aqueles que inventaram todas essas mentiras.

Então, estamos combinados, Lula!

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Macron, enfim o século 21.

Finalmente, o século XXI chegou à política. Até agora, o que se via nos diversos governos era a cara bolorenta do século XX, o século das ideologias genocidas. Demorou, mas finalmente apareceu no horizonte político uma cara nova, de um jovem não contaminado por essa prática política que já deveria ter sido enterrada junto com o século que acabou.
Dizem que Macron é de centro! Isso é ainda reminiscência de um raciocínio obtuso, bidimensional, que insiste em classificar as ações políticas e seus agentes em direita ou esquerda; e quando não conseguem, só resta dizer que "fulano é de centro".

Macron, no meu modo de pensar, não é nem de esquerda, nem de direita, nem de centro, no sentido em que ser de centro signifique combinar caracteristicas de um lado e de outro. 

Macron representa uma nova geração, que pensa de uma outra maneira, cujos paradigmas são multi-dimensionais, cujas crenças não se submetem a dogmatismos, portanto não filiado a nenhuma dessas correntes de pensamento que tantos males trouxeram ao século que findou.

Que o sopro de vitalidade e renovação, que vimos surgir na França, naquela tarde de domingo, seja a aurora de um novo mundo, em que as fronteiras geopolíticas não sejam um motivo de opor uma parte da humanidade contra a outra, um mundo que seja um só e de todos. Isso não deixa de ser um pouco o ideal da Era de Aquarius. Quem sabe começamos a vivê-la agora?

sábado, 6 de maio de 2017

Voto histórico?

O ministro Gilmar Mendes, do alto de sua vaidade brega, disse que tinha dado um "voto histórico" no caso da concessão do habeas corpus ao Zé Dirceu. Acertou! Deu mesmo um voto histórico! Jamais nos esqueceremos dele. 

Gilmar Mendes vai entrar para a história ao lado de nomes tão execráveis quanto Gama e Silva, por exemplo, que, apesar de jurista (ou talvez até por causa disso), não teve peias, nem vergonha, de confeccionar uma peça tão horrorosa quanto o AI-5. 

Por ironia, o AI-5 suspendeu o habeas corpus, o que permitiu ao regime militar prender à vontade, agentes políticos como o Zé Dirceu, sem julgamento e sem apreciação judicial. Do outro lado do muro da história, Gilmar Mendes o concedeu, indevidamente, ao mesmo personagem, só que este agora já condenado 3 vezes por pura e simples corrupção. Uma das condenações foi dada pelo próprio Supremo, ou seja, em última instância.

O Dirceu de 1968, líder estudantil, encarnava a figura do personagem um tanto romântico de uma revolução comunista já previamente condenada ao fracasso e que, nem por essa circunstância, comovera os seus insufladores e financiadores da extinta União Soviética, que expunham esses jovens a morrer por uma causa perdida.

Esse Dirceu se transformou no todo-poderoso ministro da Casa Civil de um governo que se apresentava como defensor do povo e dos pobres, enquanto seus dirigentes enchiam as burras com o dinheiro da burguesia que diziam desprezar.

Terá Dirceu traído a Ideia? Ou a Ideia já seria, mesmo na origem, apenas uma pantomima, uma vez que, na mesma União Soviética, o que se via eram os seus dirigentes se locupletando dos prazeres burgueses nas dachas da nomeklatura, enquanto o povo morria de fome?

Essa é uma questão que a história, ao fim e ao cabo, vai nos responder. De qualquer modo, o Dirceu de hoje é apenas um ladrão contumaz. Por mais que queira vestir a fantasia de guerrilheiro, ele só engana àqueles que querem ser enganados e que são cada vez menos. A esse Dirceu, símbolo do atraso e da corrupção endêmica do pais, o ministro Gilmar Mendes concedeu a liberdade com um voto que, pela sua vociferação nervosa, seria mais apropriadamente denominado voto histérico. A história registrará!

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Vassalos ilustrados

O Procurador Júlio Marcelo de Oliveira, do TCU, exemplo de serenidade e, ao mesmo tempo, de seriedade no trato com a coisa pública, postou hoje no Twitter uma frase lapidar: "Ainda somos o país da impunidade. Da impunidade altaneira, orgulhosa, incensada, cortejada e mantida por vassalos ilustrados".

Não há melhor definição da miséria institucional e política do Brasil. Isso aqui tem dono! É deles! Nós, o povo, o cidadão brasileiro, só temos obrigações, pagamos impostos escorchantes, mas não podemos exigir nada. Não temos voz, nem vez.

Eles, os donos do Brasil, se cercaram de vassalos que lhes mantém os privilégios. E o maior desses privilégios se chama impunidade. Estão acima e além da Lei. Quando, por acaso, a Lei os pega, garantem sua imunidade e impunidade pelos mecanismos institucionais que seus vassalos criaram para protegê-los. Um desses mecanismos é o foro privilegiado. Outros, a morosidade das instâncias judiciais, a chicana processual, a prescrição administrada, a infinidade de recursos, as "garantias" constitucionais, que garantem tudo, menos a aplicação da lei penal.

Essa vassalagem é um triste processo histórico do qual não nos livramos e se mostra mais ativa exatamente no poder judiciário. Diz-se que os ricos e poderosos tem bons advogados e por isso se safam. Na verdade, os ricos e os poderosos tem é bons juízes, ou melhor, juízes bonzinhos, submissos, vassalos. São vassalos ilustrados, como disse o Procurador, mas, nem por isso, menos servis.

Esses representam uma das ervas daninhas que temos que extirpar no país, se quisermos que o Brasil seja uma nação moderna e próspera. Não dá para continuarmos a ser um país de vassalos e suseranos. Ou somos iguais, ou não somos nada. Ou a lei vale para todos, ou não vale para ninguém. E aí, seria a barbárie, da qual estamos nos aproximando perigosamente.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Segunda Tchurma: vergonha nacional

Gilmar Mendes está mostrando serviço. Agora já sabemos por antecipação que tudo o que cair nessa segunda Tchurma vai ter esse desfecho favorável aos criminosos.

E essa história de presunção de inocência seria risível, se não fosse trágica. Que inocência, cara-pálida? O homem já tem 3 condenações! Uma no mensalão, pelo próprio Supremo e duas pela Lava Jato! E ainda assim tem que ser presumido inocente? Conta outra, Dias Tóffoli. Isso mostra o quanto a Justiça anda distante do cidadão comum.

O executivo e o legislativo já não tem legitimidade porque não representam mais a nação. Só faltava o judiciário e agora não falta mais. Vergonha nacional! Não há um cidadão lúcido, de bem, que possa concordar com o que foi feito hoje. E nem se trata de ideologia. Trata-se de brio, vergonha, honradez.

Um país sério não pode se dar ao luxo de ter um ladrão contumaz como o Zé, circulando entre a pessoas como se fosse um cidadão de bem. Eu não dividiria a mesma calçada com ele. E não quero dividir com ele o espaço da liberdade.

Gilmar Mendes está fazendo o trabalho sujo para o qual foi designado, sabe-se lá por quem. O fato é que, depois que ficou claro que próceres do PSDB estavam tão implicados na Lava Jato quanto o PT, PMDB e PP, Gilmar Mendes desensarilhou as barbatanas e começou o trabalho de ataque e de solapar a Lava Jato. Essa gente está disposta a tudo para se livrar da cadeia, mesmo que isso signifique acabar com as instituições e jogar o país no caos.

Ao outro lado, o nosso, junto com os juízes íntegros e o Ministério Público, só resta resistir, resistir e resistir.

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