quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O país das mequetrefes

Quando a Polícia Federal começou a investigação sobre as maracutaias milionárias do porto de Santos e terminais próximos, Barnabé e Bagres (*), deu-lhe o nome de Operação Porto Seguro e, provavelmente, não imaginava que iria colher as nove digitais do Planalto espalhadas por todo lado, nas cenas do crime. 
Foi aí que tudo começou e a secretária que havia gasto "os tubos" no cartão corporativo da Presidência da República, mas que fora blindada pelo governo, iniciou a queda livre.
A funcionária mequetrefe, ficamos sabendo no bojo da operação Porto Seguro, esteve "impulsionando" negócios de 1 bilhão em Santos.
É a mesma mequetrefe que conseguiu indicar dois nomes para as Agências Reguladoras, ANA e ANAC. Um deles foi rejeitado duas vezes pelo Senado, mas Sarney (olha o Sarney aí de novo, gente!) conseguiu aprová-lo em terceira votação.  
A funcionária mequetrefe também arranjou emprego para o ex-marido (família é tudo!)  na BB Seguros, a seguradora do Banco do Brasil,  conseguindo inclusive um diploma universitário falso para ele. E registrado no MEC!
Ainda, a mesma mequetrefe fez 23 viagens internacionais acompanhando o presidente da República e viajava como clandestina! 
Sim, a mando do presidente, a secretária mequetrefe, mas que possuia passaporte diplomático, viajava quase sempre na comitiva presidencial sem ter, como deveria, seu nome registrado e publicado no Diário Oficial. Mas com Lula não há problema. Ele nunca deu bola para normas, regras e regulamentos.
Não bastasse esse enrosco, agora começa  a vazar uma história digna de revista de salão de beleza. Tudo indica que a secretária mequetrefe fazia horas-extras com o chefe. E que horas extras. 
Mas parece que não é história nada nova. Rose já  era conhecida em Brasília como a "rainha dos cartões corporativos" e "primeira-dama do governo submerso".
O que a PF apurou foi que Lula falou 122 vezes com a mequetrefe nos últimos 19 meses, ou seja, uma vez a cada 4/5 dias. Ou é assunto particular (e Dona Marisa deve querer saber) ou é assunto público (e nós queremos saber). Entenderam de onde vinha o poder de Rosemary? Vinha doooo..., daaaa.... intimidade com o Lula. Será que o Paulo Okamoto vai assumir também o "affair"? Afinal, amigo é pra essas coisas!

E dizem que quem está rindo à socapa (para usar um termo caro ao Supremo) é a Marta Suplício! Está relaxando e gozando com essa história, porque quem insistiu pela candidatura de Haddad à prefeitura de S.Paulo, barrando a dela, foi a onipresente secretária mequetrefe.

(*)Em 2010 Lula foi à China pedir um empréstimo de 2 bilhões de dólares para o complexo portuário, adivinhem... Barnabé-Bagres!!! Será que a Rose estava em sua comitiva, como sempre como clandestina? 


Como diz o Blog Sanatório da NoticiaTENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Duas presidentas

Demoramos tanto tempo para ter uma mulher na presidência e agora temos duas. Sim, são duas Dilmas. Tem a Dilma que é fã do Lula, que sobe nos palanques que ele indica, que nomeia quem ele quer, que se reúne com ele e o Palocci no gabinete da Presidência da República em S.Paulo (mesmo nenhum dos dois tendo qualquer função oficial na República). E tem a outra Dilma, a segunda Dilma, a Dilma do B, que exonera as pessoas que a primeira Dilma nomeou, que não obedece quando ele manda que ela desrespeite o Supremo, que parece até feliz quando uma operação como essa Porto Seguro dá uma rabanada nas ratazanas, mandando-as de volta para o buraco de onde não deviam ter saído.
Qual delas é a verdadeira? Imagino que a resposta seja: Nenhuma! Sabem porquê? Porque nenhuma delas existe de fato. Elas, ambas, são uma criação do megalomaníaco-mor-deste-país. Foi ele quem criou a figura da gerentona eficaz, que não aceita erros, que grita, demite. Mas de eficaz ela não tem nada, se não, o PAC não seria esse desastre que é; se não, a Petrobrás, quando lhe era subordinada, não teria camuflado prejuízos como camuflou; se não, o PIBinho seria um PIBão, e por aí vai o show de incompetência.
A outra Dilma, a submissa, a que lambe a mão e aceita a tutela do seu criador, essa nem é preciso dizer quem a inventou.
E aí, como ficamos? São duas presidentas e nenhuma! Uma desfaz o que a outra faz e fica tudo empatado, na estaca zero! 
E assim vai a presidenta, conforme sua conveniência, incorporando ora a Dilma que admira Lula, ora a que quer distância dele.
E assim vamos, de popularidade em popularidade, todos pra o buraco.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Black Friday e os bebês de Rosemary

Os irmãos Rubens  e Paulo Vieira são conhecidos nas agências reguladoras, ANA e ANAC, para as quais foram nomeados a pedido de Rosemary Noronha, por um apelido bem revelador: "os bebês de Rosemary".
O filme de Roman Polanski (*), um "thriller" de 1968, baseado no "best-seller" de mesmo nome, conta a história de uma jovem, casada, que fica grávida do demônio e cujo filho é protegido por uma seita satânica (da qual até seu marido acaba por fazer parte) até que nasça. Por mais horror que Rosemary tenha, ao ir descobrindo do que se trata, o instinto maternal fala mais forte e ela acaba por aceitar a criança como filho. Esse bebê é portanto o Anti-Cristo da lenda, o filho do diabo.
Bem sugestivo, o apelido, uma vez que Rosemary (a de carne e osso) foi secretária de José Dirceu por 12 anos antes de ser nomeada por Lula em 2005 para a função que exercia até sexta-feira passada, a Black Friday
A continuar a metáfora e as associações, podemos dizer que, no caso atual, os bebês de Rosemary (cujas iniciais coincidentemente são R e P como em  Roman Polanski)  são também filhos do diabo, do Zeca Diabo.


(*) O filme, além de ter sido um campeão de bilheteria por si só, tornou-se ainda mais intrigante porque pouco tempo depois, a esposa de Polanski, Sharon Tate, estando grávida, foi assassinada por membros de uma seita satânica, os seguidores do maluco Charles Manson.


Duas notícias

Basta uma passagem de olhos pelas notícias dos jornais, para se perceber a  situação de penúria a que chegamos, abandonados, pelos governos, à nossa própria sorte e sem ter  a quem recorrer. A culpa é nossa mesmo. Fomos nós que os elegemos, somos nós que os sustentamos, somos nós que os mantemos lá, sem um pio. Só reclamamos aos sussurros, "falando de lado e olhando pro chão" como dizia um antigo poeta que, ao vender a alma, perdeu a inspiração:

Notícia 1:
O Juiz e Desembargador Fausto de Sanctis (aquele que mandou prender Daniel Dantas, o qual conseguiu depois um habeas corpus no Supremo) disse em entrevista à Folha:
Pergunta: O que ocorre hoje em São Paulo com a morte dos policiais e suspeitos, do que se trata?
Resposta: A certeza da impunidade. Acho que hoje o policial brasileiro está totalmente abandonado. O policial não tem nenhuma estrutura de apoio institucional. O policial é massacrado. O policial é malvisto. E o policial não é só um policial, ele representa a sociedade. O que está acontecendo é uma guerra civil. 

Juiz federal há 21 anos, o desembargador do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região (SP e MS) Fausto Martin De Sanctis, 48, saudou uma "mudança de viés" do STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento do mensalão.

Notícia 2: 

Os investigados na operação [Porto Seguro]  responderão pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de influência, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, corrupção ativa e passiva. 

Essa segunda notícia refere-se aos investigados na operação Porto Seguro da PF, todos do mais alto escalão de governo: Secretaria da Presidência, ANAC, ANA e que tais.

Fica claro que uma notícia explica a outra. Enquanto o Estado brasileiro está sendo assaltado pelos ladrões de casaca e de colarinho branco,  a ausência desse mesmo Estado, naquilo que seria sua obrigação inalienável, deixa a porta aberta para que outras organizações usurpam o seu papel. 
Por quê preparar o sistema de segurança? Por quê remunerar o policial adequadamente? Por quê proteger esse mesmo policial (a pessoa física!) que é quem põe a sua vida em risco, dos achincalhes que uma certa academia leitora de Foulcault insiste em demonizar? Se tudo está muito bem para uma classe de aproveitadores do poder público, para quê se incomodar com isso? O Estado é uma vaca enorme, com tetas quilométricas, das quais os espertos se aproveitam e dane-se o resto. O resto, quando acha ruim, é rotulado de reacionário, direitista, enfim, "do mal". Eles é que são "do bem". Do bem bom.




domingo, 25 de novembro de 2012

Porto Seguro

É uma coisa que não acaba! Nem bem chegamos a compreender as minúcias de um escândalo, aparece outro tomando seu lugar. 
Já sabemos que os dez anos de administração petista foram extremamente produtivos na fabricação de maracutaias, entretanto eles se mostram ainda mais férteis, penetrando por capilaridade em todas as instâncias do poder público, infectando a máquina administrativa até os mais profundos recônditos. Não sejamos ingênuos de pensar que em governos anteriores haviam vestais tomando conta da "coisa pública", mas o PT chegou a requintes inimagináveis. Quando os petistas desancavam Collor, deviam estar rindo por dentro, de como o esquema Collor-PC Farias tinha sido ingênuo e amador. Outro amador é o Maluf. Roubar só pra si! Onde se viu? O bom roubo é o que se faz coletivamente, envolvendo todo mundo, incluindo os "puros" como Genoíno e, se possível até a oposição e os adversários, porque assim tudo acaba em pizza mesmo sem maiores esforços.
A operação Porto Seguro da polícia federal é um desses escândalos que já não se esperava. Se fosse na Casa Civil, em algum ministério inútil, na Câmara ou no Senado, já estaríamos até "acostumados".
Mas a chefe de gabinete da secretaria da Presidência da República em São Paulo? O que é que essa senhora fazia, meu Deus, para se envolver em um escândalo federal? Logo, logo, se descobre um fio da meada:  antes de ser nomeada para o cargo que acabou de perder, tinha sido por 12 anos secretária de....(tchan, tchan, tchan)... José Dirceu, o onipresente!
Mais uma vez, as digitais do homem que desafia o Supremo, que diz não existirem provas contra si, que sua condenação foi política e por um tribunal de exceção, mais uma vez, repito,  suas "digitais" são encontradas em local suspeito. Claro, não há provas ainda de nada. A senhora Rosemary Nóvoa de Noronha é inocente até prova em contrário, mas, de tábua em tábua, de tijolo em tijolo, que a casa do PT está caindo, está.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Justiça sem firulas

As instituições brasileiras, talvez por serem historicamente recentes e pelo fato de a nossa democracia republicana ter sido tão agredida e interrompida, muitas vezes capengam, muitas vezes fogem do seu papel de pilares da cidadania e, sobretudo, falta-lhes vigor.
Quando, porém, qualquer uma delas dá mostras de vitalidade vemos,  com satisfação, como o espetáculo da democracia ainda é insuperável, apesar das imperfeições, como forma de governo dos povos.
É assim que assistimos ao poder Judiciário tomando as rédeas de suas prerrogativas e demonstrando o quanto faz falta, a um povo, uma justiça independente, autônoma, isenta e eficiente.
O presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, em seu discurso de posse, deu o mote: "por um judiciário sem firulas, sem rapapés". Esse vício bacharelesco da nossa ainda jovem república age quase que como um entrave à administração da justiça. É um linguajar arcaico e muitas vezes ininteligível, cheio de rebuscamentos barrocos, despejado em páginas e mais páginas de papel, tomando um tempo precioso no andamento dos processos, quando poderia tudo ser expresso com muito mais concisão e, obviamente, clareza, o que facilitaria em imenso a democratização da justiça. Falar e escrever desse jeito é uma forma de esconder o vazio do conteúdo. É uma forma também de excluir, uma forma de ser compreendido somente pelos pares, iniciados. Isso torna a justiça quase que uma sociedade secreta, uma maçonaria.
No século XXI, as empresas, a sociedade tem formas muito mais rápidas, econômicas e claras de comunicar idéias e transmitir informações. Não podemos nos arrastar nesse mundo arcaico, onde a forma passa a ser mais importante que o conteúdo; onde o que interessa é a construção gongórica ou parnasiana, não importando a solução real do problema. Essa justiça já era. Por isso, temos que louvar o ministro Barbosa, quando pede ao judiciário para despir-se da vaidade e passar a prestar atenção ao que acontece nas ruas. Um juiz tem que ser um tribuno do povo, do cidadão. É constituído para defender o equilíbrio dos direitos desses mesmos cidadãos e não para manter-se num pedestal de mármore, bafejando as classes poderosas para usufruir dos mesmos privilégios.
Sem firulas, sem rapapés, com a coragem de enfrentar as questões difíceis, com eficácia e rapidez nas decisões, assim o poder Judiciário dará uma  contribuição fundamental para lançar-se esse país definitivamente no rumo do progresso e do desenvolvimento.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Neo anti-semitismo

Tenho para mim que esse sentimento anti-Israel que se encontra tão disseminado na academia nada mais é que uma nova forma de anti-semitismo, disfarçada de bom-mocismo esquerdista.
Israel, como qualquer outra nação , não prima pela santidade, mas os palestinos e demais povos árabes (e até não-árabes, como os iranianos)  do entorno também não. O conflito é um conflito político em que os dois lados erram e os dois lados cometem atrocidades. Por quê então só se lêem e se ouvem comentários que criticam Israel e nada falam das ações do outro lado? Jamais ouvimos, por exemplo, do governo Lula/Dilma alguma menção ou pedido para que o Hamas pare de atirar morteiros diariamente ao território israelense. Agora, que Israel retalia, o Brasil corre à ONU para pedir um cessar-fogo. Todos sabemos que o Hamas faz um jogo, e que lhes interessa qualquer coisa menos a paz, porque com a paz perderiam a razão de ser. Todos sabemos que a população de Gaza é hoje prisioneira do Hamas. 
Talvez tenha sido um erro a decisão de Ariel Sharon de retirar a ocupação israelense de Gaza unilateralmente. Ao fazê-lo, ao criar um vácuo de poder, formaram-se as condições para o estabelecimento do Hamas e sua ditadura. Quem sofre com isso? A população dos dois lados.
Não dá para entender portanto essa opção preferencial por um dos lados e a condenação sistemática de Israel por tudo que faz ou que deixa de fazer. Os judeus tem uma história trágica por milhares de anos e Israel é a sua resposta ao mundo. Israel é a sua garantia de que não haverá outro holocausto. Portanto, partamos da premissa que Israel não será destruído, Israel veio para ficar. Somente a partir desse ponto é que se pode discutir a paz em bases realistas.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A destruição da infraestrutura

Uma das causas do nosso pequeno crescimento econômico, mesmo nos anos de vacas gordas, é a crônica falta de investimento em infraestrutura. Nenhum país cresce sem investimentos em energia e transporte. Não é à toa, que essas duas palavrinhas mágicas formavam o plano de governo de JK: o binômio energia e transporte. É preciso disponibilizar energia (abundante e, preferivelmente, barata) para que se possa produzir e é preciso transportar os bens produzidos. Especialmente em país continental como o Brasil, o transporte adquire relevância fundamental.
Pois nesses 10 anos de administração "companheira" o que vimos foram declarações grandiloquentes do "grande líder" prometendo mundos e fundos, mas que ao final só resultaram em bolsa-disso, bolsa-daquilo e outras ações eleitoreiras e demagógicas que não fazem o país avançar 1 milímetro. Ao contrário, a administração petista, ao tomar de assalto o Estado e aparelhar, com seus apaniguados, toda a máquina administrativa do país o que fez e faz é contribuir para sua destruição.
Já sabemos o que houve na Petrobrás. A incapacidade (para não dizer coisa pior) do Sr. Gabrielli à frente da maior empresa nacional levou-a ao desastre que estamos vendo. Agora estamos tomando conhecimento da bagunça que está sendo instalada no setor de energia elétrica. Essa bagunça, a indefinição do futuro, aliada à incerteza jurídica decorrente do intervencionismo da Dona Dilma vão levar o setor elétrico ao caos rapidamente. Os investidores, com várias pulgas atrás das orelhas, já pisaram no freio. Qualquer um deles, se pudesse, já teria caído fora, pois até agora, apesar do investimento de 200 bilhões (sendo que o governo só investiu 36) feito por eles,  o valor total de mercado do setor elétrico não passa de 6 bilhões. Ou seja, dona Dilma conseguiu fazer a mágica de desaparecer com 194 bilhões de reais em investimentos.
Com essa história de incompetência, alguém vai se aventurar a investir em infraestrutura no Brasil? E o governo tem dinheiro para bancar sozinho esse investimento?
As nossas estradas estão aí a demonstrar ao vivo e a cores a incapacidade administrativa do governo petista. O trem-bala (ou melhor: trem-bola) não sai do papel por falta de interesse. Os investimentos nos aeroportos já se arrastam enquanto que os gastos com as obras já em andamento duplicaram ou triplicaram em relação ao valor orçado no início.
Sem estradas, sem ferrovias, sem portos, sem aeroportos, sem transporte urbano de massa, sem energia suficiente e barata, como é que se pode esperar o crescimento do PIB? Será mais uma década perdida.


domingo, 18 de novembro de 2012

Ministro Ayres Britto

Hoje é o dia em que se despede do Supremo, o ministro Ayres Britto. Sua calma, sua serenidade, sua alegria vão nos fazer falta. Como poeta e como espiritualista, o ministro trouxe um frescor à gravidade de um vetusto tribunal, que dificilmente será igualado.
Conduziu o maior julgamento, o mais complexo, o mais difícil,  da história do Brasil sem perder o sorriso dos lábios e não era um sorriso cínico ou de escárnio, como vemos muitas vezes nas faces das figuras públicas, era um sorriso que nos transmitia sinceridade e paz.
O ministro tentou anteriormente o caminho da política militante e, felizmente para a nação, não foi bem sucedido nesse campo, pois poderia acabar engolido ou massacrado pela máquina partidária, que tudo submete aos seus interesses, nem sempre elevados, nem sempre legítimos. Ao invés, veio a compor e presidir o STF, com vantagens enormes para a sociedade brasileira.
Junto com o ministro Joaquim Barbosa formavam uma bela dupla. Um tangido pela emoção, pela indignação, outro, pela contemplação,  ambos se apoiando e se moderando, celebraram um ato patriótico de defesa da República que ficará na história.
Agora, se vai, merecidamente gozar de um descanso, que esperamos, seja ainda fecundo e produtivo, pois o ministro decerto continuará a escrever e nos brindar com suas belas e filosóficas frases, como aquela com que se despediu, no plenário: "Já não quero ser reconhecido pelo que faço, quero é me reconhecer no que faço".
Pode estar certo, Dr. Ayres Britto, que todos sempre o reconheceremos nesse brilhante trabalho que foi sua presidência da suprema corte desse sofrido, mas esperançoso, país.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

As masmorras e o trem-fantasma

O ministro Dias Tóffoli e o ministro da Justiça, em sua indignação contra as condições sub-humanas das prisões, tem razão no que dizem. As masmorras brasileiras são mesmo medievais. Mas cabe exatamente ao ministério da Justiça, que foi ocupado por longos oito anos pelo advogado Thomaz Bastos, cuidar para que essas condições melhorem. Pergunta-se ao ministro da Justiça: o que foi feito para melhorar as prisões nesses longos 10 anos que o PT ocupa a chefia do governo? Outros governos também não fizeram nada, ou quase nada, mas isso não é desculpa. Quem está reclamando é o atual ministro da Justiça. Mova-se então ministro! Faça a sua parte! Ao invés de jogar fora bilhões de reais com esse trem-fantasma que a Dilma quer porque quer implantar entre o Rio e S.Paulo, convença-a a investir na melhoria do sistema prisional. É mais justo e mais necessário! Talvez então seus amigos ainda tenham tempo de usufruir dessas melhorias.
Quanto ao ministro Dias Tóffoli, quando acusou o Supremo de aplicar penas medievais, incorreu em vários erros. Em primeiro lugar, como lhe explicou o ministro Fux, o juiz não pode inventar penas, tem que seguir o que está na lei. E o que está na lei penal é o que está sendo aplicado, aliás não só aos réus do mensalão, mas a toda a população carcerária do país. Então, que se mude a lei.
Em segundo lugar, ele, Tóffoli,  também está aplicando penas de prisão! Em terceiro, o que é medieval não são as penas de prisão (no Japão, na França, na Alemanha, nos Estados Unidos, também se aplicam penas de prisão a corruptos e não podemos chamar esses povos de medievais). O que é medieval, ministro, são as prisões em si, nas condições em que os presidiários são confinados aqui. O que é medieval são as cadeias brasileiras, assim como as cubanas, que seu líder, Lula, considera adequadas para albergar opositores do regime castrista. O que é medieval é a crença stalinista de que  o Partido e seu líder detém o monopólio da verdade.
Portanto, além da demagogia e da preocupação "companheira", convém que o governo passe a considerar como um programa prioritário o enfrentamento dessas condições, mesmo que isso não renda votos. Talvez uma das consequências benéficas desse julgamento histórico seja a melhora do sistema penitenciário brasileiro já que passará a hospedar agora pessoas "ilustres".

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Dias Tóffoli e a bailarina

O ministro Dias Tóffoli resolveu sair do casulo e fez uma peroração indignada contra ... as penas de prisão proferidas e votadas pelo Supremo.  Citou uma ré, uma banqueira e bailarina, para dizer que está indignado com a pena reclusão de 16 anos recebida por ela.  É a velha história, rico na cadeia não é admissível. Enquanto isso a população carcerária do Brasil chega a meio milhão de pessoas, algumas em condições sub-humanas. Mas, como não são bailarinos e muito menos banqueiros, ninguém se preocupa com eles.
"Coincidentemente", Dias Tóffoli ecoa o ministro da Justiça que se disse indignado com a situação das prisões brasileiras. Realmente, ele tem razão  e isso após 10 anos de administração petista!
Será que agora o governo vai construir cadeias novas, cinco estrelas, para abrigar os banqueiros, os políticos e as bailarinas?

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Quem procura, acaba achando.

O ministro Lewandowski saiu correndo do plenário hoje! Parecia um Nosferatu, agitando aquela capa preta. O motivo da raiva foi o fato de o ministro Barbosa ter resolvido fazer a dosimetria das penas do núcleo político ao invés do núcleo financeiro que era sua expectativa, assim como a da imprensa. Ele reclamou que foi pego de surpresa!!! 
O que irritou Lewandowski não foi nada disso, pois ele não votaria de qualquer modo, por já ter absolvido o Zé e o Genoíno. O que pode tê-lo irritado então? Penso que foi a conclusão que sua estratégia deu errado. Se a dosimetria do núcleo político não ocorresse hoje, iria acontecer depois da aposentadoria do min. Ayres Britto e da assunção à presidência do min. Joaquim Barbosa que é o relator e que estará acumulando funções. Essa condição seria muito mais propícia a provocar confusão, considerando o temperamento do relator, e uma vez que não haverá então um terceiro a moderar os embates entre os dois.
Com a decisão de votar sobre o núcleo político hoje, ainda sob a  presidência de Ayres Britto, restará depois a julgar só o núcleo financeiro sob o qual não há divergências entre os ministros. Por isso, Lewandowski reagiu e teve de ouvir o ministro Barbosa dizer que já estava farto dessas jogadas e que o que ele, Lewandowski, queria era fazer pura e simples obstrução ao julgamento.
O que os demais ministros fizeram em seguida foi declarar que estavam aptos a votar, como de fato votaram, até mesmo Dias Tóffoli, o que significa que concordaram (e alguns explícitamente como Gilmar Mendes e Celso de Mello) com o ministro relator.
Nunca-antes-nesse-país se viu um ministro do Supremo levar uma bronca desse tipo de seu próprio colega em sessão plenária do tribunal transmitida pela televisão para todo o país.
Como diz o ditado: quem procura, acha. Lewandowski estava procurando por isso.



quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Petrobrás: Quintal do partido

Há 3 ou 4 anos, o Molusco espumava de falar, nas reuniões internacionais louvando as virtudes da Petrobrás e sua megacapitalização,  da nossa autosuficiência em petróleo, dos milagres que o etanol iria fazer no mundo reduzindo as emissões de carbono. Chegou a  pedir, de público, ao presidente Obama, que retirasse as barreiras à importação de etanol brasileiro pelos Estados Unidos.
Quem acreditasse naquele discurso delirante iria dar com os burros n'água. Os Estados Unidos, que não são bobos, nem se lixaram para o etanol brasileiro e passaram a incentivar a sua própria produção de etanol do milho. Fizeram bem. Se tivessem planejado seu consumo futuro baseado na importação de etanol do Brasil, onde estariam agora, se não temos etanol nem para nós mesmos? e o estamos importando dos ...Estados Unidos!

E a megacapitalização da Petrobrás, o maior evento em 200 anos de história do capitalismo, como nunca-se-havia-visto-antes-nesse-país, quiçá no mundo resultou em quê? Esse dinheiro iria permitir a exploração do pré-sal sem grande endividamento da empresa. De lá para cá, a Petrobrás passou a dar prejuízo, passou a perder produção (coisa inédita) e agora sabemos que pode faltar gasolina nos postos no fim do ano. E a dívida, que teria sido extinta com a megacapitalização, está lá de novo nas alturas, beirando o mesmo valor que tinha antes da tal capitalização.

Tudo isso se deve à desastrada e politizada administração do Sr. Gabrielli,  sem compromisso qualquer com a seriedade administrativa que uma empresa como a Petrobrás exige. O PT usou e abusou da Petrobrás, como se fosse um quintal do partido, esquecendo-se que a empresa estatal é um patrimônio da nação e que foi conquistado a duras penas.

Inevitavelmente agora, toda a sociedade é quem vai pagar pela farra do PT, quer pela perda de valor da empresa e prejuízos que serão bancados pelo Tesouro, quer pelo aumento dos combustíveis que virá, agora que as eleições passaram, e pela ameaça de racionamento, coisa da qual já pensávamos estar livres há décadas.
Isso sem falar nos acionistas minoritários, que aplicam na Bolsa como pessoas físicas, e que perderam grande parte do seu patrimônio com a desvalorização das ações.

Mas o PT não nos deixa esquecer o passado. Daqui a pouco outro personagem que tem estado nas sombras será trazido de volta à cena: o famigerado dragão da inflação! Preparemo-nos!


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O Hamlet do PT

O cadáver de Celso Daniel volta a assombrar o PT. É assim mesmo, cadáveres insepultos, como nos filmes "trash" de terror, não deixam os vivos em paz, especialmente os muito vivos. Voltam e voltarão tantas vezes quantas forem necessárias até que possam "descansar" ao fim e ao cabo de sua missão.
E descansarão somente quando forem enfim sepultados, quando realmente se tornarem parte do passado, definitivo e enterrado.
Para que isso aconteça é necessário que se estabeleça uma outra comissão da verdade. A comissão que nos conte a verdadeira história do PT, aquela que querem sempre varrer para debaixo do tapete, mas que se levanta ao mais leve sopro, empoeirando a sala de visitas da política nacional.
Quando foi que o PT perdeu o rumo? Quando foi que começou a enveredar pelos caminhos da delinquência, deixando de ser um agente político para se tornar um covil de criminosos (como os já condenados pelo STF)? Não sabemos, mas podemos suspeitar que foi quando conseguiu chegar aos cargos executivos da administração pública, no caso especificamente às prefeituras. Diz-se que o poder corrompe, mas penso que não é bem assim. Os corruptos é que procuram avidamente o poder para manter-se na corrupção.
Foi assim com o PT. Ao chegar ao poder municipal, vislumbrou maneiras de locupletar, quer o caixa do partido, quer as contas pessoais de muita gente. E foi por isso que Celso Daniel foi morto. Ao aderir ao esquema do lixo, pensava estar desviando dinheiro ilícito apenas para o partido. Ao descobrir que a corrupção não enxerga barreiras e que membros do partido, aliados à "zelite" corrupta que já mamava no poder há tempos, estavam também beneficiando a si mesmos, quis acabar com a festa e pagou com a vida. Essa teoria "conspiratória" tem sido desenvolvida pelo próprio irmão do prefeito assassinado, pessoa que conheceu bem de perto e de dentro o partido.
Agora que a ponta do iceberg já está conhecida com o processo e a condenação de vários mensaleiros, parece que se desatou o fio da meada e doravante não há mais como enrolá-lo de novo. É só esperar para ver o fantasma de Celso Daniel, tal como o rei da Dinamarca, rondando as hostes petistas quando eles estão no melhor dos seus sonhos.
E parece que, nesse caso, o Hamlet do PT se chama Marcos Valério.



domingo, 4 de novembro de 2012

O sermão do Bom Ladrão

Recomenda-se às autoridades a leitura de Pe. Antônio Vieira. Qualquer coisa que se aprenda com ele será benéfica, mas pode-se começar pelo Sermão do Bom Ladrão. Nesse sermão, pregado na Igreja da Misericórdia de Lisboa em 1655, Vieira passa uma espetacular carraspana aos reis, príncipes e governantes de então, mas parece escrever para os de hoje. Vão aqui alguns poucos trechos pinçados:
"Se o alheio que se tomou não se restitui, a penitência deste pecado não é verdadeira penitência, senão simulada e fingida, porque se não perdoa o pecado sem se restituir o roubado"Diz ainda que as autoridades quando roubam ou permitem roubar são mais culpadas que os ladrões comuns e merecem pena mais grave. 
"Os ladrões que mais merecem esse título são aqueles a quem os reis encomendam o governo das províncias, ou a administração das cidades. Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; outros furtam debaixo de risco, estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam,  são enforcados, estes furtam e mandam enforcar."
"Em matéria de furtar não há exceção de pessoas e quem se meteu a tais vilezas perdeu todos os foros".
"Aquele que tem a obrigação de impedir que se não furte, se não impediu, fica também obrigado a restituir o que se furtou. E até os príncipes, que deixarem crescer os ladrões, são obrigados à restituição, porquanto as rendas com que os povos os servem e assistem, são como estipêndios instituídos e consignados por eles, para que os príncipes os guardem e mantenham em justiça"
"O ladrão que furta com o ofício, nem um momento se há de o conservar nele... Uma vez que é ladrão conhecido, não só há de ser privado do ofício, senão para sempre".
As teses de Vieira são quatro: 
1) A justiça só está completa quando o produto do roubo é restituído. Não basta, portanto, apenas o cumprimento da pena. E ninguém, nem mesmo o rei, tem autoridade para perdoar essa restituição.
2) A autoridade que nomeou o funcionário é corresponsável pelos atos desse funcionário. Se ele roubou do Erário, quem o nomeou está também coobrigado à restituição.
3) Quanto mais alto for o cargo de quem rouba, mais grave tem que ser a punição, até para servir de exemplo e desestimular outros que intentem fazer o mesmo.
4) Além da pena e da restituição, aquele que rouba em função de ofício está obrigado a perder o cargo e jamais pode voltar a exercer outra função pública.

Como se vê, o tema não é novo e nem está fora de moda. O que está fora de moda, infelizmente, é o caráter, a hombridade, a honestidade e o senso de dever dos homens públicos nesse país, com raríssimas e honradas exceções.



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