terça-feira, 31 de maio de 2016

Armagedon

Imaginemos um desastre total, o Armagedom, na política. Não estamos muito distante disso. A delação de Pedro Corrêa envolveu mais de 70 políticos, de Lula a Aécio, passando por Dilma, Renan Calheiros, Romero Jucá, Geddel Vieira, Edison Lobão, Sarney e Eduardo Cunha. O próprio delator confessou que está há 20 anos na política com o único e absoluto intuito de roubar.

A delação de Marcelo Odebrecht e da própria empresa em acordo de leniência, pode botar mais lenha nessa fogueira e queimar mais gente graúda. Diz-se que serão cerca de 300 políticos delatados. Devem ser os 300 picaretas do Lula, incluindo ele próprio.

Hoje o diretor-presidente do Bradesco, maior banco privado do Brasil, teve pedido de indiciamento pela PF pela mesma cartilha de crimes, junto com outros diretores. Ontem o ex-presidente do PSDB de Minas foi preso. São senadores, deputados, desembargadores, ministros do STJ, e olhe lá se nessas delações não vierem nomes graúdos até do Supremo. Nada mais parecido com o fim do mundo.

Vamos torcer para que seja o fim do mundo deles, o da roubalheira, do descaso como o povo que os elege, paga seus salários e ainda fornece impostos para que eles roubem mais. Chegamos a um ponto que agora, ou é o fim do mundo para eles, ou seráo fim do mundo para nós. É a nação contra essa corja. E a nação tem que prevalecer.

Entretanto, voltando ao Armagedom, sendo julgadas, condenadas e punidas essa enorme quadrilha, como é que fica? Se caem Temer, Renan e Cunha, assume quem for presidente do Supremo, que convoca novas eleições. Mas eleições de quê, de quem, em que situação? E a economia do país nesse interim, como fica? Vejam para onde nos levou essa classe política irresponsável; para um beco quase sem saída.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

A cultura do corpo

Faço atividade física em uma academia. No vestiário masculino, ouço as conversas entre os demais frequentadores. Especialmente entre os chamados "pit-bulls" - aqueles fortões, que gostam de ficar olhando seus próprios músculos no espelho - o tema das conversas, assim como sua forma, é lastimável.

Para começar, a língua portuguesa é destroçada sem dó, nem piedade. O vocabulário é minimalista. O pronome eu é usado e abusado de um modo que chega à infantilidade. O pronome nós é substuído por "a galera". Os adjetivos quase sempre são "cabulosos", "sinistros" e "da hora". De advérbio, acho que só conhecem o "de boa", sem saber é claro, o que é advérbio.

Se fosse apenas a língua portuguesa a ser destroçada estava até bom. O pior é quando passam a se referir às "minas das baladas". É aí que a coisa pega. A atitude é tão agressiva que quase chega à misoginia (*). Freud ficaria deliciado com mais essa confirmação de suas teorias psicanalíticas. O medo reprimido que esses "machos" têm da mulher é algo impressionante.

A figura feminina os ameaça tanto que têm que ser dominada, domada, de certa maneira até destruída, reduzida a um objeto, para que eles consigam lidar com ela. Esse temor inconsciente é o motivo de brotar toda essa agressividade contra a mulher. Psicologicamente, são crianças com medo da bruxa, ou fada malvada, que os irá castrar. Isso, obviamente, não lhes diminui a culpa, nem a responsabilidade. São adultos, que deveriam se comportar como tal e, se não conseguem deveriam procurar tratamento.

Infelizmente, há também, por outro lado, um bando de mulheres tão doentes quanto. Aquelas que se escravizam a uma cultura do corpo e da beleza, que as reduz, mais uma vez, a objetos para o usufruto de outrem.

Nossa sociedade está doente e não se vê perspectiva de tratamento e cura a curto prazo.



(*) Misoginia - medo, pavor, aversão à figura feminina.

domingo, 29 de maio de 2016

A cultura da impunidade

Fomos deixando acontecer! Quando acordamos (será que acordamos?) vimos que uma parte do país, dentro das cidades,  está entregue a um Estado paralelo, o crime organizado do tráfico de  drogas. Outra parte, no topo da escala social, entregue a outro crime organizado, a conivência entre grandes empresas e agentes políticos.
Seja o crime organizado de baixo, seja o crime organizado de cima, os dois estão interligados e sufocam a população brasileira. E um existe por causa do outro.

Se os governos, em todas a esferas, não fossem antros de corrupção, haveria dinheiro e políticas públicas que não permitissem, ou melhor, que reduzissem a criminalidade urbana a patamares civilizadamente aceitáveis. A corrupção policial é apenas uma extensão da corrupção política em níveis mais elevados e, nem sempre, esses mundos estão tão distantes assim. Há políticos que se elegem com o apoio das "comunidades", ou seja, com o apoio dos traficantes. E deles dependem e a eles satisfazem.

E aí chegamos ao estupro coletivo dessa menina. Como ela, existem muitas outras, que frequentam os tais bailes funk, que se submetem aos desejos dos "chefes" locais, que, apesar de menores, bebem, usam drogas, se prostituem. Todo mundo sabe que esses "bailes" são promovidos pelo tráfico como um chamariz "comercial", para atrair mais consumidores.

E nao se vê os defensores dos direitos humanos gritarem diante desses absurdos que se cometem todos os dias nas favelas e nas periferias das grandes cidades, das médias e até das pequenas. A polícia, o ministério público, os órgãos de defesa da criança e do adolescente, os juizados de menores, todos fingem que esse universo não existe. Somente quando um caso, como esse, escandaliza a opinião pública, é que se finge tomar providências.

Quantos casos semelhantes acontecem e ninguém faz nada? Ou seremos ingênuos de pensar que esse estupro aconteceu só dessa vez? Na sexta-feira passada não houve baile funk na favela do Barão. Por quê? Porque a polícia estava, mesmo que a contragosto, procurando pelos estupradores. Isso deixa claro que, quando quer, a polícia assume o controle.

Não vai adiantar fazer passeatas contra a "cultura do estupro". Ela faz parte de uma cultura maior, a cultura da corrupção e da impunidade.

sábado, 28 de maio de 2016

Processos ocultos

Demorou, mas o Supremo, deu essa semana uma demonstração de avanço institucional ao eliminar os processos ocultos. Em um democracia, prevalece a regra da transparência nas atividades públicas. O sigilo só é justificado em questões de segurança, no interesse de facilitar investigações policiais (enquanto são investigações) e nas questões de âmbito estritamemte privado, como as questões de família.

Nos demais casos, prevalece a publicidade. Nós, cidadãos, temos o direito e até o dever de saber e acompanhar o que as autoridades constituídas estão fazendo em nosso nome e, supostamente, para nosso benefício.

É interessante notar que, coincidência ou não, essa atitude do Supremo, assim como a decisão de prender após condenação em segunda instância, só foram adotadas depois da Lava Jato.

A Suprema Corte do país, que deveria liderar os processos de saneamento das atividades públicas, vem a reboque de uma vara de primeira instância. Não é à toa que os bandidos, fantasiados de políticos, prezam tanto o foro privilegiado. Sabem que lá nas alturas do Poder terão muito mais possibilidade de escaparem ilesos dos rigores da Lei, quando menos pela demora na tramitação de processos, o que lhes facilita a prescrição (a meu ver outra excrescência jurídica).

O foro privilegiado tem de acabar, ao menos para os crimes comuns. Não se pode passar a mensagem ao povo de que quem tem poder pode tudo. Não há nenhuma razão republicana para dividir os cidadãos em duas ou mais classes. Se quisermos ser um país moderno temos que acabar de vez, com qualquer tipo de privilégio. O que os cidadãos precisam é de ter direitos. E que esses direitos sejam convertidos em realidade, ao invés de serem apenas letra morta.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Tolerância Zero!

Cada vez mais, cai por terra o mito da cordialidade brasileira. Sabe-se que não foi nesse sentido que Sérgio Buarque usou o termo cordial, mas ficou a imagem de que o povo brasileiro seria pacífico, amigável e tolerante. Nada mais falso.

Estamos em guerra civil há vários anos. O número de homicídios no Brasil é estarrecedor. E os crimes contra a mulher, contra gays e contra minorias de modo geral, são uma vergonha nacional.

Esse caso do estupro coletivo no Rio, vêm mais uma vez escancarar a nossa face sombria. Antes de ser um desvio sexual, o estupro é um abuso de poder, mesmo que seja do poder da força física. Tudo isso vem embrulhado na sensação de impunidade, pois somos uma sociedade que não consegue fazer as leis serem cumpridas, que não consegue dissuadir criminosos com o rigor da lei.

Um exemplo claro, é a dificuldade de a justiça exercer seu papel; dificuldade revelada pela surpresa e até espanto com que a sociedade brasileira vê a eficiência da Lava Jato.
Muitas dessas características sempre existiram: a corrupção endêmica, o descaso governamental, a admiração da esperteza e da malandragem, o patrimonialismo, o nepotismo, o clientelismo, o fisiologismo, tudo isso sempre compôs o quadro de desagregação da sociedade brasileira, mas que vem se intensificando com o tempo.

Parece que chegamos ao clímax. Com esse caso do estupro coletivo, ultrapassamos qualquer limite. Passa da hora de adotarmos uma postura mais rigorosa, menos leniente contra os crimes que se praticam nesse país. As condenações, quando ocorrem, não podem ter progressões tão facilitadas. Esse tabu de que ninguém pode ficar preso por mais de 30 anos tem que ser derrubado. Por quê não podemos ter prisão perpétua? Há pessoas que jamais poderiam voltar a conviver com a sociedade. E o número de recursos e chicanas que advogados possam fazer, em nome de um suposto exercício do direito de defesa, também tem que ser reduzido, pois na maior parte dos casos são recursos meramente protelatórios.

E casos de violência contra as mulheres, crianças e pessoas vulneráveis teriam que receber pena dobrada. Hoje a pena máxima a que cada estuprador estará sujeito nesse caso, será de 12 anos, ou seja, se pegar a pena máxima, após ficar preso por 2 anos, terá direito ao regime semi-aberto. Se isso não for impunidade, eu não sei o que seja.

As pessoas honestas e dignas desse país estão cansadas, enojadas, decepcionadas e descrentes. Até quando?

Conversas de mafiosos

Quem pensava que a conversa gravada entre Sérgio Machado e Romero Jucá tinha sido uma excrescência, acabou ficando consternado com o nível a que chegou a política brasileira, ao ouvir conversa semelhante, desse mesmo bandido, com Renan Calheiros e José Sarney.

O tom é o mesmo, de mafiosos confabulando, de deboche e desprezo pelas instituições. Falam sobre todos, citam seus colegas políticos, como se o Congresso fosse um grande bordel. Vai ver que é mesmo! E nós estamos na mão dessa gente!

O ex-presidente da Transpetro provocou as falas para gravar inconfidências, mas o fato é que, para provocá-las e não causar espanto, falas desse tipo devem ser comuns, costumeiras entre essa gente. O tema, o tempo todo, são planos e mais planos para escaparem da Lava Jato: eles, a Dilma, o Lula, todos enfim.

Ora mencionam a possibilidade de fazerem um grande acordo, tipo anistia, perdoando todo mundo e recomeçando do zero. Evidentemente, recomeçando a roubalheira também.  Esse acordo só seria possível, se políticos de todos os naipes e partidos estiverem envolvidos e, portanto, todos com medo da operação Lava Jato. Todos teriam imediato interesse nesse acordo.

Só não combinaram com o russos, ou seja, a população brasileira que nãp quer nem ouvir falar em parar a Lava Jato. Há gente que pensa que os manifestantes se recolheram definitivamente às suas casas. Engano! Nós, os manifestantes, estamo dando um tempo para que as coisas se encamilhem.

Se mexerem com a Lava Jato podem crer que sairemos às ruas novamente e cada vez com mais raiva. Essa calasse não perde por esperar as próximas eleições.


segunda-feira, 23 de maio de 2016

A hora e a vez do PMDB.

Essa gravação exposta hoje, do Romero Jucá, inviabiliza sua permanência como ministro de governo. Ter um ministério composto de investigados já não é bom para nenhuma governo, mas era até compreensível que Temer aceitasse essa situação temporariamente, considerando as circunstâncias especialíssimas que estamos vivendo. Quase não sobra ninguém!
Mas agora já não dá mais. As vísceras foram expostas e o que se viu (ou ouviu) não foi nada bom. Mais uma vez, foi o PT que nos conduziu a isso. Foi o PT quem escolheu o PMDB para ajudá-lo na sua intenção de perpetuar-se no poder, oferecendo ao PMDB o que o PMDB mais gosta: cargos e verbas!
O resultado desse aviltamento da política aí está! Todo mundo é, no mínimo, suspeito!
O ministério está igual a seleção brasileira. Sai Romero Jucá e entra quem?

De qualquer modo, Temer não pode adiar essa decisão. Tem que demiti-lo já, não importa o que aconteça depois. Para um governo que não pode se dar ao luxo de errar, a quota já esgotou. E, que o processo contra esses investigados ande mais rápido. Só o processo contra Eduardo  Cunha andou até agora. Renan Calheiros, Edison Lobão, o próprio Romero Jucá e outros tantos próceres do PMDB estão na fila, além de Lula e Dilma, que afinal são o chefe e a sub-chefe desse esquema todo. A Justiça não pode parar por aqui e nem deixar essa espada de Dâmocles (*) suspensa sobre a cabeça de todos e, principalmente, sobre a cabeça da nação. Temos que punir os culpados, estabelecer regras para que isso jamais se repita e seguir em frente.

(*) Espada de Dâmocles - Dâmocles vivia invejando o poder e a riqueza de Dionísio de Siracusa. Um dia Dionísio resolveu trocar de lugar com ele, e o deixou sentar em seu trono e receber as benesses e honrarias em seu lugar. Depois de algum tempo, Dâmocles, entretanto, percebeu que, acima da sua cabeça, pendia uma espada, presa apenas pelo fio da crina de um cavalo. Imediatamente, levantou-se do trono e voltou à sua posição anterior sem reclamar mais da sorte.

sábado, 21 de maio de 2016

A cultura continua derrotada

Os "artistas" ganharam (?)! Michel Temer, ainda presidente provisório, preferiu eliminar mais essa fonte de atrito, tirando dessa classe político-ideológica, que se denomina "classe artística", o motivo dos protestos. Pode ser que tenha sido estratégico, no momento, tirar o bode da sala, mas a sinalização ao conjunto da sociedade não é boa.

Em primeiro lugar, não deixa de ser uma demonstração de fraqueza. Em segundo lugar, apesar de econônicamente insignificante, a extinção de um ministério carrega o simbolismo da austeridade. Em terceiro lugar, porque as atividades culturais não podem depender da existência de um ministério específico.

Aliás a cultura funcionou muito bem no Brasil, por exemplo, no final dos anos 50, quando o MEC, era ainda Ministério da Educação e Cultura. Esses anos, chamados Anos Dourados, foram os anos das produtoras de cinema Vera Cruz e Atlântida, do Cinema Novo, da Bossa Nova, do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), etc. Foi nessa época que o Brasil ganhou a sua única Palma Ouro em Cannes.

Cultura é essencial, como os alimentos, a saúde e a educação, mas não existe atividade cultural florescente em sociedades famintas, doentes e ignorantes. Resolver os problemas básicos da comida, da saúde e da educação é a condição "sina qua non" para o desenvolvimento da cultura. Ela passa a existir por si só, sem depender de ministérios.

E um ministério doador de verbas com caráter político-ideológico pode ser tudo, menos fomentador da cultura.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Mamãe, eu quero mamar!

Na casa onde falta o pão, todos brigam e ninguém tem razão, diz a sabedoria popular. O Brasil está exatamente nessa situação! Não há dinheiro para fazer tudo. Escolhas difícies terão que ser feitas, mas, pelas manifestações até agora, ninguém quer perder um naco do seu quinhão.

São os artistas berrando daqui, os sindicalistas dali e por aí vai. É claro que os berros iniciais estão inflados de ideologia, como os "artistas" que foram protestar de "black tie" em Cannes. Mas outros gritos virão quando outros interesses forem contrariados.

Para resolver essa situação, todos teremos que ceder um pouco. Todos teremos nossos interesses particulares contrariados. É uma questão matemática. A conta não fecha e não há milagres. O dinheiro não surge do nada ou apenas pela vontade do governante, como a esquerda pensa. Dinheiro tem que ser produzido. A esquerda não tem muito essa noção porque normalmente não é muito afeita ao trabalho. Prefere viver às custas do Estado, como se o Estado produzisse alguma coisa. Do outro lado, quem trabalha, sabe o quanto as coisas custam.

Pois bem. Não vai adiantar ficar choramingando nessa atitude infantil, querendo continuar mamando eternamente na mesma chupeta. A hora é de desprendimento, renúncia, estoicismo e luta. É a hora de fazer aquilo que Kennedy propôs aos americanos, no seu discurso de posse: Don't ask what your country can do for you, but what you can do for your country (*).

Todos perderemos um pouco agora, para ganharmos mais na frente. Essa é a mensagem que Temer tem que levar ao povo no seu pronunciamento na segunda-feira. Mostrar a dura realidade e não fazer promessas falsas. O povo compreenderá.


(*) Não pergunte o que seu país pode fazer por você, mas o que você pode fazer pelo seu país.

Governar é escolher prioridades

O maior problema que se apresenta hoje à administração pública brasileira é como fechar as contas. O deficit fiscal já está estimado em 150 bilhões, podendo chegar a 200 bilhões. O deficit da previdência já ultrapassa os 200 bilhões. O dos fundos de pensão alcança 113 bilhões. Pelo que se vê, a unidade monetária dos déficits é o bilhão.
Esses valores somados, aos quais ainda se acrescentarão, os do BNDES, Caixa Econômica Federal, Eletrobras e uma possível necessidade de capitalização da Petrobras, pode chegar à quase inimaginável cifra de 1 trilhão! Isso representa 17% do PIB!

Como se vai tapar esse buraco é a questão que está na pauta permanente não só da equipe econômica, como também, e principalmente, nas nossas preocupações de cidadãos, sentindo sempre aquele frio na barriga do pressentimento de que vai sobrar pra nós.
Aumentar impostos é a solução mágica mais fácil, mas com uma carga tributária escorchante, que atinge 53% da renda nacional, qualquer novo aumento de impostos significa um aprofundamento da recessão.

E o risco é de a receita cair ao invés de aumentar. Se a população não está conseguindo pagar a carga tributária atual, o que fará em caso de aumento de tributos? Ou quebra, ou cai ainda mais na informalidade. Em qualquer dos casos, a receita diminui ao invés de aumentar. Portanto, não é por aí o caminho.

O que resta então ao governo é uma economia de guerra! Declara-se um Estado de Emergência e o governo vai administrando as despesas daqui e dali, cortando o que não for essencial, e recompondo as receitas à medida que a economia for dando sinais de recuperação. Baixam-se os juros à força, o que pode trazer uma economia por volta de 600 bilhões anuais nas despesas. E isso terá um efeito colateral imediato, que será a  recuperação econômica, a única verdadeira possibilidade de equilibrar as contas.

Somente depois disso é que haverá condição de governar, que é o ato de escolher prioridades. Por ora, não há o que escolher.


quarta-feira, 18 de maio de 2016

Eles usam "black tie"!!!

É revoltante a maneira como esses "artistas" estão denegrindo o seu país! Agora, uma trupe terceiro-mundista e deslumbrada, liderada pelo diretor do filme "Aquarius", Kleber Mendonça Filho, pela decadente Sônia Brega e pelos "famososíssimos" atores, Maeve Jinkings, Irandhir Santos, Humberto Carrão e Zoraide Coleto, resolveu dizer eM Cannes que há um golpe em curso no Brasil!!!
Ridículos, mentirosos e traidores
Obviamente, eles tem todo o direito de estar ao lado da Anta, a favor dos rombos nas contas públicas, a favor das altas taxas de desemprego, a favor de todos os desmandos e da corrupção institucionalizada. É um direito que lhes assiste e que está garantido pela Constituição.
O que não tem é o direito de expor o país dessa maneira e com mentiras.

Eles sabem muito bem que não há golpe acontecendo no Brasil. Eles sabem que a situação a que nos levaram os 13 anos de administração petista foi um desastre. Isso é impossível negar. No mesmo dia em que fizeram essa pose, todos perfeitamente embonecados, todos em "black tie", participando do regabofe da crème de la crème do jet set internacional, bancado com a riqueza capitalista que tanto vituperam, a Bolsa de NY resolvia parar de negociar ações da Petrobras. Será que Wall Street também participa do golpe?
Deve participar, pois tudo se trata de uma grande conspiração do grande Capital contra a esquerda coitadinha. Queria ver se esses "artistas" morassem na China (já nem vou dizer em Cuba), se teriam a oportunidade de irem a Cannes falar mal do seu país.

Por essa e por outras, a classe artística vai se dissociando do seu povo. Um povo que está sofrendo nesse momento, assolado por epidemias, sem emprego, com a inflação corroendo a renda familiar, funcionários estaduais sem receber salários como acontece no Rio, a violência urbana crescendo assustadoramente, o sistema de saúde em colapso.
Se é para fazer denúncia, eles, os artistas, perderam uma ótima oportunidade de ter aproveitado o momento e exposto então para o mundo a situação completa do país, com as mazelas todas que os governos petistas nos deixaram. Por quê ignorar tudo isso e só falar de um pretenso golpe? Não é porque estão interessados em melhorar as condições de vida no país, nem "salvar" a democracia.


E, pensar que, há poucos anos ainda se cantava que  "o artista tem que ir aonde o povo está".

terça-feira, 17 de maio de 2016

O legado petista

Em editorial de hoje, a Folha (vejam bem, a Folha!!!) chama a atenção para a herança maldita que o PT nos legou. Não são só os 130 bilhões das contas públicas! Há muito mais.
Há um rombo na Eletrobras que ainda não foi completamente quantificado e que gira entre 20 e 40 bilhões. E os fundos de pensão perderam 113 bilhões, conforme concluiu a CPI. Desses 113 bilhões, quase 7 bilhões foram diretamente atribuídos à corrupção!
É um espanto, mesmo para nós que já devíamos estar calejados de espantos.
Tudo somado já se chega ao rombo inimaginável de 260 a 280 bilhões, sem considerar ainda o que pode vir da caixa preta do BNDES,  da CEF e do Banco do Brasil, para ficar apenas nas principais estatais. A Petrobras também é um rombo à parte.
Tudo isso sequer é comentado pelos responsáveis. É como se não existisse. O que existe para eles é apenas a lenda de que resgataram não sei quantos milhares da pobreza. Apenas uma lenda, pois se houve resgate em algum momento (mais devido à expansão econômica mundial, do que a qualquer outra coisa), a irresponsabilidade e a venalidade dos governos petistas conduziram o país a um brutal retrocesso que, não só retornou os emergentes para um buraco mais fundo, como adicionou, a esses, uns tantos outros que nunca tinham estado lá.
Como foi possível o país assistir a isso sem que houvesse um remédio institucional que o pudesse impedir? O impeachment é um remédio, mas um remédio que chega tarde, quando o dano já foi feito. É preciso que a nação tenha mecanismos preventivos para que nenhum governo, seja de que partido for, possa fazer isso com o dinheiro público!
Está vindo, por aí,a  Lei de Responsabilidade das Estatais, que, entre outras coisas, proíbe que pessoas com cargos em sindicatos, governo ou partidos, ocupem cargos na direção ou no Conselho das estatais. A sociedade brasileira tem que pressionar o Congresso para que essa lei seja logo aprovada. Isso é trancar a porta, depois que o ladrão roubou, mas é melhor do que deixá-la aberta para sermos roubados outra vez.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Cauby! Cauby!

Para a minha geração, que amava os Beatles e os Rolling Stones, Cauby Peixoto era um cantor brega. Sem preconceito: aqueles trejeitos, os lamês, a peruca, tudo nele lembrava uma época que estava terminando, e que talvez nem tenha existido direito no Brasil. Cauby era um grande "crooner"! Com uma voz poderosa, lembrava Frank Sinatra, com outro charme e outro estilo, claro. Nos anos 50, Cauby atraía multidões aos programas das rádios.  Por essa época a revista Times o elegeu o homem mais bonito do Brasil! Opinião que era compartilhada por suas milhares de fans, as chamadas "macacas de auditório" que, ou desmaiavam ou avançavam sobre ele e lhe rasgavam as roupas (já costuradas frouxamente de propósito).
E Cauby cristalizou essa imagem, como cristalizou os sucessos, sendo o maior deles, "Conceição".

Mas o que muita gente ignora é que Cauby foi o primeiro cantor de iê-iê-iê da jovem guarda. Quando Roberto Carlos era ainda um ilustre desconhecido, Cauby gravou, em 1957, o primeiro rock brasileiro, "Rock'n'Roll em Copacabana", de Luiz Gustavo. Em seguida, gravou "That's rock" composta por Carlos Imperial, música que interpretou também na chanchada "Minha sogra é da polícia".  O grupo musical que o acompanhava era The Sputniks, criado por Tim Maia, e renomeado por Carlos Imperial para The Snakes! Nas cenas do filme pode se ver o próprio Carlos Imperial, Erasmo Carlos e Roberto Carlos acompanhando Cauby.

Entretanto, Cauby passou longe da bossa nova, gênero intimista, que não exigia grandes performances vocais, ao contrário, privilegiava a voz suave, pequena, coloquial.
A partir daí, Cauby ficou fora de moda. Mas jamais saiu totalmente do cenário. Continuou, pelos anos afora, a cantar a sua Conceição, até que, em épocas mais recentes, recebeu composições de Caetano (Cauby, Cauby) e Chico (Bastidores).
Viveu uma vida digna e trabalhou até o fim. Sua última apresentação foi no dia 03 de maio.

domingo, 15 de maio de 2016

FrankensTemer

O governo Temer é um governo de transição e de coalização, mas não pode virar uma colcha de retalhos, senão não irá a lugar algum. O Brasil não pode esperar mais.
Tem que haver a participação de vários partidos (porque infelizmente essa é a atual organização política do país) mas tem que haver um comando centralizado, um maestro regendo a orquestra, senão o conjunto desafina. No presente momento, já há sinais de dissonância:

  1. um ministro, Geddel Vieira, diz que vai procurar o Lula para obter seu apoio! Inacreditável! Custamos a nos livrar da praga do PT no governo e já tem gente querendo atraí-lo de volta! E, com qual objetivo? "Tenho certeza que o Lula vai contribuir", diz ele. A pergunta a seguir é: Quer "contribuição" maior que a dos 13 anos, que ele já deu? E todos estamos sofrendo as consequências dessa "contribuição".
  2. Henrique Meirelles, reconhecidamente competente, entretanto já fala em recriar a odiada CPMF. Não deveria fazê-lo sem antes esgotar outras possibilidades de ajuste, como, por exemplo, extinguir as renúncias fiscais que só beneficiam alguns grupos.
  3. a malfadada tentativa de nomear, para o ministério da Defesa, o deputado Newton Cardoso Filho.
  4. ministros nomeados que já estão sob investigação na Lava Jato, tais como, o próprio Geddel Vieira, citado acima; Henrique Eduardo Alves, Romero Jucá, Eliseu Padilha e Bruno Araújo. Isso já causou protesto da OAB.
Não será um governo fácil e não se pode esperar milagres, mas também não precisa brincar com a sorte. Esperemos que Temer assuma realmente a função de timoneiro nessa travessia turbulenta e que ao final o governo apresente uma unidade de ações e de propósito para não se transformar em um monstro

sábado, 14 de maio de 2016

Só falta o chefe

Não tem teoria de domínio do fato! O que há é uma lógica simples e insofismável: se há crime, há um autor. Se há uma organização criminosa, há um chefe. Simples assim.
A questão então que se coloca à polícia federal, ao ministério público e ao poder judiciário brasileiro é: quem era o chefe da gangue que assaltou por 13 anos os cofres públicos, desviando quantias inimagináveis de dinheiro? Desvio que retirou de milhares de pessoas uma assistência médica digna, uma escola adequada, um emprego, a segurança pública, estardas transitáveis. Desvio que foi responsável por tantas mortes nas portas dos hospitais e postos de saúde, nas favelas, nos assaltos nas ruas, nos acidentes nas estradas.
Essa quadrilha funcionou em todos os níveis, por vários anos, organizadamente, metodicamente, não só surrupiando, como também apagando as pistas de maneira profissional.
Seria possível isso acontecer sem método, sem organização, sem liderança?
Parte dos altos escalões já está identificada, mas falta ainda ser claramente apontado o líder máximo, o chefe incontestável, o capo. E todos sabemos quem é ele! Basta seguir a maxima de Sêneca (cui bono): procure saber quem levou vantagem com o crime, esse é o autor.

Ninguém foi mais beneficiado por todo esse esquema do que o PT e seu líder máximo, Luiz Inácio Lula da Silva. Entretanto, por artes da Justiça dessa república, ainda está inatingivel. Seu caso está no Supremo, apesar de não ter direito a foro especial. Esperamos que aos poucos a normalidade institucional volte a imperar no país e o Capo seja chamado a responder por seus crimes.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Cadê as muié e os minêro?

Já estão criticando o Temer porque não há mulheres no ministério! Outros reclamam porque não tem nenhum mineiro! Daqui a pouco vão reclamar que não tem negro, não tem gay, não tem índio, não tem deficiente, não tem favelado, não tem pai-de-santo!

Pelamordedeus! Ministros devem ser escolhidos pela competência, pela capacidade, pelo compromisso com o país, sem que se leve em consideração a cor, o gênero, ou qualquer outra característica.
Mas será que não havia uma mulher com essas competências? perguntarão alguns. Há. Claro que há, mas não necessariamente com disposição de assumir essa batata quente agora. A senadora Ana Amélia mesmo, é um exemplo de mulher competente e aguerrida, mas prefiro vê-la atuando no Senado do que assumindo um ministério qualquer, sem verba e submetido a uma máquina burocrática que emperra qualquer ação efetiva. Ellen Gracie também foi convidada, mas declinou.

Participar do governo não é sinônimo de estar no Executivo. Hoje está ficando claro para os brasileiros que o governo se faz, ou se desfaz, muito mais no Congresso e muitas vezes no Judiciário.

Além disso, todos sabemos que esse governo é de transição. É preciso ter paciência e espírito de colaboração para sairmos do atoleiro em que o PT nos enfiou. Não será um governo perfeito, nenhum governo é perfeito. Não será provavelmente um governo ótimo. Talvez não seja nem mesmo um governo bom, talvez seja sofrível, mas será o governo possível agora. O importante é andarmos para frente e para cima, mesmo que seja devagar. O que não podemos, de modo algum, é retroceder.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Acabou pra eles

Vitória do povo brasileiro! Quando começaram as primeiras manifestações pró-impeachment em março de 2015, os partidos políticos estavam adormecidos. Á medida que o movimento foi tomando conta da sociedade e se intensificando, acordaram e tentaram pegar carona nessas manifestações. Foram rechaçados.
Somente agora, na reta final, quando os Drs. Hélio Bicudo, Janaína Pachoal e Miguel Reale Jr. formalizaram o pedido, é que a participação dos partidos se materializou, porque necessária institucionalmente.
O povo, das manifestações de rua, dos panelaços, se fez ouvir no Congresso. Isso, sim, é democracia na sua forma mais legítima.
Acabou uma parte do processo, retiramos de cena a organização criminosa que desgovernou o país por 13 anos, mas o processo ainda está longe de acabar. Temos que continuar a pressão por vários motivos:

  1. Impedir que os ratos, que pularam fora do barco no último minuto, voltem sorrateiramente.
  2. Garantir que os processos de depuração da Lava Jato, Zelotes e outras operações continuem até o fim.
  3. Impedir a blindagem de quem quer que seja, de qualquer partido a que pertença. Todos somos iguais perante a Lei.
  4. Vigiar os novos mandatários para que não caiam na mesma teia de arranjos, conchavos e corrupção. Temos que virar essa página definitivamente.
  5. Lutar por uma reforma política ampla, que diminua o número de partidos e fortaleça a representatividade mediante o voto distrital e, na minha opinião, adotarmos o parlamentarismo como sistema de governo.
De agora em diante, senhores políticos, abram seus olhos, pois os nossos já estão em cima de vocês.





terça-feira, 10 de maio de 2016

Tiro pela culatra

Quem não tem competência, não deve se estabelecer, diziam os nossos avós. Ditado que encerra uma verdade obvia, mas que, parece, escapa a muita gente.
Esse deputado, desconhecido até pouco tempo, se deslumbrou com a ascensão, mesmo que temporária, ao cargo de presidente da  Câmara e quis entrar em briga de cachorro grande, sem ter pedigree para isso.
Vai levar uma tunda!
De cara, será expulso do partido, logo depois perderá o cargo que tanto saboreava; e deve ficar agradecido se não for processado por falta de decoro e perder também o mandato. Seu filho já foi exonerado de uma sinecura que ocupava indevidamente, mas a inadequação só foi percebida depois que o pai passou a frequentar os holofotes. Ainda por cima, o dito cujo está comprometido também na Lava Jato e logo, logo, terá a sua acareação com o Moro.
A aberração foi tanta que nem o Renan pode aceitar. Esse foi o típico caso daquele puxa-saco que no afã de tanto ajudar, acaba pondo tudo a perder. Pois agora é que o processo do impeachment vai em frente mesmo e será votado na quarta-feira, sem mais delongas. Acabaram-se as chances de chicana. Depois desse ato desastrado do Maranhão, virou uma questão de honra e altivez do Senado, proceder à votação e obedecer ao calendário já estabelecido.
Se a estratégia foi elaborada pelo José Eduardo Cardozo da AGU,ele deve estar agora se martirizando pelo tiro que saiu pela culatra e atingiu Lula, Dilma, e toda a trupe governista.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Memoráveis presidentes da Câmara

Waldir Maranhão, até agora conhecido como o "famoso quem",  ganhou os seus quinze minutos de fama. Deve ter tirado os "selfies" sentado na cadeira de presidente e mandado para a amante, ou postado no facebook e pronto, realizou-se. Que se dane o Brasil!

Afinal o cara veio de família humilde. Isso por sí só já lhe confere uma aura de intocável, confere-lhe uma imunidade permanente contra críticas de qualquer natureza. Serão todas preconceituosas!
Adverte-nos que não nos enganemos com a sua cara de pateta, afinal formou-se em veterinária e chegou até a ser Reitor em uma Universidade no Maranhão. Um espanto!
Pela sua inesquecível entrevista de hoje, na qual ninguém pôde lhe perguntar nada, deduz-se que o Brasil deve se ajoelhar a seus pés e agradecer-lhe a suprema concessão de esbanjar tanto talento em prol da pátria imerecedora.

Já houve outros presidentes da Câmara dessa estirpe: Severino Cavalcanti, que recebia propina da lanchonete da Câmara e foi desafiado em plenário pelo Gabeira; Inocêncio de Oliveira que foi julgado no STF por manter 53 pessoas em trabalho escravo em suas fazenda. Foi ele que também usou o DNOCS(*) para perfurar poços artesianos em suas terras; Paes de Andrade, ao assumir interinamente a presidência, aproveitou a rara oportunidade e organizou uma visita com grande comitiva e tudo à sua cidade natal, Mombaça. Foi a primeira e última chance dessa cidade ser visitada por um "presidente da República".

A gente tem esperança que as coisas melhorem, mas nos últimos 30 anos, a política brasileira tem demonstrado que o Tiririca está é completamente errado. Sempre é possível ficar pior!



(*) DNOCS- Departamento Nacional de Obras Contra a Seca

Galeria dos Memoráveis

Severino Cavalcanti

Waldir Maranhão

Paes de Andrade

Inocêncio de Oliveira

Dançando na beira do abismo

É isso que dá! Ficam os políticos brincando de casinha, fazendo firulinhas, enquanto a nação precisa de pulso forte e soluções, e deixam um energúmeno desses assumir a presidência da Câmara! Esse bosta -  desculpem, mas não há outro termo - jamais poderia estar na posição de tal importância em um país que se desse ao respeito, que se valorizasse.
Mas, se temos um Renan Calheiros no Senado, tudo é possível. Diante disso, só resta ao plenário, destituí-lo da presidência e abrir um processo contra ele por quebra de decoro.

O pior é que o golpe foi tramado com a José Eduardo Cardozo, que deveria também ser destituído de suas funções, afinal a obrigação da AGU é defender a União, não a pessoa física, a "indivídua" Dilma Rousseff!

Um ato desses não tem como prosperar até porque o assunto na Câmara já está precluso. O assunto agora é com o Senado, sob o qual a Câmara não tem nenhum poder e nenhuma ascendência. Não prospera, mas perturba ainda mais um ambiente que já está conturbado por si só, sem precisar da ajuda de cafajestes como esse Waldir Maranhão.
Esse ato irresponsável leva o país cada vez mais perto da baderna institucional, da anarquia, como se já não estivéssemos dançando na beira do abismo.
Vamos ter que conviver com mais solavancos em uma crise interminável que está minando a energia do país. O rombo das contas públicas pode chegar a 600 bilhões em 2016, o desemprego vai até os 15%, famílias inteiras estão sofrendo, em desespero e alguns políticos rindo da nossa cara e brincando de legislar. Tem que haver definitivamente uma punição exemplar para essa dupla Waldir Maranhão e José Eduardo Cardozo. Por mim, receberiam chibatadas na praça dos 3 poderes!

O Brasil está quebrado!

O buraco é muito, muito, mas muito mesmo, mais embaixo! Novos dados vieram à luz e indicam que o rombo nas contas públicas, que estava estimado em 120 bilhões, vai passar de 250.
Entretanto, estão sendo revelados alguns "esqueletos" no armário da Dilma que podem elevar esse rombo para 600 bilhões, segundo a agência Moody's.
Esses esqueletos, ainda não devidamente contabilizados, são os gastos que o Tesouro será obrigado a fazer para cobrir os déficits de suas controladas: Petrobras, Eletrobras, Caixa Econômica Federal, renegociação das dívidas dos estados,etc.

Se 120 bilhões já estava péssimo, 600 bilhões significam que o Brasil está tecnicamente quebrado. E a D. Dilma I, a Louca, resolveu piorar a situação e está aumentando todos os gastos que pode aumentar. Tinha que ser interditada de imediato, antes que provoque mais danos.
Esse rombo de 600 bilhões representa mais de 10% do PIB. Se a dívida pública já está chegando perto de 70% dp PIB, o acréscimo do rombo e dos juros sobre esse rombo elevarão a dívida, até o fim do ano, para 90% do PIB.
Não haverá governo que consiga fazer o milagre de resolver esse problema em curto prazo. Outra coisa que precisamos ter em mente é que não haverá meio de equalizar essa situação sem cortes dramáticos nos gastos públicos (O PT e os "movimentos sociais" vão berrar) e sem aumento de impostos (infelizmente).
É uma questão de matemática. Penso, porém, que o povo deve permanecer mobilizado para exigir que os cortes sejam feitos (e não apenas promessas) antes que enfiem a mão no nosso bolso.

domingo, 8 de maio de 2016

O vento virou

O maior problema de um líder político é não perceber a mudança do curso da história. Depois que passaram, fica fácil examinar os fatos e estabelecer um relação lógica de causa e efeito, mas durante o processo histórico isso não fica muito visível e às vezes até se esconde no emaranhado de eventos simultâneos.
Foi assim com a monarquia francesa diante da revolução burguesa batendo à porta. O mesmo ocorreu no final do reinado de D.Pedro II, em que o Baile da Ilha Fiscal foi o exemplo de alienação.

A História no Brasil está prestes a dar mais uma de suas guinadas. Os fatos vão se acumulando e se somando, mas, a princípio, a direção do curso do rio da história parece não se alterar, até que, de repente, o vento vira... Aí tudo se precipita e não há força contrária que faça o rio voltar ao leito.

O Brasil está vivendo um desses momentos. O povo brasileiro tradicionalmente sempre foi semi-alienado da política. Votava por obrigação. Escolhia seus candidatos baseado na imposição do chefe político local, no parentesco, na gratidão, na expectativa de auferir alguma vantagem pessoal, enfim, nas razões mais comezinhas e pouco republicanas de escolher um representante. Isso levou sempre a um distanciamento enorme entre o candidato eleito e seu eleitor. Programas partidários eram olimpicamente desconhecidos por um e por outro. O resultado sempre foi a baixa representatividade da classe política em relação ao seu eleitorado.

Tudo indica que as coisas mudaram agora. As pessoas passaram a se interessar pelo que os seus "representantes" estão fazendo. O controle se aprimorou por causa da internet. A divulgação é imediata pelas redes sociais, que não tem dono, nem controlador. Não importa o nível intelectual ou o grau de instrução, todo mundo tem acesso à notícia e à opinião dos amigos e conhecidos, em tempo real.

Acabou a época em que o político tinha controle sobre a sua imagem e sobre as informações que deixava chegar ao seu eleitor. Não mais. Não há intermediários, nem intérpretes. Há os que ainda atribuem algum valor ao marketing político e estão propensos a despejar rios de dinheiro em campanhas comandadas por marqueteiros. Mas digam, que marqueteiro seria capaz de mudar agora a imagem de Eduardo Cunha? Ou a de Renan? Ou de convencer os 65% da população, que dizem que não votariam em Lula em hipótese alguma, que esse ex-líder populista é uma criatura inocente?

Os políticos em geral vão demorar a perceber, mas estarão em sua maioria condenados ao esquecimento e ao ostracismo. Novos tempos exigirão um novo comprtamento. A fiscalização da sociedade veio pra ficar. A desvinculação de partidos políticos também. Esses novos ventos trarão também novas cabeças e novas idéias ao cenário político brasileiro. Nao é à toa, que jovens do Movimento Brasil Livre, do VemPraRua, do Partido Novo tem tido cada vez mais espaço na mídia. A hora deles chegou!














sexta-feira, 6 de maio de 2016

Marina, a entidade sonsa

Esse episódio do afastamento do Eduardo Cunha tem que ser bem contado, para registro histórico. Não se discute o mérito que Eduardo Cunha deva realmente ser afastado do cargo. Se fôssemos um país sério, isso já teria acontecido tão logo ficou evidente que ele estava mentindo aos seus pares. Mas não somos um país sério. Viva De Gaulle!
O que se deve discutir entretanto é a maneira como essas coisas se deram. São duas narrativas concorrentes e que se complementam. Uma delas é que o afastamento dele, mediante decisão do Supremo, é inconstitucional!
Realmente, a Constituição protege o mandato parlamentar de todo tipo de intervenção, de tal modo, que um parlamentar só pode ser preso em flagrante delito. Foi o que aconteceu com o senador Delcídio. Não era o caso de Eduardo Cunha, que deveria ter sido julgado e afastado pelos seus colegas parlamentares, detentores eles também de mandato popular, e jamais por membros de um outro poder e que nunca tiveram voto.
Ninguém está comentando isso porque Eduardo Cunha é o bandido preferido da nação, mas os juristas sabem que essa decisão do Supremo é ilegal, viola a Constituição, a mesma pela qual eles são encarregados de zelar. Nesse caso, o que se faz é vista grossa, como se os fins tivessem justificado os meios.
A segunda narrativa é o pequeno golpe que os ministros Lewandowski e Marco Aurélio estavam prestes a encenar.
O ministro Teori estava com o caso Eduardo Cunha há alguns meses para decidir. A PGR havia pedido que o Supremo o afastasse de suas funções, em virtude de ser réu em processo junto ao mesmo STF. O ministro tinha uma batata quente nas mãos, pois se decidia afastá-lo agrediria a Constituição, como afinal acabou fazendo. Se decidisse ao contrário, iria dar um tal poder a Eduardo Cunha que seria perigoso para as instituições. Teori esperava, portanto, que sua decisão já não fosse mais necessária, ou seja, que a Câmara cumprisse seu papel, uma vez superado o processo do impeachment da presidente.

Teori, entretanto, foi atropelado pelas gracinhas de Marco Aurélio e Lewandowski, que, aproveitando-se do pedido da Rede, para que o STF declarasse Eduardo Cunha fora da linha de sucessão e anulasse seus atos como presidente da Câmara, tiveram uma grande idéia.
Iam pôr em julgamento, em caráter urgente, na terça-feira passada, esse pedido da Rede.
O pulo do gato seria: ao declararem que os atos de Cunha eram nulos, abria-se a porteira para que Dilma e seus advogados pedissem a anulação de todo o processo de impeachment. José Eduardo Cardozo estava preparado para isso, tanto que, no mesmo dia, entrou com petição nesse sentido, mesmo não tendo o Supremo declarado nulo nenhum ato de Cunha. Lewandowski e Marco Aurélio posariam de inocentes!

A nossa sorte é que Teori foi mais rápido. Ao saber disso, trabalhou à noite e produziu a liminar que afastou Cunha de suas funções. O pedido da Rede ficou então sem sentido (prejudicado, na linguagem jurídica), uma vez que Cunha já não está mais na linha de sucessão. Portanto, não houve a oportunidade de o STF declarar a nulidade de coisa alguma. Dessa vez, nos salvamos por um triz.

Uma pergunta, entretanto, fica em aberto: Marina Silva, ao fazer tal petição, estava consciente dessa consequência? Tudo me diz que sim, é típico dela, a Entidade surge do nada, faz uma lambança e depois se retira para a floresta como quem não tem nada com isso. Marina, a Entidade Sonsa, o próximo perigo after-PT.




Pragas do Egito

Dilminha já está na tábua da beirada, com um pé pra fora da jangada, mas insiste em impor sua presença fantasmagórica ao país. Já não governa, aliás, a bem da verdade, seu segundo mandato nem começou, mas persiste com um zumbi, assombrando o país.
Sabíamos que o PT seria capaz de tudo, mas esse final patético supera as mais fantasiosas expectativas. Ninguém se envergonha de desempenhar o mais baixo papel. O que Lindbergh Farias, Gleisi Hoffman e José Eduardo Cardozo fizeram e fazem, com o desprezo absoluto pela lógica e pelo fatos, é lastimável.
Repetem e repetem o mesmo mantra, que há golpe, que não houve crime de responsabilidade, mesmo diante de todas as demonstrações cabais e irrefutáveis; mesmo diante de todas as consequências dessa irresponsabilidade estarem à vista de todos, se abatendo sobre a nação, como uma praga do Egito.
Não apresentam fatos contrários, apenas retórica, apenas blá-blá-blá, como sempre foi hábito do PT.
O apego ao poder é tal que chegou-se a cogitar de Dilma se amarrar à cadeira presidencial, como que, simbolicamente, a demonstrar que haveria um golpe. Só faltava uma cena dessas, uma foto estampada em todos os jornais do mundo, com todos a gargalharem da piada em que se transformou o Brasil.
Não merecemos isso! O jogo acabou, senhores petistas! Admitam a derrota e recolham-se à insignificância política que agora hão de amargar. Não merecem outra coisa. Por mim, essa organização criminosa deveria ser fechada, seu registro cassado, para que jamais volte a castigar o país com tantas pragas.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

País em desmanche

Quem tem mais de 30 anos já deve ter ouvido dizer que "o brasileiro é um povo pacífico". Talvez tenha sido, sim, no passado. Talvez até os anos 60. Acontece porém que, aos poucos, fomos nos tornando uma nação violenta. Recente relatório da ONG Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal nos informa que, das 50 cidades mais violentas do mundo, 21 estão no Brasil. É muita coisa! Estamos aí batendo um récorde altamente indesejado. A partir dessa informação, pode se dizer então que o Brasil é hoje um dos países mais violentos do mundo!

Há explicações variadas para isso, quase todas de cunho socio-político-ideológico, que atribui à desigualdade social a causa fundamental da violência.
Essa explicação, porém, esbarra em uma dificuldade. A desigualdade social na primeira metade do século XX era muito maior do que é hoje, mas a violência era muito menor. Algo ocorreu, que fez a violência disparar, independentemente da desigualdade, da falta de oportunidades e do nível de educação, que, de certo modo, melhoraram, enquanto o nível de violência disparava.

No meu ponto de vista, há duas razões e que estão, de certa forma, interligadas: o crime organizado (leia-se tráfico de drogas) e a corrupção. A corrupção endêmica, que hoje atinge todos os escalões, sempre esteve relacionada com a atividade policial. Somos uma sociedade tolerante com a corrupção. A atividade policial, portanto, não está imune a ela. O problema é que a corrupção mina, destrói, os objetivos de qualquer organização, em especial da organização policial, que passa a trabalhar para satisfazer os interesses espúrios de seus membros, ao invés de fazê-lo pelos interesses legítimos da sociedade.
Sem polícia eficiente, o Estado perde a capacidade de enfrentar o crime. Nesse momento, o crime organizado percebe a sua oportunidade e passa a ocupar os espaços públicos com, cada vez mais, desenvoltura e, nesse rastro, vem a violência, que é a maneira de a organização criminosa exercer o seu poder.
A violência é pois uma "política" desse Estado paralelo. Não espanta que tenha crescido tanto no Brasil, juntamente com a outra característica, pré-existente, mas que atingiu proporções calamitosas no Brasil, a corrupção generalizada.
Corrupção e criminalidade e violência andam de mãos dadas.

terça-feira, 3 de maio de 2016

A organização criminosa

Até que enfim, a PGR se convenceu de que não há crime sem autor e que,  para haver corrupção ativa, tem que ter um passivo do outro lado. Finalmente o Procurador Janot mandou para o Supremo um pedido de investigação contra: Lula, Dilma, Jaques Wagner, Ricardo Berzoini, Edinho Silva, Palocci, Erenice Guerra, Paulo Okamoto, José Sérgio Gabrielli.

Foi textual em seu despacho: [O esquema do petrolão] "jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dela participasse."
E mais: "Se constatou que Luiz Inácio Lula da Silva, José Carlos Bumlai e Maurício Bumlai atuaram na compra do silêncio de Nestor Cerveró para proteger outros interesses, além daqueles inerentes a Delcídio e André Esteves, dando ensejo ao aditamento da denúncia anteriormente oferecida".

Parece que a lista agora de condenados, réus, indiciados e investigados está praticamente completa. A Organização Criminosa dessa vez foi atingida em cheio. Espero que não se levante nunca mais.
E o caso ainda não acabou. Essa investigação refere-se somente ao petrolão, mas ainda falta a Eletrobras, a Caixa Econômica, o Banco do Brasil, os fundos de pensão e, last but not least, o BNDES.

E, pensar que eles estiveram a um passo do crime perfeito. Pediam propina sob a  forma de doações oficiais. O partido se empanturrando de dinheiro. As campanhas publicitárias multimiionárias pagas com dinheiro desviado da Petrobras e, vamos saber logo, também de outras estatais. O poder executivo nas suas mãos. O Congresso comprado. O STF e STJ sendo, aos poucos, aparelhado. Os blogs, redes e movimentos sociais, sustentados por esse mesmo dinheiro, trabalhando a seu favor.Como um esquema desses poderia dar errado?

Felizmente para nós, brasileiros, aquele velho ditado mineiro continua valendo: a esperteza, quando é muito grande, vira bicho e engole o dono


domingo, 1 de maio de 2016

Dilma marqueteira

Que falta que faz o João Santana! Preso em Curitiba, numa hora difícil dessas, não tem como ajudar a maquiagem da imagem da quase-ex-presidenta.
Agora o marketing está saindo é da cabeça dela mesmo. E aí, preparemo-nos para rir um pouco. Hoje, no tal evento da CUT, quando urrou do palco as mais variadas aleivosias, saiu-se com a mesma ladainha da campnaha eleitoral de 2014. Como descreveu O Antagonista:
"Dilma está com um papel em mãos. Está tentando seguir uma linha de raciocínio elencada em alguns pontos...
- "Eles querem acabar com a obrigatoriedade dos gastos com saúde e com educação"
- "Eles querem privatizar tudo"
- "Eles vão acabar com o pré-sal"
- "Eles vão acabar com o Pronatec, com o Minha Casa, Minha Vida"
- "Eles querem o fim da valorização do salário mínimo"
- "Eles vão acabar com uma parte do Bolsa Família"
 
Basicamente, "eles" vão acabar com tudo o que "nós" acabamos."

Logo depois emitiu mais uma pérola: "Os golpistas impediram o crescimento do desemprego".

É incrível a quantidade de atos falhos, reveladores do que está na camada subconsciente do pensamento, que os petralhas em geral cometem.



Os votos de Dilma

Uma das coisas que os defensores desse governo moribundo gostam de dizer é que Dilma foi eleita com 54 milhões de votos. Portanto, - concluem - tirá-la, para pôr alguém que não teve votos, é golpe!
Esses, que assim argumentam, se esquecem propositalmente que no sistema que adotamos o vice faz parte integrante da chapa. Quem vota no presidente, vota também no vice, compulsóriamente.

Na Constituição de 46, presidente e vice eram eleitos separadamente. Se assim fosse até hoje, Dilma poderia ter sido eleita, por exemplo, com Aloysio Nunes do PSDB, como vice, que seria agora quem a iria suceder!
O sistema adotado em 88 foi para evitar uma possível "guerra" entre o presidente e o vice, caso fossem de partidos e coligações diferentes.

Portanto, os defensores da Dilma não podem querer que os 54 milhões de votos sejam só dela. Isso é apenas mais uma tentativa de manipular um dado da realidade para criar uma argumentação do nada. O fato de ter escolhido Michel Temer como vice não foi por acaso. Foi para trazer mais votos para a Dilma! Ou os caciques peemedebistas não puxaram votos nas bases para a chapa? A escolha do vice foi do PT e de mais ninguém. Se Michel Temer é isso, ou aquilo, o PT já deveria saber, pois afinal, Temer foi vice dela também no primeiro mandato.
Mas no caso do PT, as pessoas passam a ter qualidades ou vícios dependendo do lado em que estão. Se não estão a favor do PT, passam a ser fascistas, golpistas, corruptos, traidores, energúmenos, racistas, homofóbicos, coxinhas. É realmente uma atitude, além de muito pouco republicana, bastante infantil.

O exercício da política com P maiúsculo exige maturidade, saber ganhar e saber perder, apoiar a alternância de poder, respeito ao adversário. Nada disso o PT demonstra ter adquirido nesses anos todos. Agem como crianças mimadas que perderam o brinquedinho. Fazem birra. Batem o pé.
Só que isso não resolve nada e o povo brasileiro já está cansado dessa pantomima. A prova são os gatos pingados, pagos e alimentados com pão e mortadela, que hoje foram ao Anhangabaú ouvir os berros da Bruxa do Planalto. Nem o Bruxo-mor, que a pôs lá, compareceu.

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