sexta-feira, 27 de maio de 2016

Tolerância Zero!

Cada vez mais, cai por terra o mito da cordialidade brasileira. Sabe-se que não foi nesse sentido que Sérgio Buarque usou o termo cordial, mas ficou a imagem de que o povo brasileiro seria pacífico, amigável e tolerante. Nada mais falso.

Estamos em guerra civil há vários anos. O número de homicídios no Brasil é estarrecedor. E os crimes contra a mulher, contra gays e contra minorias de modo geral, são uma vergonha nacional.

Esse caso do estupro coletivo no Rio, vêm mais uma vez escancarar a nossa face sombria. Antes de ser um desvio sexual, o estupro é um abuso de poder, mesmo que seja do poder da força física. Tudo isso vem embrulhado na sensação de impunidade, pois somos uma sociedade que não consegue fazer as leis serem cumpridas, que não consegue dissuadir criminosos com o rigor da lei.

Um exemplo claro, é a dificuldade de a justiça exercer seu papel; dificuldade revelada pela surpresa e até espanto com que a sociedade brasileira vê a eficiência da Lava Jato.
Muitas dessas características sempre existiram: a corrupção endêmica, o descaso governamental, a admiração da esperteza e da malandragem, o patrimonialismo, o nepotismo, o clientelismo, o fisiologismo, tudo isso sempre compôs o quadro de desagregação da sociedade brasileira, mas que vem se intensificando com o tempo.

Parece que chegamos ao clímax. Com esse caso do estupro coletivo, ultrapassamos qualquer limite. Passa da hora de adotarmos uma postura mais rigorosa, menos leniente contra os crimes que se praticam nesse país. As condenações, quando ocorrem, não podem ter progressões tão facilitadas. Esse tabu de que ninguém pode ficar preso por mais de 30 anos tem que ser derrubado. Por quê não podemos ter prisão perpétua? Há pessoas que jamais poderiam voltar a conviver com a sociedade. E o número de recursos e chicanas que advogados possam fazer, em nome de um suposto exercício do direito de defesa, também tem que ser reduzido, pois na maior parte dos casos são recursos meramente protelatórios.

E casos de violência contra as mulheres, crianças e pessoas vulneráveis teriam que receber pena dobrada. Hoje a pena máxima a que cada estuprador estará sujeito nesse caso, será de 12 anos, ou seja, se pegar a pena máxima, após ficar preso por 2 anos, terá direito ao regime semi-aberto. Se isso não for impunidade, eu não sei o que seja.

As pessoas honestas e dignas desse país estão cansadas, enojadas, decepcionadas e descrentes. Até quando?

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