sábado, 21 de maio de 2016

A cultura continua derrotada

Os "artistas" ganharam (?)! Michel Temer, ainda presidente provisório, preferiu eliminar mais essa fonte de atrito, tirando dessa classe político-ideológica, que se denomina "classe artística", o motivo dos protestos. Pode ser que tenha sido estratégico, no momento, tirar o bode da sala, mas a sinalização ao conjunto da sociedade não é boa.

Em primeiro lugar, não deixa de ser uma demonstração de fraqueza. Em segundo lugar, apesar de econônicamente insignificante, a extinção de um ministério carrega o simbolismo da austeridade. Em terceiro lugar, porque as atividades culturais não podem depender da existência de um ministério específico.

Aliás a cultura funcionou muito bem no Brasil, por exemplo, no final dos anos 50, quando o MEC, era ainda Ministério da Educação e Cultura. Esses anos, chamados Anos Dourados, foram os anos das produtoras de cinema Vera Cruz e Atlântida, do Cinema Novo, da Bossa Nova, do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), etc. Foi nessa época que o Brasil ganhou a sua única Palma Ouro em Cannes.

Cultura é essencial, como os alimentos, a saúde e a educação, mas não existe atividade cultural florescente em sociedades famintas, doentes e ignorantes. Resolver os problemas básicos da comida, da saúde e da educação é a condição "sina qua non" para o desenvolvimento da cultura. Ela passa a existir por si só, sem depender de ministérios.

E um ministério doador de verbas com caráter político-ideológico pode ser tudo, menos fomentador da cultura.

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