quinta-feira, 5 de maio de 2016

País em desmanche

Quem tem mais de 30 anos já deve ter ouvido dizer que "o brasileiro é um povo pacífico". Talvez tenha sido, sim, no passado. Talvez até os anos 60. Acontece porém que, aos poucos, fomos nos tornando uma nação violenta. Recente relatório da ONG Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal nos informa que, das 50 cidades mais violentas do mundo, 21 estão no Brasil. É muita coisa! Estamos aí batendo um récorde altamente indesejado. A partir dessa informação, pode se dizer então que o Brasil é hoje um dos países mais violentos do mundo!

Há explicações variadas para isso, quase todas de cunho socio-político-ideológico, que atribui à desigualdade social a causa fundamental da violência.
Essa explicação, porém, esbarra em uma dificuldade. A desigualdade social na primeira metade do século XX era muito maior do que é hoje, mas a violência era muito menor. Algo ocorreu, que fez a violência disparar, independentemente da desigualdade, da falta de oportunidades e do nível de educação, que, de certo modo, melhoraram, enquanto o nível de violência disparava.

No meu ponto de vista, há duas razões e que estão, de certa forma, interligadas: o crime organizado (leia-se tráfico de drogas) e a corrupção. A corrupção endêmica, que hoje atinge todos os escalões, sempre esteve relacionada com a atividade policial. Somos uma sociedade tolerante com a corrupção. A atividade policial, portanto, não está imune a ela. O problema é que a corrupção mina, destrói, os objetivos de qualquer organização, em especial da organização policial, que passa a trabalhar para satisfazer os interesses espúrios de seus membros, ao invés de fazê-lo pelos interesses legítimos da sociedade.
Sem polícia eficiente, o Estado perde a capacidade de enfrentar o crime. Nesse momento, o crime organizado percebe a sua oportunidade e passa a ocupar os espaços públicos com, cada vez mais, desenvoltura e, nesse rastro, vem a violência, que é a maneira de a organização criminosa exercer o seu poder.
A violência é pois uma "política" desse Estado paralelo. Não espanta que tenha crescido tanto no Brasil, juntamente com a outra característica, pré-existente, mas que atingiu proporções calamitosas no Brasil, a corrupção generalizada.
Corrupção e criminalidade e violência andam de mãos dadas.

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