quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Casa de Tolerância

Parafraseando Obama: "As mudanças não vêm de Brasília, elas vão (das ruas|) para Brasília!".
Ontem a Câmara deu mais um exemplo de quanto baixou de nível, de desprezo à opinião pública, à ética, às intituições e a si mesma. Por votação secreta (já por si um absurdo) manteve o cargo de um ladrão de dinheiro público condenado em primeira instância e no Supremo. Não repetirei o nome desse ladrão, presidiário da Papuda, aqui.
Agora seremos o primeiro país do mundo a ter um presidiário membro do Congresso. Somos realmente um país inclusivo. Parabéns aos senhores deputados por mais esse exemplo de tolerância. Vossas Excelências estão tão acostumadas a conviver com criminosos que um a mais, um a menos, não faz diferença. Transformaram a Casa do Povo em Casa de Tolerância.
E quando esse povo indignado subiu as rampas do Congresso, V. Excias, apavoradas, se trancaram dentro de suas salas e do plenário e pediram reforço policial, condenando aquela "barbárie" e aquele "vandalismo". Só que vandalismo é o que Vossas Excelências fazem quase todos os dias com o povo burro que os elegeu.
O Supremo tem também sua quota de responsabilidade nessa vergonha nacional. Devia ter cassado logo os direitos políticos desse larápio, mas preferiu ceder às pressões e mandar o assunto para os nobres deputados decidirem. Fez o mesmo no caso Battisti. Lavou as mãos, como Pilatos e deixou o Executivo e o Legislativo se esbaldarem.
É assim que se monta uma ditadura. O executivo vai só aumentando seu poder e sua faixa de atuação, contando com um Parlamento cúmplice e subserviente e com um Judiciário omisso.
Que Deus nos livre ou que o povo saia às ruas mais uma vez para dizer um basta. Está demonstrado, pelas pirotecnias que se desenvolveram após os protestos de junho, que a classe política só anda a ferroadas. Não há outro jeito. É a voz rouca das ruas que vai fazê-los agir como devem. Essa voz é que tem que provocar as mudanças, como disse Obama, e fazer o poder se submeter a elas. Essa voz é que deve levar a Brasília o que Brasília não tem.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Já dá para entender!

Não precisa explicar, estou começando a entender! Fingindo ceder às pressões o governo traz agora só 4000 "médicos" cubanos, mas daqui a pouco trará mais alguns para completar a quota de 10.000 "médicos" que foi a meta estabelecida na estratégia eleitoral.
Suponhamos que traga os 10 mil,  o governo pagará ao dono deles o valor de 10.000 reais por mês, portanto o governo cubano vai embolsar a quantia de 100 milhões mensais. Daqui até a eleição, são 14 meses. Até lá o governo brasileiro mandará para Cuba a fabulosa quantia de 1 bilhão e 400 milhões.
Continuando a nossa suposição inocente, se (e somente se) por mágicas contábeis, o governo de Cuba retornar a metade desse dinheirinho para o partido, como parece que já fez no passado, a próxima campanha eleitoral vai ser espetacular!
Não vai precisar de Fundo de Participação Partidária, nem de doações de empresários, que serão bemvindas se vierem, claro. Nesse partido ninguém rasga dinheiro. Mas a campanha e o marqueteiro já estão garantidos.
Daí o motivo da pressa, a campanha tem data marcada e quanto menos tempo houver até lá, menor será a "contribuição" para o caixa da eleição. Urge portanto trazer esses "médicos" logo e enfiá-los em alguma grota. Não reclamarão. Não pedirão asilo. Sua família está lá em Cuba, como refém. É a garantia que eles cumprirão perfeitamente o seu papel, sem chiar e sem "pular fora".
O Brasil não pode permitir esse crime contra os brasileiros e contra os cidadãos de Cuba. E é preciso que o Ministério Público entre nesse caso preventivamente.

domingo, 25 de agosto de 2013

Massa de manobra

Com a demonização dos médicos e a imputação a eles de serem a causa de todos os problemas da saúde no país, o governo conseguiu enganar a muita gente. Já se esperava que os pobres, a classe que mais sofre com a falta de atendimento adequado às suas necessidades, engolissem essa mentira governamental. Aliada à pobreza encontra-se a ignorância e a incapacidade de exercer adequadamente a cidadania. E o PT faz o tutoramente dessa classe muito bem feito.
O que não se podia esperar - e, para mim isso foi uma surpresa - é que além dos pobres desinformados, haveria ainda muita gente, supostamente bem-pensante, que receberia as mentiras oficiais como verdades e defenderiam a posição do governo de que: 1) a saúde está precária porque faltam médicos no país; 2) a importação de médicos estrangeiros vai resolver o problema. E, para justificar esse raciocínio torto, apresentam dados estatísticos de tudo quanto é pesquisa.
É claro que pessoas desse nível - universitários, professores, etc - não se deixam enganar tão facilmente por slogans e frases bonitinhas. É, portanto, forçoso concluir que aí há uma intenção, que essa posição foi tomada de caso pensado. Ou seja, o que está falando não é a razão, mas a ideologia.
É triste ver que pessoas que poderiam usar seu conhecimento e sua capacidade intelectual para ajudar a construir um país melhor e mais justo, se prestam a fazer o papel de apoiadores de um sistema cuja máscara já caiu há muito tempo e que está destruindo o país no afã de se manter no poder.
Essas pessoas não sabem, ou não acreditam, que quando esse partido se vir em condições de manter o poder incontestavelmente, quando conseguirem amordaçar a imprensa e submeter o arcabouço legal aos seus desígnios (com reformas constitucionais e plebiscitos controlados), como fez Hugo Chávez na Venezuela, eles, intelectuais, também serão transformados em inimigos do regime, ou melhor, "inimigos do povo"! Basta olharem para os fatos históricos,. Basta verem o que aconteceu com os intelectuais no regime soviético ou na China de hoje, para saber qual será o seu destino.
Nenhum regime totalitário suporta pensadores livres.
O que estão fazendo, ao dar apoio a mais essa manobra do PT, orquestrada no Foro de S.Paulo, é cavar a própria sepultura. Essa importação de "médicos" cubanos, nada mais é que a importação de agentes castritas para fazer a doutrinação das classes mais pobres e mais necessitadas do país. Mais uma vez, o PT usa o povo como massa de manobra.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A grande doença do Brasil

Há momentos em que dá vontade de desistir desse país. O que se está a fazer contra a população brasileira por meio desse demagógico programa "Mais Médicos", com a importação de médicos cubanos para trabalho similar ao de trabalho escravo e sem a devida qualificação profissional é um dos maiores absurdos que esse malfadado governo petista já cometeu.
Decidido unilateralmente, sem discutir com a sociedade, sem ouvir as associações de classe, o governo impõe a sua vontade, desrespeita as leis criando regras de exceção, tudo isso para satisfazer um compromisso ideológico: ajudar o governo cubano a realocar essa mão-de-obra e ainda receber uns trocados. 
O problema da saúde no Brasil é antigo e não é só a falta de médicos a sua causa. Faltam médicos no interior, sim. O que um governo honesto deveria fazer é um programa de interiorização que estimulasse os profissionais de saúde (e não somente os médicos) a migrar para esses locais, além de obviamente cuidar de outros aspectos da saúde, principalmente o saneamento básico (água tratada e esgotos). Se não conseguimos sequer extirpar a dengue e a leishmaniose nem mesmo nos grandes centros urbanos, sem falar na febre amarela, na malária e na doença de Chagas, endêmicas em largas áreas do país, o que um médico sozinho vai fazer em um grotão?
O problema da saúde no Brasil está relacionado com todos os nossos  demais problemas e deriva da falta de compromisso dos homens públicos com o bem estar da população que os elege e que, supostamente representam. Está relacionado com a incúria administrativa e obviamente com a corrupção também endêmica e o desvio de recursos do Estado para os bolsos particulares. Essa é a grande doença do Brasil.
Sem resolvermos esses problemas, podemos importar médicos, curandeiros, xamãs, o escambau, que  a saúde do nosso povo continuará de mal a pior.
A fórmula mágica para a demagogia petista é simples; inventa-se um programa qualquer  e dá-se-lhe um nome de apelo popular e o problema está resolvido. Agora é o "Mais Médicos", mas o Mercadante já anuncia o "Mais Professores". E por aí vai.
Se era assim tão simples, por que o governo maravilhoso do PT esperou 10 anos para começar a resolver os problemas básicos do país?

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O crime compensa? Depende...

O ministro Lewandowski não se envergonha de defender os réus com veemência como se fosse um advogado deles. Ele poderia até achar isso ou aquilo, poderia rever seu próprio voto, poderia querer absolver todos os réus, mas, como juiz da Suprema Corte deveria, a meu ver, fazê-lo de modo sereno e não com indignação, como se o Tribunal estivesse a cometer as maiores injustiças ou fosse uma corte de exceção. "Isso aqui é uma casa de justiça" - diz ele, descobrindo a pólvora.
Sim, o Supremo deve ser uma casa de justiça e não de perdão ou de misericórdia. Os que ali estão sendo julgados perpetraram crimes continuados contra a nação. Isso foi mais que provado e comprovado. Esse julgamento demorou sete anos. Há mais de três anos está na Suprema Corte. Todos tiveram tempo suficiente para ler e reler todas as provas dos autos. 
É inacreditável que a essa hora, o ministro-revisor venha descobrir novidades que alterem as decisões já tão arduamente tomadas. O ministro Dias Tófoli também achou uma brecha para mudar sua posição. O réu, no caso, é o Sr. Carlos Alberto Rodrigues Pinto, peixe pequeno nesse aquário. Mas o que interessa é que ambos, agora com a ajuda do min. Marco Aurélio, estão preparando terreno para outras batalhas, em favor de peixes muito mais graúdos, como Dirceu e Genoíno. Esse é o ponto principal dessa questão. Quais serão os malabarismos que se farão para diminuir as penas desses "próceres da República"? Se conseguirem escapar do regime fechado será para eles uma grande vitória.
E ao país será dada uma mensagem que, dependendo de quem o comete, no Brasil o crime compensa.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Estrago eleitoral

Não precisávamos disso. Já temos um PIB que se recusa a crescer, uma inflação que se recusa diminuir, uma taxa de desemprego que começou a se mover para o lado ruim, uma gestão errática na economia e agora o dólar nas alturas!
Há pouco tempo, a presidenta, em visita a Washington, disse que iria acabar com o tsunami de dólares que supervalorizavam o real. Promessa cumprida!
E agora, Roussef? A festa acabou, o povo foi à ruas, a base começa a debandar, Lula quer voltar. E agora, Roussef?
E agora, nada. Dilma não sabe o que fazer. Nunca soube. É uma pessoa absolutamente despreparada para o cargo, nunca havia exercido uma função executiva antes, quando o irresponsável a impôs como candidata ao partido do qual ele é o dono e senhor. E o partido esperneou um pouco, como de praxe, mas obedeceu, como sempre. Moveu a máquina e, com a colaboração eficaz de uma oposição incompetente, ganhou a eleição.
Quem perdeu foi a nação brasileira que terá ainda que agüentar, no mínimo,  mais um ano e meio de incompetência governamental a devastar o que restava de reponsabilidade administrativa e credibilidade.
O que fará, D.Dilma nesses dezesseis meses que ainda faltam para ela entregar o cargo ou se prolongar nele? Se a segunda hipótese prevalecer, que Deus nos acuda. Mas, pelo andar da carruagem acho que ela não se reelege. Nem ela, nem ninguém do PT.
Entretanto teremos que aguentar mais esses dezesseis meses. Vai ser duro. Depois de cultivar a imagem de durona, grosseirona, que não conversa com político, agora está se transformando, por conselhos marqueteiros, na Dilminha-paz-e-amor. E lá se vai o resto de responsabilidade com os cofres públicos. Dinheiro começa a jorrar às pamparras. Segundo reportagem da Folha hoje (ver aqui), o governo liberou em emendas parlamentares ao orçamento, só nos primeiros 9 dias de agosto, 1,2 bilhão; quase igual ao total já liberado nos sete meses anteriores que foi 1,4 bilhão.
Os cofres estão abertos e o Congresso vazio novamente. Tudo voltou à calma de antes e os políticos, cansados de atender às demandas populares, podem agora descansar tranquilos. O governo vai fazer tudo o que for necessário para reeleger a Dilma, não importa o tamanho do estrago que fará na economia e nas instituições. Isso é assunto para 2015|! Por enquanto a pauta são as eleições de 2014.

domingo, 18 de agosto de 2013

Promotora de eventos

É impressionante a facilidade com que a Petrobrás entrega dinheiro (público e dos acionistas) a ONGs, comunidades e a qualquer coisa semelhante. Agora, com o caso do Fora do Eixo em evidência, fica muito clara essa vocação para jogar dinheiro pela janela.
A Petrobrás já doou mais de 600 mil reais (nas palavras do próprio dono do negócio, Pablo Capilé) a essa entidade. A Sabesp, idem. Não consigo entender qual seria o interesse de uma empresa de saneamento em patrocinar uma entidade "promotora" de eventos.
Já a participação da Petrobrás não me surpreende, parece que no governo petista a Petrobrás descobriu um novo objetivo social. Ao invés de prospectar petróleo e fazer lucro para remunerar os seus acionistas, incluindo o Estado brasileiro, ela prefere torrar dinheiro com ONGs  outras comunidades que "fazem" um "trabalho social".
A principal característica dessas ONGs e comunidades é que a contabilidade delas é uma coisa esotérica. O dinheiro que sai de uma Petrobrás e vai parar ali, não pode mais ser rastreado, ninguém mais vai saber onde vão parar esses recursos. Se esse mecanismo já tivesse sido descoberto antes, não haveria julgamento do Mensalão, porque realmente não haveriam provas.
E a facilidade com que um Capilé qualquer, desde que com bons contatos no PT, consegue extrair recursos dessas organizações é de espantar.  E a ligação entre o PT e os cofres públicos é sempre uma constante.
Já é hora de o MP se debruçar sobre essas empresas "patrocinadas" especialmente pela Petrobrás nos últimos anos. Acho que vai encontrar muita coisa interessante.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A virtude do ministro

A cada intervenção do ministro Joaquim Barbosa, sinto me de alma lavada. Pois ele diz, com todas as vogais e consoantes, o que pensa e o que vê. Não dá a menor bola para os rapapés e maneirismos da corte, mas vai ao cerne da questão.
Precisamos disso. Nesse país estamos cansados de ver e ouvir contorcionismos, eufemismos e mentiras pura e simples para esconder e camuflar a verdade.
Quando então alguém, especialmente um ministro, presidente da Suprema Corte, diz abertamente que um outro ministro (no caso, o min. Lewandowski) está a fazer chicana e que é o que ele realmente está a fazer, muita gente se espanta: "Não! Mesmo que seja verdade, o presidente do STF não pode dizer isso de seu colega!". Pergunto eu: Por que não?
Se o que o ministro Lewandowski fez até agora, em todo o julgamento do Mensalão, foi apenas isso, chicana, por que o presidente da Corte não pode dizê-lo? Até demorou, até teve paciência demais. O ministro Lewandowski parece querer é isso mesmo. Ele provoca e estica  e repisa a argumentação de assuntos já decididos e ultrapassados, usa um palavrório sem sentido, chegando até a ler em plenário recortes de jornais. O que ele quer com isso? Estender o julgamento até onde for possível, para ver se a prescrição alcança os réus? Parece que sim. E se não é isso, qual é então o seu eu objetivo?

Lewandowski é conhecido como o ministro da dona Marisa, pois, dizem que foi ela quem interveio junto ao Lula pela nomeação do filho de uma amiga sua. Bem,  ministro Lewandowski, a gratidão é uma virtude, mas não precisava exagerar tanto!


terça-feira, 13 de agosto de 2013

A piscadela alemã

Finalmente alguém piscou. Todos sabemos, ou melhor suspeitamos, das tramoias,  maracutaias e negociatas que se fazem pelo país afora, nos negócios públicos, naqueles negócios que envolvem o nosso dinheiro administrado pelo governo. Em qualquer obra de qualquer prefeitura do interior sabemos, suspeitamos, imaginamos a formação de cartéis, os superfaturamentos e os propinodutos abertos desviando o dinheiro dos cofres públicos para os bolsos dos nossos "honrados" políticos.
Isso ocorre, pelo menos, desde os governos militares, nas rodovias Norte-Sul, na Transamazônica, em Itaipu e Ponte Rio-Niterói, etc. Está ainda entre nós, um senador da República que bem serviu aos militares e sabe bem dessas tramoias. Se quisesse podia contar muita coisa o Sr. José Sarney.
Agora, finalmente alguém piscou. A empresa alemã Siemens se dispôs a confessar o que sabe desse submundo, desse elegante e rico crime organizado. Tomara que conte tudo, diga toda a verdade porque esse país está farto de ser roubado, pelo PT, pelo PSDB, ou por qualquer outro P. Quantas pessoas perderam a vida, assassinadas ou porque deixaram de ter atendimento médico decente, por causa  da leniência e incompetência dos governos, do crime organizado impune,  da corrupção policial! Quantas crianças foram abandonadas pelo sistema à própria sorte, vivendo nas ruas de esmolas e de pequenos, médios e grandes delitos, sem escola, sem futuro, condenadas, mais cedo ou mais tarde, ao crime e/ou ao crack! Quantas mortes e quantos deficientes foram produzidos nas rodovias por falta de manutenção e de sinalização adequadas! Quanto já se gastou no SUS, na recuperação de pessoas acidentadas, no pagamento de pensões por invalidez.
Quanto dinheiro público já foi desperdiçado nas obras superfaturadas, nas execuções fajutas, nas medições fraudadas, nos pagamentos por serviços não executados!
Esse crime continuado contra o Brasil nunca foi devidamente investigado ou esclarecido e, pior, mesmo nos poucos casos em que um funcionário público recebeu alguma punição, nunca se viu um corruptor no banco dos réus, exceto recentemente no caso do mensalão e da Delta, mas nem o Cachoeira está preso, nem os corruptores banqueiros do mensalão estão. Talvez nunca estejam.
Esse caso da Siemens, que confessou a culpa, não pode ficar impune, mesmo que ela tenha feito um acordo, porque o acordo vale para esse caso, mas não há de se estender a todos os outros, nem as demais participantes podem se livrar disso impunemente. O povo já saiu as ruas, já disse que não quer mais aturar esse comportamento. Se for necessário voltaremos às ruas e dessa vez é para invadirmos os palácios, sim, e retirar deles, a tapa, aqueles venais, aqueles bandidos, que nos traem todos os dias.

País sério?

Façamos de conta que vivemos em um país sério. Uma revista de grande circulação, talvez a de maior tiragem do país, faz uma denúncia, não contra um João-Ninguém, mas contra, nem mais nem menos, um Ministro da Suprema Corte, vice-presidente dessa Corte, e que será o próximo presidente pelo sistema de rodízio adotado por ela. 
Dirão alguns críticos que essa revista é de direita, como se isso a desqualificasse de fazer reportagens ou denúncias. Precisamos, sim, numa democracia, de veículos e formadores de opinião de todas as tendências e correntes, portanto, perfeitamente legítimo que um órgão da mídioa, sejua de direita, de esquerda ou de centro.
Voltando ao tema: a revista faz uma denúncia que, se comprovada, vai manchar totalmente a reputação de um dos supremos juízes do país. Se comprovada, esse juiz teria que ser afastado de suas funções e receber a punição legal compatível com o tamanho da falta de decoro de sua atitude. Menos que isso é a desmoralização de todo um sistema. 
Portanto, depois da denúncia o que os agentes do Estado tem que fazer? Não resta outra coisa: apurar!
Se a denúncia não for comprovada, que se aja contra a revista e que ela receba a justa reprimenda pelo mal que terá causado à reputação de uma pessoa idônea. Caso contrário, a ação tem que ser contra esse juiz que exorbitou de suas funções e agiu contra o interesse do Estado e traiu o povo.
Isso tudo seria válido se fôssemos um país sério. Se não for levada adiante a apuração desses fatos e as consequências não se fizerem sentir, então podemos jogar a toalha de uma vez e dizer: o último que sair apague a luz do aeroporto!

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

A credibilidade no beleléu

Primeiro foi o endividamento, irresponsávelmente estimulado pelo governo Lula para melhorar o ânimo da população e garantir a eleição do poste. Esse endividamento da classe média veio a ter reflexos agora e, nas manifestações de rua de junho, ficou claro o mau-humor.
Depois veio o dragão da inflação devorando parte dos ganhos salariais; e agora é o desemprego a maior ameaça à tranquilidade e bem estar dos brasileiros.
A taxa de desemprego de junho alcançou 5,8%, mas nos setores de comércio e serviços, que representam mais de 70% do PIB no Brasil e mais de 75% dos empregos formais, o desemprego foi o mais alto desde a recessão de 2009. Mau sinal!
As famílias, já endividadas, ainda terão que enfrentar o desemprego. Não é um cenário otimista embora seja um cenário esperado desde quando, no final do governo Lula, toda a cautela e bom senso foram abandonados em nome da manutenção do partido no poder. Sacrificou-se, masi uma vez, o futuro por causa de interesses particulares.
E agora temos que nos submeter, até 2014,  a uma espécie de vaca louca no comando da economia, que atira a esmo medidas radicais sem nenhum plano diretor. Aliás, tudo indica que Dilma confunde planejamento com intervenção.
Não há planejamento, mas a mão pesada da gestora intervém abruptamente na economia a seu bel prazer. Manda baixar os juros na marra, mada subir os juros na marra. Manda intervir no câmbio porque a nossa moeda estaria supervalorizada, manda o BC intervir no câmbio porque está assustada com a desvalorização da moeda. Durma-se com um barulho desses!

A Ciência Econômica já não é uma ciência exata; e os fatores psicológicos, tais como a confiança do mercado e a credibilidade dos gestores, determinam muitos de seus resultados. Com esse exdrúxulo e arbitrário comando, a confiança no governo e sua credibilidade já foram para o beleléu há muito tempo. Isso está demonstrado pelo baixíssimo índice de investimentos no país. 
Agora, a outra ponta se junta. Com investimentos decrescentes, decresce a oferta de emprego, decresce a massa salarial e caem as vendas do comércio e de serviços ajudando a perpertuar o ciclo vivioso. Preparemo-nos!

Leia mais em:
http://www.valor.com.br/brasil/3226120/desemprego-em-servicos-e-o-mais-alto-desde-2009#ixzz2blSwRD1x

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Capitalismo sem risco

A Dilma lhe perguntou se você quer o trem-bala? Nem a mim. Imagino que nem a ninguém. Esse projeto megalomaníaco, que vai consumir 60 bilhões de reais, foi decidido por quem? Houve alguma discussão com a sociedade em algum dos foruns adequados para isso? Se houve, eu não vi.
Ao invés de torrar 60 bilhões em um transporte caro, elitista e que vai no máximo atender a 100 mil pessoas por dia, com 25 bilhões se resolveria a questão da mobilidade  urbana de 3 milhões de pessoas por dia  na região de Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, São Paulo, Rio, Goiânia, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza, tudo junto.
Ainda sobrariam 35 bilhões para serem investidos em outra obras de infra-estrutura absolutamente necessárias, como os transportes ferroviários de carga e os terminais portuários.
O governo ainda quer "vender" a ilusão que esse investimento no trem-bala é privado. Sim, é privado como tantos outros que se fazem nesse país. É privado como os do Eike Batista, ou seja, 70% do investimento vai sair do BNDES e o governo vai entrar diretamente com mais 10%.
Se você quiser ficar sócio terá que investir só 20% do volume do negócio. É muito bom ser sócio do governo porque além de todos os benefícios diretos e indiretos ainda não se corre risco algum. Ou alguém imagina que quando a realidade prevalecer, quando os prazos estourarem, o orçamento idem e o trem-bala começar a rodar já fazendo prejuízo atrás de prejuízo quem vai pagar a conta será o investidor privado alemão ou francês!
Quem acredita nisso acredita também nos contos da carochinha. Sabemos muito bem onde vai estourar essa conta, nos bolsos de uma população que já tem que trabalhar 4 meses por ano só para pagar os impostos.


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Força de trabalho desperdiçada

Acho que nunca-antes-neste-país se viu tanta incompetência aliada a tanta má-fé. É o pior dos mundos possíveis. Esses anos Dilma (pior ainda que os anos Lula) estão jogando fora uma oportunidade única de um salto de desenvolvimento do país, a oportunidade de usar o bônus demográfico, que dentro de 10/15 anos terá passado. É uma pena!
O que é o bonus demográfico? É aquela situação em que a maior parte da população não está nos extremos, mas no meio. Ou seja, a quantidade de jovens ainda improdutivos e a quantidade de velhos é menor que a quantidade de gente na idade produtiva, com plena capacidade. Isso não ocorre sempre, nem muito facilmente. Na Europa, assim como no Japão, a preponderância é de uma população idosa, que tem que ser mantida e que produz muito pouco ou nada. Isso é uma consequência do próprio desenvolvimento desses países. A longevidade aumentou e a taxa de natalidade caiu. Questão puramente matemática.
Em países não desenvolvidos o que se vê é o contrário: um grande contingente de crianças e jovens e um baixo contingente de velhos, devido à expectativa de vida mais baixa e grandes taxas de natalidade. Nesse caso a capacidade de produção é também baixa devido à preponderância de pessoas em fase de aprendizado e treinamento.
O Brasil está agora, no meio termo. A taxa de natalidade caiu bastante nas últimas décadas e a longevidade aumentou. Isso é bom. Na verdade isso é ótimo, se realmente aproveitarmos o momento, porque vai passar. O bônus demográfico não dura para sempre. Estamos caminhando para uma situação semelhante à da Europa. A diferença é que a Europa já construiu as bases de sua riqueza, a população é instruída, a produtividade é alta.
Aqui, infelizmente, temos um enorme deficit de educação e a nossa produtividade é baixa.Temos ainda que construir a nossa riqueza para o futuro e estamos perdendo tempo, com a economia patinando e a população envelhecendo sem melhorar o nível educacional. Portanto, ao caminharmos para o envelhecimento da população, estamos condenando a nós mesmos à velhice pobre e desassistida, como já podemos ver por aí em vários exemplos.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Perplexidade

Desde Freud sabemos que nem sempre o comportamento humanho obedece a uma lógica racional. Mesmo assim, fica difícil aceitar toda essa história do assassinato de uma família, seguida de suicídio, por um menino de 13 anos, que nunca havia demonstrado um comportamento anormal ou estranho, ou sequer agressivo.
Se isso é possível, ou seja, se, do nada, uma pessoa pode sair matando as outras, mesmo as mais queridas e mais próximas, como o pai, a mâe, a avó e tia, então não dá mesmo para confiar na espécie humana. 
Ou então, mesmo nós, os céticos mais emperdenidos, temos que admitir a possibilidade de ver ali uma manifestação do Mal em si, do Mal em estado puro. Pode ser.
Pode ser também que apelar para qualquer explicação metafísica seja apenas uma solução inventada para suprir a nossa deficiência de entendimento.
Precisamos entender a razão e a causa de tudo isso. Não pode ser apenas um ...aconteceu e pronto! 
Casos de pessoas que saem atirando a esmo não são incomuns, especialmente nas terras do grande irmão do norte, mas em todos esses casos, como até mesmo o da Noruega, há uma explicação: ou é doença mental, ou é paranóia político-religiosa, ou os dois ao mesmo tempo. Em todos esses casos o perpetrador da violência tem um histórico, algo na sua vida não ia bem, mesmo que pudesse ser disfarçado, mesmo que não fosse publico e notório.
Não parece ser o caso desse menino, Marcelo. Era um garoto aparentemente normal, convivia bem com os pais, não manifestava nenhum comportamento aberrante ou violento, a família parece que era bem estruturada. O que houve então? Onde está a falha? Sim, porque houve uma falha comportamental, houve uma falha biológica. Na natureza, filhos podem até matar os pais, por fome, por disputas de território, fora isso não é o que se vê. No caso da espécie humana, com sua inteligência, consciência e autoconhecimento, isso fica ainda mais difícil de ser aceito.
O que levou esse garoto a fazer isso? Precisamos entender não só para nos aceitarmos como uma espécie viável, mas também para sabermos como corrigir a falha, como prevenir ações aparentemente absurdas como essa. Senão, ficaremos como os gregos, inteiramente à mercê da loucura e do capricho dos deuses.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Jecas Tatus

Luis Felipe Pondé publica hoje um artigo excelente para a reflexão. Começa pela afirmação de que "todo mundo sabe que riqueza material não é apenas riqueza material". 
Essa proposição, tão pouco falada, é uma verdade incontestável; a riqueza material por si só pode não produzir riqueza moral ou cultural, mas é condição necessária e suficiente para que essas outras riquezas sejam produzidas. Como esperar altos padrões morais ou culturais onde se tem que lutar contra a fome, a doença e a desesperança? Não há sofisma que mude esse fato, por mais argumentos que estrebuche a esquerda "chic" da Academia.
Pondé nos lembra que o capitalismo, com seus valores liberais de igualdade perante a lei, democracia e liberdade econômica de empreender (em outras palavras, uma sociedade de mercado) é  a organização social e política que permite essa prosperidade, que não tem nada de egoísta ou individualista como querem fazer crer os seus detratores.
O Capitalismo na teoria é egoísta, mas na prática distribui riqueza; o Comunismo, na teoria é altruísta, mas na prática distribui miséria. Foi o que se viu até hoje na "realpolitik". O resto é bla-blá-blá.
A questão é puramente lógica. Onde não há riqueza não há o que distribuir. A sociedade brasileira tem que crescer, tem que se tornar adulta e assumir as rédeas de seu destino. Tem que parar de choramingar feito criança querendo milagres de cima para baixo, querendo que o Estado lhe dê uma teta para mamar. 
Ou trabalhamos para construir uma sociedade rica ou ficaremos, como Jecas-Tatus, sentados à beira do caminho e vendo desfilar diante de nós o progresso e a riqueza dos outros. Não há milagre. É só uma questão de decisão e trabalho.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Dois (bilhões) pra lá, dois pra cá.

São tantos bilhões pra lá, bilhões pra cá, que fica até difícil concluir: afinal há ou não há dinheiro? 
Num dia, Dilma libera 2 bilhões para os gastos eleitoreiros das emendas parlamentares, prometendo liberar mais 4 em setembro, mas há poucos dias tinha mandado cortar 10 bilhões no orçamento da União. Uma hora diz que a eliminação dos ministérios inúteis não vai trazer nenhuma economia, na outra obriga as forças armadas a reduzir um dia de trabalho por semana nas suas atividades, para economizar no café, no transporte e em outras miudezas. Será que as forças armadas gastam, só nesses itens, mais que os 25 ministérios inúteis gastam com pessoal e instalações, além, claro, do café, do transporte e outras miudezas? É uma pergunta que Eliane Cantanhêde faz hoje, na Folha e que fica no ar. 
Afinal, existe algum órgão na administração pública capaz de fazer essas contas e responder a essa pergunta? Se fosse em uma empresa privada, obviamente, as contas já teriam sido feitas. Mas, como se trata da coisa pública e, no Brasil, coisa pública significa coisa sem dono, a pergunta continuará sem resposta, como tantas outras.
É assim que o país vem sendo administrado. Sem método, sem avaliações, sem prestação de contas, sem critérios, aliás, o critério é um só, a lógica da reeleição. 
Tudo, absolutamente tudo, inclusive, o futuro da nação é sacrificado em nome da manutenção de um partido, uma facção, no poder.

Torra-se o nosso dinheiro em projetos mirabolantes que acabam em nada, como a transposição do S. Francisco, a ferrovia de integração oeste-leste (FIOL), do centro-oeste ao litoral da Bahia, que não avança porque uma estatal não consegue assentar os trilhos, parques eólicos no Nordeste, que não funcionam por falta de linhas de transmissão! E o governo ainda insiste em querer implantar o trem-bala (*), que melhor seria chamado de trem-"bola", pois é isso o que se procura: uma "bola", ou "bolada", para os políticos, especialmente em ano eleitoral.


(*) O trem-bala terá um custo de 33 bilhões, estimado pelo governo; ou 55 bilhões estimado pelos interessados)

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