domingo, 8 de março de 2020

Show Medicina

Aviso: Se não tiver estômago não leia esse post.

O Dr. Dráuzio Varella em seu recente show televisivo em uma penitenciária, ao se deparar com um(a) transexual e ao ficar sabendo que havia 8 anos o(a) transexual não recebia visitas sequer da família, emocionou-se e o(a) abraçou. Foi um momento Shirley Temple na Globo.

O "clima" criado na ocasião indicava que o(a) presidiário(a) teria sido abandonada(a) pela família por causa de sua sexualidade. O Dr. Dráuzio, então, com o abraço, deu uma estocada e uma lição de moral nos intolerantes. Tudo muito bonito e educativo na telinha.

Agora na vida real: o(a) presidiário, recluso por mais de 30 anos, estuprou algumas crianças de 3, 5, 7 anos de idade, tendo sido preso, julgado e condenado a essa pena, por ter estuprado e estrangulado uma criança de 9 anos, ter mantido o cadáver em sua sala por 2 dias (sabe-se lá por quê e para quê) e depois o jogado à porta do infeliz pai dessa infeliz criança.

O(a) transexual não recebe visitas da família, não é porque sejam pessoas frias, egoístas e sem sentimento; ao contrário, eles sentem vergonha e nojo pelo que ele(a) fez a essas criaturas indefesas.

Diante da reação negativa, Dr. Dráuzio apela para a santidade: estava lá como médico e não como juiz; e, como médico não pergunta a seus pacientes o que eles fizeram.

Muito bonito! Entretanto,...
1-Se o(a) transexual é paciente do Dr. Dráuzio, ele sequer poderia expô-lo(a)
assim na televisão. 
2-Como médico, o Dr. Dráuzio sabe que esse(a) presidiário(a) é um(a) psicopata irrecuperável.
3- Sabe também que há parentes dessas crianças sofrendo muito mais que sofre o psicopata (aliás os psicopatas não sentem empatia e portanto não sofrem por ninguém).

Mas essas pessoas não cometeram crimes, não estão presas, não tem portanto
direito ao abraço televisivo do médico Global.
Desculpe-me, Dr. Dráuzio, o senhor não estava lá como médico, estava lá, sim, como showman de um programa televisivo.


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