terça-feira, 12 de outubro de 2010

Quem é Dilma?

O tema da atual discussão sobre o aborto tornou-se o o assunto principal da campanha e, segundo o PT, está sendo explorado contra a Dilma por motivos meramente eleitoreiros.
Mas a culpa disso é do próprio PT e da candidata, que não definem claramente a sua posição. Se tivessem a coragem de assumir aquilo que está no programa do partido e esteve em ações de governo como a tentativa de aprovar o projeto de lei 1135, com certeza a discussão seria muito mais produtiva para ambas as partes: as que defendem e as que são contra o direito ao aborto. 

Ambas são politicamente legítimas numa democracia. O PT e  a Dilma têm o inegável direito de lutar por suas convicções, sejam elas quais forem. O que não têm, de maneira alguma, é o direito de mentir para o eleitor. O eleitor tem de saber, antes de votar, qual será o programa de governo e quais são as ideias que os candidatos defendem, para poder escolher livre e corretamente de acordo com seus valores pessoais. Quem não concordar com as ideias, que vote contra. Democracia é simples assim!

O que não pode ser feito é fingir que se vai fazer uma coisa, para, depois de eleitos, fazer outra. Isso se chama estelionato eleitoral. Rouba-se aqui do eleitor o seu voto, sendo isso ainda  mais grave num país onde uma grande parte da população é iletrada e mal informada.

Por não assumir uma posição clara, ou melhor, por assumir, às vésperas da eleição, uma posição oposta à que já assumiu em passado recente, a candidata do PT se vê enredada nessa discussão bizantina e já não sabe mais o que diz ou  faz. Recebe ataques da parcela mais conservadora do eleitorado, que não se convence de sua "sinceridade", e perde adeptos na ala chamada "progressista" que identifica um retrocesso em sua posição.

Esse problema de ambiguidade parece perseguir a  candidata. Começou pelo mestrado e doutorado inexistentes, que teria sido "apenas um mal-entendido". Depois pela foto no blog que. na verdade, era de Norma Bengell. Depois por declarações contraditórias com relação ao MST. Depois pelo polêmico programa de direitos humanos que foi assinado e "desassinado". Os mais emblemáticos foram o caso da Erenice (que era pessoa de inteira confiança, indicada para ser ministra que se transformou subitamente em mera ex-assessora) e o caso do aborto, posição difícil de se assumir politicamente, mas é isso que o eleitor quer ver e tem o direito de saber, como disse a revista Veja dessa semana: quem é afinal e o que pensa Dilma Roussef?

Um comentário:

  1. O PT está sendo vítima da sua própria arrogância e ambição.
    Para continuar no poder faz qualquer coisa.
    É isso que dá não ter coerência e uma plataforma de governo verdadeira.
    O segundo turno mostrará que nosso povo pode alterar o que já era considerado vencido.

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