sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O Natal com Hugo Chavez

Hoje, supostamente, era para se falar do Natal, de Paz, de Harmonia, mas não dá para ficar calado e passivo diante do que está acontecendo ao nosso lado, com os nossos irmãos venezuelanos. Hugo Chavez escancarou de vez a ditadura que mal conseguia disfarçar. Concedeu-se o direito de legislar por decreto por 18 meses. O projeto original era de 12, mas uma deputada mais realista que o rei propôs aumentar pra 18 meses e, (claro quem seria contra?), foi aprovado pela Assembléia Nacional.
Olhando a foto ao lado, os que tem um "pouco mais" de idade lembram-se de alguma coisa? Não parece repetição do mesmo velho e desgastado filme? só que com outros nomes e outros atores? Nesse país, há não muito tempo, tivemos a mesma luta; os "mesmos" estudantes sairam às ruas em protesto contra a ditadura militar e foram acompanhados pelos libertários de então: artistas, professores, intelectuais, pessoas da imprensa e até, pasmem, por gente que hoje se encontra ao lado de Chavez e sua nova velha ditadurazinha sulamericana.
Agora, entretanto, ao invés de levantarem sua voz em protesto, muitos "líderes",  libertários e progressistas em oposição à ditadura da época, se calam diante do absurdo que ocorre na Venezuela.
De uma figura como Lula, não se pode esperar mesmo muita coisa. Foi invenção de um general, o  Golbery do Couto e Silva, que o queria justamente para dividir a oposição à ditadura militar. O bruxo Golbery inventou o líder operário "confiável", assim como reinventou um PTB "de direita" com Ivete Vargas e tal. Hoje podemos dizer que o bruxo foi bem sucedido. Sua cria aí está, provando, para quem quer que seja, que o ex-líder operário pode ser tudo, menos oposição às ditaduras. Ao contrário, se tivesse encontrado um ambiente mais propício, uma democracia mais frágil, quem sabe? Não faltaram áulicos a insuflar idéias liberticidas, haja vista as várias tentativas de restaurar a censura, possibilitar um  terceiro mandato ou o tal Plano de "Direitos Humanos", tudo travestido sob a forma de uma democracia "popular" baseada nos índices de popularidade presidencial.
Agora que na Venezuela, fica tudo mais claro, talvez seja melhor para nós outros. Assim quem se calar ou defender a truculência chavista não terá desculpa alguma, estará assumindo a posição de inimigo da democracia.
Dá pena perceber que junto daqueles estudantes brasileiros, que sairam às ruas e tiveram a coragem de enfrentar a truculência militar no Brasil, havia tantos que só a queriam substituir por outra truculência.
Que haja Paz e Felicidade ao bravo povo venezuelano. Que busquem coragem e conforto na história, que nos mostra que todas as ditaduras tem um fim; e, quando os povos são corajosos, esses crápulas normalmente ainda pagam pelo que fizeram.

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