terça-feira, 5 de julho de 2016

O velho jogo acabou

Apesar de todas as evidências de que vivemos hoje em um novo país,  que a sociedade internalizou as mudanças de paradigma, que as redes sociais deram voz e vez a quem só podia sussurrar nos breus das tocas, a classe política ainda não se convenceu disso e insiste em nos oferecer mais do mesmo.

Seja o Cunha, seja o Renan, sejam magistrados como esse desembargador Ivan Athiê, todos pretendem continuar jogando  o mesmo velho jogo que muito bem conhecem e muito bem manipulam, mas não dá mais. O jogo agora é outro e outras são as regras.

O jogo agora que vale é o que está sendo proposto pela força-tarefa de Curitiba, pelo juiz Sérgio Moro, pelos jovens membros do Ministério Público, pela Polícia Federal. Essas são as novas regras, não adianta espernear na tentativa de reverter à situação anterior. Isso só demonstra que a classe política tem dificuldade de entender o país, de entender o que querem os seus "representados", e que se afasta cada vez mais da população. As consequências podem ser desastrosas.

Quando a classe política tradicional perde contato com o povo que deveria representar,  abre-se um vácuo de representatividade. Como na natureza não existe vácuo permanente, essa função será logo preenchida por um grupo, ou mesmo uma pessoa, que se apresente ao povo como um novo e legítimo representante. Aventureiros com carisma se prestam logo a esse papel, especialmente aqueles que, por não fazerem parte de "tudo isso que aí está" chegam com um discurso "novo" e afinado com os medos, os anseios e as frustrações nacionais.
Medos, anseios e frustrações é o que não falta ao Brasil de hoje e a manipulação dessas emoções pode levar o país a embarcar em mais uma experiência totalitária. Os Jaires Bolsonaros por aí estão arrebanhando cada vez mais adeptos. Podem ainda ser poucos. Podem muitos não declararem envergonhadamente esse apoio, mas isso já ocorreu em outros países, não custa lembrar e uma vez presentes as condições, forma-se uma avalanche cujo efeito manada fica impossível de ser controlado.

Em outras palavras, a democracia é um sistema frágil, que exige muito compromisso e responsabilidade dos agentes políticos, o que, infelizmente, tem faltado reiteradas vezes no Brasil. O velho jogo acabou. É preciso que esses agentes políticos se convençam disso o mais rápido possível para que a sociedade possa ser ver representada na liderança deles. Caso contrário a sociedade vai procurar por outro tipo de liderança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja bem vindo! Deixe aqui seu comentário:

Seguidores do Blog

No Twitter:

Wikipedia

Resultados da pesquisa