sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O fantasma do ex

Não é o meu caso, mas quem já se divorciou sabe que a ex, ou o ex, nunca deixa de assombrar. E gosta de aparecer nas horas mais impróprias, geralmente para deixar o ex-parceiro em uma situação embaraçosa quando não é para pedir dinheiro ou aprontar algum barraco.
Pois bem o "nosso" ex-presidente, como era de se esperar, já começou esse comportamento de ex inconformado. Resolveu deitar falação no Forum Social criticando desde as centrais sindicais até o governo Mubarak. A questão nem é se as criticas são fundamentadas ou corretas, a questão é de elegância e de comportamento ético diante de um governo que apenas começa e cuja sucessora foi ele próprio que moveu mundos e fundos (e que fundos!) para eleger. O governo constituído e democraticamente eleito (embora sem o meu voto) está aí para isso. Cabe ao governo discutir ou negociar com as centrais sindicais e principalmente na questão da política externa em que o governo tem o dever de conduzir, visando o interesse estratégico e a segurança nacional. Não fica bem e só constrangimentos pode trazer o fato de um ex-presidente ficar dandos pitacos nessa área. Um ex-presidente é um cidadão comum e como tal pode e deve se comportar, o que inclui ficar no anonimato. Pode ter, obviamente, suas opiniões pessoais mas não deveria externá-las assim em fórum público mundial pois não é como cidadão comum que ali foi chamado, mas apenas por ter, há tão pouco tempo, tido acesso aos meandros e negociações  do poder político mundial.
Deveria calar-se em respeito ao país que governou. Deveria calar-se me respeito à sucessora que ajudou a eleger. Deveria calar-se em respeito à própria biografia, se respeito tivesse dela, ao menos para não cair em contradição com o que sempre pregou.
É assim que quer dar exemplo de como se deve comportar em ex-presidente? Lula,tenha um pouco de humildade (palavra estranha no seu dicionário) e aprenda algumas lições de elegância com Fernando Henrique.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A conta já começou a chegar

Já sabemos que a inflação está ficando sem controle. E, pior, a conta fica mais cara nos gêneros de primeira necessidade, ou seja, como sempre é mais danosa para quem tem menos recursos.
Agora voltam os apagões. Primeiro no nordeste e agora em São Paulo. É claro que as autoridades de plantão tem mil e uma explicações. É claro que não são apagões, mas "apenas" interrupções temporárias de energia, como disse o inefável ministro Lobão. Do mesmo modo se poderia dizer das quase 900 vítimas da região serrana fluminense. Não são mortos, são pessoas com interrupção definitiva dos processos vitais. Belos eufemismos que não escondem a dura realidade dos que sofrem. Não é privilégio do PT e seus asseclas governar com incompetência de mãos dadas com a corrupção. Infelizmente a história do Brasil está cheia desses maus exemplos. Mas o que o governo petista fez de excepcional foi conseguir elevar isso ao estado da arte e ainda tentar tampar o sol com as peneiras mais furadas da ideologia.
Um militante é um ser fundamentalista. Não enxerga a realidade, mas apenas aquilo que o partido lhe diz para ver.
O único problema é que a realidade é teimosa e insiste em se infiltrar no mundo de faz-de-conta criado nessa nossa pobre quase-república. E já vem mostrando as garras, mais cedo do que se esperava. O dragão da inflação, devorando salários e aposentadorias, e destruindo sonhos de consumo. Daqui a pouco a classe C vai ser submergida novamente e vai gritar porque ninguém gosta de andar para trás. O apagão destruindo produtividades, produzindo mais caos urbano, decrescendo a qualidade da vida urbana só servirá de mais um fator de estresse. A partir daí, tolerância zero com os desmandos e roubalheira. Aí veremos se a gerenta presidenta é competenta ou não. Infelizmente não dá mais para acreditar em contos da carochinha: dragões, três porquinhos e Lobão só são bonitinhos nos filmes da Disney. Na verdade são tão feios quanto a bruxa mor.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Governo é governo, oposição é oposição

Esse título faz um plágio do bandido Lúcio Flávio, do tempo em que "bandido era bandido e polícia era polícia". Pois bem, lê-se no blog do PSDB (aqui) que vão fazer oposição. Grande novidade, pois a quem perde eleição não resta outra coisa a fazer, ou então, deve abandonar a política.
Ainda afirmam, porém, que vão fazer uma oposição não destrutiva.Não sei porque insistem tanto em destacar que não fazem oposição destrutiva. Oposição é oposição, não precisa de adjetivos. Quem se opõe é porque não concorda com o programa, ou atos, de quem está na situação. Quem faz oposição o deve fazer consciente de que tem melhores idéias, melhores soluções; e isso não é ser destrutivo, muito antes pelo contrário. Esse é o papel natural da oposição em um regime democrático de uma sociedade civilizada. Não entendo então porque essa insistência em dizer que a oposição não será destrutiva. Parece um pedido de desculpas antecipado. <<Olha, eu vou fazer oposição, mas não se preocupem, vai ser uma oposição "de leve", sem pisar no calo e pedindo licença antes de falar, viu?>>

Vá bem que nossa cultura privilegia o eufemismo em vez da franqueza. Verdades ditas na bucha são consideradas falta de polidez. Mesmo assim, é ser subserviente demais para assumir o papel que lhe foi destinado pelas urnas. O que os eleitores-que-não-votaram-no-governo querem não é uma oposiçãozinha meia-boca. Isso não é ser golpista, não é ser preconceituoso, não é ser nada, é exercer um direito e um dever constitucional.  O que esse eleitor quer é ser representado no Congresso. É ter uma voz que fale por si e não uma que faça oposição consentida como se vivêssemos em uma ditadura. 
Chega de pusilanimidade! Assuma o seu papel histórico PSDB, ou estará ajudando a desconstruir a democracia nesse país. E tem gente que a quer ver destruída, para se implantar o seu projeto de stalinismo tupiniquim.

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