quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Tutela do trabalhador

O lulismo foi a maior praga política que já apareceu no Brasil, depois do getulismo. Desse último, restou esse sistema paternalista atrasado que privilegia supostos direitos e o compadrio ao invés da eficiência e do mérito. Está tudo sacramentado nessa excrescência anacrônica que é a CLT e da qual levaremos ainda muto tempo para nos livrar. Enquanto isso vai o país andando um passo para frente e dois para trás.
Dirão os raivosos sindicalistas que a CLT é intocável porque protege direitos do trabalhador. Essa é uma das grandes balelas na qual a oligarquia sindical faz o povão acreditar. O que preserva direitos do trabalhador é a existência, em primeiro lugar, do trabalho! Em seguida, a eficiência com que esse trabalho é feito, o que significa produtividade e, portanto, possibilita aumentos reais de salário.  Fora disso o resto é conversa fiada!
A produtividade brasileira é das mais baixas no mundo. Isso, aliado a uma estúpida burocracia e a uma carga tributária anormal, faz com que o que se produz aqui seja duas ou três vezes mais caro do que o que se produz em países mais competitivos. Nesses países, o mesmo trabalhador que produz o bem, pode comprá-lo com muito menos horas de trabalho que no Brasil. 
Exemplos: um iphone 6, que custa no Brasil por volta de 3400 reais, requer 170 horas de trabalho de uma pessoa que ganhe 4400 reais líquidos por mês. Um trabalhador americano, que ganhe 10 dólares por hora (um salário relativamente baixo para os padrões de lá) precisa de apenas 55 horas de trabalho para adquirir o mesmo aparelho, que custa cerca de 550 dólares.
Uma das explicações para essa diferença de salário e de custo dos bens é a tal lei que "protege" os direitos dos trabalhadores. Nos EUA não existe essa "proteção". Lá os trabalhadores estão à mercê da própria sorte (e da própria competência) e não há um Estado tutor e regulador a "protegê-los". Deve ser por isso que tanta gente burla até a lei de imigração para tentar trabalhar lá, inclusive muitos brasileiros. Essa gente deve ser masoquista e gostar de sofrer, senão como explicar que abandonam um Estado com uma CLT tão protetora para ir parar nesse país capitalista impiedoso?

Está ficando cada vez mais claro para o povo brasileiro que essa conversa toda é apenas uma lorota. A derrubada da CLT só não interessa aos pelegos sindicalistas e ao governo populista que vive parasitando esse mesmo sindicalismo. Esses caras, uma vez chegados ao poder dentro sindicato, nunca mais saem e fazem o mesmo que Lula sempre fez. Deixam de trabalhar e vão, pelo resto de suas vidas, usufruir do dinheiro dos pobres trabalhadores que eles dizem representar e defender.
O que fazem em defesa desses trabalhadores? Nada! Amaior parte dos trabalhadores brasileiros nunca sequer viu a cara, ou sabe o nome, do sindicalista que os "representa". E são obrigados por lei, sejam sindicalizados ou não, gostem ou não, queiram ou não, a "doar" um dia de seu trabalho por ano a um sindicato, que não os representa e que nada fará por eles.
Já passamos da hora de acabarmos com esse paternalismo corrupto e corruptor. Está na hora de nos tornarmos um povo adulto, responsável por si mesmo, que decide o seu destino em todas as áreas, públicas ou privadas, sem precisar de tutores, nem guias.





segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Escombros

Caia ou não caia, de imediato, essa presidenta que não governa, uma coisa é certa: esse modelo político acabou. Chega! O corporativismo, o fisiologismo, a privatização do Estado, tudo isso levou o Brasil à falência e agora o ciclo se fecha. Acabou. Game over.
Pelo menos o PT, ainda que involuntariamente, fez esse benefício ao país: mergulhou tão fundo e tão afoitamente no modelo que condenava, quando ainda era oposição, que fez o próprio modelo se esgotar. Gastou o que podia e o que não podia com benefícios exclusivos, privilegiando determinados grupos econômicos, para se beneficiar do dinheiro que esses agentes movimentavam e desviavam dos cofres públicos.
A história de terror do BNDES ainda está para ser contada, mas já se sabe hoje que o maior volume das pedaladas foi feito para manter o Bolsa-empresário. Nada, nada, foram 50 bilhões de subsídios doados pelo BNDES às empresas, portanto não foi o Bolsa-Família que provocou o rombo.
O pior para nós é que não há solução simples, nem de curto prazo. O imbroglio
é tal que qualquer solução é de difícil implementação. Aumentar os impostos não será facilmente deglutível pela população. Cortar gastos é coisa que governo nenhum consegue fazer, nem mesmo quando é competente.
A inflação, apesar da recessão, persiste em subir para a casa dos dois dígitos sem dar trégua. A taxa de juros foi aumentada para reduzir o crescimento econômico e diminuir a inflação. O crescimento econômico já está negativo e a taxa de juros não pode mais ser elevada, senão provoca mais... inflação! Além de provocar mais déficit.
O real desvalorizado, junto com a taxa exorbitante de juros, deveria estimular investimentos externos, mas esses investimentos não vêm porque ninguém confia nesse governo.
O governo nem fica, nem cai e o destino do país que se dane. A luta entre Dilma e Eduardo Cunha dá empate técnico e, por isso mesmo não nos leva a lugar algum.
Todos esses sinais já deveriam ter deixado bem claro que a festa acabou. Não há dinheiro, não haverá dinheiro e a recuperação econômica será lenta. Está na hora de esses atores saírem do palco e deixar espaço para outra gente, com outros valores, como outro modelo de governança. Esses atores ainda são desconhecidos por nós, mas existem. Estão se formando, se preparando e já está passando da hora de assumirem o papel político que é dado a toda juventude que se preocupa com o seu país. Esses jovens promotores do Ministério Público, por exemplo, são dessa casta, dessa geração.
É uma turma que está hoje entre os 30 e os 40 anos, bem formada, inteligente e não cooptada pelo lamaçal da política tradicional. É gente que foi criada com outros valores, que respeita a diversidade, que se preocupa com o meio ambiente, com o direito do outro, com a submissão de todos à lei. É uma classe que pode dar um "reset" nessa nossa famigerada república e reinstaurá-la em bases verdadeiramente democráticas, onde o direito de todos e o interesse público sejam prevalentes, onde não haja espaço político para Malufs, Renans, Cunhas, Barbalhos, Collors, Lulas e Dilmas.
Uma república assim pode nascer desses escombros políticos, mas para isso esses escombros tem que ser varridos do mapa. Compete a nós varrê-los.


sábado, 17 de outubro de 2015

Anarquia

Nem em 1964, um dos piores momentos políticos da nossa história, o Brasil passou por uma situação semelhante. Temos uma presidente, que acabou de tomar posse e já não governa, um congresso destrambelhado e sem comando que não sabe se tira a presidente ou se a deixa governar, um poder Judiciário constitucionalmente apolítico, que a toda hora intervém na política, ditando normas ou mudando-as ao sabor dos interesses de um lado ou de outro, os partidos governistas (PT e PMDB) fazem oposição ao governo que apoiam.
Ou seja, apesar de haver quem diga que as instituições estão fortalecidas e funcionando, isso é conversa para boi dormir. Não há nada no país que esteja, institucionalmente, funcionando como deveria.
O que há é um estado caótico na política e na economia. Não há liderança em nenhuma das duas áreas e, portanto, o país não anda para lado nenhum. As maiores empresas do país, públicas e privadas, estão envolvidas em um mar de lama de corrupção, consequentemente qualquer liderança empresarial é vista com descrédito. Uma das lideranças empresariais, por exemplo, o Sr. Johanpeter Gerdau (isso é uma constatação, não uma acusação) fazia parte do Conselho de Administração da Petrobras quando esse Conselho aprovou a compra da usina de Pasadena. Não houve voto seu contrário à transação. Então cabe a pergunta: se isso ocorresse em um empresa do grupo Gerdau, o Sr. Johanpeter teria aprovado essa compra? Se a resposta for sim, chegamos à conclusão de que o sucesso do grupo Gerdau se deu por acaso e não por conta de uma gestão competente. Se a resposta for não, pode-se concluir que o cuidado e a eficiência do Sr. Gerdau na gestão de suas empresas privadas são negligenciados quando se trata de gerir uma empresa pública. Nenhuma das alternativas, fala a favor de uma liderança empresarial desse tipo. Não cabe aqui mencionar sequer uma hipotética liderança de um Odebrecht ou um Mendes ou um Ricardo Pessoa, porque seria o absurdo do cinismo.
Na área política já vimos que nem a oposição-situação, nem a oposição-oposição assumem seu papel. Quando se trata de combater o ajuste econômico o PT é mais oposição que a oposição. Quando se trata de promover o impeachment da presidente baseado em mais que evidências de malversação e desrespeito ás leis, o PSDB se esconde e quem tem que liderar o processo é um respeitável cidadão, que entretanto não exerce cargo político algum, como é o caso do Dr. Hélio Bicudo.
"Não há vácuo na política", diz um velho ditado. Quando esse vácuo começa a se estabelecer, logo ele é ocupado pela primeira liderança, boa ou má, patriótica ou interesseira, que apareça. Isso é um perigo. Já vimos as consequências nefastas em outros países, da Alemanha ao Oriente Médio.
Estamos em um momento crítico e não sabemos resolvê-lo. A anarquia já está instalada. O caos econômico só vai piorar se não houver uma solução política rápida. Até quando esse país aguentará sem que haja uma explosão social? Parece que os políticos querem saber qual é esse limite.


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