domingo, 15 de janeiro de 2017

Pura demagogia

"A gente está colhendo o que foi plantado há muito tempo. Vocês ficam revoltados porque um jovem de 25 anos foi preso? Quem é o culpado pelo jovem preso? O que deram de oportunidade quando ele tinha sete ou nove anos? Se eu não dou educação, oportunidade para trabalhar, essa pessoa vai fazer o que na vida?", questionou Lula em discurso recente.

Lula é um mistificador. Isso já sabemos. O problema é que ele ainda pode enganar uma parte do povo. Ninguém vai fazer as contas, pois se fizesse constataria que esse jovem de 25 anos, nasceu em 1992, tinha 11 anos em 2003, quando Lula era o presidente da República. Esse mesmo jovem tornou-se adolescente e jovem adulto, sem educação e sem oportunidade de trabalhar e foi cooptado pela criminalidade, em pleno "reinado" petista, que nada fez para mudar a realidade "desse jovem".

É revoltante que a mídia continue propalando as mentiras e os estratagemas desse notório ladrão de dinheiro público, sem questionar nada. Nem mesmo fazer uma continha de aritmética para demonstrar que esse chefe mafioso só pode estar falando mal de seu próprio governo.

Lula joga coisas assim ao ar. Acusa, sem dizer o nome dos acusados e muitas vezes "cola", como se ele fosse realmente um defensor dos desvalidos, entre as pessoas mais simples. Entre os domesticados pela ideologia do partido não se vai esperar uma atitude dessas. Quem pode esclarecer as coisas para o povão, ou é a imprensa independente, ou os partidos que se contrapõem ao populismo petista. Mas, ao que tudo indica, esses partidos estão ocupados demais com seus próprios problemas para "perder" tempo com essas coisas.

Depois, todos se espantam com a perda de representatividade da atividade política! Os partidos tradicionais não falam com o povo, portanto sobra lugar para os demagogos que falam qualquer coisa que o povo queira ouvir. Está aí o exemplo do Trump. Após o desastre não adianta chorar.

Felizmente, no caso de Lula, sua candidatura só pode ser uma brincadeira de mal gosto. Ele (e todo mundo) sabe que não escapa da cadeia em 2017. Essa pretensa candidatura é apenas mais uma tentativa de emprestar cores políticas inexistentes ao fato iminente de sua prisão. Mas não deixa de ser um motivo para reflexão dos líderes políticos ainda existentes: se Lula pudesse ser candidato em 2018, será que não faria um estrago?

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

A droga do poder

O Brasil, que trabalha e paga impostos, vive hoje espremido entre duas forças: o crime organizado do tráfico de drogas e o crime organizado do tráfico de poder. 
A droga do poder e o poder da droga são equivalentes. Um é a imagem especular do outro e se complementam, até mesmo se confundem em determinadas circunstâncias: lembremo-nos do helicóptero pertencente a um senador e que foi interceptado com 400 quilos de cocaína.

No meio, estamos nós, indefesos, submetidos ao medo e à insegurança todos os dias. Vivemos em Aleppos, em um país há muito conflagrado e que, cada vez mais, vai perdendo as condições de civilidade, submetidos a um Estado que se desmantela a olhos vistos e vai se tornando uma terra de ninguém, onde o que impera é a lei do mais forte. É a barbárie se aproximando de nós.

O psicanalista Carl Gustav Jung disse que a civilização é apenas um verniz em cima da barbárie e que, basta um pequeno relaxamento no controle, para que esse verniz se desfaça e a barbárie venha a tona com todo o seu horror. Hoje vivemos sob essa ameaça. Os bárbaros estão ali, do outro lado, espreitando. O muro que os detinha está se despedaçando e logo, logo, a seguir nesse passo, serão eles que ditarão as regras. Já o fazem nos territórios atuais de seu domínio, como nos morros e nos presídios. O Estado não tem condições de os enfrentar, mal dá conta de si mesmo, um Leviatã que só aumenta de tamanho e de voracidade para não fazer nada além de se alimentar do trabalho dos outros.

Onde vamos parar? Na verdade, tudo é urgente no Brasil. Tudo requer conserto imediato e o conserto de uma área depende do bom funcionamento de outra. Nunca se imaginou que pudéssemos chegar a uma situação dessa. Mas chegamos. Agora, como uma nação em guerra, não há outra possibilidade que não a de encontrar uma saída e começar a reconstrução do zero. Remendos não valem. Tem que ser reconstrução mesmo, do zero.

domingo, 8 de janeiro de 2017

A força das facções

Segundo a PF, com o tempo e a "experiência" de Carnaúba e Zé Roberto, a FDN desenvolveu um "modus operandi " próprio para transporte de grandes cargas de drogas, que inclui a utilização de embarcações, armas de grosso calibre e adoção de medidas de contra inteligência.  Esse é um trecho da decisão do STJ que suspendeu a desembargadora Encarnação das Graças de suas funções por suposta ligação com a facção criminosa FDN.

O que chama atenção nesse texto é a admissão de que uma organização criminosa, cujos membros tem escolaridade mínima e mal conseguem se expressar na língua pátria, é capaz de se organizar de uma forma tal que faz frente e supera, na maioria das vezes, a organização do Estado! Eles desenvolveram medidas de contra-inteligência! Espionam a própria Polícia Federal. Tem, como empregados, advogados atuantes e conexões, como se viu até agora, com juízes e ao menos uma desembargadora! 

Salve-se quem puder! A sensação é que estamos perdidos e de que não haja mais solução para esse país. Se a "coisa" chegou a esse ponto, o que podemos esperar? Por um milagre que, de repente, o aparato estatal comece a funcionar e consiga desbaratar essas quadrilhas que mandam e desmandam nas penitenciárias? Ou que o aparato estatal deixe, de repente, de servir a outras quadrilhas, as de cima, para se dedicar a combater as quadrilhas de baixo. São por esses milagres que esperamos?

Infelizmente o mais provável é que a força e a organização dessas facções cresça cada mais e passem a dominar outros setores, como, por exemplo, o poder legisltivo e o próprio judiciário. Nem é preciso mencionar a polícia, porque essa já não conta, já está cooptada e dominada. A infiltração no judiciário é um passo lógico na estratégia dessas organizações. O exemplo de como se dá essa infiltração é o caso da desembargadora Encarnação das Graças. Obviamente ninguém é ingênuo o bastante para acreditar que essa desembargadora seja a única pessoa cooptada no judiciário por uma facção criminosa.

O maior problema entretanto é que a corrupção generalizada produz um ambiente extremamente propício para o crescimento de outras organizações criminosas e consequentemente extremamente adverso ao seu combate. Como sempre, a corrupção é a mãe de todos os males. 

Solução sempre haverá, o que não sabemos é se ainda há solução dentro de um sistema democrático de direito.  

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