sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Algoritmos

Ah, os algoritmos! Como são misteriosos os caminhos que levam aos algoritmos do mundo dos bits. Nessa Matrix qualquer coisa pode acontecer! A realidade é plasmada exatamente pelos bits e bytes. Basta um deles fora do lugar  e tudo muda. Para o bem ou para o mal.

Um algoritmo pode, por exemplo, inverter o resultado de uma eleição, e se os votos são também fumaça virtual, como se há de conferir? Fica valendo, para todo o sempre, o resultado proclamado pelo algoritmo. 
É mais ou menos como a eleição papal. Só que lá eles ainda votam no papel e os queimam ao final, tenha havido, ou não, um papa eleito. É a tal da fumacinha negra, fumacinha branca. Os nossos votos aqui,  já são fumaça no momento em que são "colocados" na urna, nem precisam ser queimados. 

Ontem a nação inteira ficou sabendo que o sorteio do relator da Lava Jato, não foi bem um sorteio. Diga-se de passagem que o resultado até que foi bom. Foi o melhor possível considerando a situação e as alternativas! Mas a questão, que se discute aqui não, é essa. O que se discute é que diabo de algoritmo é esse que "faz" o sorteio, pesando prós e contras, ponderando as chances e depois dispara em nossa direção o nome do "ganhador". 

Não dava para ser um sorteio mais tradicional, com algumas bolinhas numeradas por exemplo, rolando dentro de uma gaiola esférica e toda a nação acompanhando e torcendo? Cada ministro, por exemplo, receberia um número com 5 ou 8 dígitos, que iriam "saindo" um a um, da gaiola, para ficar mais emocionante! 
Ou então, as bolinhas teriam os nomes dos "candidatos" e o sorteio seria por eliminação. Quem ficasse por último seria o escolhido, bem ao estilo de "os últimos serão os primeiros"!

O que fica estranho é essa coisa toda de algoritmo, que ninguém sabe bem o que é, e quem sabe não confia. O processo é invisível, fica lá dentro da máquina, do computador, e temos que acreditar que tudo foi limpo e honesto e seguiu estritamente as regras da imparcialidade. Queria ver se esse tal algoritmo tivesse sorteado um Lewandowski para relator. O país estaria pegando fogo agora.


terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Cármen Lúcia e o jogo de azar

Os jogos de azar são hipocritamente proibidos no Brasil, embora o Estado tupiniquim seja o maior patrocinador deles através da "Nossa" Caixa e milhares de brasileiros, pobres principalmente, arrisquem seus caraminguás todas as semanas em busca do Eldorado!

Pois, por ironia do destino e confirmação de nossa índole, o futuro da Lava Jato na Suprema Corte do país está dependendo simplesmente... da sorte ou do azar, dependendo do ponto de vista! O novo relator do processo jurídico mais importante da nossa história será escolhido por sorteio! É espantoso e é muito azar nosso, ou melhor, somos um país projetado para não dar certo.

Um sorteio! É isso que vai definir se o relatório cairá nas mãos de um Lewandowski, ou de um Dias Tóffoli, e não nas de um Celso de Mello ou de um Edson Facchin, ou até mesmo nas mãos de um Gilmar Mendes.


Mas é o regimento do Supremo, dirão alguns! Pois que se exploda o regimento! O que está em jogo é o interesse e o futuro da nação! Se até as Constituições são mudadas ao sabor de interesses, nem sempre confessáveis, por que não se pode mudar um regimento interno de uma instituição?

Somos o país da letra morta! O que está escrito só vale quando o poderoso de plantão quer que valha. Recentemente tivemos um belo exemplo disso quando o então presidente desse mesmo Supremo violentou a Constituição ao fatiar a pena da ex-presidente admitindo que ela retivesse os direitos políticos ao arrepio do texto constitucional.  E ficou por isso mesmo! Se alguns dos seus togados colegas teve pruridos, coçou-se em silêncio! 

O caso de Renan Calheiros, que também afrontou uma decisão de um ministro dessa mesma Corte, e os demais lhe deram cobertura, com o aval e a "costura" de um acordo vergonhoso, conduzido pela própria presidente da instituição! A mesma presidente que agora vem abanando esse Regimento em nossa direção para dizer que o nosso futuro será decidido por sorteio!

Pelamordedeus, Cármen Lúcia! Tome uma decisão corajosa ao menos uma vez na sua carreira e entre para a história designando um novo relator que seja um ministro sob o qual não pese nenhuma suspeita de parcialidade, a tal da reputação ilibada, lembra-se?

Se cair com Lewandowski, ou com Dias Tóffoli, será a desmoralização Suprema! Esse é o risco ao qual dona Cármen está querendo nos submeter. 

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Eike e a teoria dos jogos

Não deve ser fácil um camarada ser bilionário, o mais rico do país, estar entre os mais ricos do mundo e, de repente, ver o mundo desabar a seus pés e ir parar em Bangu!
Eike Batista exibia, entretanto, tranquilidade ao embarcar em NY rumo à prisão no Brasil. Tranquilidade ou frieza, não se sabe. O fato é que disse enigmaticamente que "está na hora de passar as coisas a limpo". E está mesmo! Aliás, já passou da hora.

O país não quer mais, o país não aguenta mais, o país não aceita mais, como natural ou inevitável, essa roubalheira dos cofres públicos. Cansamo-nos. Mas parece que a classe política ainda não assimilou muito bem essa nova realidade. Eike, no entanto, como empresário e como apostador que é, já sabe que perdeu e que não adianta espernear. Faz parte. Uma hora se ganha, outra hora se perde. O que ele vai tentar agora é minimizar o prejuízo. Aplicar um programa de redução de danos. E isso passa pela delação, que não será uma delação renitente como a de Marcelo Odebrecht. Marcelo sempre foi rico, já nasceu bilionário, acostumou-se a mandar e ser obedecido. Por isso, cedeu com relutância, fazendo cara feia. Entregou o que tinha que entregar a conta-gotas e a contragosto.

Eike é diferente. Nunca foi pobre, mas também não era bilionário. Seu pai foi um grande executivo, diretor da Vale, mas, ainda assim, um empregado corporativo e,  mineiro de Nova Era, sempre teve um perfil matreiro, cauteloso e discreto. Da mãe, alemã, Eike deve ter herdado a disciplina e, talvez, a frieza (ou fleugma) com que joga as cartas que recebe. Para Eike tudo é um jogo, inclusive a delação. A PF mexe as peças de lá e ele mexe as peças de cá. Avalia os riscos, os prós e os contras e entrega, sem pestanejar, o que tiver que entregar para salvar a si e o que puder salvar de suas organizações. 

Portanto, podemos esperar lances emocionantes nessa fase da partida em que já se sabe que o Ministério Público  (e o povo brasileiro) sairão ganhando. É impossível ganhar da banca! Resta a cada um dos jogadores tentar diminuir seus próprios prejuízos, aumentando os dos demais, seus colegas (ou comparsas).


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