sábado, 27 de maio de 2017

Coisas do passado: Bandidos e mocinhos

Houve uma época em que a gente sabia quem era bandido, quem era mocinho. Não só no cinema ou na TV, mas também na chamada "vida real".
As coisas começaram a complicar quando Lúcio Flávio, bandido carioca do anos 70, assaltante de bancos e joalherias, teve de reafirmar: "Polícia é polícia, bandido é bandido".
Isso era um sinal de que as coisas estavam se misturando. Daí pra frente, só piorou.

Hoje, nem no governo, nem na oposição, nem no executivo, nem no legislativo, nem no judiciário, podemos dizer com certeza quem é bandido e quem não é.
Parafraseando a energúmena: não se pode dizer quem é bandido, quem não é. Todos são inocentes e todos são bandidos. Enfim, todos vão roubar e o povo é quem vai perder.

Pois foi agora, em março de 2017, depois do impeachment, em plena Lava Jato, estavam esses bandidos confabulando, não só para destruirem a operação de limpeza, mas para continuarem acertando as contas entre si, comprando segredos, pagando por crimes pretéritos, ajustando crimes futuros. Inacreditável!

De repente, descobrimos que não há opção política! São todos, todos, ladrões. E diante dessa situação nos perguntamos como é que ficam as instituições? Vamos tê-las oficialmente comandadas por criminosos, ou, na melhor das hipóteses, suspeitos?
Na presidência da República já está sentado um deles. Na presidência do Senado e da Câmara, outros. Dentro do Supremo Tribunal, vários. Nos demais tribunais e outras instâncias, já há até gente presa. O principal líder do PT, réu em 6 processos. O principal líder do maior partido de oposição ao PT, destruído politicamente.

Quem sobra? Quem (ainda) não se maculou por ser recente na atividade política, como João Dória. Esperemos que se mantenha assim!
Ou quem sempre foi um "outsider" como Jair Bolsonaro.

A esse ponto chegamos, pela irresponsabilidade e pela ganância desses filhos da puta! Não há outra palavra para definí-los.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Quebra de decoro

É até ridículo o parlamento brasileiro falar em quebra de decoro! Se o decoro fosse assim tão importante, Aécio Neves já estaria cassado. Ou não foi quebra de decoro ele ter dito a Joesley que o seu "boy" para a coleta da grana "tem que ser um que a gente mata ele antes de delatar".

Que conversa de mafioso é essa? Além do mais, o tal do Fred (Frederico Pacheco de Menezes, que está preso) é, nada mais, nada menos, que seu primo! É filho da prima de sua mãe. Foi diretor de Gestão Empresarial na Cemig, até 2015.

isso indica que a Cemig também deve ser investigada. Afinal já suspeitas de uma relação mal explicada, de compra e venda de ações, entre a Andrade Gutierrez e a Cemig, pelas quais a construtora teria ganho muito dinheiro, em detrimento da estatal. Vamos ver se o Ministério Público em Minas toma a iniciativa de investigar e se há algum juiz com coragem de levar a investigação à frente, com isenção, como faz o juiz Sergio Moro em Curitiba.

Está na hora de abrir a caixa preta da administração tucana em Minas e por em pratos limpos essas histórias, a do aeroporto em Cláudio, a das propinas da Cidade Administrativa e da Linha Verde, e outras mais, que surgirem no horizonte. Minas não pode ser um feudo de ninguém. Nem dos petistas, nem dos tucanos, nem de nenhum outro partido ou administração. O mensalão mineiro foi escamoteado e nunca andou. O governador era o tucano Eduardo Azeredo. Aqui são todos compadres, até o PT e o PSDB se bicam e se beijam. Pior para os mineiros.

Hoje, temos que agradecer aos céus pelo fato de Aécio não ter ganho as eleições. Provavelmente não teríamos esse desdobramento da Lava Jato e, por medo e raiva do PT, ainda estaríamos defendendo o governo dele. Por essa e por outras, é que, apesar de tudo, ainda há esperança para o Brasil. Mas vamos ter que depurar a sujeira toda. Doa a quem doer.

sábado, 20 de maio de 2017

Democracia representativa?

Fica muito claro, nas falas do Aécio, como ele atuava nos bastidores para aprovar a anistia do caixa 2, a lei do abuso de autoridade e para combater o projeto de lei de iniciativa popular das 10 medidas contra a corrupção.
E pensar que esse sujeito quase foi eleito presidente! E pensar que esse sujeito foi líder da "oposição" ao governo do PT!

Agora fica tudo muito claro. Quando a gente reclamava da oposição light que o PSDB fazia ao governo do Lula e da Dilma, estávamos era fazendo (mais uma vez) o papel de bobos. Agora sabemos que não havia, nunca houve, oposição nenhuma. A briga deles era para saber quem ficava com a maior parte do butim.

E aí vem a pergunta: esses caras foram eleitos para quê mesmo? Qual é a legitimidade de alguém que, eleito para defender uma ideia, um programa, na verdade estava enganando os eleitores o tempo todo? Que representatividade tem essa nossa classe política? Que democracia é essa sob a qual vivemos?

Para ser assim, é melhor uma ditadura descarada; ao menos se sabe quem é o inimigo e não se espera do ditador nenhuma representatividade. Esse disfarce de democracia representativa é o que de pior pode acontecer na política, porque não é representativa, nem democracia e só pode conduzir ao caos, à anarquia; isso depois de dilapidar os recursos de um país inteiro.

É por isso que as nossas estradas, ferrovias e portos estão caindo aos pedaços. É por isso que não há hospitais, nem postos de saúde decentes, nem medicamentos, nem material hospitalar; nem escolas, nem um sistema de educação eficaz. É por isso que não há segurança nas ruas, que o tráfico prolifera comandando verdadeiras cidades. Estamos sob o domínio do crime organizado em todos os níveis.

E não adianta clamar por novas eleições! Para eleger quem? Não temos um sistema de "recall" em que pudéssemos destituir os políticos do cargo ao verificarmos o desvio de função! Isso seria uma solução: após um período de, por exemplo, 2 anos de mandato, os políticos deveriam ser submetidos a uma nova avaliação popular. Se não atingissem um nível minimo de aprovação, perderiam automaticamente o cargo.

Outro fator moderador dos apetites seria a perda de mandato definitiva para quem aceitasse qualquer cargo no executivo. Afinal, o sujeito foi eleito para o poder legislativo. Ao aceitar cargo em outro poder, terá reunciado automaticamente ao mandato. Simples assim. Tão simples, que não parece factível em um país como o nosso.

Há algumas décadas, fomos à ruas pedir o fim da ditadura militar e o retorno dos civis ao poder. Se soubéssemos no que ia dar, será que teríamos feito aquilo?


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