quarta-feira, 5 de julho de 2017

Criminoso inconfesso

Aécio Neves encolheu e - quem diria? - ficou do mesmo tamanho do Temer. Para um senador, de um estado importante como Minas, e que recebeu mais de 50 milhões de votos há apenas 2 anos e meio, esse discurso chinfrim ontem no Senado foi uma vergonha pública. Melhor, se tivesse ficado calado.

Subir ao púlpito para proclamar uma inocência, sobejamente desmentida por gravações, acusar seu amigão de meses atrás, como qual batia papos descontraídos, regados a palavrões, de ser um "criminosos confesso" é simplesmente repetir o que dizem Michel Temer, Lula e demais acusados. Atacar o delator, ou a delação, não é defesa. É apenas o último recurso de quem não tem mais nada a dizer a favor de si próprio.

Aécio foi flagrado em uma conversa espúria, na qual pedia, mendigava, por 2 milhões de reais, uma parte dos quais foi efetivamenre entregue ao seu primo, mencionado na gravação como quem seria o "homem da mala", uma pessoa que se "pudesse matar antes de fazer a delação" disse Aécio rindo da própria piada. Isso tudo agora em Março de 2017! 
E então sobe à tribuna do Senado e não dá a minima explicação sobre nada? Tal qual Michel Temer, apenas acusa o delator, a quem chama "criminoso confesso"?

Pois esse criminoso confesso era a quem Aécio se dirigia com um papo de boteco sujo. Esse mesmo criminoso confesso foi recebido às altas horas da noite, secretamente, na residência do presidente da República, com quem manteve também uma conversa pra lá de estranha.  

Não dá mais para assistirmos a essas encenações sem fazer nada. Estamos de saco cheio desse bando de delinquentes. O que eu quero agora é fazer um "recall" do meu voto. Votei no Aécio para o senado, só que agora não quero mais que ele me represente. Retiro a parte que me cabe do mandato que lhe outorgamos.

domingo, 2 de julho de 2017

Que preguiça!

Tem hora que o Brasil dá uma preguiça! Êta país cansativo! Anda pra lá, anda pra cá e nunca sai do mesmo lugar. Num momento é uma inflação descabelada, absurda, paralisante, como a que durou por aqui por mais de 30 anos.
Outra hora, é a economia como um todo, que patina. Nos anos 80 tivemos uma década perdida. Agora, tudo indica que estamos indo pra outra.
E ainda há as crises políticas, das pequenas, das médias e das grandes.

De 25 em 25 anos o Brasil passa por uma crise de grandes proporções. Só de constituições, já tivemos 7, em nossos menos de 200 anos de independência. A primeira, em 1824, foi "outorgada" pelo Imperador, portanto nascida ilegítima após um golpe de Estado, em que o D. Pedro I dissolveu a Assembleia e mandou prender vários constituintes. Entretanto, foi a que mais tempo durou.

Na República, tivemos a segunda Constituição, promulgada em 1891 e nove meses depois de sua promulgação, o primeiro presidente, Deodoro da Fonseca, deu um golpe e fechou o Congresso. E 20 dias depois foi obrigado a renunciar. Como se vê, começamos bem.

Depois, passamos pelas Constituições de 34, 37, 46 e 67, até chegarmos à atual Constituição de 1988. E, no intervalo entre elas, uma série interminável de golpes e contragolpes, além de períodos em que não houve constituição alguma em vigor, como, por exemplo, entre 1930 e 34. É muita coisa para uma nação em tão pouco tempo.

Só como comparação, a constituição americana vigora desde 1789, ininterruptamente.

Agora estamos, de novo, em plena crise política, talvez a maior da nossa história, misturada com uma baita crise econômica, ambas sem perspectiva de terminarem tão cedo. Novamente, as questões básicas como educação e saúde, ficam pra depois. Estamos sempre adiando o futuro, que jamais é alcançado. É cansativo viver em um país assim.


sexta-feira, 30 de junho de 2017

Togas na lama

De vez em quando, murcha um pouco a esperança que a gente tinha de que esse país iria ser passado a limpo. Essas recentes decisões, a absolvição de João Vaccari e a restituição do mandato ao Aécio, são dois maus exemplos de que a reação à Lava Jato tem conseguido vitórias importantes. Tudo isso, sem falar na reação, aberta e frontal, que Gilmar Mendes vem comandando de cima de suas cadeiras, no Supremo e no TSE.
É a reação de quem quer preservar o velho, o antigo regime, o regime de benefícios e privilégios a uma casta, enquanto o restante da população só tem deveres e contas a pagar.

É por isso que chegamos a essa situação: um país rico com um povo pobre e ignorante. A esquerda sempre atribuiu esse descompasso social aos interesses imperialistas. Se fosse assim, estaria fácil a solução. Depois de 8 anos de governos petistas, não teríamos mais a tal influência imperialista e todos estaríamos no paraíso. 
Isso é a lenda. A realidade é que não há influência imperialista alguma. O que há é que os donatários das capitanias hereditárias estão ainda por aí. São eles que mandam e desmandam.  Antes, esses donatários eram escolhidos por el-Rey, dentre as famílias a quem interessava cooptar ou adular, em troca de apoio à Coroa.

Agora, são escolhidos pelos poderosos de plantão, entre as empresas com as quais interessa trocar favores. E o sistema funciona para protegê-los, de ambos os lados do balcão de negócios.

O mais nojento de tudo é ver o poder Judiciário fazendo parte desse teatro, dessa trágica peça terceiro-mundista. As togas ficam ainda mais ridículas nas costas de pessoas com as caras de Lewandowski, Gilmar Mendes e Marco Aurélio. Provocam vergonha alheia.

Tudo o que se fez na Lava Jato está sendo desfeito - despistadamente, mas está - quando os processos chegam aos "altos escalões da República". É um triste país, esse que não consegue sair da lama. E coitado do seu povo.


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