quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Horário de verão

Tem gente que adora o horário de verão. Deve ter. Eu não conheço ninguém, mas deve ter. Em compensação, há muito mais gente que detesta essa mudança estúpida no ritmo biológico das pessoas.

O horário comercial, com intervalo de almoço, ao qual nos adaptamos, já é por si só uma violência contra a natureza. Foi implantado, por interesse das empresas, na era da Revolução Industrial, para as quais era importante uniformizar os horários de trabalho, e daí por diante fomos obrigados a ter fome e sono nos horários predeterminados. O horário escolar, como consequência, seguiu o mesmo padrão, para obviamente coincidir com o horário dos pais das crianças.
Antes disso, as pessoas paravam o trabalho para comer quando sentiam cansaço ou fome, não o contrário.

O horário de verão é ainda uma agressão maior ao ciclo circadiano, que é o relógio biológico de todos os seres vivos. De repente, temos que fazer tudo uma hora mais cedo. Deitar-se sem ter sono, acordar capengando, almoçar sem estar com fome, etc., etc. Não há dúvida alguma que isso faz um estrago no organismo, aumenta a secreção de cortisol e, consequentemente, a pressão sanguínea, a irritabilidade, o número de acidentes no trânsito e o número de acidentes de trabalho.
O custo disso ninguém computa e mesmo a propalada economia de energia já se verificou que praticamente inexiste.

Esse horário esdrúxulo, portanto, não traz benefício algum. Então, no balanço geral o que há é prejuízo certo. Tanto é assim, que o governo Temer disse que vai fazer uma enquete sobre a continuidade desse famigerado horário de verão. Esperemos que o bom senso prevaleça a partir do próximo ano.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Lula lá...drão!

A Folha traz matéria hoje dizendo que o nordeste identifica Lula com o "rouba mas faz". Quem diria? Que ironia do destino, Lula acabar com o mesmo epíteto do seu ex-arqui-adversário Paulo Maluf!

Esse título, aliás, começou com outro paulista, Ademar de Barros, que governou S.Paulo por um total de 18 anos (de 1938 a 41 como interventor e como governador por 2 mandatos, de 47 a 51 e de 63 a 66). Ademar adotou informalmente o "rouba, mas faz" e o famoso cofre, que teria cerca de 15 milhões de dólares em valores atuais e que estava em poder de sua ex-secretária e amante, Ana Capriglione, foi roubado pela organização esquerdista VAR-Palmares em uma ação coordenada por Dilma Rousseff. Ela nunca explicou onde foi parar esse dinheiro!

Como os extremos se tocam, Ademar foi sucedido na política paulista, por Paulo Salim Maluf, a quem nunca incomodou o estereótipo do político ladrão. E Maluf sempre foi um alvo fácil nos discursos de Lula, quando ainda paladino da moralidade pública. Depois, foi o que vimos: Lula indo à casa de Maluf lhe beijar a mão.  Uma imagem vale mais que mil palavras. Essa foto disse tudo a respeito de Lula. A respeito de Maluf não é preciso dizer mais nada.

Pois agora, vem essa que pode ser considerada a pancada final na imagem e na biografia do ex-pobre nordestino: a marca do "rouba, mas faz". Na verdade, o que o sofrido povo do nordeste, que ainda estaria disposto a votar em Lula, quer mesmo é só o "fazer", mas se não tiver outro jeito, acaba aceitando que venha junto o "roubar". Tristes trópicos!

sábado, 16 de setembro de 2017

Balanço das flechadas

Janot foi o Procurador-Geral da República que mais incomodou a turma do andar de cima. Por isso, foi também o Procurador mais criticado de toda a história da PGR.
O costume, antes dele, era o engavetamento. Os processos contra os poderosos não andavam e o que se viu foi chegarmos a esse ponto.

Se cometeu erros - e deve tê-los cometido, pois é um ser humano - isso é de menor importância diante do fato que fez estremecer todos os poderes da República que até então se julgavam blindados e imunes a investigações. A medida da eficiência de sua gestão se dá pela repulsa que gerou em quase todas as agremiações políticas, em outras palavras, pela inimizade que criou com as organizações criminosas. Até mesmo a grande imprensa, acabou por se deixar levar por essa "narrativa" de que Janot estaria errando demais, sendo apressado, etc, blá, blá, blá...

A petista Folha, por exemplo, hoje estampa a manchete dizendo que
"Denúncia de Janot contra Temer tem como base fatos ainda em apuração". Ora, a denúncia demorou foi demais para ser feita, ou existe alguma sã consciência nesse país que acredita na inocência de Michel Temer? Nem Temer, nem Dilma, nem Lula, nem Jucá, nem Geddel, nem Moreira Franco, nem Padilha, nem Renan, nem Collor, nem Aécio, nem Serra, nem vários outros personagens deletérios da nossa política são inocentes. 

O difícil no caso da classe política brasileira não é propriamente encontrar culpados dos mais variados crimes envolvendo dinheiro público.

Ao invés de criticar Janot, uma manobra diversionista que visa apenas desviar a atenção do que realmente importa, que é a culpabilidade desse povo todo, deveríamos estar prestando homenagens a ele, da mesma maneira que deveremos sempre prestar homenagens ao juiz Sérgio Moro, outro que também é criticado por "açodamento" quando se trata de fazer a Justiça funcionar.

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