quarta-feira, 18 de abril de 2018

O Brejo

Há pouco tempo, Cora Rónai escreveu uma crônica excepcional a
que deu o título "A caminho do Brejo" e, na qual, explicitava os motivos pelos quais o Brasil estava indo pro Brejo.

Pois bem, já não estamos mais indo pro Brejo, já chegamos nele e estamos nos atolando rapidamente. A deterioração do país é visível e perceptível dia a dia. O Rio de Janeiro, por exemplo, está sob intervenção e, nem mesmo assim, a segurança melhora. Ao contrário, parece que, desde que se decretou a intervenção, o crime organizado resolveu enfrentar o aparato estatal-militar e dizer: aqui não! Aqui é nosso território e vocês não mandam.

O paquidérmico estado brasileiro nem de longe consegue enfrentar essas milícias e "comandos" do tráfico. O assassinato da vereadora Marielle foi uma resposta brutal, um recado direto às autoridades, a mostrar que o crime organizado na base da pirâmide social está se tornando incontrolável. E isso acontece porque o crime organizado no topo da pirâmide social extrapolou todos os limites.

A impunidade tolerada até agora pela sociedade brasileira nos levou a isso. Ficamos imprensados entre o crime organizado de baixo e o de cima. Além disso e também por conta disso, as instituições estão se esboroando, ruindo de modo espetacular. Já nenhum dos 3 poderes é mais respeitado no país.O parlamento é considerado um covil de ladrões, o executivo é apenas uma extensão dele e agora o Supremo passou a ser visto pela população como mais um coadjuvante nessa ópera macabra que se transformou a vida política da nação.

Nesse momento, muitos se voltam para as forças armadas! Mas o que podem fazer as forças armadas subordinadas a esse executivo degenerado e corrupto? Só existe uma possibilidade de as forças armadas representarem uma salvação: é não se submeterem mais ao poder executivo. Isso significa golpe, não há outra definição.

Outra possibilidade é afundarmos nesse brejo até a desagregação social. Em outras palavras, até a anarquia e a selvageria. Estamos entre 2 opções muito difíceis.

sábado, 7 de abril de 2018

Finalmente

Finalmente, cumpriu-se a Justiça! Nunca antes na história deste país um ex-presidente da República foi preso em consequência de crimes comuns cometidos durante e depois do exercício do cargo.
Isso é uma demonstração de que as coisas estão mudando. Menos rapidamente do que gostaríamos, mas estão mudando. 
Em 500 anos de história acostumamo-nos à descrença de que poderosos pagariam por seus crimes.
Pela ação e destemor de jovens juízes e procuradores, o Brasil dá o primeiro passo em direção a uma república de fato.
Resta a nós, nas próximas eleições, nos livrar do que resta de entulho atrasado e corrupto ainda na vida pública.

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Lula lá

Estou apostando que Lula não vai se entregar em Curitiba. Isso não coaduna com seu papel, sua máscara política. Lula tem que continuar apostando na narrativa do nordestino pobre, operário, que chegou "lá" e que, por causa dessa afronta às elites, foi perseguido até chegar à prisão.

A espetacularização midiática de sua prisão hoje, é tudo o que ele quer, ou melhor, é tudo o que lhe resta. E ele vai se aproveitar desse ensejo até o último momento.
Por isso, vai ficar no bunker do Sindicato, cercado dos "cumpanhêro" e será preso lá, com direito a fotos e capas em todas as mídias. Esse será o espetáculo!

A triste e prosaica verdade porém é que um reles chefete de uma organização criminosa, que mentiu para seus eleitores durante décadas, foi finalmente alcançado pela Justiça e será trancafiado numa cela (até com muitas mordomias para o meu gosto) de prisão.

Assim é que acaba uma biografia de quem poderia ter sido, não um mito, mas um líder político verdadeiro e que poderia ter mudado o seu país, mas que preferiu se render às antes demonizadas elites, às mordomias, ao luxo proporcionado pelo dinheiro fácil, obtido às custas do sacrifício das classes sociais que dizia defender.

Lula foi comprado pelo poder econômico e aderiu a ele com muita vontade e muita alegria. Tranquilo, porque se sabia blindado pelo partido e pelos adoradores de mitos. Certo da impunidade porque em sua megalomania se achava acima das leis e acima do bem e do mal.

A ficha ainda não caiu e vai demorar para cair. Afinal foram tantos anos de endeusamento que não se despe dessa fantasia assim, de uma hora para a outra. Mas não é nada que um bom período da cadeia, não acabe por trazer à realidade. Finalmente, veremos Lula lá.

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